Tag: violência contra a mulher

  • Homem agride ex-namorada e amiga em via pública em Mato Grosso

    Homem agride ex-namorada e amiga em via pública em Mato Grosso

    Duas mulheres foram violentamente agredidas na manhã desta segunda-feira (21) em frente a uma residência no bairro Pedregal, em Cuiabá, Mato Grosso. O autor seria o ex-companheiro de uma das vítimas, que fugiu do local logo após o ataque.

    Segundo informações da Polícia Militar, as agressões aconteceram por volta das 6h30. A vítima principal relatou ter sido espancada com socos, chutes e puxões de cabelo, sendo jogada ao chão, onde os ataques continuaram.

    A amiga que a acompanhava também foi alvo da violência. Ela foi retirada à força de um carro de aplicativo e arremessada ao chão pelo agressor.

    Antes de escapar em um veículo modelo VW Virtus, o suspeito, de 29 anos, teria feito ameaças de morte às vítimas, afirmando que elas “iriam se arrepender”.

    A PM realizou rondas na região, mas o homem não foi localizado. Um boletim de ocorrência foi registrado e o caso segue sob investigação.

  • Homem é preso após agredir companheira e ameaçar enteada de 12 anos em Lucas do Rio Verde

    Homem é preso após agredir companheira e ameaçar enteada de 12 anos em Lucas do Rio Verde

    A Guarda Civil Municipal (GCM) de Lucas do Rio Verde foi acionada neste domingo (20) para atender uma ocorrência de violência doméstica no bairro Industrial. A vítima relatou ter sido agredida pelo companheiro, que também ameaçou sua filha de 12 anos.

    A guarnição composta pelos GCMs Bartolino, Fernandes, Tatiane, Moura, Pavanelo e Silvestre se deslocou até a residência na Rua Belém, nº 823, onde encontrou a mulher em estado de nervosismo e chorando. Ela informou que o companheiro, com quem mantém um relacionamento há cinco anos, a agrediu com socos nas costas, derrubou-a no chão e, em seguida, tentou agredir verbal e fisicamente sua filha mais velha.

    Ainda segundo a vítima, a discussão teve início quando retornou para casa na manhã de domingo após ter participado de uma festa de aniversário com suas filhas. O suspeito, ao questionar onde ela havia passado a noite, acusou-a de manter relações com outros homens. A mulher explicou que, por não ter conseguido permanecer na casa do companheiro conforme combinado, dormiu com as filhas na casa de uma amiga.

    Ela também relatou que há cerca de 20 dias passou por uma cirurgia de histerectomia e, por conta disso, havia pedido para ficar temporariamente na casa do suspeito durante o período de recuperação. O relacionamento entre os dois, de acordo com a vítima, é marcado por idas e vindas devido aos constantes desentendimentos.

    O suspeito foi revistado, recebeu voz de prisão e foi conduzido sem a necessidade de algemas ou uso progressivo de força. Durante o atendimento, as três filhas da vítima — 12 anos,10 anos e 5 anos ficaram sob responsabilidade do ex-companheiro da vítima, pai das duas filhas mais velhas.

    O caso será investigado pelas autoridades competentes, e a vítima foi orientada quanto aos seus direitos e às medidas protetivas disponíveis.

  • Brasil registra 1.450 feminicídios em 2024, 12 a mais que ano anterior

    Brasil registra 1.450 feminicídios em 2024, 12 a mais que ano anterior

    Dados do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam) 2025, lançado pelo Ministério das Mulheres, nesta terça-feira (25), em Brasília, apontam que, em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos (com a intenção de matar) de mulheres e lesões corporais seguidas de morte.

    Os registros representam uma diminuição de 5,07% em todos os casos de violência letal contra as mulheres, em relação aos registros de 2023, quando foram contabilizados 1.438 casos de feminicídio e outros 2.707 casos de homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte de mulheres.

    Ainda sobre formas de violência contra as mulheres, o relatório anual mostra que o Brasil registrou o equivalente a 196 estupros por dia, em 2024, o que totalizou 71.892 casos de estupro de mulheres em todo o ano passado. Apesar do alto número de registros, houve uma queda de 1,44% em relação ao ano de 2023.

    A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, explica que a queda nos números da violência de gênero é reflexo dos esforços das políticas públicas, da mobilização nacional pelo feminicídio zero, de debates nacionais e da mudança de comportamento sobre a hora de intervir nos casos de violência.

    “Isso significa que alguém está intervindo antes que o fato aconteça, que alguém está tomando uma iniciativa. É disso que nós precisamos: de uma sociedade que não se cale, que não diga que isso é só responsabilidade do Estado. Prioritariamente, é do Estado, mas é de toda a sociedade o papel de intervir, de ligar, de orientar e de falar sobre.”

    Segundo os registros do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan/MS), nos casos de violência contra mulheres adultas (20 a 59 anos), 60,4% foram contra mulheres pretas e pardas, enquanto 37,5% contra mulheres brancas. De acordo com o Ministério das Mulheres, os dados evidenciam a sobreposição de vulnerabilidades para mulheres negras.

    Em 76,6% dos registros de violências domésticas, sexual e/ou outras violências contra mulheres, o agressor é do sexo masculino. E a residência é um local de maior risco para as mulheres, porque é onde ocorrem 71,6% das notificações, como registrou o Sinam/MS, em 2023.

    Durante a divulgação do relatório Raseam 2025, a ministra Cida Gonçalves enfatizou que o enfrentamento à violência contra mulheres, crianças e adolescentes passa pelo fortalecimento das políticas públicas.

    “Agora, o desafio é como manter o processo de diminuição [da violência]. Isso não significa que é para a gente se aquietar. Mas, significa que o que nós fazemos, com um pouco de recurso que nós temos, nós temos dado mensagens e obtido resultados”, diz Cida Gonçalves.

    Raseam 2025

    Os dados de violência de gênero do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher 2025 compõem um dos sete eixos temáticos do documento: o de enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres.

    Os demais eixos são: estrutura demográfica; autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho; educação; saúde integral, direitos sexuais e direitos reprodutivos; mulheres em espaços de poder e decisão; e mulheres no esporte.

    Ao todo, o documento reúne 328 indicadores de diversas bases de dados oficiais do governo brasileiro produzidos a partir de 2022, referentes ao perfil demográfico e socioeconômico das brasileiras. Em 2023, eram 270 indicadores analisados.

    Entre os principais destaques socioeconômicos do relatório estão que as mulheres são maioria entre as pessoas responsáveis pelos domicílios brasileiros; as mulheres ganhavam, em média, o equivalente a 79,3% do rendimento dos homens em estabelecimentos formais com 100 ou mais empregados; e as mulheres tiveram maior sucesso nas eleições de 2024 do que em 2020. Do total de candidatas a prefeita, 30,6% se elegeram.

    A ministra das Mulhere destaca que o Raseam 2025 ajudará a subsidiar a elaboração e implementação de políticas públicas, pesquisas e estudos de diferentes naturezas. “O relatório vai nos ajudar a fazer o grande debate que nós precisamos nesse país. Nós queremos o feminicídio zero, mas nós queremos feminicídio zero com democracia com as mulheres e com igualdade, onde as mulheres, de fato, sejam iguais [aos homens] neste país.”

  • Homem tenta atropelar ex-esposa em frente a escola e causa acidente em Lucas do Rio Verde

    Homem tenta atropelar ex-esposa em frente a escola e causa acidente em Lucas do Rio Verde

    Uma mulher foi vítima de uma tentativa de atropelamento na rua Cedro, em frente à Escola Municipal Vinícius de Moraes, em Lucas do Rio Verde, neste fim de semana. O suspeito, identificado como seu ex-marido, utilizava um veículo Renault Kwid preto, que acabou colidindo com uma motocicleta Yamaha Crosser, de cor preta.

    De acordo com a Polícia Militar, a vítima relatou que o ex-esposo teria tentado atingi-la intencionalmente com o carro. Após o impacto, o Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar socorro à mulher, que foi encaminhada ao Pronto Atendimento Municipal (PAM) para avaliação médica.

    A guarnição policial, composta pelo Subtenente PM Silveira e os militares Bartolino e Sala, esteve no local e ficou responsável pela motocicleta envolvida no acidente. O caso segue sob investigação para apurar as circunstâncias do crime e tomar as medidas cabíveis contra o suspeito.

  • A cada 17 horas, ao menos uma mulher foi vítima de feminicídio em 2024

    A cada 17 horas, ao menos uma mulher foi vítima de feminicídio em 2024

    A cada 17 horas, uma mulher morreu em razão do gênero em 2024 em nove estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados apontaram um total de 531 vítimas de feminicídios no ano passado.

    Em 75,3% dos casos, os crimes foram cometidos por pessoas próximas. Se considerados somente parceiros e ex-parceiros, o índice é de 70%.

    O novo boletim Elas Vivem: um caminho de luta, divulgado nesta quinta-feira (13), foi produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) dedicada a acompanhar políticas públicas de segurança, fenômenos de violência e criminalidade em nove estados.

    Segundo o estudo, a cada 24 horas ao menos 13 mulheres foram vítimas de violência em 2024 nos nove estados. Ao todo, foram registradas 4.181 mulheres vitimadas, representando um aumento de 12,4% em relação a 2023, quando o estado do Amazonas ainda não fazia parte deste monitoramento. O estado juntou-se à Rede em janeiro do ano seguinte.

    “Continuamos chamando atenção, ano após ano, para um fenômeno muito maior do que essa amostragem, que foi normalizado pela sociedade e pelo poder público como apenas mais uma pauta social. E por isso os números seguem aumentando, enquanto as políticas de assistência estão sendo fragilizadas”, observa a organização.

    “Apesar de importantes avanços ao longo dos anos com a institucionalização dos mecanismos de proteção às mulheres, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como crime – que deveriam estar mais consolidados e dotados de melhores condições de funcionamento –, a violência contra mulheres e o feminicídio continuam sendo uma realidade alarmante em nosso país”, disse a pesquisadora Edna Jatobá, que assina o principal texto desta edição do relatório.

    Confira o número de vítimas de violência e de feminicídios em cada estado em 2024:

    Estado Vítimas de violência Feminicídios Amazonas  604 33 Bahia 257 46 Ceará 207  45 Maranhão 365  54 Pará 388 41 Pernambuco 312 69 Piauí 238 36 Rio de Janeiro 633 63 São Paulo 1.177 144 Total 4.181 531 Brasília (DF) 11/02/2025 – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinou, nesta terça-feira (11), acordo de cooperação com a plataforma de entregas iFood para combater a violência contra a mulher. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

    Brasília (DF) 11/02/2025 –  Foto: Joédson Alves/Agência Brasil – Joédson Alves/Agência Brasil

    Veja a situação em cada estado monitorado, segundo o boletim Elas Vivem

    Amazonas

    O estado aparece pela primeira vez no monitoramento da Rede de Observatórios. Com 604 casos, fica atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro em números de violência, superando estados mais populosos, como Bahia e Pernambuco. Foram registrados 33 feminicídios no estado, 15 deles por parceiros ou ex-parceiros.

    No Amazonas, 84,2% das vítimas de violência sexual em 2024 tinha de 0 a 17 anos. Além disso, 97,5% não tiveram identificação de raça/cor. O estado registrou dois casos de transfeminicídio.

    Bahia

    O estado apresentou redução de 30,2% nos eventos de violência em um ano (de 368 para 257). Em 73,9% dos casos as vítimas não tiveram raça ou cor identificada. Entre os 46 feminicídios, 34 não tiveram essa informação.

    A capital baiana, Salvador, foi a que mais registrou eventos, com 68 no total. A Bahia também teve 96 mortes de mulheres (feminicídio e homicídio). Nenhum transfeminicídio foi registrado.

    Ceará

    Os 207 casos registrados fizeram de 2024 o pior período em sete anos com relação à violência contra mulheres no Ceará. Em comparação com 2023, o aumento foi de 21,1%. Os feminicídios também aumentaram: de 42 para 45.

    A maioria dos casos ocorreu com mulheres entre 18 a 39 anos. Parceiros e ex-parceiros cometeram 56 das violências. O estado também registrou um caso de transfeminicídio.

    Maranhão

    O Maranhão cresceu quase 90% na violência de gênero. O estado passou de 195 para 365 eventos violentos, sendo 151 cometidos por parceiros e ex-parceiros. Foram 54 assassinatos, sendo que 31 delas tinham entre 18 e 39 anos.

    Quase 100% dos crimes não tiveram identificadas raça e cor (93,7% das ocorrências).

    Pará

    O Pará também registrou um crescimento alarmante sobre os eventos de violência: alta de 73,2% (de 224 para 388). A motivação dos casos majoritariamente não teve registro (81,3%), mas 63,4% dos crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros.

    As agressões registradas com uso de arma de fogo somaram 96 e com facas e objetos cortantes foram 95.

    Pernambuco

    O estado teve uma redução de 2,2% (de 319 para 312) nos casos de violência contra as mulheres. No entanto, Pernambuco ficou atrás apenas de São Paulo nas mortes de mulheres (feminicídio, transfeminicídio e homicídio), com 167 eventos.

    Foi o segundo estado, entre os nove, com mais casos de feminicídio: 69 casos.

    Piauí

    O estado registrou crescimento de 17,8% nos crimes ligados a gênero (de 202 casos para 237). Teresina teve, disparadamente, o maior número de casos (101), seguida por Parnaíba (14). Foram 57 tentativas de feminicídios e 36 feminicídios.

    A exemplo de outras regiões, o Piauí também teve problemas de transparência dos dados:  52,7% dos casos ficaram sem registro de motivações e 97,2% sem os marcadores social e étnico-racial, informações necessárias à compreensão do fenômeno e para o direcionamento de políticas públicas.

    Rio de Janeiro

    No Rio, os casos de violência de gênero cresceram de 621 para 633 em um ano – aumento de 1,9%. Do total, 197 crimes foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Feminicídios e tentativas também registraram altos números: 63 e 261, respectivamente.

    Foram registrados 103 casos de violência sexual/estupro. Do total de 64 eventos violentos, 13 foram cometidos por agentes da segurança pública.

    São Paulo

    São Paulo é a única região monitorada com mais de 1 mil eventos violentos contra mulheres em 2024. Foram 1.177 casos, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior.

    A capital do estado teve os maiores números de casos: foram 149, seguida de São José do Rio Preto, com 66, e Sorocaba, com 42.

    Entre as vítimas de violência com registro etário, 378 mulheres tinham de 18 a 39 anos – 422 não tiveram essa informação disponibilizada.

    Foram registrados 144 feminicídios no estado, sendo 125 cometidos por parceiros ou ex-parceiros.

  • Mato Grosso lidera ranking nacional de feminicídios 

    Mato Grosso lidera ranking nacional de feminicídios 

    Mato Grosso registrou a maior taxa de feminicídio do Brasil em 2024, com 2,47 casos para cada 100 mil mulheres, conforme dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça. No total, 47 feminicídios foram cometidos no estado ao longo do ano, sendo setembro o mês mais violento, com oito assassinatos.

    Apesar de a Lei do Feminicídio ter completado 10 anos, os números revelam que ainda há desafios significativos na proteção às mulheres. O estado também lidera em taxa geral de feminicídios, com 1,23 casos a cada 100 mil habitantes.

    Deficiências estruturais dificultam acesso à justiça

    Um relatório preliminar da auditoria operacional sobre Violência Contra a Mulher, conduzido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), aponta falhas graves na estrutura de atendimento às vítimas. Entre os principais problemas está a distância das unidades da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que chegam a atender municípios a até 370 km de distância.

    A auditora pública-externa Simony Jin, que coordena a ação do TCE, destaca que a dificuldade de acesso aos exames periciais impacta diretamente a busca por justiça. “Uma vítima, para fazer um exame, muitas vezes tem que sair da sua cidade para ir até uma unidade da Politec que fica há quilômetros de distância”, explicou.

    Em cidades como Colniza e Novo Santo Antônio, as vítimas precisam percorrer 350 km e 370 km, respectivamente, para conseguir atendimento. Essa realidade leva muitas a desistirem da denúncia, prejudicando o andamento de processos judiciais por falta de provas.

    Falta de estrutura agrava vulnerabilidade das vítimas

    Além da distância, o relatório do TCE identificou problemas estruturais nas unidades da Politec:

    – 76% não possuem sala reservada para atendimento de vítimas de violência.

    – 67% não garantem um ambiente seguro para evitar o encontro entre vítima e agressor.

    – 59% não têm chuveiros para que as vítimas possam se higienizar após exames.

    – Poucas unidades contam com mulheres legistas, apesar da Lei Maria da Penha prever atendimento prioritário por profissionais do sexo feminino.

    Urgência por mudanças

    Os dados reforçam a necessidade de investimentos na proteção das mulheres em Mato Grosso. O fortalecimento das políticas públicas e a melhoria da infraestrutura de atendimento são fundamentais para garantir que as vítimas tenham acesso à justiça e possam romper o ciclo da violência.

  • Bombeiros de Mato Grosso implementam novas medidas para aprimorar atendimento às mulheres vítimas de violência

    Bombeiros de Mato Grosso implementam novas medidas para aprimorar atendimento às mulheres vítimas de violência

    O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) implementou duas novas medidas para fortalecer a prevenção e o combate à violência contra a mulher, tanto dentro quanto fora da corporação. As iniciativas visam aprimorar o atendimento às vítimas, oferecendo maior suporte, além de promover um ambiente mais seguro e respeitoso para as mulheres.

    Essas ações reforçam o compromisso da corporação não apenas com a qualidade dos atendimentos prestados à sociedade, mas também com a valorização e proteção das mulheres dentro da própria corporação, especialmente neste mês, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher.

    A primeira medida consiste na criação de um Procedimento Operacional Padrão (POP), que orienta os bombeiros militares sobre o atendimento às mulheres vítimas de violência, com foco em um serviço mais humanizado e sensível às necessidades dessas vítimas.

    A segunda medida é o Protocolo de Prevenção e Combate à Violência contra a Mulher, que deverá ser aplicado em todos os processos disciplinares que envolvam bombeiras militares, assegurando que casos de violência institucional sejam tratados com rigor.

    De acordo com o comandante-geral do CBMMT, coronel Flávio Glêdson Vieira Bezerra,  o POP é resultado de um planejamento que visa trazer um olhar diferente, pautado pelo respeito e pela sensibilidade, para as vítimas de violência.

    Além disso, são fundamentais para evitar a revitimização e garantir a integridade física e psicológica da vítima, da equipe profissional e de terceiros, desde a chegada dos bombeiros militares no local de ocorrência até o encaminhamento a uma unidade de saúde. O POP foi elaborado por uma equipe formada exclusivamente por bombeiras militares.

    “Percebemos que precisávamos participar de algumas ações do Estado, especialmente as conduzidas pela primeira-dama Virginia Mendes. Era necessário um olhar diferente. Entendemos que o bombeiro militar tem um papel fundamental, pois já existe uma forma de orientar essa mulher quando ela é vítima, para que realmente siga um caminho de acolhimento. Foi a partir disso que nasceu a intenção de definir um procedimento operacional para realizar esse primeiro atendimento de forma adequada”, disse o coronel.

    Sobre o Protocolo de Prevenção e Combate à Violência contra a Mulher, o coronel explicou que se trata de uma medida que visa ampliar a política institucional de enfrentamento à violência dentro da corporação. O protocolo busca adotar políticas concretas para tornar o ambiente de trabalho seguro e livre de qualquer tipo de violência ou discriminação contra as mulheres.

    “Trata-se de um protocolo de atendimento interno, pois, assim como em outras instituições, é necessário um olhar diferenciado. Em 2001, tivemos a primeira entrada oficiais femininas na instituição. Somos uma corporação de 60 anos e reconhecemos que há uma dívida histórica das instituições militares para com as mulheres. Estamos vendo que há problemas que exigem intervenções em todos os setores. Precisamos de um olhar diferente, de um acolhimento diferente e, principalmente, garantir segurança para aquelas que fazem uma denúncia, assegurando que elas terão o devido acolhimento”, afirmou.

    O Protocolo de Prevenção e Combate à Violência contra a Mulher faz parte da política institucional por meio da atuação da Corregedoria Geral, Ouvidoria Setorial e do Comitê de Gestão de Políticas Públicas para as Mulheres da corporação. O documento estabelece procedimentos desde o recebimento da denúncia e seu processamento inicial até o registro das informações e, caso necessário, o encaminhamento para exames e atendimento médico em casos de violência física.

    A corregedora-geral da corporação, coronel BM Luciana Bragança, afirmou que o protocolo é uma medida crucial na rede de enfrentamento à violência, garantindo que sejam adotadas ações firmes para responsabilizar e punir os envolvidos em transgressões. A intenção é que todas as 116 mulheres bombeiras da corporação possam compreender que têm à disposição um caminho seguro e eficaz para buscar apoio e justiça, sem receio de retaliações, fortalecendo o ambiente de confiança e proteção dentro da instituição.

    “A Corregedoria e a Ouvidoria estão trabalhando juntas para transmitir às nossas mulheres que elas podem, sim, se sentir seguras. Elas têm agora um caminho de segurança para o bem-estar delas, para a segurança delas. Vamos divulgar essas medidas e esperamos fortalecer a confiança que é necessária para o nosso efetivo feminino”, concluiu.

  • 8 de março: veja onde serão os atos nas capitais do Nordeste

    8 de março: veja onde serão os atos nas capitais do Nordeste

    Neste sábado, 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, as nove capitais do Nordeste terão, novamente, atos pelos direitos das mulheres, como forma de chamar a atenção da sociedade sobre as diversas formas de violência contra as mulheres.

    Este ano, o tema central é Pela vida de todas as mulheres, ainda estamos aqui; pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; e pela democracia – sem anistia para os golpistas.

    As mulheres também saem às ruas para reivindicar o direito à justiça reprodutiva; combater o estupro de meninas e mulheres; contra o feminicídio e pela vida de todas as mulheres e pelo fim da exploração da mulher no trabalho doméstico.

    O fim da escala 6×1 também é uma das reivindicações. A redução da jornada de trabalho é um tema caro às mulheres, que já sofrem com uma dupla jornada de trabalho, que inclui as tarefas domésticas e de cuidado de pessoas, além do trabalho remunerado.

    Confira o local dos atos em cada capital:

    Aracaju

    Na capital sergipana, o ato unificado tem o como mote principal Contra a fome e todas as violências! Pelo fim da escala 6×1 e por justiça reprodutiva! Prisão para todos os golpistas!, e terá um tom de carnaval, com concentração às 8h na Praça Fausto Cardoso.

    Da praça, as mulheres caminharão pelas ruas do centro comercial de Aracaju, dando uma volta nos mercados com o bloco de carnaval Siri na lata, comandado por mulheres. A manifestação será finalizada também na Praça Fausto Cardoso.

    Fortaleza

    Na capital cearense, a concentração está marcada para as 8h, na Praça da Bandeira, na Rua General Sampaio, no centro. Com o lema Mulheres contra as guerras, o racismo e as violências: pela legalização do aborto, por democracia e sem anistia para golpistas, o ato será uma grande passeata que circulará pelas principais ruas do centro da capital, com destino à Praça do Ferreira.

    “O 8 de março é um dia de luta! Uma data histórica em que mulheres do mundo inteiro vão às ruas para reivindicar direitos, denunciar violências e reafirmar a resistência por uma sociedade mais justa e igualitária. Lutamos por autonomia sobre nossos corpos, contra todas as formas de opressão e pelo fortalecimento da democracia!, diz o texto de convocação para o ato.

    João Pessoa

    Na capital paraibana, o 8 de março também vai ter a pegada de carnaval. Com o tema Ainda estamos aqui – vivas e festejando!, as mulheres vão levar para as ruas de João Pessoa um Festejo Feminista de Carnaval de Rua.

    A concentração será na Praça Dom Adauto, no centro da cidade, a partir das 10h30.

    “É um chamado a todas as pessoas que entendem que é preciso resistir e lutar contra todos os retrocessos e tentativas de violações dos direitos das mulheres!”, diz a nota da convocação.

    Maceió

    Em Maceió, os atos terão como palco a Avenida Amélia Rosa, em frente ao Shopping Maceió, no bairro Jatiúca. A concentração está marcada para as 9h, com caminhada prevista para as 9h30.

    Puxado pela Frente Feminista de Alagoas, formada por mais de 50 entidades que atuam em defesa dos direitos das mulheres, o ato tem como lema Ainda estamos aqui: Mulheres na luta por direitos, democracia, trabalho decente e pelo bem viver. Contra todo tipo de violência e abaixo o patriarcado.

    Natal

    Em Natal, a data será lembrada em um ato unificado com concentração no Caju da Redinha, na zona norte da capital. A concentração está marcada para as 9h seguida de caminhada até o Mercado da Redinha, com programação cultural.

    As bandeiras principais serão pelo direito ao aborto legal e pelo fim da escala 6×1 e das violências contra as mulheres.

    Salvador

    Em Salvador, a tradicional Marcha das Mulheres tem a concentração marcada para as 14h, no Cristo Redentor da Barra. De lá, sairá uma caminhada em direção ao Farol da Barra. Com o lema 8M Bahia: Vivas, livres e sem medo. Mulheres pelo fim do feminicídio, pelo direito a cidade e pelo bem viver!, as mulheres se unem para reivindicar o fim do feminicídio e da violência contra as mulheres; o direito à cidade, com acesso igualitário a espaços públicos, transporte e serviços; o bem viver, com direito à saúde, educação, trabalho decente, digno e renda.

    A marcha é organizada por um coletivo de mulheres de diversas organizações sociais, movimentos e entidades da sociedade civil.

    São Luís

    Na capital maranhense, a concentração para o ato de 8 de março será na Praça Deodoro, no centro da capital, às 8h. Sob o lema Mulheres contra os racismos e a extrema direita – reparação e bem viver, as mulheres sairão em caminhada pela Rua Grande, principal via de comércio de São Luís.

    A programação terá momentos para falas, um brechó e atrações culturais. O ato será finalizado na Casa do Maranhão, na Praia Grande.

    Recife/Olinda

    O 8 de março terá como palco as ruas de Olinda, na região metropolitana do Recife. A concentração está marcada para as 15h no Largo do Varadouro, em Olinda. Este ano, o lema é Pela vida de todas as mulheres, por direitos, enfrentando a extrema direita e o capital!

    O ato também tem como motivação a luta pelo aborto legal, seguro, gratuito e justiça reprodutiva; contra o feminicídio, transfeminicídio e lesbocídio, o fim da escala 6×1 e o ajuste fiscal.

    As mulheres também se somam à luta pela tarifa zero; soberania e segurança alimentar; moradia digna, saneamento básico e justiça climática; fim do racismo, violência policial, encarceramento em massa e por uma educação laica, além de manifestarem solidariedade aos imigrantes do Congo e à Palestina.

    Teresina

    Na capital piauiense, o 8 de março terá um ato unificado, com concentração na Praça Rio Branco, no centro de Teresina, a partir das 8h.

    O lema é Mulheres unidas no enfrentamento às violências, contra a carestia, pela redução da jornada de trabalho e pelo bem viver.

  • Prefeituras de Mato Grosso recebem orientações para criar redes de enfrentamento à violência contra a mulher

    Prefeituras de Mato Grosso recebem orientações para criar redes de enfrentamento à violência contra a mulher

    Em um esforço conjunto para combater a violência contra a mulher, todas as prefeituras de Mato Grosso receberão, a partir de março, orientações diretas dos juízes das comarcas sobre a criação de redes de enfrentamento. A medida visa cumprir a Lei Federal nº 14.899/2024, que estabelece o prazo de 17 de junho para que estados e municípios implementem estratégias de proteção e redes de atendimento.

    Atualmente, 26 municípios mato-grossenses já possuem redes de enfrentamento, que atuam de forma integrada entre instituições públicas e privadas. No entanto, a nova legislação exige que todos os municípios implementem essas redes para garantir o acesso a recursos federais destinados à segurança pública e aos direitos humanos.

    A desembargadora Maria Erotides Kneip, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário de Mato Grosso (Cemulher-MT), anunciou que a Cemulher iniciará o envio de protocolos para assinatura pelos prefeitos. Os municípios que cumprirem a legislação dentro do prazo serão certificados pelo Poder Judiciário e pela Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM).

    “Vamos fazer a articulação com as instituições que o seu município tiver, vamos fazer dentro do possível. A rede pode ser de grande extensão, como a nossa de Cuiabá, mas pode ser uma rede menor. Se ela funcionar de maneira articulada, principalmente na prevenção, está certo”, destacou a desembargadora.

  • Agente de saúde é assassinada a tiros pelo marido em Nova Guarita 

    Agente de saúde é assassinada a tiros pelo marido em Nova Guarita 

    Uma agente comunitária de saúde foi assassinada a tiros pelo marido na noite de sábado (22), em Nova Guarita, a 667 km de Cuiabá. A vítima, identificada como Vanusa dos Santos, de 43 anos, foi encontrada morta dentro de casa pelo próprio filho, que acionou a polícia em desespero.

    O suspeito, Walter Aparecido Silva, de 46 anos, foi localizado morto no mesmo local, caído ao lado de uma espingarda, a arma utilizada no crime. De acordo com a Polícia Civil, tudo indica que ele tirou a própria vida após assassinar Vanusa.

    Filho encontrou a mãe morta

    O crime foi descoberto pelo filho de Vanusa, que ao chegar em casa encontrou a mãe caída e sem vida. Em choque, ele ligou para a polícia e relatou que o padrasto havia matado sua mãe.

    Os agentes, ao chegarem ao local, avistaram o corpo da vítima por uma brecha no portão. Como havia o receio de que o suspeito ainda estivesse armado, o filho precisou arrombar o portão dos fundos para que a equipe policial pudesse entrar. No interior da residência, os agentes encontraram Walter caído ao lado da arma.

    Uma equipe médica foi acionada e constatou os óbitos. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) esteve no local para os procedimentos periciais e a remoção dos corpos.

    Repercussão e indignação 

    O assassinato de Vanusa gerou grande comoção. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Max Russi, usou as redes sociais para lamentar o crime e prestar solidariedade à família da vítima.

    “Este ato de extrema violência, que ceifou a vida de Vanusa dos Santos, é um retrocesso inaceitável em nossa luta por uma sociedade mais justa, igualitária e segura para todas as mulheres”, afirmou Russi.

    Vanusa trabalhava como Agente Comunitária de Saúde (ACS) há 17 anos e era reconhecida por sua dedicação à profissão. Ela deixa dois filhos.