Tag: violência contra idosos

  • Latrocínio contra idoso em Lucas do Rio Verde: Inquérito é concluído com indiciamento de dois suspeitos

    Latrocínio contra idoso em Lucas do Rio Verde: Inquérito é concluído com indiciamento de dois suspeitos

    O Delegado de Polícia Civil Alan Vitor Sousa da Mata concluiu, nesta terça-feira (7), o inquérito sobre o latrocínio que vitimou Écio Costenaro, 79 anos, em Lucas do Rio Verde. O crime ocorreu na madrugada de 30 de dezembro, na Rua Cascavel, Bairro Alvorada, e chocou a comunidade pela brutalidade.

    Indiciamento e acusações

    Os investigados, sendo dois jovens de 19 e 20 anos, foram indiciados por roubo majorado pelo concurso de pessoas, restrição de liberdade, uso de arma de fogo e roubo qualificado pelo resultado morte, conforme os artigos 157, parágrafos 2º e 3º do Código Penal.

    Detalhes do crime

    Os criminosos invadiram a residência do casal de idosos, Écio e Deolinda Perez Costenaro, 77 anos, usando violência e ameaças graves. Eles roubaram diversos pertences e fugiram no veículo da vítima, um Gol G-5 prata. Durante o assalto, as vítimas foram amarradas e brutalmente agredidas, resultando na morte de Écio devido aos graves ferimentos na cabeça.

    Investigações e prisões

    A rápida ação policial resultou na prisão em flagrante dos suspeitos em Sorriso, horas após o crime. Uma menor de 13 anos também foi apreendida. O Delegado Bruno França Ferreira, de Sorriso, conduziu as prisões em flagrante, confirmando a autoria e materialidade do crime com base nos pertences das vítimas encontrados com os suspeitos.

    Depoimentos e defesa 

    Nos depoimentos, os criminosos tentaram responsabilizar um menor de 15 anos pelos ataques fatais a Écio, mas ele negou qualquer envolvimento, oferecendo provas de que estava em casa no momento do crime. Ele alegou que a menor apreendida tentou incriminá-lo como vingança pessoal.

    Situação dos suspeitos

    Os dois indiciados permanecem presos em Sorriso, enquanto a menor foi encaminhada a um Centro de Ressocialização em Cuiabá. A audiência de custódia dos suspeitos foi marcada para o dia 21 de janeiro, às 13h30, na 2ª Vara Criminal de Lucas do Rio Verde.

  • Filho tenta enforcar a própria mãe em Cuiabá

    Filho tenta enforcar a própria mãe em Cuiabá

    Um homem de 32 anos foi preso em flagrante pela Polícia Civil, na quarta-feira, após descumprir medidas protetivas de urgência e tentar enforcar a própria mãe em Cuiabá.

    A vítima, uma idosa, já havia sofrido agressões do filho anteriormente e, em razão disso, havia conseguido uma medida protetiva que o impedia de se aproximar dela. No entanto, o agressor não respeitou a decisão judicial e voltou a ameaçar e agredir a mãe.

    Na última quarta-feira, o homem invadiu a casa da mãe, quebrando objetos e tentando enforcá-la com uma camiseta. Diante da gravidade da situação, a vítima acionou a polícia.

    A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá atendeu à ocorrência e prendeu o agressor em flagrante. Ele foi autuado pelos crimes de descumprimento de medida protetiva, ameaça e violência psicológica.

    Casos como esse demonstram a importância de denunciar qualquer tipo de violência doméstica. As medidas protetivas são uma ferramenta importante para garantir a segurança das vítimas, mas é fundamental que elas sejam cumpridas.

  • Mato Grosso reforça combate à violência contra idosos com criação de rede de proteção

    Mato Grosso reforça combate à violência contra idosos com criação de rede de proteção

    No dia 21 de setembro, o Estado de Mato Grosso comemora o Dia Estadual de Combate aos Maus-Tratos Contra o Idoso, conforme instituído pela Lei nº 8.951/2008.

    A data, além de prestar homenagem aos idosos, busca promover a conscientização da sociedade sobre os direitos e necessidades da terceira idade, enfatizando a importância do combate à violência e ao abandono.

    O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa de Mato Grosso (CEDEDIPI/MT), Isandir Resende, destaca que a luta contra os maus-tratos aos idosos é uma ação contínua, mas ganha mais visibilidade nesse dia. Ele ressalta que a criação da data é crucial para fortalecer o respeito aos idosos e incentivar o diálogo sobre a proteção de seus direitos.

    “É fundamental que nesta data específica possamos engajar a sociedade civil e reforçar que a proteção dos direitos dos idosos é uma responsabilidade coletiva. Isso envolve desde a implementação de políticas públicas, como o atendimento básico de saúde, até a construção de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), além da capacitação de profissionais e o combate a diferentes formas de violência, inclusive a financeira e física”, afirma Resende.

    Direitos dos idosos em Mato Grosso

    Promotor de Justiça destaca importância de políticas públicas para idosos em Mato Grosso
    Foto: Divulgação

    Para Isandir Resende, ainda há um grande desconhecimento sobre os direitos assegurados aos idosos, tanto entre cidadãos comuns quanto entre profissionais que atuam diretamente com essa população. Nesse contexto, ele destaca o papel do Conselho Estadual, que, desde 2020, trabalha em parceria com o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI) na implementação da Rede de Proteção da Pessoa Idosa (RENADIMT) em Mato Grosso.

    O esforço de mobilização ao longo dos últimos anos, segundo Resende, sensibilizou o Poder Judiciário e contou com o apoio de várias secretarias estaduais, como as de Segurança Pública, Saúde, Assistência Social e Cidadania (Setasc), além do Conselho Municipal de Cuiabá, na construção da Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa.

    Resende também lembra que negligência e abandono de idosos são crimes e violam gravemente os direitos humanos. Para combater essas práticas, ele enfatiza a importância da denúncia e da atuação conjunta entre sociedade, profissionais da saúde, assistência social e órgãos públicos. “Precisamos da participação ativa de todos, e a denúncia é uma ferramenta essencial para garantir justiça e proteção às vítimas”, afirma.

    Legislações e iniciativas de combate ao etarismo

    Além da Lei nº 8.951/2008, que criou o Dia Estadual de Combate aos Maus-Tratos Contra o Idoso, Mato Grosso conta com outras legislações que visam a proteção da população idosa.

    Entre elas, a Lei Ordinária nº 12.461/2024, do deputado Wilson Santos (PSD), que institui o Programa Estadual de Combate ao Etarismo, e a Lei Ordinária nº 12.452/2024, proposta por Eduardo Botelho (União Brasil), que estabelece o programa “Delegacia Itinerante” para facilitar o acesso da população idosa à justiça.

    Resende reforça que, embora comprovar maus-tratos contra os idosos possa ser desafiador, a coleta de provas sólidas é fundamental para fortalecer as denúncias e garantir a proteção das vítimas. Ele destaca a importância dos canais de denúncia, como os números 197, 181 e o Disque 100, e alerta que a maioria dos casos de violência ocorre dentro da própria família, abrangendo agressões físicas, psicológicas, sexuais, além de negligência e abandono.

  • Violência contra idosos cresce em Mato Grosso: necessidade urgente de Rede de Proteção

    Violência contra idosos cresce em Mato Grosso: necessidade urgente de Rede de Proteção

    Dados recentes da Secretaria Estadual de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) revelam um aumento alarmante nos crimes contra idosos com mais de 60 anos entre janeiro e maio de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esses números são um alerta crucial na semana em que o Ministério dos Direitos Humanos celebra, no dia 15 de junho, o Dia de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa.

    De janeiro a maio de 2024, das 21 tipificações de crimes contra idosos, 10 apresentaram aumento em relação ao ano passado. Destacam-se crimes como perseguição, que subiu 39%, tentativa de homicídio doloso, que dobrou, e assédio sexual, que aumentou 200%. Ameaça, injúria, lesão corporal, difamação, calúnia, perseguição e extorsão estão entre os crimes mais frequentemente denunciados à polícia.

    Diante dessa situação preocupante, a formalização de uma rede de atendimento aos casos de violência contra a pessoa idosa, com definição e padronização dos fluxos de trabalho, ainda é um grande desafio em Mato Grosso.

    Isandir Rezende, presidente do Conselho Estadual de Defesa de Direitos da Pessoa Idosa de Mato Grosso (Cededipi-MT), ressalta a importância da criação de uma rede de proteção, observando que atualmente as instituições muitas vezes atuam de forma descoordenada, especialmente em relação às denúncias feitas pelo Disque 100 do Governo Federal. “Uma mesma denúncia do Disque 100 é repassada para vários órgãos no estado, o que pode resultar no desencontro de informações para o atendimento à mesma vítima, gerando ineficiência e desperdício de recursos. É necessário que esse trabalho seja feito em rede, como acontece na área da infância. O Conselho Estadual da Pessoa Idosa, com o apoio da Secretaria de Assistência Social, Ministério Público e Defensoria Pública, está empenhado em formalizar essa rede”, explicou Rezende.

    Para o delegado Marcos Veloso, titular da Delegacia Especializada de Delitos Contra a Pessoa Idosa (DEDCPI) da capital, a criação dessa rede é crucial para apoiar e dar continuidade ao trabalho das forças policiais no combate à violência contra a pessoa idosa. “Uma estrutura coordenada e interligada é essencial para proporcionar o suporte necessário às operações de proteção e defesa dos direitos dos idosos. Temos observado um aumento nos casos. Neste mês, estamos realizando a Operação Virtude, coordenada pelo Ministério da Justiça em âmbito nacional, que aborda a violência contra a pessoa idosa. Em Cuiabá, a delegacia está investigando denúncias de violência contra idosos”, afirmou Veloso.

    O delegado também destacou que a criação da Rede de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa em Mato Grosso é essencial para proporcionar a devida atenção às vítimas. “Faz muito sentido ter uma rede para complementar nosso trabalho; para atender, amparar as vítimas, oferecer auxílio técnico, assistência de saúde e suporte psicológico. Sem essa rede, o cuidado com os idosos em situação de violência fica incompleto”, reforçou.

    “A implementação de uma rede de proteção integrada é urgente para enfrentar o crescente problema da violência contra idosos em Mato Grosso, garantindo que esses cidadãos recebam o cuidado e o apoio que merecem”, concluiu Isandir Rezende.

  • Aumento alarmante: 50 mil casos de violência contra idosos em 2023

    Aumento alarmante: 50 mil casos de violência contra idosos em 2023

    As ocorrências de agressões contra idosos tiveram aumento de quase 50 mil casos em 2023 na comparação com o ano anterior.

    De 2020 a 2023, as denúncias notificadas chegaram a 408.395 mil, das quais 21,6% ocorreram em 2020, 19,8% em 2021, 23,5% em 2022 e 35,1% no ano seguinte. Os números fazem parte da pesquisa Denúncias de Violência ao Idoso no Período de 2020 a 2023 na Perspectiva Bioética. A pesquisa resultou em artigo publicado em parceria pelas professoras Alessandra Camacho, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Programa Acadêmico em Ciências do Cuidado da UFF, e Célia Caldas, da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

    Para traçar o perfil dos idosos, foram analisadas diversas variáveis além da faixa etária, como região do país, raça e cor, sexo, grau de instrução, relação entre suspeito e vítima, e o contexto em que a violação ocorreu.

    O estudo analisou informações disponíveis no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, com base em denúncias de violência registradas de 2020 a 2023, de casos suspeitos ou confirmados contra pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Foram excluídas duplicatas de notificações referentes à mesma ocorrência.

    O aumento de casos em 2023 surpreendeu a professora Alessandra Camacho, que esperava por queda nos índices. Ela disse que, ao finalizar a coleta de dados, no fim de março, recebeu “com certa perplexidade” o resultado, que mostrou aumento significativo, principalmente em relação ao ano de 2023. “Como exemplo, em 2022, tivemos 95 mil denúncias, o que já era superior aos dados de 2021, e em 2023, mais de 143 mil denúncias.”

    Em entrevista à Agência Brasil, Alessandra destacou que a intenção, no início da pesquisa, era verificar os registros durante a pandemia de covid-19. Embora os números tenham sido relevantes naquele momento, houve avanço nas denúncias. “Os registros de aumento já vinham ocorrendo antes da pandemia. Durante a pandemia, foram maiores do que em 2019 e, depois disso, vêm aumentando progressivamente.”

    Segundo a pesquisadora, parte desse movimento tem origem no comportamento da sociedade. “As pessoas estão tendo coragem de denunciar. Quanto mais se divulgarem essas informações, mais as pessoas vão denunciando. Essa análise nos faz vivenciar algumas suposições importantes: a violência já acontecia, mas agora as pessoas, cientes dessa situação, porque são diversos tipos de violência, estão buscando os meios de denúncias seja em delegacias, seja na própria Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A sociedade precisa se conscientizar, e creio que isso está acontecendo”, afirmou.

    Alessandra ressaltou que hoje há facilidade para gravar e registrar essas situações, seja no âmbito residencial ou privado e até mesmo em casos de violência na rua. “Muitas pessoas têm vergonha e relatam isso, mas, ao mesmo tempo, vislumbro com a possibilidade de ampliar essa divulgação, já que as pessoas estão tendo coragem de denunciar.”

    De acordo com Alessandra, o Painel do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania já anotou 74.620 denúncias neste ano, o que indica aumento de casos em relação ao ano de 2023.

    A Região Sudeste foi a que registrou maior número de casos (53%) de 2020 a 2023. Em seguida, aparece a Região Nordeste (19,9%). “A Região Sudeste tem a maior concentração de idosos. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já vêm mostrando isso de maneira bem notória. O Sudeste teve no período do estudo (2020-2023) mais de 50% de denúncias em relação ao país inteiro”, completou.

    Vulnerabilidade

    Para a professora Alessandra Camacho, a vulnerabilidade dos idosos é um fator de associação entre a idade avançada e o maior percentual de denúncias de violência relacionado às pessoas de 80 anos ou mais.

    Conforme a pesquisa, o percentual máximo dos casos (34%) foi registrado em 2023. “É importante destacar o risco de violência para pessoas de 80 anos ou mais, que são as mais vulneráveis em termos de problemas físicos, e é preciso também atentar para esse dado, que podemos tentar atenuar dando uma rede de suporte e apoio à família”, disse a professora, lembrando que é uma faixa etária que demanda mais cuidados e e serviços.

    Nas questões de gênero, as mulheres são mais suscetíveis à violência, uma consequência da desigualdade, intensificada com o envelhecimento. No período de 2020 a 2023, o sexo feminino respondeu por mais de 67% das denúncias notificadas. O número inclui aumento percentual no ano de 2022 equivalente a quase 70% dos casos registrados. “Esse também é um dado relevante porque as mulheres alcançaram um quantitativo de mais de 60% no período estudado, e isso se repetiu em 2024, o que só vem confirmar que a mulher tem também situação de vulnerabilidade”, afirmou a professora, que defende políticas públicas para essa parcela da população.

    Raça e cor

    A população branca foi a mais atingida, com as ocorrências apresentando crescimento ao longo dos anos. A segunda maior parcela foi a dos pardos, que também mostrou tendência de aumento no período analisado. Conforme a pesquisa, há estudos que indicam tendência de minimizar casos de violência no comportamento de pardos e negros, possivelmente, por conta de experiências anteriores semelhantes.

    A professora chamou atenção para o fato de que, às vezes, quem faz a denúncia, dependendo da circunstância, não consegue evidenciar qual é a raça ou cor da vítima. “Alguns dados ainda são um pouco mascarados por causa das circunstâncias da pessoa que está denunciando. Há uma dificuldade no item não declarado também. Não se pode inferir qualquer tipo em detrimento da raça parda, preta, amarela, indígena porque não se sabe quais são os elementos circunstanciais que estão levando a essa pessoa a não efetivar a denúncia de maneira mais completa.”

    De acordo com a pesquisa, os casos de violência entre idosos ocorrem em diferentes graus de escolaridade e instrução, mas os analfabetos, ou têm ensino fundamental incompleto, são mais prejudicados pela falta de informação e os que sofrem mais ocorrências. Ainda neste item, o número de casos não declarados foi expressivo e teve no ano passado o seu percentual mais elevado (73,16%).

    Na maioria, os filhos são os suspeitos em casos declarados de violência contra idosos. No período pesquisado, eles representaram 47,78% em 2020, 47,07% em 2021, 50,25% em 2022 e 56,29% em 2023. O estudo revelou que a maior parte das denúncias e violações relatadas ocorreram na casa onde a vítima e o suspeito residem, tendo na sequência a casa da própria vítima.

    Medidas

    Alessandra ressaltou que é importante continuar com a análise anual das informações sobre violência contra idosos, bem como ampliar a divulgação do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e as políticas públicas destinadas a essa população, para mostrar que os canais de denúncia são eficientes. “Políticas de acolhimento, capacitação de profissionais que fazem acolhimento, não somente da área de saúde, mas um policial em uma delegacia, um profissional da área jurídica que está auxiliando no momento de uma denúncia, porque pode ser uma violência patrimonial em que o idoso está pode sofrer dano financeiro.”

    Uma forma mais direta de denunciar casos de violência contra idosos é o Disque Direitos Humanos – Disque 100, ou por meio de delegacias delegacias preparadas especialmente para atender essa parcela da população, além do Ministério Público, que também faz esse tipo de acolhimento.

    Em parceria com a Faculdade de Enfermagem da UERJ, a Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da UFF lançou uma cartilha informativa e educativa sobre violência contra idosos. Na publicação, é possível consultar a legislação brasileira sobre o tema, dados importantes e os tipos de violência que são praticados contra idosos. Quem estiver interessado pode acessar este link.

    A metodologia usada na pesquisa é baseada nas diretrizes do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology). Alessandra Camacho informou que a coleta de dados começou por volta de janeiro do ano passado e foi concluída

    Para dar mais visibilidade ao tema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu junho como mês da conscientização da violência contra a pessoa idosa.

    Edição: Nádia Franco

    — news —

  • Advogado é preso por cárcere privado e apropriação de bens da sogra em Sorriso

    Advogado é preso por cárcere privado e apropriação de bens da sogra em Sorriso

    Um advogado de 33 anos foi preso em flagrante na quarta-feira (27) por cárcere privado e apropriação de bens da sogra, uma idosa de 80 anos, em Sorriso (MT). A prisão ocorreu após investigações da Polícia Civil, que revelaram um esquema para dilapidar o patrimônio da vítima.

    O genro da vítima, que é advogado, controlava as lojas da idosa, administrava seus bens e medicamentos, e a mantinha em cárcere privado, impedindo-a de receber visitas de amigos e familiares. Além disso, ele induziu a idosa a assinar procurações que lhe davam plenos poderes para administrar seus negócios.

    As investigações iniciaram em janeiro deste ano, após denúncia anônima. Testemunhas relataram que a vítima era dopada com diversos medicamentos e que o advogado se apropriou de seus bens.

    Na quarta-feira (27), um neto da vítima foi impedido de visitá-la e apresentou à polícia um vídeo em que o filho da idosa questionava a visita. A equipe da Delegacia de Sorriso foi até a residência da vítima e prendeu o genro em flagrante. O filho da idosa fugiu, mas se comprometeu a se apresentar à delegacia.

    Esquema para dilapidar patrimônio

    O advogado se apropriava do patrimônio da idosa de forma articulada e documentada. Ele tinha as senhas dos seus cartões, administrava suas lojas e a obrigou a assinar procurações que lhe davam plenos poderes para gerir seus negócios.

    Outras irregularidades foram encontradas, como o arrendamento de uma terra da idosa por valor inferior ao real. O advogado também articulou um testamento público nomeando o filho da vítima como seu testamentário, com ele próprio como responsável por articular o documento.

    Medidas cautelares

    Após a prisão, o advogado foi liberado mediante fiança de R$ 150 mil e determinação de afastamento da casa e das lojas da vítima.

    As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos no esquema e garantir a segurança da vítima.

    Alerta para violência contra idosos

    A delegada titular da Delegacia de Sorriso, Jéssica de Assis, alerta para a violência contra idosos. “É importante que familiares e amigos fiquem atentos a sinais de violência e denunciem qualquer suspeita”, disse ela.

  • Aumento de violência contra idosos é tema do Caminhos da Reportagem

    Aumento de violência contra idosos é tema do Caminhos da Reportagem

    Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, o Disque 100, canal do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, recebeu 47 mil denúncias de violência contra idosos e registrou 282 mil violações de direitos, um aumento de 57% no número de denúncias e de 87% no de violações, em relação ao mesmo período do ano passado. 

    Em outubro de 2023, o Estatuto do Idoso completa 20 anos. Nessas duas décadas, o Brasil observou avanços em relação aos direitos dos idosos, como a prioridade no atendimento na fila do supermercado, do banco e em transportes públicos, além das vagas prioritárias para estacionar. Foi a primeira legislação que de fato passou a regular os direitos dos idosos. No entanto, ainda há muito o que fazer.

    Alexandre Kalache, gerontólogo e presidente do Centro Internacional da Longevidade, alerta que o Brasil não está preparado para o rápido envelhecimento observado no país. Ele ressalta que, hoje em dia, o Brasil tem em torno de 15% da população com mais de 60 anos. Em 2050, serão mais de 30%. “Nós vamos sair de uma população de cerca de 33 milhões para, daqui 27 anos, nós temos 68 milhões de pessoas idosas”.

    Monize Marques, juíza e coordenadora da Central Judicial do Idoso do TJDFT (CJI – Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), afirma que o país precisa de políticas públicas fortes para lidar com os desafios que se apresentarão. “O Brasil ainda não está preparado para circunstâncias que o envelhecimento traz, não somente no contexto doméstico, mas também no contexto social. A gente está falando de um mercado de trabalho para pessoas idosas, de programas específicos de saúde para que os hospitais tenham condições de oferecer uma maior dignidade e proteção, e também de assistência social, de instituições de longa permanência. São diversas circunstâncias que envolvem o envelhecimento e que exigem do Estado uma política pública bastante consistente”.

    Além desses desafios, existe uma questão dramática: a violência contra os idosos. Dados da CJI mostram que a maior parte das violências é perpetrada por familiares próximos. Monize Marques afirma que existe uma vítima padrão. “Uma mulher idosa que tem entre 60 e 69 anos e sofre violência por parte dos seus filhos. No âmbito da Central Judicial do Idoso, os dados revelam que 66% das violências são praticadas por filhos”.

    Demétrius França, psicólogo e doutor em Psicologia Clínica, ressalta as dificuldades que os idosos enfrentam para denunciar. “Se você é o cuidador primário daquela pessoa, ela reconhece isso e ela sente uma necessidade de lealdade com você. E aí a gente fica entre a cruz e a espada. Porque se o seu cuidador é a pessoa que de alguma forma te maltrata, te agride ou abusa de você financeiramente… Como se defender dessa pessoa?

    O programa “Respeitem os meus cabelos brancos”, da série Caminhos da Reportagem, explora a questão das diversas violências praticadas contra idosos e reflete sobre a necessidade de a população brasileira olhar com mais atenção e amorosidade para os idosos, grupo que será cada vez maior na pirâmide social do país. O programa vai ao ar às 22 horas na TV Brasil.

    Edição: Carolina Pimentel

  • Policiais civis deflagram operação de combate a crime contra idosos

    Policiais civis deflagram operação de combate a crime contra idosos

    Policiais civis de todas as unidades federativas participam hoje (22) da 3ª edição da Operação Vetus, de prevenção e repressão à violência praticada contra idosos. A operação é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança pública (MJ) e conta com a ajuda de delegacias especializadas de proteção ao idoso, das secretarias de Segurança Pública; da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH) e da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.

    Entre as ações, que serão implementadas até amanhã (23), estão as de apuração de denúncias, diligências, atendimento às vítimas, ações educativas e fiscalização em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs); procedimentos policiais e levantamentos de inteligência, como instauração e conclusão de inquéritos, representações judiciais, levantamento de alvos e de mandados, entre outros.

    Segundo o ministério, estão sendo cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. Também há atendimentos a solicitações de medidas protetivas de urgência.

    O Ministério da Justiça lembra que denúncias contra esse tipo de prática podem ser feitas por meio do Disque 100 ou pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil.

    “Qualquer pessoa pode procurar delegacias especializadas na proteção ao idoso. Caso a cidade não tenha delegacia especializada, é possível procurar qualquer delegacia. Também é possível procurar os conselhos estaduais ou municipais dos Direitos da Pessoa Idosa, ou ainda, o Ministério Público mais próximo da sua residência”, informa o ministério.

    Segundo a pasta, 31,2 mil idosos vítimas de violência foram atendidas nas duas edições anteriores da Operação Vetus. Também foram registradas 29,2 mil denúncias, o que resultou em 985 pessoas presas. Cerca de 9 mil policiais participaram das operações em 2020 e 2021.

    Cartilha

    De acordo com a Cartilha de combate à violência contra a pessoa idosa, de 2020, publicada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), a violência contra os idosos pode ocorrer de “forma visível”, resultando em mortes ou lesões; ou “invisível”, quando, apesar de não machucar o corpo, “provoca sofrimento, desesperança, depressão e medo”.

    A violência pode ser classificada como física, psicológica, negligência, institucional, abuso financeiro, patrimonial, sexual e discriminação:

    Violência física – na maioria das vezes ocorre dentro da casa do idoso (a) e é provocada por pessoas próximas, como filhos, cônjuge, netos, cuidadores, dentre outras. Em geral, são agressões, tapas, pontapés, beliscões e empurrões.

    Violência psicológica – se constitui de agressões verbais, menosprezo, desprezo ou qualquer ação que traga sofrimento emocional, como humilhação, afastamento do convívio familiar ou restrição à liberdade de expressão.

    Negligência – recusa ou omissão de cuidados. Se manifesta com frequência tanto no seio familiar como em instituições que prestam serviços de cuidados e acolhimento a pessoas idosas.

    Violência institucional – qualquer tipo de violência exercida dentro do ambiente institucional (público ou privado). As instituições podem cometer esse tipo de negligência por meio de ações desatenciosas ou omissivas por parte de funcionários.

    Abuso financeiro – exploração ilegal ou uso não consentido pela pessoa idosa de seus recursos financeiros. Normalmente, o violador se apropria indevidamente do dinheiro, cartões bancários e utiliza os valores com finalidades que não sejam a promoção do cuidado.

    Violência patrimonial – qualquer prática ilícita que comprometa o patrimônio do idoso, como forçá-lo a assinar um documento sem lhe ser explicado para que fins é destinado, alterações em seu testamento, fazer uma procuração ou ultrapassar os poderes de mandato, antecipação de herança ou venda de bens móveis e imóveis sem o consentimento espontâneo do idoso, falsificação de assinatura, etc.

    Violência sexual – ato sexual utilizando pessoas idosas, que visa obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas, através de coação com violência física ou ameaças.

    Discriminação – comportamentos discriminatórios, ofensivos, desrespeitosos em relação à condição física característica de uma pessoa idosa, desvalorizando e inferiorizando-a simplesmente por sua condição.

  • Combate ao desmatamento ilegal será ampliado, diz ministro da Justiça

    Combate ao desmatamento ilegal será ampliado, diz ministro da Justiça

    Inicialmente voltada para o combate a incêndios florestais, a Operação Guardiões do Bioma será ampliada para combater o desmatamento ilegal, disse hoje (23) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Em entrevista à Voz do Brasil, ele anunciou o reforço no efetivo da operação, que buscará reprimir os crimes ambientais nos biomas da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal por meio da articulação entre órgãos locais e nacionais.

    Sem detalhar em quanto será ampliado o número de agentes (policiais militares, bombeiros e policiais federais), o ministro disse que a operação buscará responsabilizar e punir quem destrói o meio ambiente e acabar com as organizações criminosas, em parceria com a Polícia Federal. “Isso é muito importante, não só o trabalho preventivo, mas também o trabalho repressivo com investigação e com responsabilização dos autores desses crimes”, declarou.

    O ministro apresentou estatísticas sobre a Operação Bioma, que começou em agosto. Segundo Torres, desde o início da operação, foram controlados 17 mil focos de incêndio na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, com o envolvimento de cerca de 8 mil bombeiros e policiais militares. Até agora, foram gastos R$ 60 milhões com a operação. “Pudemos realmente fazer um combate preventivo que diminuiu muito o número de queimadas e o reflexo dessas queimadas em nossos biomas”, afirmou.

    Enem

    Em relação à edição de 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja primeira etapa foi aplicada no último domingo (21), Torres disse que a não ocorrência de fraudes foi resultado do trabalho da Secretaria de Operações Integradas, que coordena em nível nacional a escolta das provas para impedir vazamentos. Todo o processo é acompanhado pelos Ministérios da Justiça e da Educação, pela Polícia Federal e pelas polícias estaduais.

    Por meio do Centro Integrado de Comando e Controle Nacional, que integra os trabalhos dos órgãos de segurança (locais e nacionais), as forças de segurança coordenam as operações em nível nacional. “Ali, a gente tem contato com as pessoas e pode acessar imediatamente qualquer problema que envolva qualquer agência. Fica fácil de atender isso, de disparar qualquer meio necessário em qualquer lugar do Brasil. Isso facilita muito o trabalho e possibilita coordenar essas grandes operações num país continental como o nosso”, disse.

    Crime organizado

    O ministro ressaltou que a articulação entre as forças de segurança e a integração entre o governo federal e os estados também têm sido usada no enfrentamento ao crime organizado. Segundo Anderson Torres, desde o início do governo, o Fundo Nacional de Segurança Pública repassou R$ 2,2 bilhões aos estados para investimentos em tecnologia, em veículos e no treinamento das polícias. Na avaliação do ministro, o governo federal consegue executar operações integradas simultâneas, em todo o Brasil, com as 27 Polícias Civis e Militares.

    Torres citou operações recentes, como a Operação Égide, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, que em dois meses prendeu mais de 3 mil pessoas e confiscou mais de 70 toneladas de drogas e mais de R$ 1 milhão nas rodovias do estado do Rio de Janeiro. A Operação Narco Brasil, a maior ação de combate ao narcotráfico realizada no país, apreendeu mais de 4 mil armas apreendidas, confiscou mais de R$ 6 milhões em bens e mais de 530 toneladas de drogas. No Nordeste, a Operação Cangalha prendeu mais de 1,5 mil membros de grupos criminosos em dois meses.

    Segundo o ministro, a atual estratégia de combate ao crime organizado prevê o estrangulamento financeiro dos grupos criminosos, por meio da apreensão de bens e da realização de leilões. “Isso que a gente fala que é descapitalizar o crime, dar prejuízo para o crime. Trazer esses bens do crime organizado, leiloar e usar os recursos no combate ao crime”, destacou.

    Apenas neste ano, disse Torres, o governo promoveu cerca de 200 leilões de bens apreendidos, como veículos, barcos e fazendas, que renderam mais R$ 250 milhões para os cofres públicos, contra uma média de seis leilões por ano em governos anteriores. “A gente utiliza o que tem de utilizar, vende o resto e compra armamento, investe na polícia, descentraliza os recursos”, explicou.

    Fronteiras

    Em relação às fronteiras, o ministro da Justiça e Segurança Pública informou que o governo também busca integrar os órgãos federais e estaduais na vigilância de 16,7 mil quilómetros de fronteira seca. Torres citou a Operação Vigia, que envolve não apenas forças de segurança, mas órgãos como Receita Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

    Sobre a política de acolhimento aos imigrantes, o ministro destacou que a Operação Acolhida recebe venezuelanos que chegam a Roraima. Em parceria com o Ministério da Defesa, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, o Ministério da Justiça e Segurança Pública participa da distribuição dos imigrantes pelo país. Torres também destacou a concessão de vistos humanitários temporários para refugiados afegãos, acolhendo algumas juízas mulheres daquele país.

    Idosos e mulheres

    Segundo o ministro, o combate à violência contra mulheres e idosos é uma das prioridades da pasta. A Operação Vetus 2, que começou em 15 de outubro e teve o resultado divulgado na semana passada, atendeu mais de 17 mil idosos em 35 dias, o que equivale a 480 casos diários de violência contra idosos. A operação resgatou 167 vítimas e prendeu mais de 400 pessoas por abandono de incapaz, maus tratos, tortura e apropriação indébita.

    No combate à violência contra a mulher, a Operação Maria da Penha, disse o ministro, prendeu mais de 14 mil pessoas acusadas de violência doméstica e atendeu mais de 120 mil mulheres vítimas do descumprimento de medidas protetivas. A pasta está discutindo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos a elaboração de uma estratégia nacional de combate à violência doméstica.

    Consumidores

    Anderson Torres também citou o trabalho da Secretaria de Defesa do Consumidor, que elaborou uma lista de dicas para o consumidor não cair em fraudes na Black Friday. Sobre a Força Nacional de Segurança Pública, o ministro lembrou que os policiais têm contribuído com a Operação Guardiões do Bioma e com crises no sistema penitenciário. “É o braço armado do Ministério da Justiça que atua muito nessas ações específicas, quando o governo federal é chamado para ajudar”, declarou.

    Assista, na íntegra, A Voz do Brasil: