Tag: violência contra a mulher

  • Funcionária do Ganha Tempo é vítima de importunação sexual por colega de trabalho em Rondonópolis

    Funcionária do Ganha Tempo é vítima de importunação sexual por colega de trabalho em Rondonópolis

    Na manhã dessa terça-feira (21), uma servidora municipal, foi vítima de importunação sexual por um colega de trabalho terceirizado no Ganha Tempo de Rondonópolis-MT. O crime aconteceu por volta das 11h, quando a vítima, que estava em estado de choque, acionou a Polícia Militar através do 190.

    Segundo o relato da vítima,  o suspeito a abordou e a apalpou de forma inapropriada, sem o seu consentimento. Além disso, ele teria proferido palavras eróticas, causando grande constrangimento e humilhação à vítima.

    A servidora ainda relatou que esta não foi a primeira vez que sofreu assédio por parte do suspeito. Na semana anterior, ele a teria chamado de “gostosa” e feito outros comentários de cunho sexual.

    A mulher também informou que, devido a um trauma de estupro que sofreu em 2020, o assédio a afetou ainda mais, levando-a a vomitar e desmaiar duas vezes.

    Outra funcionária do Ganha Tempo, também relatou ter sido vítima de importunação sexual pelo colega de trabalho, com o mesmo modus operandi: palavras de cunho sexual e carícias inapropriadas.

    Quando a Polícia Militar chegou ao local, o suspeito já havia se ausentado para o almoço. As viaturas realizaram diligências e o localizaram no retorno ao local de trabalho. O suspeito foi detido e encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia sem o uso de algemas e sem apresentar lesões corporais.

    Este caso é um triste lembrete da necessidade de combater o assédio sexual em todas as suas formas.

    As mulheres não podem se sentir ameaçadas ou coagidas em seus ambientes de trabalho.

    É fundamental que as vítimas denunciem esses crimes para que os autores sejam punidos e para que medidas sejam tomadas para prevenir que novas mulheres sejam vítimas.

  • A cada 8 minutos, uma mulher é vítima de estupro no país

    A cada 8 minutos, uma mulher é vítima de estupro no país

    Em 2022, foram registradas 67.626 ocorrências de estupros em mulheres no Brasil. “Isso equivale a, aproximadamente, um estupro a cada 8 minutos no país”, descreve a edição deste ano do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), lançado hoje (24), em Brasília, pelo Ministério das Mulheres.

    Conforme o documento, o Sudeste, região mais populosa do país, teve o maior número de ocorrências de estupro, somando 22.917 casos. Em seguida, ficou a Região Sul, com 14.812 ocorrências. No Nordeste, foram registrados 14.165 estupros; no Norte, 8.060 casos; e no Centro-Oeste, 7.672 episódios desse tipo de violência.

    O Raseam faz a compilação de estatísticas de pesquisas e registros administrativos de diferentes fontes. Os dados sobre estupro das mulheres, por exemplo, são do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O relatório também utiliza de informações produzidas do Ministério da Saúde, dos Esportes, da Justiça Eleitoral, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaI (BGE).

    Os dados de diferentes fontes podem ter complementariedade. Sobre o estupro, a Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Contínua, do IBGE, sugere que a alta ocorrência dessa forma de violência contra as mulheres está refletida na percepção de risco. Uma em cada cinco mulheres entrevistadas em 2021 relatou sentir “risco médio ou alto de ser vítima de agressão sexual.”

    O relatório assinala que “a violência contra as mulheres é uma instituição social, que funciona como um mecanismo mantenedor de relações sociais de dominação e exploração.” Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, contabilizados nos atendimentos ambulatoriais e hospitalares, somaram 344.242 registros de violência sexual, doméstica e outras formas de violência. Sete de cada dez desses episódios ocorreram contra as mulheres.

    Agressão

    As estatísticas da Saúde ainda revelam que o principal local de agressão contra mulheres adultas, de 20 a 59 anos de idade, naquele ano foi a própria residência: 73% dos episódios, contra 14,5% de ocorrências em vias públicas e 3,2% em bares e restaurantes.

    Quanto à situação conjugal, 44,7% das mulheres vítimas de violência na mesma faixa etária eram solteiras; 42,4% estavam casadas; e 10,6% eram solteiras. Os homens foram “os principais agressores de mulheres” nos registros do Sinan. “No ano de 2022, em 77,2% dos casos registrados, os agressores eram do sexo masculino”, revela o documento.

    Mulheres negras

    O Censo Populacional de 2022 verificou que o maior grupo do Brasil, cruzando cor e gênero, é composto por mulheres negras (pardas e pretas), 54,5%. Elas também formam o grupo mais exposto à violência sexual, doméstica e outras formas de violência. Dados da Saúde mostram que, naquele ano, 47,9% das vítimas eram negras e 11,9% eram pretas – um total de 59,8%. Mais de 38% das mulheres agredidas eram brancas e quase 1% delas eram indígenas.

    A taxa de mortalidade por assassinato de mulheres em 2022 foi de 3,2 casos por cem mil habitantes. O grupo etário mais exposto a homicídio são mulheres jovens, de 20 a 24 anos – 6,4 mortes por cem mil habitantes. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (Ministério da Saúde), 66,7% das vítimas eram negras – 60,3%, pardas; e 6,4% pretas. O total registrado das mulheres negras foi mais que o dobro das brancas: 32%.

    O Relatório Anual Socioeconômico da Mulher traz 270 indicadores em sete eixos temáticos. Além dos dados relativos ao eixo temático “enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres”, o estudo mostra que as mulheres negras enfrentam condições mais adversas que as mulheres brancas e os homens de todas as cores em outras situações, como por exemplo no mercado de trabalho.

    Força de trabalho feminina

    Quase 54% das mulheres e meninas brancas (14 anos ou mais) participavam do mercado de trabalho em 2022, e entre as mulheres pretas ou pardas a taxa era de 51,3% (dados da Pnad Contínua). A taxa de participação da força de trabalho feminina foi de 52,5%, enquanto a dos homens foi de 71,9%.

    A taxa de informalidade foi maior entre mulheres e meninas pretas ou pardas: 42,8% contra 32,6% das mulheres e meninas brancas. Como consequência, o rendimento do trabalho também revela discrepâncias, conforme o relatório do Ministério das Mulheres.

    “Mesmo quando as mulheres estão ocupadas no mercado de trabalho, as desigualdades aparecem em sua menor remuneração. O rendimento-hora médio das mulheres era de R$ 16 no segundo trimestre de 2022, abaixo do estimado para os homens, de R$ 18. Homens brancos ganhavam em média R$ 23 por hora, e as mulheres brancas, R$ 19. Na comparação entre homens e mulheres de cor preta ou parda, a diferença era um pouco menor, R$ 2 por hora em média.”

    A Lei 14.611/2023, estabelece que “a igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens para a realização de trabalho de igual valor ou no exercício da mesma função é obrigatória.” A norma prevê que na hipótese de discriminação por motivo de sexo e raça – assim como etnia, origem ou idade – caberá o pagamento das diferenças salariais devidas à pessoa discriminada, além de indenização por danos morais.

    A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) ingressaram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei 14.611/2023.

    Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, presente ao lançamento do relatório, buscar a igualdade entre homens e mulheres faz parte do “processo civilizatório.”Se queremos democracia em um país civilizado, nós precisamos ter democracia, nós precisamos ter igualdade e nós precisamos ter justiça social”, disse a ministra.

    Edição: Maria Claudia

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  • Senado aprova plano para combate integrado à violência contra a mulher

    Senado aprova plano para combate integrado à violência contra a mulher

    O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (9), o Projeto de Lei 501/2019, que prevê a criação de um plano de metas de estados, Distrito Federal e municípios para o enfrentamento integrado da violência contra a mulher. A proposta também determina a criação da Rede Estadual de Enfrentamento da Violência contra a Mulher e da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência.

    As metas deverão conter ações necessárias para a prevenção da violência contra a mulher e a atenção humanizada para quem estiver em situação de violência, bem como aos seus dependentes.

    De acordo com a senadora Janaína Farias (PT-CE), que apresentou o parecer em plenário, a matéria busca aperfeiçoar o cumprimento das normas protetivas, articulando o acesso dos estados e municípios aos recursos federais destinados a políticas de segurança pública e direitos humanos. Segundo Janaína, o projeto contribui para a proteção das mulheres ao definir mais detalhadamente as atribuições de cada ente público responsável pela efetivação das medidas preconizadas na legislação.

    “Dessa forma, a União contribui para o cumprimento do dever do Estado e, portanto, de todos os entes federados, de criar mecanismos de proteção à vida das meninas e mulheres deste país, meninas e mulheres que já deram um basta ao medo e, hoje, exigem do poder público a adoção de rápidas e efetivas medidas capazes de lhes garantir a integridade dos seus direitos humanos, em especial ao direito de viver uma vida digna, livre de qualquer tipo de violência”, avalia.

    A matéria, já aprovada pela Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Por ter tido alterações, a matéria retorna para apreciação na Câmara.

    Edição: Nádia Franco

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  • Mulher é baleada pelo marido em tentativa de feminicídio em fazenda no interior de Mato Grosso

    Mulher é baleada pelo marido em tentativa de feminicídio em fazenda no interior de Mato Grosso

    Uma mulher de 25 anos foi vítima de tentativa de feminicídio na tarde deste domingo (31) em uma fazenda, no município de Rosário Oeste (MT).

    Segundo a Polícia Militar, a vítima foi baleada no tórax pelo marido, após uma discussão por ciúmes. O suspeito fugiu do local em um Fiat Uno prata, de modelo antigo, e ainda não foi localizado.

    A vítima foi socorrida por vizinhos e encaminhada para o Hospital Amparo. Devido à gravidade do estado de saúde, ela foi transferida para o Pronto Socorro de Cuiabá.

    A Polícia Militar realizou rondas na região da fazenda, mas não conseguiu encontrar o suspeito. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio e a investigação está em andamento.

    Detalhes do crime

    A vítima e o suspeito estavam em casa quando iniciaram uma discussão por ciúmes. O suspeito ameaçou a vítima de morte e, em seguida, atirou contra ela com uma espingarda.

    O tiro atingiu o tórax da vítima, próximo a um órgão vital. A vítima foi socorrida por vizinhos e encaminhada para o hospital. O suspeito fugiu do local em um Fiat Uno prata, de modelo antigo.

    Investigação

    A Polícia Militar está realizando rondas na região para tentar localizar o suspeito.

    O caso foi registrado como tentativa de feminicídio e a investigação está em andamento.

    Feminicídio

    O feminicídio é o crime de ódio contra a mulher, motivado por razões da condição de sexo feminino.

    A Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) tipifica o crime como hediondo e prevê penas mais severas para os autores.

    Em caso de violência contra a mulher, é importante denunciar o crime às autoridades.

  • Funcionário de distribuidora é preso por roubar, estuprar e matar idosa em Cuiabá

    Funcionário de distribuidora é preso por roubar, estuprar e matar idosa em Cuiabá

    Um homem de 34 anos foi preso em flagrante na madrugada desta sexta-feira (29) por roubar, estuprar e matar a idosa Horaide Bueno Stringuini, de 84 anos, em Cuiabá. O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (28).

    De acordo com a Polícia Civil, o suspeito era funcionário de uma distribuidora de gás que fica ao lado da casa da vítima. Ele confessou o crime e disse que invadiu a casa para roubar o celular da idosa e dinheiro para comprar drogas e bebida alcoólica.

    O delegado Nilson Farias, responsável pelo caso, informou que o suspeito disse que também estuprou a idosa, a esfaqueou e depois fugiu pulando o muro.

    O corpo de Horaide foi encontrado no final da manhã de quinta-feira (28). A vítima estava sobre a cama, seminua, com sinais de violência sexual e duas perfurações no tórax, causadas por uma faca. A arma usada no crime foi encontrada em um terreno ao lado da casa da vítima.

    Familiares de Horaide informaram que ela morava sozinha na casa.

    Investigação

    A investigação começou com a análise das imagens das câmeras de segurança da distribuidora de gás. Na gravação, foi possível ver o momento em que o suspeito pulou o muro da casa da idosa.

    Com a identificação do autor do crime, os policiais o localizaram e o prenderam em flagrante.

    O suspeito confessou o crime e deve ser indiciado por roubo qualificado, estupro com resultado morte e homicídio qualificado pelo motivo fútil, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio.

  • Homem é indiciado por feminicídio majorado, ocultação de cadáver e estupro de ex-companheira em Diamantino

    Homem é indiciado por feminicídio majorado, ocultação de cadáver e estupro de ex-companheira em Diamantino

    A Delegacia da Polícia Civil de Diamantino (MT) concluiu o inquérito e indiciou um homem de 25 anos, por três crimes: feminicídio majorado, ocultação de cadáver e estupro. O crime brutal aconteceu na primeira quinzena de março e vitimou Lorrane Cristina Silva de Lima, ex-companheira.

    Homem é indiciado por feminicídio majorado, ocultação de cadáver e estupro de ex-companheira em Diamantino

    Lorrane foi morta pelo ex-parceiro e seu corpo encontrado no dia 13 de março. A vítima foi encontrada após a polícia ir à casa da vítima para averigar o motivo dos filhos dela terem faltado dois dias seguidos às aulas. A diretora da escola estranhou a situação e foi até a residência, quando um dos filhos de Lorrane falou com a professora, de dentro da casa, e disse que a mãe estava dormindo e o padrasto havia saído para comprar remédio e deixou os menores trancados na casa, sem a chave do portão.

    Aos policiais, as crianças, de 5 e 7 anos, falaram que estavam bem, porém, foi percebido que a situação não era normal. Os policiais então pularam o muro e entraram na casa, quando sentiram um mau cheiro vindo de um dos quartos. A vítima estava no chão, sem vida, com uma faca ao lado do corpo.

    Prisão e histórico de violência

    O autor do feminicídio foi preso no dia 19 de março, na cidade de Rurópolis, no Pará. Ele foi localizado em uma rodoviária e confessou o crime, alegando que queria usar a digital da vítima para desbloquear o celular dela.

    O criminoso tinha um registro anterior de violência contra a mulher. Em abril de 2022, ele foi denunciado por perseguição por outra ex-companheira. A vítima requereu medida protetiva e relatou que teve uma convivência conturbada com o agressor durante dois anos, que não aceitava o fim da relação e a perseguia constantemente.

    Indiciamento e agravantes

    O delegado de Diamantino, Marcos Martins Bruzzi, explica que o crime foi qualificado como feminicídio majorado porque foi cometido na frente dos filhos da vítima. A perícia também constatou que marido cometeu estupro contra Lorrane. “Ele também foi indiciado pelo crime de ocultação de cadáver, pois trancou a residência e isolou o corpo da vítima”, acrescenta o delegado.

    O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário nesta terça-feira (26). A Polícia Civil espera que a Justiça seja feita e que o caso sirva de exemplo para que outras mulheres não precisem passar por tamanha violência.

    Repúdio e comoção

    A comunidade de Diamantino está chocada e comovida com a brutalidade do crime. A morte de Lorrane reforça a necessidade de medidas urgentes para combater a violência contra a mulher.

  • Homem que estuprou e roubou idosa em Tangará é preso após 14 dias

    Homem que estuprou e roubou idosa em Tangará é preso após 14 dias

    Um homem de 34 anos foi preso no último domingo (24) em Tangará da Serra, Mato Grosso, acusado de violentar e roubar uma idosa de 68 anos. O crime aconteceu no dia 10 de março e, após 14 dias de investigação, a equipe da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) conseguiu identificar e capturar o suspeito.

    Segundo informações da Polícia Civil, o homem invadiu a casa da vítima durante a noite e, mediante violência física e ameaças, a obrigou a realizar transferências bancárias. Em seguida, ele a violentou sexualmente.

    A equipe da DEDM, sob o comando do delegado Igor Sasaki, iniciou uma investigação qualificada e, após análise de imagens de câmeras de segurança e outras diligências, conseguiu identificar o autor do crime.

    O suspeito, que estava em liberdade condicional após cumprir pena de nove anos por crime semelhante, foi localizado em uma residência no bairro Jardim Mirante. Contra ele, foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão.

    Após a prisão, o homem foi encaminhado à DEDM de Tangará da Serra para as providências cabíveis e colocado à disposição da Justiça.

    A delegada titular da DEDM, Ana Paula de Oliveira, destacou a rápida atuação da equipe na investigação e prisão do suspeito. “Este caso demonstra o nosso compromisso com a proteção das mulheres e a punição dos autores de crimes de violência”, afirmou.

    A delegada também ressaltou a importância da denúncia para que crimes como este sejam combatidos. “É fundamental que as vítimas de violência procurem a Polícia Civil para que os autores sejam responsabilizados”, disse.

    O caso gerou grande repercussão na comunidade de Tangará da Serra. A prisão do suspeito foi recebida com alívio pela população, que se solidarizou com a vítima.

    Medidas de proteção à vítima

    A vítima está recebendo acompanhamento psicológico e social por meio da equipe da DEDM. A Polícia Civil também está tomando medidas para garantir sua segurança.

  • Governo lança plano de prevenção e combate à violência contra a mulher

    Governo lança plano de prevenção e combate à violência contra a mulher

    O Ministério das Mulheres lançou nesta terça-feira (19) o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios. As ações fazem parte das comemorações do Março das Mulheres: o #BrasilporElas no enfrentamento à misoginia e na promoção da igualdade.

    O objetivo do plano é prevenir mortes violentas de mulheres por questão de gênero e, também, garantir os direitos e o acesso à justiça para todas as que se encontram em situação de violência e também para suas famílias.

    Durante a cerimônia de lançamento, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que elas foram as que mais sofreram com o fascismo implantado no Brasil nos últimos anos. “Nossos corpos, nossas vidas e nossas conquistas foram jogados [fora]. E construir casas do Minha Casa Minha Vida é mais fácil que construir costumes, valores, comportamentos, esperança e dignidade. E, por isso, é muito mais difícil. Enquanto fazemos isso, eles continuam pregando o ódio e a violência.”

    Sob a coordenação do Ministério das Mulheres, o Plano de Ação do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios contará com interação da Casa Civil da Presidência da República e dos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania; da Educação; da Saúde; da Justiça e Segurança Pública; dos Povos Indígenas; da Igualdade Racial; do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome; da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e do Planejamento e Orçamento.

    A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que a eliminação do feminicídio deve ser para toda a população, assim como a reversão de todas as formas de violência contra mulheres e meninas no país, mas que é preciso perceber o impacto do racismo. “Para realidades distintas, focos específicos devem ser observados nas políticas. As pautas de gênero e raça perpassam todas as ações.

    “A história do Brasil tem que afirmar que foram as mulheres negras que pariram esse país. A mãe gentil dos filhos deste solo cantada no Hino Nacional é uma mãe negra e avós e bisavós negras, em um fio que não se encerra”, afirmou Anielle Franco, em referência à deputada federal Benedita da Silva (PT–RJ).

    As mulheres indígenas foram representadas pela secretária nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ceiça Pitaguary. Para Ceiça, é importante fomentar iniciativas socioeconômicas que fortalecem saberes e práticas tradicionais dos povos indígenas, a partir do fortalecimento e da gestão de coletivos de mulheres indígenas, combater o feminicídio e erradicar a violência e a discriminação contra elas.

    “[É preciso] fortalecer as mulheres indígenas através de informações sobre seus direitos, oportunidades de estudo nas instituições de ensino superior e diversos espaços da sociedade e na gestão ambiental de seus territórios, proporcionando condições para que alcancem sua autonomia econômica e política respeitando suas especificidades culturais.

    Eixos

    O plano de ação terá R$ 2,5 bilhões em recursos para desenvolver 73 medidas, distribuídas em dois eixos: estruturante e o transversal. O primeiro é composto pelas três formas de prevenção à violência contra mulheres: primária, secundária e terciária.

    A primeira parte pretende evitar a violência por meio da mudança de crenças e comportamentos para eliminar os estereótipos, promover a cultura de respeito e não tolerância à discriminação, por exemplo, com a formação de mulheres líderes comunitárias e realização de oficinas de escuta nacional com mulheres.

    O segundo momento de prevenção à violência inclui ações para intervir precocemente a fim de evitar a repetição e o agravamento da violência de gênero, como repasses financeiros a serviços de acolhimento provisório de mulheres ameaçadas de violência doméstica e familiar ou em situação de risco de morte.

    Na terceira etapa da fase preventiva, o objetivo é diminuir os efeitos da violência e promover a garantia de direitos e de acesso à justiça e a direitos como saúde, educação, segurança, justiça, trabalho, entre outros.

    Já o eixo transversal é dividido em produção de dados, entre os quais, a ampliação de notificações de violência de gênero; conhecimento, por meio da realização de pesquisas e diagnósticos; e redação de documentos e normas.

    Edição: Nádia Franco

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  • Manifestação em Brasília pelo Dia da Mulher alerta para violências

    Manifestação em Brasília pelo Dia da Mulher alerta para violências

    Nas mãos, ela puxa um carrinho que transporta o isopor com bebidas para vender. Um boné na cabeça ajuda a proteger do sol no centro de Brasília, na tarde desta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. A rotina da ambulante Rita Aquino, de 63 anos de idade, de domingo a domingo, é tentar vender água e refrigerante.

    “Estou empurrando o carrinho para tentar um dia a aposentadoria. Mas todos os dias sou desrespeitada. Acho que porque sou mulher e idosa. No ônibus, nas ruas, em todo lugar”, reclama.

    No caminho das vendas, ela se depara com uma manifestação de mulheres, na Praça Zumbi dos Palmares – líder quilombola assassinado em 1695. Ela para um pouco e olha. “É isso mesmo. A gente não pode ficar calada”, diz.

    Na manifestação em que Ruth se deparou na capital do país, uma série de coletivos ligados aos direitos das mulheres apresentava discussões variadas. Uma das organizadoras do evento, a produtora Hellen Frida, explica que o chamamento foi justamente para que diferentes grupos levassem suas demandas em um dia que “deve ser de luta”.

    Assim, o evento no Distrito Federal reuniu manifestos pelo direito à liberdade da mulher, a favor do aborto, contra a violência de gênero e outros manifestos por igualdade. As mulheres também protestaram sobre a situação das mães na Palestina, que têm sofrido os efeitos do conflito entre Israel e o Hamas. Pelo menos 240 cruzes foram pregadas para lembrar a situação do outro lado do mundo, e também de feminicídios na capital. Foram 31 confirmados no DF no ano passado.

    “O número de denúncias de violências também tem aumentado. Quanto mais você dialoga nas comunidades, mais você vê o número de mulheres que estão em situação de violência e que ainda não denunciaram. Existe uma segregação econômica importante também. Acho que a violência econômica é central”, avalia Frida.

    Ela lamenta que, nas comunidades, há menos equipamentos públicos para dar atendimento às necessidades das mulheres. “Na região de São Sebastião [a 25 km de Brasília], que é a minha comunidade, está sendo criado o Centro de Referência da Mulher Brasileira, que é uma iniciativa do governo federal a partir de emendas parlamentares. Vai ser muito importante para nós”, elogia.

    Quem também acompanha de perto as necessidades comunitárias, e estava presente ao evento do Dia das Mulheres na capital, foram representantes do coletivo de Mulheres Negras de Baobá. A jornalista e ativista Jacira da Silva explica que o grupo realiza um trabalho especial em uma área de ocupação na região do Guará – a cerca de 15 km da capital -, em um local onde majoritariamente vivem mulheres negras, que são mães solo e em situação de vulnerabilidade social.

    “Buscamos sensibilizar por meio de palestras, encontros, em diferentes datas, para falarmos sobre direitos”, explica.

    A professora Ludimar Carneiro, que também atua no coletivo, revela que recebe diferentes tipos de perguntas. “Elas querem saber por que não há uma delegacia perto, por que elas não têm um acesso rápido à justiça, por que elas não têm acesso à saúde. Elas são trabalhadoras da reciclagem”, relata.

    Na manifestação em Brasília, as trabalhadoras não poderiam estar presentes porque estão na lida, dizem as ativistas. “O despertar da consciência delas já não permite que elas deixem as suas atividades porque senão seus filhos vão passar fome”, diz a professora Jaciara.

    Na manifestação, Marileide da Silva, moradora de Valparaíso, trabalhava como ambulante na venda de alimentos. A última vez que foi registrada em carteira tem mais de uma década, como babá. “Foi o que sobrou para mim”, disse. Ciente do tema da manifestação, observava tudo atentamente. “Existe machismo, violência, tudo o que elas estão falando. Gostei de trabalhar diante delas”, disse enquanto fazia as contas do dia e se preparava para voltar para casa, a 50 km dali.

    Edição: Fernando Fraga

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  • Brasil registra 10,6 mil feminicídios em oito anos; Mato Grosso registrou a maior taxa

    Brasil registra 10,6 mil feminicídios em oito anos; Mato Grosso registrou a maior taxa

    Enquanto o país registra aumento de 1,6% nos feminicídios, Mato Grosso apresenta a maior taxa do crime, com 2,5 mortes para cada 100 mil mulheres.

    De 2015 até 2023, foram vítimas de feminicídio no Brasil 10,6 mil mulheres, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). No ano passado, foram mortas 1,4 mil mulheres, de acordo com a pesquisa.

    O feminicídio é uma qualificação do crime de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. É o assassinato decorrente de violência contra a mulher, em razão da condição do sexo ou quando demonstrado desprezo pela condição de mulher. A lei que instituiu o dispositivo foi sancionada em março de 2015.

    No ano passado, foram 1,46 mil vítimas desse tipo de crime no Brasil, o que representa uma taxa de 1,4 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. O número apresenta um crescimento de 1,6% em relação a 2022.

    Mato Grosso registrou a maior taxa de feminicídios, com 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. Em números absolutos, foram 46 feminicídios no ano passado.

    São Paulo tem o maior número absoluto de feminicídios, com 221 casos em 2023. A taxa do estado, entretanto, é menor do que a média nacional, com uma morte para cada grupo de 100 mil mulheres. Em comparação com 2022, foi registrada alta de 13,3% no número de feminicídios no estado.

    O maior índice de crescimento de feminicídio foi registrado em Roraima, que passou de três para seis em 2023. A taxa no ano passado ficou em 1,9 mulheres para cada 100 mil.

    No Distrito Federal, houve crescimento de 78,9% nos feminicídios de 2022 para 2023, chegando a 34 casos no ano passado. Com a alta, a taxa chegou a 2,3 mortes para cada 100 mil mulheres.

    Em segundo lugar nas mais altas taxas de feminicídios estão os estados do Acre, Rondônia e Tocantins, com 2,4 mortes para cada 100 mil mulheres.

    No Acre, houve crescimento de 11,1% de um ano para o outro, registrando dez feminicídios no ano passado. Em Rondônia houve queda de 20,8% nesse tipo de crime, com 19 casos em 2023. Enquanto Tocantins teve um aumento de 28,6%, com 18 mortes no ano passado.

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