A semeadura do trigo da nova temporada avança de maneira lenta no norte do Paraná. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mesmo com preços considerados atrativos para os produtores, ainda persistem incertezas quanto à área total que será cultivada no Brasil. A instabilidade climática, especialmente no Sul do País, tem levado muitos agricultores a priorizarem outras culturas em detrimento do trigo.
Por enquanto, as estimativas oficiais indicam uma redução de 22% na área plantada em comparação ao ciclo anterior, totalizando 886,7 mil hectares, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral). Apesar da retração na área, a produção paranaense de trigo deve crescer 24%, alcançando 2,85 milhões de toneladas, impulsionada por um expressivo aumento de produtividade.
As projeções do Deral apontam que a produtividade média pode atingir 3,2 toneladas por hectare, um avanço de 56% em relação à safra anterior. Esse ganho de eficiência é visto como fundamental para compensar a menor área semeada e sustentar a oferta do cereal no mercado interno.
O plantio do milho da safra 2024/25 em Mato Grosso está praticamente concluído, atingindo 99,48% da área prevista pelo IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). O avanço semanal foi de 3,04 pontos percentuais, colocando os trabalhos a campo 2,55 pontos à frente da média das últimas cinco safras e ligeiramente mais adiantados (0,03 p.p.) em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
Entre as regiões do estado, a Médio-Norte já encerrou a semeadura, enquanto as regiões Noroeste e Norte estão na reta final, com 99,96% e 99,89% das áreas semeadas, respectivamente. O desempenho acelerado indica condições favoráveis ao plantio, o que pode refletir em uma safra bem estabelecida para os próximos meses.
Agora, os produtores voltam suas atenções para o desenvolvimento das lavouras e os desafios climáticos que podem impactar a produtividade ao longo do ciclo.
Março é um mês que abre as portas para a primavera e a nova temporada de verão. O planejamento adequado e a atenção aos detalhes ajudarão você a estabelecer as bases para uma colheita rica.
Em março, os jardineiros se concentram no plantio de mudas de culturas amantes do calor, cuidando de árvores e arbustos, bem como preparando o solo para o plantio posterior. Graças ao uso de estufas e estufas, é possível fornecer condições ideais para o desenvolvimento de plantas, mesmo em climas frios.
O calendário de semeadura para março de 2025 se tornará seu conselheiro confiável na escolha de dias favoráveis para semeadura e cuidado com a futura colheita.
Calendário de semeadura para março de 2025 – dias favoráveis para o plantio
Março é rico em dias favoráveis para semear várias culturas. Este mês vale a pena se concentrar na semeadura de 3 a 7 de março, 10-15, 19-21.
Calendário de semeadura para março de 2025
Para obter uma colheita de alta qualidade, siga as recomendações de temperatura e iluminação. Isso ajudará suas plantas a se desenvolverem de maneira uniforme e formar mudas fortes prontas para o plantio em terreno aberto.
O que e quando plantar em março de 2025
Março é o momento perfeito para semear culturas que exigem mais tempo para se desenvolver. É hora de descobrir o que e quando plantar em março de 2025.
Repolho precoce, rabanete, espinafre, salsa, endro, rúcula, coentro: 3-7, 19 a 21 de março.
Aipo, cebola, manjericão, hortelã, erva-cidreira: 5 a 7 de março.
Tomates, pimenta, berinjela, repolho branco: 10-15 de março.
Beterraba, cenoura, batatas em estufas: 19 a 21 de março.
Flores anuais: 3 a 7 de março, 19 a 21.
Flores perenes: 10-15 de março.
Flores internas: 17 a 21 de março.
Este período também é adequado para cuidar de árvores e arbustos que precisam de poda, fertilização e formação de coroa.
Calendário de semeadura para março de 2025 – dias desfavoráveis para o plantio
Em março de 2025, os dias 1, 2, 16, 30 e 31 serão desfavoráveis para o plantio. Hoje em dia, é melhor abster-se de semear e se concentrar em trabalhos preparatórios alternativos, como escavar e fertilizar o solo, cuidar de ferramentas de jardim, planejar novas plantações.
Este também é um bom momento para aprender novos métodos agrotécnicos ou cuidar de plantas de interior.
A semeadura do milho para a safra 2024/25 em Mato Grosso avançou 22,20 pontos percentuais na última semana, atingindo 67,15% da área projetada até o dia 21 de fevereiro. Apesar do avanço expressivo, o plantio segue atrasado em relação à temporada anterior, com uma diferença de 13,23 pontos percentuais em comparação com a safra 2023/24 e 3,12 pontos percentuais abaixo da média das últimas cinco safras.
O principal fator para esse atraso é a demora na colheita da soja, que impacta diretamente a janela ideal para o plantio do milho. A semeadura tardia pode influenciar no desenvolvimento da cultura e na produtividade, especialmente em relação às condições climáticas das próximas semanas.
Com a colheita da soja avançando, a expectativa é que o plantio do milho continue ganhando ritmo para minimizar os impactos do atraso e garantir boas condições para o ciclo produtivo.
A semeadura da safra de milho e algodão avança em Lucas do Rio Verde e região, mesmo com desafios que vêm exigindo ajustes técnicos por parte dos produtores. O diretor de pesquisas da Fundação Rio Verde, Fábio Pitellkow, destaca que, apesar das chuvas registradas nos últimos dias, o clima tem permitido a continuidade dos trabalhos no campo, embora em um ritmo mais lento do que o esperado.
No caso do algodão, o plantio se estendeu além do previsto, o que pode representar um risco maior à produtividade caso falte chuva no futuro. “Estamos conseguindo cumprir as tarefas, mas fugindo um pouco do cronograma esperado. Ainda há áreas comerciais em processo de plantio, o que nos coloca em um período de maior risco de perda de potencial produtivo”, explica Pitellkow. No entanto, ele ressalta que os produtores têm se ajustado tecnicamente, escolhendo materiais mais adequados e adotando estratégias para mitigar possíveis impactos.
A cultura do milho também enfrenta desafios, especialmente na fase inicial, com uma pressão significativa de lagartas. Pitellkow alerta para a necessidade de monitoramento constante e reforça que as biotecnologias disponíveis nem sempre têm sido plenamente eficazes no controle dessas pragas, tornando necessária a aplicação de defensivos químicos para preservar o potencial produtivo das lavouras. “O percevejo também é uma preocupação constante, pois conhecemos o dano que pode causar. Além disso, a cigarrinha do milho requer atenção, pois mesmo com populações baixas no campo, já observamos no ano passado problemas severos com o complexo de enfezamentos, transmitidos por essa praga”, afirma o diretor da Fundação Rio Verde.
Colheita de soja
Enquanto a semeadura do milho e do algodão avança, a colheita da soja ainda está em andamento na região, com um volume significativo a ser retirado do campo no Médio Norte. A umidade e as chuvas têm dificultado o andamento da colheita, mas, de modo geral, os produtores avaliam os resultados de forma positiva. “Sempre investimos para colher mais, e, apesar das dificuldades ao longo do ciclo, temos lavouras com bons potenciais produtivos”, ressalta Pitellkow.
Entre os desafios enfrentados na safra, ele cita o manejo de nematoides, mancha alvo e a ocorrência de podridão de grãos em alguns talhões. Ainda assim, a perspectiva para a produtividade é favorável. “Conversando com os produtores, percebemos que, de maneira geral, estão satisfeitos com o que planejaram, executaram e agora estão colhendo”, finaliza o diretor de pesquisas.
A Fundação Rio Verde segue acompanhando o desenvolvimento das lavouras na região e reforça a importância do monitoramento fitossanitário para garantir a segurança produtiva da safra.
A semeadura do algodão da safra 2024/25 em Mato Grosso avançou significativamente na última semana, atingindo 95,68% da área projetada para o ciclo, segundo dados do IMEA divulgados na sexta-feira (14). O avanço semanal foi de 16,12 pontos percentuais, porém o ritmo ainda se mantém 4,29 p.p. abaixo do registrado no mesmo período da safra 2023/24.
Entre as regiões do estado, a Nordeste segue liderando os trabalhos de plantio, com 99,08% da área já semeada. Em contrapartida, a Noroeste apresenta o menor progresso, com 90,88% da área plantada, refletindo desafios regionais no andamento da safra.
No mercado de algodão em pluma, o cenário é de baixa liquidez e preços pressionados. De acordo com análises do Cepea, há um impasse entre vendedores e compradores, que não chegam a um consenso sobre o preço e a qualidade dos lotes disponíveis no mercado spot nacional. Os vendedores estão focados no cumprimento de contratos a termo, enquanto os cotonicultores direcionam seus esforços para as atividades no campo, aproveitando as condições climáticas favoráveis para a colheita da soja e a semeadura do algodão. Do lado comprador, apenas agentes com necessidade urgente de recompor estoques se mostram mais ativos no mercado.
Com esse cenário, a comercialização da pluma segue travada, e o setor aguarda novas movimentações para avaliar o impacto sobre os preços no curto prazo.
Com a colheita da soja em Mato Grosso em andamento, os produtores rurais já se preparam para a semeadura da segunda safra de milho e também de algodão. Para garantir bons índices de produtividade e qualidade dos grãos e fibras, é essencial que os agricultores adotem cuidados específicos, especialmente em relação à qualidade das sementes. Nesse contexto, a Fundação Rio Verde tem sido uma aliada fundamental, oferecendo um laboratório especializado e técnicos qualificados para analisar as sementes que serão utilizadas nas lavouras de Lucas do Rio Verde e região.
A engenheira agrônoma Maria Luiza, coordenadora do laboratório de sementes da Fundação Rio Verde, explica que a instituição atua como um suporte direto ao produtor rural na tomada de decisões relacionadas à semeadura. “O produtor recebe as sementes na propriedade e traz amostras para nós analisarmos. Apesar de as sementes passarem por um controle de qualidade rigoroso nas sementeiras, o transporte e a logística podem afetar sua viabilidade. Por isso, é importante que o produtor faça uma nova análise quando as sementes chegam à propriedade”, destaca.
Análises de sementes de milho e algodão
De acordo com Maria Luiza, tem havido um aumento significativo na solicitação de análises de sementes de milho e algodão. No caso do milho, os lotes analisados têm apresentado viabilidade elevada, com germinação acima de 90% e níveis de vigor muito bons. “Até o momento, não tivemos muitos problemas de qualidade com sementes de milho. Os produtores estão mais preocupados, especialmente com lotes de safras mais antigas, mas a qualidade tem se mantido alta”, afirma.
Já para o algodão, a demanda por análises é ainda maior devido ao alto custo da cultura. A legislação exige uma germinação mínima de 75% para sementes de algodão, mas os produtores têm buscado lotes com germinação acima de 90%. “Faz todo sentido essa exigência, já que o investimento no algodão é muito alto. Por isso, é fundamental garantir sementes de qualidade superior”, explica Maria Luiza.
Cuidados com o armazenamento
Além da análise das sementes, o armazenamento adequado é crucial para manter a qualidade do material. Maria Luiza orienta que os produtores evitem deixar os lotes de sementes próximos a adubos e defensivos agrícolas, pois isso pode comprometer sua viabilidade. “O ideal é armazenar as sementes em um ambiente climatizado, longe de produtos químicos que possam afetar sua qualidade. Esses cuidados são essenciais para evitar problemas que possam surgir dentro da propriedade”, ressalta.
Apoio da Fundação Rio Verde
A Fundação Rio Verde tem desempenhado um papel importante ao auxiliar os produtores rurais na garantia da qualidade das sementes. Com um laboratório equipado e uma equipe técnica qualificada, a instituição oferece análises precisas que ajudam os agricultores a tomar decisões mais seguras e eficientes. A Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde, localizada na MT-449 em Lucas do Rio Verde.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a semeadura do milho de segunda safra já começou em Mato Grosso.
Segundo levantamento feito pelo instituto, até o dia 24 de janeiro, 1,15% da área projetada para o ciclo 2024/2025 foi plantada, o que representa um atraso de 10,08 pontos percentuais em relação ao mesmo período da safra anterior (2023/2024).
O Imea destaca que o clima terá papel crucial tanto na colheita da soja quanto no ritmo de plantio do milho safrinha. O avanço das operações depende de condições climáticas favoráveis, que permitirão acelerar os trabalhos no campo e manter a janela ideal para a semeadura da segunda safra.
Variar a quantidade de sementes plantadas, dependendo de características de cada talhão da propriedade, ajuda a aumentar a produtividade. Em experimentos com produtores de fazendas de Mato Grosso e Paraná, foi possível observar ganhos de produtividade de até 8% no milho e 3% no algodão na safra 2023, graças às dosagens de sementes recomendadas para plantio. O trabalho é resultado de cooperação entre a Embrapa e a empresa Bosch para o desenvolvimento de métodos e recomendações de semeadura em taxa variável usando ferramentas de agricultura de precisão (AP).
Conduzido pela Embrapa Instrumentação (SP), que coordena o trabalho com a Embrapa Agricultura Digital (SP) e a Embrapa Soja (PR), o estudo de semeadura à taxa variável envolve técnicas de AP, aprendizado de máquina e a Solução de Plantio Inteligente (IPS, na sigla em inglês) da Bosch embarcada em plantadoras. Essa ferramenta aplica as sementes em quantidades específicas, de forma precisa, em qualquer tipo de relevo, de acordo com o mapa de aplicação estabelecido pelo gestor da produção. De maneira simplificada, a tecnologia permite que o potencial produtivo de cada área do talhão seja aproveitado ao máximo.
A semeadura é feita sob medida e leva em conta parâmetros do solo (argila, condutividade elétrica aparente e fertilidade) e das plantas (índices de vegetação). São usados também mapas de produtividade elaborados por colhedoras com sensores.
Parte desse trabalho de pesquisa é capacitar produtores rurais a coletar essas informações e inseri-las nos equipamentos de precisão. “Estamos desenvolvendo uma metodologia que permita aos gestores das propriedades terem autonomia para conduzir seus experimentos on-farm, que ocorrem durante a produção das culturas. O objetivo é capacitá-los a executar, analisar e interpretar os resultados, facilitando a tomada de decisão sobre ajustes na aplicação de insumos, seja por meio de taxas fixas ou variáveis”, conta o coordenador do projeto, João de Mendonça Naime, pesquisador da Embrapa Instrumentação.
Experimento on-farm
O trabalho é executado no formato de pesquisa on-farm, que utiliza a experimentação agronômica nas condições reais de produção. O objetivo é aumentar a produtividade e a lucratividade aplicando os conhecimentos acumulados em safras anteriores, nas safras seguintes
O sistema on-farm emprega implementos e máquinas disponíveis na fazenda, permitindo que o produtor possa fazer ajustes de doses e taxas de aplicação de insumos como sementes, fertilizantes e corretivos por unidade de produção – talhão – e em taxa variável nos talhões com alta variabilidade espacial. Ao fim de 30 meses, os pesquisadores devem elaborar uma publicação técnica para orientar os produtores a plantar em taxa variável.
Resultados preliminares
Os experimentos estão sendo realizados nas fazendas Tucunaré e Tanguro, do Grupo Amaggi, em Sapezal e Querência, ambas em Mato Grosso. No Paraná, o estudo se dá nas fazendas Minas Gerais, em Santa Mariana; Londrinópolis e Águas das Nogueiras, em Londrina; Tupi, em Astorga; Cachoeira, em Arapongas; e Indaiá, em Campo Mourão.
Um exemplo desse trabalho ocorreu na fazenda Minas Gerais, onde foi realizado um teste de populações de sementes de milho.
Júlio Franchini, pesquisador da Embrapa Soja, à frente dos estudos no Paraná, explica que o híbrido B2702 apresentou um aumento de produtividade com o aumento de população, enquanto para o B2401 não houve ganhos para taxas de sementes maiores que a recomendada pelo obtentor. “Para o híbrido responsivo, um aumento de 10% na população de sementes trouxe um aumento de 8% na produtividade. Os custos com o aumento da quantidade de sementes aplicada foram superados pelo aumento da produtividade, proporcionando maior lucratividade”, relata o pesquisador.
Foto: Sérgio Chagas
Em Mato Grosso, por exemplo, o estudo com algodão apresentou resultados de aumento da produtividade do algodoeiro de até 3%, com aumento de 10% na população de sementes, mas apenas nas áreas de maior potencial produtivo, ou seja, as que apresentaram teores de argila maiores que 30%.
O pesquisador da Embrapa Instrumentação Carlos Vaz relata que, apesar de os ganhos de produtividade no algodão serem menores do que os observados com o milho, os dados são interessantes, pois indicam um potencial de resposta da população de sementes para as áreas de maior potencial produtivo dentro do talhão.
Entretanto, o cientista destaca a necessidade de mais experimentos para uma melhor comprovação, bem como de avaliações econômicas. “Nesse sentido, na safra 2023-2024 foram realizados mais sete experimentos on-farm que estão sendo avaliados, com talhões plantados em diferentes épocas e meses, que deverão trazer mais subsídios para o desenvolvimento das recomendações propostas no projeto”, detalha Vaz.
“Qual é a população ideal de sementes que o produtor deve semear? Sem o estudo que está sendo realizado pela Embrapa, não temos como determinar com precisão.”, afirma o engenheiro agrônomo e coordenador de Agricultura Digital da fazenda Tucunaré, do Grupo Amaggi, em Sapezal (MT), Sérgio Chagas. Segundo ele, correlacionar a quantidade de sementes a ser plantada com as necessidades específicas de cada talhão é fundamental não apenas para otimizar a produção, mas também para reduzir o consumo de combustível e a frota de caminhões utilizados no transporte do insumo. “Esperamos semear a quantidade exata no local adequado. A expertise da Embrapa nos proporcionará a segurança necessária para esse processo”, conclui.
Zonas de Manejo
O projeto também elaborou uma metodologia para a definição de zonas de manejo (ZM), áreas dentro do mesmo talhão que apresentam potenciais produtivos diferentes. Essa metodologia baseia-se em mapas dos parâmetros físicos do solo, índices de vegetação obtidos por meio de imagens de satélite e mapas de colheita. As diferentes zonas de manejo definidas para um talhão específico podem ser utilizadas na análise dos dados dos experimentos on-farm, gerando recomendações de aplicações diferenciadas por ZM.
Foi definida, no projeto, uma metodologia baseada em aprendizado de máquina e dados acessíveis para delinear zonas de manejo com base em diferentes tipos de solo e atributos de diferentes sistemas de produção.
Os experimentos mostraram que zonas de manejo podem ser obtidas com boa qualidade utilizando basicamente as informações de índices de vegetação de imagens de satélite de uso aberto, como o Sentinel.
“Ao analisar os resultados das quatro parcelas delineadas para o estudo, ficou evidente que os índices de vegetação podem efetivamente funcionar como únicos atributos que definem zona de manejo em cenários sem variações significativas na textura do solo e fatores externos que possam introduzir variabilidade nas culturas”, conta o analista da Embrapa Agricultura Digital Eduardo Antônio Speranza.
Foto: Sérgio Chagas
Uso de sistema inteligente
O estudo realiza experimentos com a Solução de Plantio Inteligente (IPS) desenvolvido pela Bosch. Embarcado em plantadoras, o sistema ajusta em tempo real o fluxo de sementes de modo a compensar as variações de velocidade linear e angular da máquina.
Para o gerente de engenharia da Bosch Leonardo Vecchi o objetivo principal é entender os benefícios que a tecnologia para plantio e fertilização pode gerar, como o aumento de produtividade, uma vez que o sistema é uma solução de aplicação precisa de insumos, sementes e fertilizantes, baseados em mapas de prescrição à taxa variável.
“Mas, como essa aplicação é construída a partir da condição de solo inicial, que pode sofrer mudança, o estudo visa compreender esse fenômeno e corrigir a nova taxa de sementes por meio de um fator, de forma que se adeque à nova condição do solo. Assim podemos esperar um aumento de produtividade ainda maior”, detalha o gerente. Vecchi revela que os resultados iniciais têm se mostrado promissores, e destaca a necessária continuidade da investigação para gerar modelos ou recomendações de aplicação mais gerais.
“A parceria com a Embrapa é muito importante para o desenvolvimento tecnológico realizado pela Bosch. Nosso objetivo é buscar inovações que gerem grandes benefícios para clientes e mercado e que aumentem a sustentabilidade ambiental”, afirma o engenheiro industrial.
Desafios do projeto
“A obtenção de mapas de colheita fidedignos esbarra em dois problemas principais: a falta de calibração rotineira dos sensores e o emprego de diferentes colhedoras que podem operar no mesmo talhão. Como são comuns frotas multimarcas e de diferentes modelos e gerações tecnológicas, há desafios técnicos para a integração dos dados, muitas vezes intransponíveis dentro da realidade do produtor”, explica João Naime.
Na semana passada, a semeadura de soja da safra 2024/25 em Mato Grosso apresentou um avanço significativo de 16,27 pontos percentuais em comparação à semana anterior. Até a sexta-feira (18/10), 25,08% dos 12,66 milhões de hectares previstos já haviam sido cultivados, resultado favorecido pela maior distribuição de chuvas na maior parte do estado. Esse cenário permitiu que os produtores acelerassem o ritmo do plantio, essencial para o bom desenvolvimento da safra.
Apesar do progresso, o percentual de áreas semeadas ainda está atrasado em 34,92 pontos percentuais em relação ao mesmo período da safra anterior. Além disso, o índice está 19,32 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos, refletindo o menor volume de áreas semeadas nesse período nos últimos três anos. A região Norte de Mato Grosso apresentou o maior percentual de áreas cultivadas, com 35,97%, enquanto a região Nordeste teve o menor avanço, com apenas 10,71%.
As previsões para a próxima semana são animadoras para os produtores, com volumes de chuvas entre 35 e 45 mm esperados para a maior parte de Mato Grosso. Esse cenário tende a impulsionar ainda mais o ritmo da semeadura, o que pode ajudar a diminuir o atraso acumulado e garantir uma boa perspectiva para o desenvolvimento da safra 2024/25. Mesmo assim, o desafio climático e o atraso atual reforçam a necessidade de atenção redobrada dos agricultores na fase inicial do cultivo.