Categoria: VARIEDADES

  • Show de Lady Gaga em Copacabana deve receber 1,6 milhão de pessoas

    Show de Lady Gaga em Copacabana deve receber 1,6 milhão de pessoas

    Cerca de 1,6 milhão de pessoas devem assistir ao show da cantora Lady Gaga, marcado para o dia 3 de maio na praia de Copacabana.

    A festa vai começar às 17h30, com apresentações de dois DJs no palco montado em frente ao Copacabana Palace. O show principal da cantora está previsto para iniciar às 21h15 e deve durar cerca de duas horas e meia.

    A Prefeitura do Rio montou uma estrutura ao longo da orla de Copacabana com 16 torres de delay (estruturas de telões, som e iluminação).

    O espaço contará com 500 cabines sanitárias, incluindo unidades adaptadas. Também foram instaladas estruturas específicas para Pessoas com Deficiência (PCD).

    Na área da segurança serão disponibilizadas 78 torres de vigilância para policiais militares, 150 detectores de metal do tipo raquete para apoio às revistas, 18 câmeras com tecnologia de reconhecimento facial posicionadas nos pontos de controle e a instalação de grades nas ruas transversais à orla, para controle de acesso ao evento.

    Segundo a prefeitura, a passagem da estrela americana pela cidade deve proporcionar à economia carioca a movimentação de R$ 600 milhões.

    Trânsito

    A Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) montou um esquema especial de bloqueios em Copacabana, semelhante ao adotado em grandes eventos, como o réveillon.

    A partir da madrugada do dia 3, começam os bloqueios de acesso a Copacabana. A partir das 7h, a Avenida Atlântica será totalmente interditada, com bloqueio para veículos em toda a via, incluindo a pista junto aos prédios e as ruas de acesso à orla.

    Já a partir das 18h, começa o bloqueio ao acesso de veículos particulares à Copacabana, sendo permitida apenas a entrada de ônibus e táxis. Após as 19h30, nem ônibus e táxis poderão entrar no bairro.

    Transporte

    O principal ponto de embarque no dia do show será o Terminal Enseada de Botafogo, localizado na Avenida das Nações Unidas.

    Também será possível utilizar os pontos de ônibus regulares na Praia de Botafogo para outras linhas.

    O MetrôRio terá operação especial com as três estações de metrô de Copacabana abertas 24 horas, de sábado para domingo. A estação Cardeal Arcoverde funcionará apenas para desembarque entre 16h e 22h do sábado, (3). Haverá controle de fluxo nos arredores das estações para garantir a segurança da operação.

    Para quem for utilizar os trens da SuperVia, a operação especial prevê a reabertura da estação Central do Brasil à meia-noite do domingo, (4).

  • Empoderamento de mulheres é tema de reunião ministerial do Brics

    Empoderamento de mulheres é tema de reunião ministerial do Brics

    O Ministério das Mulheres liderou, nesta quinta-feira (24), em Brasília, a reunião ministerial de mulheres do Brics, grupo de países de economias em desenvolvimento, que também contou com a participação de representantes da sociedade civil.

    No evento, foram debatidos os seguintes temas: Mulheres, Desenvolvimento e Empreendedorismo, Governança Digital: Misoginia e Desinformação e Empoderamento das Mulheres, Ação Climática e Desenvolvimento Sustentável.

    Ao fazer um balanço inicial sobre o encontro, a coordenadora do grupo ministerial, a ministra das Mulheres do Brasil, Cida Gonçalves, afirmou que as questões levantadas pelos países à mesa focaram na participação das mulheres no desenvolvimento econômico, na inclusão das mulheres nos campos político, financeiro e, efetivamente, de políticas públicas de igualdade de gênero.

    “O Brics representa, hoje, uma força significativa para a construção de uma nova ordem mundial multipolar, onde as vozes do Sul global possam ser efetivamente ouvidas. E nós, mulheres, temos um papel fundamental nesta transformação”, destacou a ministra.

    Cida Gonçalves completou que a expansão do grupo do Brics, em agosto de 2023, representa a oportunidade de fortalecer as vozes coletivas das mulheres nos fóruns internacionais e de promover uma agenda de desenvolvimento que as coloca no centro das políticas públicas. “

    Acreditamos que o intercâmbio de boas práticas e o fortalecimento das parcerias estratégicas podem acelerar o progresso em direção à igualdade de gênero em todas as suas dimensões.”

    Brasília- DF - 24/04/2025 - A Reunião Ministerial de Mulheres do BRICS no Palácio Itamaraty. O encontro, liderado pelo Ministério das Mulheres. Foto Antônio Cruz/Agência Brasil

    Reunião Ministerial de Mulheres do BRICS no Palácio Itamaraty – Antônio Cruz/Agência Brasil

    Vozes

    Durante a abertura do evento, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Macaé Evaristo, defendeu o fortalecimento da agenda da democracia, dos direitos humanos e do multilateralismo como ferramenta de pacificação, diante do que ela classificou como momentos de incerteza e de insistência na força bruta.

    “Nesse encontro, que possamos avançar e pensar como que, estrategicamente, os Brics, as áreas que são responsáveis por pensar desenvolvimento econômico, o fortalecimento Sul-Sul, para que a gente possa avançar com uma firme presença das mulheres, que possamos nos unir para barrar e cessar toda forma de misoginia, de violência contra as mulheres, especialmente, contra as meninas, as quais precisamos ter o maior cuidado.”

    No Palácio do Itamaraty, a ministra da Igualdade Racial (MIR), Anielle Franco, citou a ONU Mulheres, órgão das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, para afirmar que uma em cada dez mulheres do mundo vive em extrema pobreza.

    Brasília- DF - 24/04/2025 - A Reunião Ministerial de Mulheres do BRICS no Palácio Itamaraty. O encontro, liderado pelo Ministério das Mulheres. Foto Antônio Cruz/Agência Brasil

    Durante a reunião, Macaé Evaristo defendeu o fortalecimento da agenda da democracia,- Antônio Cruz/Agência Brasil

    Anielle defendeu que a busca por soluções para o desenvolvimento sustentável e o enfrentamento aos vários tipos de violência deve ser feita de forma coletiva pelos países. “No mundo todo, somos nós que carregamos nas costas a organização e gestão doméstica, familiar e territorial. Mas, infelizmente, com trajetórias mais precarizadas pelo acúmulo de opressões que somam os nossos corpos, como racismo, machismo e discriminação territorial”.

    A socióloga e primeira-dama brasileira, Janja Lula da Silva, relembrou fala do papa Francisco, morto na segunda-feira (21), sobre as mulheres, em fevereiro deste ano. “Uma sociedade que elimina as mulheres da vida pública empobrece. Igualdade de direito, sim, mas também igualdade de oportunidades, igualdade de possibilidade de progredir, porque, do contrário, empobrece”, parafraseou o ex-líder da Igreja Católica.

    Brics

    O Brasil preside o Brics em 2025 e adotou o tema Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável. Composto por 11 países, o bloco atua como um espaço de articulação político-diplomática para promover a cooperação em diversas áreas.

    O bloco reúne os membros originários, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e os países incorporados durante a 15ª Cúpula do BRICS, em Joanesburgo (África do Sul), em agosto de 2023: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Por fim, a Indonésia aceitou formalmente o convite para integrar o grupo em 2024.

  • Morre Lúcia Alves, atriz da Globo, aos 76 anos

    Morre Lúcia Alves, atriz da Globo, aos 76 anos

    A atriz Lúcia Alves, ícone de novelas da Globo como O Cravo e a Rosa (2000) e Tropicaliente (1994), faleceu aos 76 anos nesta quinta-feira, 24, no Rio de Janeiro. Internada em estado grave há dez dias na Casa de Saúde São José, ela lutava contra câncer de pâncreas desde 2022.

    Internação e causas

    No domingo, 13 de abril, Lúcia Alves passou mal em casa com falta de ar e foi levada ao Centro de Emergência Regional (CER) do Leblon. Posteriormente, transferida para um hospital privado, ela retornaria à quimioterapia em 15 de abril, mas precisou interromper o tratamento devido à gravidade do quadro.

    Trajetória artística

    Lúcia Alves da Silva nasceu em 4 de outubro de 1948 e fez sua estreia no cinema em Um Ramo para Luísa (1965). Na televisão, iniciou na Rede Tupi em Enquanto Houver Estrelas (1969) e estreou na Globo em Verão Vermelho (1969), de Dias Gomes.

    Entre seus papéis mais marcantes, destacam-se a índia Portira em Irmãos Coragem (1970) e a protagonista de Helena (1970), de Gilberto Braga. Ao longo de cinco décadas, participou de produções como Senhora (1975), Ti-Ti-Ti (1985), Anos Dourados (1986), Barriga de Aluguel (1990), Tropicaliente (1994) e Mulher (1998–1999). Também brilhou em séries como A Grande Família e Joia Rara (2016).

    Legado e homenagens

    A notícia da morte de Lúcia Alves foi confirmada por parentes em entrevista à Globo. Colegas de elenco, diretores e fãs já prestam homenagens nas redes sociais, lembrando sua versatilidade e carinho pelo público.

    Principais novelas e séries

    • O Cravo e a Rosa (2000)
    • Tropicaliente (1994)
    • Irmãos Coragem (1970)
    • Helena (1970)
    • Senhora (1975)
    • Ti-Ti-Ti (1985)
    • Anos Dourados (1986)
    • Barriga de Aluguel (1990)
    • A Grande Família (série)
    • Joia Rara (2016)

     

  • Dia Mundial do Livro: novo Plano Nacional é um pacto pela leitura

    Dia Mundial do Livro: novo Plano Nacional é um pacto pela leitura

    Com esse objetivo de construir uma sociedade leitora e celebrando o Dia Mundial do Livro (23/4) , o Ministério da Cultura (MinC) avança em importantes entregas e agenda s estratégicas para a promoção, incentivo e fortalecimento das políticas públicas para o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as bibliotecas públicas e comunitárias de todo o Brasil. Iniciativas construídas pelo Governo Federal em parceria com a Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli), com destaque para o novo Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL 2025-2035) que deve ir à consulta pública no primeiro semestre deste ano e o início da entrega de acervo s com livros literários para bibliotecas públicas e comunitárias d as cinco regiões do país , cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), são exemplos disso.

    “O novo Plano Nacional de Livro e Leitura traz a revisão das metas e ações. E esse é o diferencial com relação aos planos anteriores. Nos anteriores, tínhamos os princípios norteadores, alguns objetivos, os quatro eixos. Mas, vamos agora ter metas e ações. E o MinC e o Ministério da Educação (MEC) estão juntos construindo isso ”, afirma o secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba.

    PNLL

    O novo PNLL é um pacto social pelo livro e pela leitura. Por meio de objetivos e metas, vai promover a valorização social do livro, leitura, escrita e das bibliotecas para os próximos dez anos. Os quatro eixos do Plano são: democratização do acesso; fomento à leitura e à formação de mediadores; valorização institucional da leitura e incremento d o valor simbólico e fomento à cadeia criativa e produtiva do livro.

    D estaque também para a distribuição de livros novos para bibliotecas públicas e comunitárias de todo o país. Através do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD ) , uma ação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do MinC e do MEC, quatro mil bibliotecas vão receber, anualmente e de maneira sistemática, 4,8 milhões de livros, um investimento de R$ 50 milhões.

    No último dia 18, a Biblioteca Casa Amarela (RJ) recebeu os kits literários , dando início a essa distribuição. A entidade recebeu doações de obras infantis que enriquecem ainda mais o acervo e ajudam a formar leitores desde cedo.

    “ As entregas começaram no Rio de Janeiro. A escolha da cidade se deu por conta da agenda do Rio, capital mundial do livro. E isso é muito importante . Termos Bibliotecas públicas e comunitárias recebendo esses acervos, essas modernizações. E a partir daí, entram no ciclo de compras do PNLD Literário. É algo histórico que nós esperávamos há muito tempo, que é a inclusão das bibliotecas públicas e comunitárias nas compras dos livros de literatura, do programa nacional , e a gora os livros começam a chegar na s mãos dos leitores. E em breve chegando a todo o país”, afirma Jéferson Assumção, diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas.

    Ele frisa ainda a importância da reabertura d e bibliotecas em todo o país. “Isso porque as bibliotecas que foram fechadas, elas não vão receber os livros do Programa N acional. Então é urgente que haja uma grande mobilização das prefeituras para que elas reabram as suas bibliotecas públicas e que mapeiem as comunitárias para que possam aproveitar esse grande movimento ”, afirma o diretor .

    PNLD Literário

    Em 2024, o presidente Lula assinou o Decreto N º 12.021, que alterou o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). A norma determinou que, em todo o Brasil, bibliotecas públicas integrantes da administração direta e indireta dos entes federativos, bem como bibliotecas comunitárias cadastradas no Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) do Ministério da Cultura, passem a receber anualmente e de maneira sistemática os livros literários do PNLD para ampliação e atualização de seus acervos e coleções. Esta parceria é uma ferramenta estratégica para a reabertura das bibliotecas públicas municipais, juntamente com os governos estaduais e municipais.

    Formação de leitores

    Para avançar na construção de um país de leitores, o MinC apresenta outros projetos que serão implementados ao longo destes dois anos. Um deles é a retomada do Programa Agentes de Leitura, que consiste, segundo o secretário Fabiano Piúba, na seleção e formação de jovens para atuarem em suas próprias comunidades, cadastrando famílias em seus territórios, levando os livros nas casas e nas vidas das pessoas. “Este projeto será implementado por meio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura em parceria com as secretarias estaduais e municipais”.

    Para Piúba, outra ação relevante é a retomada do Prêmio Vivaleitura, iniciativa do MinC, MEC e Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura ( OEI ), que visa reconhecer e premiar as boas práticas de leitura no país.

    Leitura Itinerante e acessível

    C om mais de 150 vans espalhadas em todo Brasil, os MovCEUS possuem acervo com 200 livros cada e funcionam como bibliotecas que transitam pelas cidades: isso soma mais de 7,2 mil publicações à disposição da população brasileira.

    Foto: Filipe Araújo / MinCFoto: Filipe Araújo / MinCFoto: Filipe Araújo / MinC

    Por meio do edital Pontos de Leitura, o MinC modernizou 310 bibliotecas comunitárias com investimento de R$ 9,3 milhões. Destaque ainda para o início da fase de implementação das Bibliotecas do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) , que levarão 1,5 mil espaços de leitura para as famílias beneficiárias – além da moradia, a pessoa tem acesso a um lugar novo, pensado e projetado para leitura, com acervo de mais de 500 títulos à disposição.

    P ara garantir a capilaridade das políticas públicas, o MinC disponibilizou , para estados e municípios , modelos de editais direcionados ao apoio de projetos e ações que envolvam livros, leitura, literatura e bibliotecas, a exemplo de Pontos de Leitura e ações de fomento à projetos de criação e difusão literária, aquisição de livros dos mercados editoriais locais, bem como de circuitos de feiras de livros e festas literárias. “Já no primeiro ciclo da Aldir Blanc, 12 estados lançaram editais para este setor, chegando a um investimento de R$103 milhões ”, completa Fabiano Piúba.

  • Busca por minerais da transição energética acelera crise climática

    Busca por minerais da transição energética acelera crise climática

    A procura no Brasil por minerais usados na transição energética acelera a crise climática no Pará (PA), na Bahia (BA), em Goiás (GO) e em Minas Gerais (MG), os principais produtores de minérios do país, com “mudanças consideráveis nos padrões climáticos em curto prazo (até 2030)”.

    Essa é a conclusão de estudo inédito divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Observatório da Mineração a partir de dados elaborados pela consultoria TMP, que analisa eventos climáticos extremos.

    Araçuaí (MG), 22/04/2025 - Cleonice Pankararu, da Aldeia Cinta Vermelha Jundiba. Mineração da transição energética. Foto: Cleonice Pankararu/Arquivo Pessoal
    Cleonice Pankararu vice em uma uma aldeia no município de Araçuaí (MG) próxima a áreas de extração de lítio – Foto: Cleonice Pankararu/Arquivo Pessoal

    “Uma empresa de mineração de lítio chegou no Vale do Jequitinhonha [MG] e derrubou mil árvores em uma região semiárida como a nossa. O impacto para qualidade do ar e da água é muito grande. O Rio Araçuaí e o Rio Jequitinhonha estão quase desaparecendo”, alertou a indígena Cleonice Pankararu, de 58 anos.

    A liderança do povo Pankararu vive em uma aldeia no município de Araçuaí (MG) próxima a áreas de extração de lítio – um dos mais procurados minerais da indústria da transição energética, usado para produção de baterias de carros elétricos.

    Calor e chuvas fortes fora de época, aumento dos dias secos consecutivos, perda anual de chuvas e temperaturas extremas são alguns dos efeitos climáticos esperados com a expansão da mineração nesses estados.

    “A mineração tem se vendido como uma ‘solução’ verde sustentável para a transição energética. Estamos saindo de uma dependência fóssil para outra ainda maior de base mineral que requer a abertura de centenas, talvez milhares, de minas em áreas sensíveis, como a Amazônia e o Cerrado”, explicou o diretor do Observatório da Mineração, Maurício Angelo.

    A consultora do observatório, Gabriela Sarmet, destacou que o relatório mostra que a segurança climática está em risco pela disputa geopolítica por esses minérios da transição. “Estamos criando zonas de sacrifício no Brasil para atender à demanda de descarbonização do Norte”, disse, referindo-se aos países mais desenvolvidos, localizados principalmente no Hemisfério Norte.

    Da base fóssil à base mineral

    O especialista Maurício Angelo, doutorando em ciência ambiental pela Universidade de São Paulo (USP), alertou à Agência Brasil que uma mina sempre vem acompanhada por gigantescas obras de infraestrutura com consideráveis impactos ambientais e sociais.

    “Ancoradas nas melhores bases científicas, nossas previsões mostram que as emissões de gases da mineração para transição energética serão enormes. Não dá para dizer que a transição energética está assegurada com a troca de uma base fóssil por uma base mineral. Estamos trocando um problema por outro”, disse Angelo.

    Para o especialista, é preciso superar o atual modelo de desenvolvimento para amenizar a crise climática. “Temos que questionar o padrão de consumo que importamos para o Brasil, muitas vezes, dos Estados Unidos. Esse padrão de produção e consumo é incompatível com os limites do planeta”, avaliou.

    O estudo lembra que o Brasil tem se posicionado como um dos principais fornecedores de minerais para a transição energética. São previstos investimentos de US$ 64 bilhões até 2028 para a expansão do setor mineral no país.

    Araçuaí (MG), 22/04/2025 - Indígenas da Aldeia Cinta Vermelha Jundiba. Mineração da transição energética. Foto: Cleonice Pankararu/Arquivo Pessoal
    Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, em Araçuaí (MG) – Foto: Cleonice Pankararu/Arquivo Pessoal

    Vale do Lítio

    O território indígena onde fica a aldeia de Cleonice Pankararu, no Vale do Jequitinhonha, tem sido chamado de Vale do Lítio devido às grandes reservas do mineral usado na transição energética.

    A liderança indígena disse à Agência Brasil que a extração do mineral na região começou em 2017 e que, desde então, as explosões com dinamite, a poeira das minas e a contaminação dos rios têm causados problemas de saúde na população local.

    “Antes do lítio, não tinha tanto problema de saúde. A gente gripava e demorava a gripar de novo. Agora, a gente gripa constantemente e temos muito problemas gastrointestinais. É muito mesmo. As pessoas estão com muita diarreia”, contou Cleonice Pankararu.

    Minas Gerais detém 80% das reservas nacionais de lítio, e o principal polo de extração é o Vale do Jequitinhonha. “Com mais sete projetos em andamento, espera-se que a produção de lítio aumente cinco vezes até 2028 e atraia US$6 bilhões em investimentos na próxima década”, diz o estudo.

    Água e luz

    Na avaliação dos pesquisadores, o uso intensivo de água pela mineração deve agravar a escassez das bacias hidrográficas. “A extensão dos rios já diminuiu em grande parte de Minas Gerais, Goiás e Bahia, apontando para a redução da disponibilidade de água e o aumento da competição por recursos”, diz o levantamento.

    Como a maioria parte da energia brasileira vem das hidrelétricas, a pesquisa considera que a mineração pode prejudicar o fornecimento de energia elétrica no Brasil.

    “A siderúrgica e a mineração usam quantidade desproporcional de eletricidade, consumindo cerca de 11% da produção nacional em 2021, apesar de contribuírem apenas com cerca de 3% do PIB [Produto Interno Bruto]”, acrescentou.

    A análise hidrológica do estudo revelou que de 32% a 39% das sub-bacias de Minas Gerais, Goiás e Bahia registraram um declínio na extensão dos rios em um nível considerado de “alto risco” (ou seja, um declínio de mais de 10%), entre o final do século 20 e o início do século 21.

    “Isso provavelmente é resultado da crescente demanda de água devido ao crescimento populacional e à expansão associada de atividades industriais como agricultura, geração de energia (especialmente hidrelétrica) e mineração”, diz o documento.

    Brasília (DF), 22/04/2025 - De 32% a 39% das sub-bacias de Minas Gerais, Goiás e Bahia registraram um declínio na extensão dos rios em um nível considerado de “alto risco” (ou seja, um declínio de mais de 10%), entre o final do século 20 e o início do século 21. Arte: TMP e Watermarq/Divulgação

    De 32% a 39% das sub-bacias de Minas, Goiás e Bahia registraram declínio na extensão dos rios em nível considerado de “alto risco” entre o final do século 20 e o início do século 21. Arte: TMP e Watermarq/Divulgação

    Pará

    O Pará – sede da Conferência para Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP30) deste ano – é a unidade da federação com mais riscos de eventos climáticos extremos decorrentes da ampliação da mineração. O estado é responsável por cerca de 90% da produção de alumínio no Brasil.

    “Enquanto o mundo se prepara para a COP30 em Belém, a corrida pelos chamados minerais críticos está acelerando a crise climática na Amazônia”, disse Gabriela Sarmet.

    Recomendações

    O estudo traz uma série de recomendações para os governos, agências de fiscalização e empresas para mitigar os efeitos climáticos causados pela expansão de mineração nesses quatros estados brasileiros.

    “O gerenciamento dos impactos adversos da mineração exigirá das empresas uma abordagem proativa para a gestão de riscos, estruturas políticas sólidas para garantir incentivos eficazes, supervisão robusta por parte das autoridades”, diz o documento.

    Maurício Angelo, diretor do Observatório da Mineração, pondera que as recomendações terão pouco efeito se o Estado não assumir seu papel de fiscalizador do setor mineral. “Não é razoável que o Estado se comporte como sócio das mineradoras e abra mão do seu papel de ser um fiscalizador e regulador da atividade mineral”, completou.

    Futuro

    No Vale do Jequitinhonha, em Minas, enquanto aguarda a demarcação da terra hoje ocupada pelos pataxó e pankararu, em Araçuaí, a liderança Cleonice Pankararu, que tem três filhas e uma neta, teme que a expansão do lítio inviabilize o modo de vida dos povos indígenas e tradicionais da região.

    “Nossa preocupação é a mineração porque ela está indo muito rápido. Os licenciamentos ambientais em Minas estão soltos demais. É muito fácil pegar uma licença para desmatar, para minerar. E temos um Congresso que não apoia os povos indígenas nem o meio ambiente. E aí a mineração avança”, lamentou.

  • Quem foi São Jorge, celebrado por católicos como santo guerreiro

    Quem foi São Jorge, celebrado por católicos como santo guerreiro

    Uma hora antes do sol nascer no horizonte carioca, às cinco horas da manhã, um grupo de fiéis católicos começa o dia em Quintino, bairro da Zona Norte da capital fluminense, para prestigiar a tradicional queima de fogos em homenagem a São Jorge. É o início oficial do dia dedicado ao personagem, feriado em alguns locais do país, como é o caso do estado do Rio de Janeiro.

    Na crença católica, São Jorge é considerado padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Ou, de forma mais popular, como o santo guerreiro. Para os devotos, simboliza um guia contra as dificuldades da existência humana, aquele que ajuda na luta contra o mal, ou contra os diferentes problemas do plano terreno e sobrenatural.

    Essa ideia é explicitada no site do Vaticano, em verbete que se refere ao santo.

    “Como acontece com outros santos, envolvidos por lendas, poder-se-ia concluir que também a função histórica de São Jorge é recordar ao mundo uma única ideia fundamental: que o bem, com o passar do tempo, vence sempre o mal. A luta contra o mal é uma dimensão sempre presente na história humana, mas esta batalha não se vence sozinhos: São Jorge matou o dragão porque Deus agiu por meio dele”, diz o texto.

    Apesar da força no catolicismo, há outras vertentes do cristianismo que o consideram santo, como a Igreja Anglicana e a Igreja Ortodoxa. Também para alguns seguidores de religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, há um comportamento de respeito.

    O perfil de guerreiro, daquele que supera todas as dificuldades, é uma das explicações para a popularidade de Jorge, segundo o escritor, professor e historiador Luiz Antônio Simas. No ano passado, ele publicou o livro infantil O cavaleiro da lua: Cordel para São Jorge.

    “São Jorge pertence ao rol do que eu chamo de santos do cotidiano. Aqueles dos milagres diários. Existem santos que você não evoca para os perrengues do dia a dia. Existe uma categoria que é invocada para resolver problemas imediatos. Como Santo Expedito, das causas urgentes. São Jorge é um santo da rua”, diz Simas.

    Fiéis lotam a igreja de São Jorge, em Quintino, na zona zorte do Rio de Janeiro em comemoração ao dia do Santo.

    Fiéis lotam a igreja de São Jorge, em Quintino, na zona zorte do Rio de Janeiro em comemoração ao dia do Santo Foto de Arquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil

    Origens da fé

    A historiografia não identifica um conjunto de documentos que ateste, de forma inconteste, a existência de São Jorge. Muito do que é conhecido hoje se deu através da tradição oral e literária. O próprio Vaticano explica, em seu site oficial, que surgiram várias histórias fantasiosas ao longo do tempo em torno de São Jorge.

    Segundo a versão mais conhecida, Jorge, nome de origem grega que significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, atual Turquia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Mudou-se para a Palestina e se alistou no exército de Diocleciano, imperador romano. Em 303, o imperador iniciou uma perseguição aos cristãos, e Jorge teria se colocado de forma contundente contra o imperador, o que o levou a sofrer torturas e a ser decapitado.

    Um registro antigo, epígrafe grega do ano 368, descoberta em Eraclea de Betânia, teria uma das raras referências ao santo, ao falar da “casa ou igreja dos santos e triunfantes mártires, Jorge e companheiros”.

    Rio de Janeiro - Durante os festejos de São Jorge em Quintino, na zona norte, na sede da paróquia dedicada ao santo, fiéis se reúnem para missas e procissões.

    Fiéis são benzidos durante festejos de São Jorge em Quintino, na zona norte do Rio Foto de Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

    O período das Cruzadas acrescentou outros elementos à mitologia. As Cruzadas eram expedições militares, religiosas e comerciais, ocorridas entre os séculos XI e XIII, em que cristãos europeus viajavam até a Palestina para derrotar os muçulmanos e conquistar Jerusalém.

    A narrativa mais famosa é a de que havia um grande pântano na cidade de Selém, na Líbia, onde vivia um dragão. Uma das formas de acalmá-lo era oferecer um(a) jovem. Um dia, chegou a vez da filha do rei. Mas Jorge se levantou contra o dragão e o matou com uma espada, imagem que até hoje é a mais representativa do santo. Os cruzados compararam a morte do dragão com a derrota do Islamismo.

    “O dragão sintetiza a ideia da maldade, do inimigo, que está à espreita, no plano espiritual ou material, que te acossa no cotidiano. Acho que São Jorge ganha essa popularidade justamente por causa da simbologia guerreira, bélica, por ser um santo muito articulado com o imaginário de batalhas”, explica Luiz Antonio Simas.

    O curioso é que, mesmo entre os muçulmanos, Jorge é uma figura de respeito, e muitos enxergam indícios de que ele esteja presente no livro sagrado do Islão, como explica o historiador.

    “Há quem diga que ele é um personagem que aparece no Alcorão, chamado Al-Khidr. Ele seria São Jorge. Tem essa multiplicidade por ter esse perfil guerreiro, é o vencedor de demandas”, diz Simas.

    O culto a Jorge se aprofundou na Inglaterra com os normandos. Em 1348, o Rei Eduardo III instituiu a “Ordem dos Cavaleiros de São Jorge”. E, durante a Idade Média, a figura foi tema de literatura épica. Segundo o Vaticano, na falta de notícias mais concretas sobre ele, em 1969, houve uma mudança de status da celebração ao santo: passou de festa litúrgica para memória facultativa.

    São Jorge é Ogum?

    Uma das afirmações frequentes no senso comum é o de que São Jorge e Ogum, orixá ligado às religiões de matriz africana, são o mesmo personagem, com nomes diferentes. A socióloga Flávia Pinto, que também é escritora, mãe de santo e matriarca da Casa do Perdão, explica que esse é um erro.

    “Para nós do candomblé e da umbanda, já temos consciência hoje que São Jorge não é Ogum. Por um motivo histórico e cronológico. São Jorge existiu na Capadócia há dois mil anos. Já Ogum existe há mais de 10 mil anos na cidade de Ire, na Nigéria. Naturalmente, São Jorge é um filho pródigo de Ogum, mas não é o próprio Ogum”, diz Flávia.

    Outra ideia comum é a de valorizar o sincretismo cultural quando se fala em São Jorge, por ele ter sido apropriado e ressignificado pelos afrodescendentes, ligados à diáspora negra, como forma de resistência e manutenção das crenças africanas. Flávia Pinto defende que esse cenário não pode ser visto de maneira romantizada, por ter envolvido processos violentos.

    Rio de Janeiro (RJ), 23/04/2024 – Fiéis participam de celebração em homenagem ao Dia de São Jorge no centro do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

     Fiéis de religiões de matrizes africanas participam de celebração em homenagem ao Dia de São Jorge no centro do Rio de Janeiro. Foto de Arquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil

    “A aceitação de um santo católico é mais palatável porque a gente tem uma dominação euro-cristã em nosso processo de socialização chamado de colonização. Não podemos chamar de maneira romântica um comportamento genocida e torturador, que foi a imposição da fé de um povo dominador sobre outro povos, que tinham as próprias religiosidades, como os indígenas e os africanos. Mas, ainda assim, a sabedoria milenar desses povos foi tamanha, que conseguimos estudar minimamente a história daquele santo e associar ele aos nossos orixás”, diz a socióloga.

  • Vida fora da Terra? Telescópio James Webb detecta sinais promissores no exoplaneta K2-18b

    Vida fora da Terra? Telescópio James Webb detecta sinais promissores no exoplaneta K2-18b

    Um recente avanço na astronomia trouxe novos indícios sobre a possível existência de vida em outro planeta. O exoplaneta K2-18b, localizado a aproximadamente 120 anos-luz da Terra, na constelação de Leão, apresentou sinais químicos em sua atmosfera que, em nosso planeta, estão diretamente associados a organismos vivos.

    A descoberta foi possível graças ao Telescópio Espacial James Webb, que identificou a presença de moléculas raras que podem indicar atividade biológica. Embora o K2-18b tenha mais que o dobro do tamanho da Terra, as condições atmosféricas observadas levantam a hipótese de que o planeta possa abrigar vida ou, ao menos, oferecer um ambiente habitável.

    Por que o K2-18b chamou a atenção da ciência?

    O que torna essa descoberta tão especial é a natureza das moléculas detectadas. No contexto terrestre, essas substâncias são produzidas por formas de vida, o que levanta a possibilidade de processos semelhantes estarem ocorrendo em K2-18b. Esse exoplaneta é classificado como uma “sub-Netuno”, e sua atmosfera rica em hidrogênio é considerada um ambiente promissor para investigações biológicas.

    No entanto, os especialistas alertam que ainda é cedo para afirmações definitivas. A presença dessas moléculas não prova que exista vida no planeta, mas representa um dos sinais mais significativos já identificados fora do nosso Sistema Solar.

    Como o Telescópio James Webb contribuiu para essa descoberta?

    O James Webb foi fundamental nessa descoberta por sua capacidade avançada de análise espectral. Esse telescópio é o mais poderoso já lançado ao espaço e consegue captar sinais minuciosos na luz que passa pelas atmosferas de planetas distantes.

    Foi por meio dessa tecnologia que os cientistas conseguiram examinar a composição da atmosfera de K2-18b, identificando traços moleculares que seriam invisíveis para telescópios anteriores. Isso representa um marco na exploração espacial e reforça o papel central do James Webb nas próximas décadas de pesquisa sobre exoplanetas.

    Quais os próximos passos nas pesquisas sobre o exoplaneta K2-18b?

    Apesar do entusiasmo gerado pela descoberta, os pesquisadores destacam a importância de realizar novas observações para validar os dados. O plano é continuar monitorando K2-18b com o apoio do próprio James Webb e de outros observatórios ao redor do mundo.

    Além disso, colaborações internacionais devem ser ampliadas para aprofundar a análise da composição atmosférica do exoplaneta. O objetivo é determinar com mais precisão se os sinais detectados são realmente compatíveis com formas de vida como conhecemos ou se há outras explicações para os dados obtidos.

    Estamos sozinhos no universo?

    A pergunta continua sem resposta definitiva, mas cada nova descoberta aproxima a humanidade dessa resposta. O K2-18b é hoje um dos principais candidatos a planeta potencialmente habitável, e os estudos em torno dele poderão mudar a forma como entendemos a vida fora da Terra.

    Enquanto isso, o CenárioMT continuará acompanhando de perto todas as novidades sobre essa jornada fascinante que une ciência, tecnologia e o eterno mistério sobre a nossa existência no universo.

  • Área de proteção terá trilha ecológica e turismo de base comunitária

    Área de proteção terá trilha ecológica e turismo de base comunitária

    Os cinco mil hectares da Área de Proteção Ambiental (APA) Jará, localizada em Juruti, no oeste do Pará, terão uma trilha ecológica e um projeto de turismo de base comunitária. Um dos objetivos da iniciativa é gerar renda de forma sustentável para as comunidades locais.

    O projeto Promoção do uso público da APA Jará, realizado pelo instituto de pesquisa Imazon em parceria com a prefeitura de Juruti, prevê também ações de educação ambiental e um curso de comunicação para jovens difundirem informações sobre a APA Jará nas redes sociais.

    Para o pesquisador do Imazon, Jeferson Figueira, as áreas protegidas são importantes ferramentas para a promoção da educação ambiental no município. “Além disso, a APA Jará promove serviços ecossistêmicos como a captura de carbono da atmosfera, guarda grande biodiversidade de fauna e flora e ainda pode ser um espaço de recreação e lazer para a população jurutiense, promovendo saúde e bem-estar”, explicou, em nota.

    Figueira e a pesquisadora Jarine Reis, também do Imazon, apresentaram o projeto durante a reunião do conselho gestor da unidade de conservação, realizada no final de março. Na ocasião, foi estabelecido um cronograma das atividades que serão realizadas, incluindo a sensibilização das comunidades locais sobre o potencial do turismo de base comunitária, a abertura da trilha, a capacitação para os condutores da trilha e o curso de comunicação.

    A previsão é que a trilha esteja concluída no fim de maio deste ano e que os cursos de capacitação de condutores ocorram em junho, para depois receber os turistas.

    “Buscamos não apenas abrir as portas da APA Jará para visitantes, mas também fortalecer o vínculo entre nossa população e a riqueza natural que nos cerca”, disse a Secretária de Meio Ambiente de Juruti, Nayme Couto, em nota. A expectativa é que isso ajude a mobilizar as pessoas na defesa da APA frente a crimes ambientais como o desmatamento e a degradação florestal.

    Segundo a secretária, com a promoção do turismo sustentável, cria-se oportunidades para que a comunidade local compartilhe histórias, tradições e conhecimentos, ao mesmo tempo em que ocorre a proteção e valorização do patrimônio ambiental, além da geração de renda. “É um passo significativo para unir conservação e desenvolvimento comunitário, trazendo benefícios reais para todos nós”, acrescentou.

     “Com a APA Jará, Juruti se destaca como um modelo de equilíbrio entre conservação ambiental e desenvolvimento sustentável. O projeto reforça a importância de parcerias entre sociedade civil, setor privado e poder público na construção de soluções eficazes para a proteção da Amazônia”, disse a pesquisadora Jarine, do Imazon. O projeto tem financiamento da Alcoa Foundation.

  • Páscoa: entenda a transição de ovos decorados para ovos de chocolate

    Páscoa: entenda a transição de ovos decorados para ovos de chocolate

    Levantamento divulgada pela empresa de pesquisa e inteligência de dados Nexus revelou, recentemente, que 52% dos brasileiros pretendem comprar ovos de chocolate na Páscoa, sendo que cada um pretende adquirir em média três produtos.

    Mas como foi a passagem dos tradicionais ovos decorados que eram presenteados no passado para os ovos feitos de chocolate, que dominam as prateleiras dos comércios e são aguardados ansiosamente nesta época do ano pelas crianças?

    A doutora em Teologia e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ana Beatriz Dias Pinto, explicou que a transição dos ovos decorados para os de chocolate seguiu uma adaptação do mercado.

    “Embora o ovo seja símbolo ancestral de fertilidade e vida (presente antes mesmo do cristianismo, em rituais pagãos e em tradições cristãs orientais), a prática de presentear ovos de chocolate é resultado de um processo de industrialização e mercantilização da Páscoa, que se intensificou ao longo do século XIX e permanece há 175 anos”, afirmou.

    Segundo a professora e pesquisadora, a fabricação dos primeiros ovos de chocolate começou na França e na Alemanha por volta de 1850.

    “Foi uma forma de presentear com algo mais gostoso e bonito. Antes eram ovos de galinha, pato, avestruz, muito frágeis e visualmente enriquecidos com pinturas e adornos, mas que geralmente tinham tamanhos menores.”

    O tamanho dos ovos de chocolate veio com o crescimento e desenvolvimento das indústrias.

    “Há países onde já vi ovos do tamanho de uma pessoa”, disse Ana Beatriz.

    Para a pesquisadora, “por conta deste marketing, os ovos de chocolate acabam servindo ao consumismo de mercado, mas sua dimensão simbólica para a Páscoa verdadeira não está associada às campanhas publicitárias, brinquedos e embalagens festivas, assim como a vela, o coelho, o círio pascal e as flores,. ela é um elemento que fala sobre a vida, o renascimento”.

    O consumismo que pode ser representado pelos números da indústria. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Bala (Abicab) estimou que a produção do setor neste ano deve atingir cerca de 45 milhões de unidades. Apesar do aumento nos preços do produto por causa da crise da produção do cacau, ainda assim são números expressivos.

    Mas para Páscoa:

  • Restaurante brasileiro de sucesso em Portugal revela o perfil de seu público

    Restaurante brasileiro de sucesso em Portugal revela o perfil de seu público

    O Porcão do Porto, uma das churrascarias brasileiras mais conhecidas em Portugal, é comandado por Gabriel Thyllo, filho de Carlos Gomes, conhecido como Thyllo, fundador do restaurante. Com equipe formada exclusivamente por brasileiros, o Porcão mantém viva a tradição do churrasco brasileiro no país, conquistando diferentes públicos. Em entrevista ao correspondente internacional da MF Press Global, Gabriel compartilhou detalhes sobre o perfil dos clientes que frequentam o restaurante.

    “Nosso público é bem diversificado: 35% são brasileiros, 35% estrangeiros de fora de Portugal e 30% portugueses. Os brasileiros vêm para matar a saudade da comida de casa, os estrangeiros são atraídos pela fama mundial das churrascarias brasileiras, e os portugueses procuram a qualidade de uma carne superior, algo pouco comum por aqui”, explicou Gabriel.

    O crescente número de brasileiros que estão escolhendo Portugal como destino para morar tem impulsionado a demanda por restaurantes e estabelecimentos voltados para esse público. Até os supermercados no país começaram a incorporar uma seção dedicada ao Brasil em suas prateleiras, oferecendo produtos regionais brasileiros que, até pouco tempo atrás, eram inexistentes no mercado português.

    O que chama atenção é o fato de que, embora o restaurante seja um embaixador da cultura brasileira, as carnes utilizadas são majoritariamente argentinas, conhecidas por sua qualidade inigualável. Gabriel explica o motivo dessa escolha:

    “O churrasco brasileiro é mundialmente famoso, mas a melhor carne, até então, vem da Argentina. A maciez da carne argentina impressiona todos os clientes. Aqui, começamos o serviço com cortes que já causam uma impressão positiva, algo que nos diferencia dos demais restaurantes.”

    Com uma mistura de tradição, qualidade e inovação, o Porcão do Porto se tornou referência em Portugal, atraindo tanto os saudosos brasileiros quanto os curiosos por descobrir o sabor autêntico do churrasco brasileiro, sempre com um toque de excelência.