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  • Desembargador de Mato Grosso envolvido em venda de sentenças é alvo de operação da Polícia Federal

    Desembargador de Mato Grosso envolvido em venda de sentenças é alvo de operação da Polícia Federal

    Uma operação da Polícia Federal (PF) foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (20) em Mato Grosso, tendo como alvo um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do estado (TJ-MT).

    A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados a um desembargador investigado por suposto envolvimento no caso.

    A operação investiga uma série de crimes, incluindo organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e vazamento de informações sigilosas.

    A suspeita é de que decisões judiciais estariam sendo negociadas, comprometendo a imparcialidade e a integridade do sistema judiciário mato-grossense.

    Afastamento de desembargadores em Mato Grosso

    Este não é o primeiro desdobramento envolvendo suspeitas de irregularidades no TJ-MT. Em agosto, dois desembargadores foram afastados de seus cargos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sob a mesma suspeita de envolvimento em venda de decisões judiciais.

    As investigações tiveram início após o CNJ identificar a relação de amizade dos magistrados com um advogado falecido em dezembro do ano passado. As apurações indicam que os desembargadores teriam recebido vantagens financeiras em troca de decisões favoráveis aos interesses desse advogado.

    Em novembro, a Polícia Federal já havia realizado buscas nas residências dos desembargadores afastados durante a Operação Sisamnes, em Cuiabá. Essa nova operação surge como um aprofundamento das investigações, buscando reunir mais provas e identificar outros possíveis envolvidos no esquema.

    Vazamento de informações sigilosas também é investigado

    Além da suposta venda de sentenças, a PF também investiga negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.

    Essa linha de investigação busca apurar se houve o comprometimento de investigações em andamento e a obstrução da justiça por meio do repasse indevido de informações privilegiadas.

    A autorização da operação pelo ministro Cristiano Zanin, do STF, demonstra a gravidade das suspeitas e a necessidade de uma investigação rigorosa. O envolvimento de um desembargador em um esquema de venda de sentenças abala a credibilidade do Poder Judiciário e exige uma resposta firme das autoridades.

    Aguardando desdobramentos

    A Polícia Federal ainda não divulgou detalhes sobre os resultados da operação desta sexta-feira. A expectativa é que, com o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, novos elementos sejam coletados para o avanço das investigações.

  • CNJ investiga magistrado suspeito de ligação com tráfico internacional

    CNJ investiga magistrado suspeito de ligação com tráfico internacional

    O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu abrir, de ofício (sem provocação externa), uma reclamação disciplinar contra o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) suspeito de vender sentenças a traficantes internacionais de drogas.

    O desembargador Cândido Ribeiro e seu filho, o advogado Ravik Bello Ribeiro, são alvo das operações Habeas Pater e Flight Level 2, deflagradas pela Polícia Federal na última terça-feira (14), com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde os magistrados federais de segunda instância possuem foro privilegiado.

    A abertura da reclamação disciplinar, estágio inicial de investigação contra magistrados no CNJ, partiu do corregedor nacional de Justiça, o ministro do STJ Luís Felipe Salomão.

    Na decisão, divulgada hoje (17), ele destacou haver suspeita de envolvimento do magistrado em crimes de corrupção ativa, organização criminosa voltada para o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e delitos contra o sistema financeiro.

    Segundo informado pelo CNJ, Salomão escreveu ser preciso apurar “se as imputações feitas ao desembargador Cândido Ribeiro têm efetivo reflexo em sua atuação, a macular o previsto na Constituição Federal, na Loman e no regramento traçado por este Conselho”.

    Salomão pediu ao STJ para compartilhar provas do inquérito policial em curso, no prazo de 15 dias.

    “O TRF1 também foi oficiado para, no prazo de 48 horas a contar da publicação da decisão, prestar informações sobre os pedidos de providências e processos administrativos que envolvem o desembargador e que tenham como fundamento as situações relacionadas às operações policiais”, informou o CNJ.

    Entenda

    As investigações começaram em 2021, com a primeira fase da operação Flight Level, que foi montada após um traficante internacional de drogas ter sido flagrado com 175 quilos (kg) de cocaína em Lisboa. A droga havia sido transportada em um avião executivo que partira de Belo Horizonte.

    Na segunda fase da operação, a PF disse haver indícios segundo os quais os investigados fariam parte de uma “organização criminosa maior, voltada ao tráfico internacional de drogas, à lavagem de dinheiro e à prática de crimes financeiros”.

    Segundo a Receita Federal, que colabora com o caso, parte dos investigados se passava por empresários do setor financeiro, tendo aberto empresas apenas para movimentar o dinheiro ilícito. Ainda de acordo com o órgão, as empresas foram abertas em nome de laranjas, “pessoas sem capacidade econômico-financeira”.

    Um terceira operação, a Habeas Pater, foi deflagrada somente para apurar a existência de um braço da organização criminosa no Judiciário brasileiro.

    Defesa

    A Agência Brasil entrou em contato com o gabinete do desembargador, que disse não comentar o caso por ele correr em segredo de Justiça. Consultado por meio da assessoria de imprensa, o TRF1 também não se manifestou. A reportagem segue tentando contato com o advogado Ravik Bello Ribeiro.

    *colaborou o repórter Alex Rodrigues

    Edição: Denise Griesinger