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  • Nova portaria federal estabelece datas do vazio sanitário da soja em Mato Grosso

    Nova portaria federal estabelece datas do vazio sanitário da soja em Mato Grosso

    A nova Portaria nº 1.271/2025, publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, estabelece de forma nacional os períodos do vazio sanitário e do calendário de semeadura da soja para todas as unidades da federação. Embora a norma represente uma mudança no modelo de gestão — antes definido por estados individualmente —, para o estado de Mato Grosso as datas permaneceram inalteradas, conforme explicou o engenheiro agrônomo do Indea de Lucas do Rio Verde, Leandro Oltramari.

    Segundo ele, o vazio sanitário da soja em 2025 será mantido de 8 de junho a 6 de setembro, período em que é proibida a presença de plantas vivas de soja em qualquer estágio de desenvolvimento. O calendário oficial de plantio da próxima safra inicia em 7 de setembro de 2025 e se estende até 7 de janeiro de 2026.

    “É importante que os produtores aproveitem esse período de umidade residual para realizar a eliminação de tigueras, que são aquelas plantas de soja voluntárias, comuns em áreas próximas a armazéns, beiras de estradas e soqueiras. A presença dessas plantas fora de época aumenta o risco de disseminação da ferrugem asiática, além de outras doenças e pragas”, alertou Oltramari.

    O técnico lembra que o descumprimento da norma implica em multa de 2 UPFs (Unidades Padrão Fiscal) por hectare irregular, além de uma multa-base de 30 UPFs por infração. “Em uma área de 100 hectares, por exemplo, o valor da multa pode ultrapassar facilmente o necessário para aquisição de herbicidas e controle adequado”, destacou.

    Outro ponto de preocupação levantado por Oltramari é o atípico regime de chuvas registrado neste ano em Mato Grosso. A persistência da umidade nos meses de abril e início de maio, fora do padrão histórico, cria um cenário propício para o surgimento antecipado de doenças como a ferrugem asiática. “Essas condições aumentam o risco sanitário, principalmente em áreas onde há permanência de plantas voluntárias de soja, que funcionam como hospedeiras e fontes iniciais de inóculo para a próxima safra”, explicou.

    Na safra 2023/24, marcada pela influência do fenômeno El Niño e chuvas abaixo da média, houve menor pressão de doenças. No entanto, segundo o engenheiro, a safra 2024/25 apresentou elevada umidade nos meses de janeiro e fevereiro, o que resultou na presença de ferrugem em várias lavouras, principalmente as chamadas “tardias”.

    “Cada safra tem suas particularidades. Por isso, o produtor precisa atuar com planejamento estratégico, observando as condições climáticas, os riscos fitossanitários e adotando medidas preventivas dentro do que estabelece a legislação. O cumprimento do vazio sanitário é uma das ferramentas mais importantes nesse processo”, concluiu.

  • CNA reforça atenção às datas do vazio sanitário e da semeadura da soja para a safra 25/26

    CNA reforça atenção às datas do vazio sanitário e da semeadura da soja para a safra 25/26

    Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a definição das datas do vazio sanitário e do calendário de semeadura da soja para a safra 2025/2026 é fundamental para orientar o planejamento da safra e o cumprimento das normas fitossanitárias em todo o país.

    As medidas estão em uma portaria publicada pelo Ministério da Agricultura publicada na segunda (5), no Diário Oficial da União.

    “Essas medidas são importantes para interromper a chamada ponte verde entre as safras, que é justamente o que permite a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática da soja no período de entressafra”, destaca Tiago Pereira, assessor técnico da CNA.

    O vazio sanitário é o período em que é proibida a existência de plantas vivas de soja no campo, em qualquer fase de desenvolvimento, inclusive voluntárias, com o objetivo de quebrar o ciclo da ferrugem asiática e reduzir a pressão da doença na safra seguinte.

    Já o calendário de semeadura define os prazos em que é permitido iniciar e encerrar o plantio da cultura nos estados e regiões produtoras.

    Segundo o técnico da CNA, os calendários de vazio sanitário e de semeadura são construídos de forma participativa, com envolvimento das Secretarias Estaduais de Agricultura, entidades representativas do setor agropecuário e órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal.

    Essas instituições podem encaminhar propostas de alteração até o dia 31 de dezembro do ano anterior à safra.

    Pereira acrescenta que as sugestões devem estar tecnicamente fundamentadas, considerando aspectos como condições climáticas regionais, estratégias de manejo da ferrugem asiática e impacto sobre o cultivo de culturas em sucessão. Após a análise técnica pelos órgãos estaduais, as propostas são encaminhadas ao Ministério da Agricultura e Pecuária, que publica os calendários oficiais por meio de portaria.

    “É importante reforçar que o processo é técnico e colaborativo. A participação das Federações e instituições estaduais é fundamental para garantir que os calendários reflitam a realidade produtiva de cada região, sem comprometer a sanidade das lavouras”, reforça Pereira.

    As datas completas, com todas as subdivisões regionais e especificidades por estado, podem ser consultadas na íntegra na Portaria SDA/MAPA nº 1.271/2025, disponível em in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-sda/mapa-n-1.271-de-30-de-abril-de-2025-627009485

  • Fundação Rio Verde orienta sobre o fim do vazio sanitário do algodão

    Fundação Rio Verde orienta sobre o fim do vazio sanitário do algodão

    A Fundação Rio Verde, referência no apoio ao agronegócio, alerta os produtores sobre o fim do vazio sanitário do algodão, que ocorre em 14 de dezembro nas regiões Norte e Oeste do Mato Grosso. Essa medida, fundamental para o manejo fitossanitário, tem como objetivo evitar a proliferação de pragas, com destaque para o bicudo-do-algodoeiro, uma ameaça que pode inviabilizar a cultura.

    O vazio sanitário determina a eliminação total de plantas vivas de algodão nas áreas de cultivo e em seus arredores. Durante esse período, todas as plantas com mais de três folhas, botões florais ou maçãs devem ser erradicadas, incluindo rebrotas (soqueiras) e restos culturais.

    Rafael Prevedello, coordenador de campo da Fundação Rio Verde, destaca sobre a importância da medida. “O vazio sanitário é uma estratégia indispensável para proteger a safra e minimizar os custos de manejo, além de evitar a resistência das pragas aos inseticidas, que têm se mostrado menos eficazes devido ao uso repetitivo.”

    Períodos no Mato Grosso

    A Fundação reforça que os prazos do vazio sanitário variam de acordo com a região:

    • Região 1 (Vale do Araguaia): de 1º de outubro a 30 de novembro.
    • Região 2 (Norte e Oeste): de 15 de outubro a 14 de dezembro.

    Antes do término desses períodos, é proibido realizar o plantio de algodão, sob risco de multas aplicadas pelo INDEA (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso).

    Benefícios da medida

    O cumprimento do vazio sanitário reduz significativamente a infestação de pragas, protege o potencial produtivo e contribui para a sustentabilidade do cultivo. Além disso, ao evitar o aumento da pressão de pragas, os produtores têm menor necessidade de aplicações de defensivos, reduzindo custos e preservando a lucratividade.

    Apoio ao produtor

    A Fundação Rio Verde está à disposição para orientar os produtores sobre o cumprimento do vazio sanitário e as melhores práticas para a próxima safra. “Essa medida é uma proteção essencial para o algodão, garantindo a saúde da lavoura e a competitividade do setor no Brasil e no exterior”, conclui Prevedello.

    Produtores devem agir com responsabilidade, respeitar os prazos e evitar a antecipação do plantio, assegurando assim o sucesso da próxima safra de algodão. Para mais informações, entre em contato com a Fundação Rio Verde.

  • Vazio sanitário do algodão começa em 15 de outubro e INDEA orienta produtores sobre a importância do controle fitossanitário

    Vazio sanitário do algodão começa em 15 de outubro e INDEA orienta produtores sobre a importância do controle fitossanitário

    Com a proximidade do vazio sanitário do algodão, que ocorrerá de 15 de outubro a 14 de dezembro, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA) alerta os produtores sobre a importância de realizar o controle da soqueira do algodão. Segundo o engenheiro agrônomo Leandro Oltramari, que atua na unidade de Lucas do Rio Verde, a medida é fundamental para evitar o surgimento de pragas e doenças, especialmente o bicudo, que tem sido uma das principais preocupações na cultura.

    A Instrução Normativa nº 3, publicada recentemente, reforça as diretrizes para o vazio sanitário e divide o estado de Mato Grosso em duas regiões: a Região 1, composta por municípios do sul do estado, e a Região 2, que inclui municípios do Norte, como Lucas do Rio Verde e Sorriso. A normativa também regula o calendário de plantio, que, na Região 2, será permitido a partir de 15 de dezembro até 28 de fevereiro de 2025.

    Controle da soqueira e manejo adequado

    Segundo Oltramari, é essencial que os produtores destruam a soqueira do algodão antes de iniciarem o plantio da soja. “O algodão é uma cultura que requer cuidados intensivos, e a destruição da soqueira é crucial para evitar problemas fitossanitários que possam comprometer a próxima safra,” afirma o engenheiro. Ele também destaca que, ao contrário do vazio sanitário da soja, que ocorre em um período seco, o vazio sanitário do algodão acontece durante a época chuvosa, o que pode dificultar o controle das plantas voluntárias.

    Penalidades e fiscalização

    A não conformidade com as normas do vazio sanitário pode resultar em multas. O produtor que for flagrado com plantas de algodão com risco sanitário pode ser penalizado com 30 UPFs (Unidades de Padrão Fiscal), além de 2 UPFs por hectare irregular. “Um exemplo prático: se forem encontradas irregularidades em 100 hectares, a multa pode chegar a 230 UPFs, o que atualmente equivale a quase R$ 60 mil,” explica Oltramari. Esse valor poderia ser investido em defensivos e herbicidas para o controle adequado do bicudo e outras pragas.

    O INDEA reforça a importância de o produtor cumprir as medidas fitossanitárias para garantir a produtividade e evitar prejuízos.

  • Cultivo da soja para a safra 2024/2025 já está liberado em Mato Grosso

    Cultivo da soja para a safra 2024/2025 já está liberado em Mato Grosso

    Os sojicultores de Mato Grosso já estão liberados pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) a cultivarem a planta emergida do solo.

    O período do vazio sanitário, que começou dia 08 de junho, acabou na sexta-feira (06.09). Durante 90 dias, ficou proibido ter qualquer planta viva de soja no Estado, como medida de redução de riscos associados à proliferação do fungo responsável pela ferrugem asiática. Essa praga afeta o desenvolvimento dos grãos da soja e, consequentemente, o rendimento e qualidade do produto colhido.

    Durante todo o período do vazio sanitário, o Indea esteve em campo realizando fiscalizações, a fim de verificar o cumprimento da medida fitossanitária.

    No período de vigência da interrupção do cultivo de soja, cuja data foi definida por instrução normativa em conjunto entre Indea e Sedec, os servidores da autarquia realizaram 5.813 fiscalizações em todos os municípios com a presença do cultivo de soja.

    Safra 2024/2025

    Na safra 2024/2025 consta no cadastro do Indea um total de 14.914 unidades de produção de soja, abrangendo mais de 11,3 milhões de hectares plantados e com o registro de 8.952 produtores.

  • Vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira em MT e agricultores podem plantar no sábado (07)

    Vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira em MT e agricultores podem plantar no sábado (07)

    O vazio sanitário da soja em Mato Grosso está perto do seu fim. Isto porque nesta sexta-feira (06.09), o período que impede o plantio da oleaginosa no estado se encerra. Com o final do vazio, agricultores mato-grossenses podem semear o grão a partir de sábado (07.09).

    O vazio sanitário estende-se por 90 dias, e teve início no dia 8 de junho em Mato Grosso. Essa é uma medida adotada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para controlar a ferrugem asiática. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que pode invadir as lavouras de soja, impedindo as formações dos grãos e causando perdas significativas na produtividade.

    Para esta safra 2024/2025 de soja, os produtores rurais observam o clima para se prepararem para o plantio, já que necessitam de chuva para dar início a semeadura. No entanto, grande parte dos agricultores mato-grossenses deixam a semeadura para o mês de outubro.

    Na safra passada, 2023/2024, no início de outubro apenas 14,25% da área total destinada à soja no estado havia sido semeada. No mesmo mês, o plantio encerrou com 70,05% semeado, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

    A responsável pela Gerência de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT, Jerusa Rech, deu detalhes do que pode acontecer com o clima mato-grossense nos próximos dias. Jerusa traz dados do projeto da entidade, o Aproclima, que disponibiliza relatórios climáticos e alertas fitossanitários para os associados da instituição.

    “Até o momento, Mato Grosso não registrou chuvas significativas que garantam uma semeadura ideal. As previsões do Aproclima indicam que não há expectativa de chuvas expressivas para a próxima semana nem para os próximos 15 dias. No entanto, há a possibilidade de ocorrência de chuvas isoladas””, disse.

    Jerusa também detalha como a falta de chuva traz impactos negativos para o desempenho dos grãos nas lavouras. “Algumas regiões de Mato Grosso ficaram até 120 dias sem chuva e aí não tem umidade no solo suficiente para colocar a semente nele para que ela consiga emergir”, afirmou.

    Apesar de uma provável falta de chuva no início da abertura do plantio, a safra de soja atual pode aumentar em comparação com a passada. Em 23/24, os agricultores mato-grossenses produziram cerca de 39 milhões de toneladas da oleaginosa. Para 24/25, a estimativa é que 44 milhões de toneladas sejam colhidos, um aumento de aproximadamente 12,8%, conforme o Imea.

    A produtividade da soja também pode aumentar em Mato Grosso. Nesta safra, os agricultores podem colher cerca de 57,9 sacas por hectares, enquanto que na safra passada a produtividade foi de 52,1 sacas por hectares. Isso quer dizer, 11,1% menor do que a estimada para a safra atual.

  • INDEA reforça importância do vazio sanitário da soja 2024

    INDEA reforça importância do vazio sanitário da soja 2024

    Seguindo as novas diretrizes do Ministério da Agricultura, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA) antecipará o período de vazio sanitário da soja em 2024. O engenheiro agrônomo do INDEA em Lucas do Rio Verde, Leandro Oltramari, informou que o vazio sanitário começará em 8 de junho e se estenderá até 6 de setembro. Durante esse período, é necessário que não haja plantas vivas de soja nas propriedades para prevenir a disseminação da ferrugem asiática.

    O vazio sanitário é uma estratégia importante para controlar a ferrugem asiática, uma doença grave que pode devastar lavouras de soja. “O cumprimento rigoroso dessa medida é fundamental para a saúde das plantações e a produtividade agrícola”, destacou Oltramari. A ferrugem asiática é promovida por condições úmidas, e o clima seco da última safra ajudou a conter a doença, mas a prevenção contínua é essencial.

    A fiscalização será intensificada durante o vazio sanitário, com a equipe técnica do INDEA em campo para garantir que não haja plantas vivas de soja. Caso sejam encontradas irregularidades, os produtores poderão ser multados. A multa inclui uma penalidade básica de 30 UPFs (Unidade Padrão Fiscal) mais 2 UPFs por hectare de área irregular. Com a UPF de Mato Grosso fixada em R$ 236,79, um produtor com 1000 hectares de irregularidades pode enfrentar uma multa de mais de R$ 480.000.

    A antecipação do vazio sanitário também ajusta o calendário de semeadura da soja. A semeadura será permitida a partir de 7 de setembro de 2024, estendendo-se até 7 de janeiro de 2025. Este ajuste é essencial para garantir que as condições de umidade do solo sejam adequadas para o plantio e para permitir o planejamento da segunda safra, que pode incluir milho, algodão ou outras culturas.

    O INDEA tem trabalhado arduamente para conscientizar os produtores sobre a importância do vazio sanitário. “A conscientização e colaboração dos produtores são essenciais para o sucesso dessa medida”, afirmou Oltramari. O órgão também está preparado para receber denúncias de possíveis violações, assegurando que todos os produtores estejam em conformidade.

    O vazio sanitário é uma medida preventiva que tem mostrado eficácia na redução da incidência da ferrugem asiática, e o INDEA continua comprometido em proteger as lavouras de soja no Mato Grosso. A antecipação do período este ano é um passo adicional para garantir a sustentabilidade e a produtividade da soja na região.

  • Aprosoja-MT recebe com cautela alteração do calendário do vazio sanitário e do plantio

    Aprosoja-MT recebe com cautela alteração do calendário do vazio sanitário e do plantio

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta quarta-feira (15.05) a portaria que determina os calendários do vazio sanitário e do plantio da soja da safra 2024/2025. O vazio sanitário começa em 08 de junho e vai até o dia 06 de setembro. A semeadura começa em 07 de setembro e segue até 07 de janeiro de 2025.

    A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) recebeu com cautela essa alteração do calendário do vazio que antecipou a proibição da presença de plantas vivas de soja em uma semana do que era previsto anteriormente.

    O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, comentou que a alteração foi recebida com certa surpresa e que ainda deve passar por apreciação dos demais associados. O representante dos produtores de soja e milho do Estado indicou que há pontos a serem considerados como o prejuízo para a segunda cultura, nesse caso, o gergelim.

    Segundo o 7º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão de produção de gergelim em Mato Grosso era de 187,7 mil toneladas na safra 2023/2024. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) pontuou que o número era resultado do aumento da área plantada em mais de 100%, saindo de 185,5 mil hectares para 381,9 mil hectares.

    O gergelim, explicou Jerusa Rech, gerente de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT, foi muito procurado este ano pelos produtores que perderam a janelado plantio do milho por conta da forte estiagem.

    “Os anos mais secos favorecem a escolha do gergelim em comparação ao milho, é uma forma de aproveitar as terras que ficam subutilizadas durante os períodos de escassez de água. O grão é também uma boa opção de investimento porque o mercado internacional tem um alto consumo. Além disso, muitas áreas cultivadas em março ainda não foram colhidas”, detalhou a especialista.

    Nesse sentido, Jerusa chamou a atenção também para o fato de que com o vazio sanitário antecipado, os produtores terão menos tempo para eliminar as plantas tigueras ou guaxas (planta de um cultivo anterior que brota na safra atual) e podem perder a sua produção, e com isso ter uma queda na produtividade do gergelim.

    Outro ponto a ser considerado, segundo o presidente da Aprosoja-MT, é o plantio adiantado também em uma semana, desta vez para 07 de setembro indo até 07 de janeiro.

    Isso porque em anos de El Niño ou de La Niña há o adiantamento ou atraso das chuvas, explanou Jerusa. Nesta safra atual, em que o fenômeno vivenciado é o primeiro, houve um atraso no início das chuvas. Algumas regiões teve um volume acumulado de chuva, mas não se manteve no mês seguinte e aí ocorreu o período maior de seca e muitas lavouras foram semeadas no fim de outubro ou início de novembro. A especialista analisou que é um espaço grande e aquelas lavouras semeadas mais cedo já têm proliferação de pragas como mosca branca e ferrugem.

    “Como chove pouco no início e as chuvas não são uniformes, isso pode colocar em xeque a produtividade e a produção da maioria, prejudicando não só aos produtores rurais economicamente, mas todo o estado de Mato Grosso, na sua produção, produtividade e arrecadação do Estado”, complementou o presidente.

    Por outro lado, essa data de plantio se estendendo em janeiro pode ser positiva, afirmou Lucas Costa Beber, que acredita que ser um pouco mais apropriada, tomando como exemplo este ano, no qual muitos produtores rurais precisaram fazer o replantio.

    “Ir até o dia 7 de janeiro (de 2025) ainda não é o prazo perfeito, mas é bom porque é uma época na qual devemos considerar que pode ter a necessidade de replantio, como nesta safra, quando os produtores tiveram que fazer replantio no fim do ano passado e começo de 2024. Em anos de El Niño, então, uma data assim ou prazo ainda maior, é mais apropriado porque ajuda os produtores a semearem sem a necessidade de pedir o plantio excepcional”, concluiu Lucas Costa Beber.

  • MPF recomenda que Mapa tenha embasamento técnico para relativizar o vazio sanitário da soja

    MPF recomenda que Mapa tenha embasamento técnico para relativizar o vazio sanitário da soja

    Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), Pedro Melo Pouchain Ribeiro e Marianne Cury Paiva, recomendaram que a Secretária de Defesa Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (SDA/Mapa) reveja os procedimentos para eventuais alterações no calendário do plantio da soja em Mato Grosso. A Recomendação foi divulgada nesta segunda-feira (22.04), pelo MPF.

    A Recomendação do MPF foi feita após a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) enviar ofício ao órgão, questionando a decisão do Mapa.

    Segundo o documento do MPF, o Mapa concordou em acatar as recomendações para evitar decisões como a da antecipação do plantio, como ocorreu em agosto de 2023.

    Na época, o Ministério da Agricultura atendeu ao pedido da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), permitindo o plantio da soja a partir de 1º de setembro, invadindo o vazio sanitário, que tem vigência entre 15 de junho a 15 de setembro.

    Nesse período, os produtores são impedidos de manter qualquer planta viva de soja na lavoura. Conforme ressaltado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a pedido do MPF, o vazio sanitário é a principal medida fitossanitária para conter a ferrugem asiática, principal praga da cultura da soja no país.

    De acordo com a Recomendação, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) mostrou-se contrário ao deferimento do cultivo excepcional de soja no estado do Mato Grosso, pela ausência de apresentação de embasamento técnico por parte do Mapa para a autorização do pedido formulado pela Ampa, solicitando, inclusive, ao Ministério, justificativas técnicas que embasaram a autorização em caráter excepcional no Estado de Mato Grosso para tal finalidade, e qual seria o plano de prevenção e controle a ser adotado nos cultivos autorizados em caráter excepcional.

    Também consta na Recomendação que os pesquisadores integrantes da Embrapa, Mauricio Conrado Meyer, Claudia Vieira Godoy e Rafael Major Pitta, alertaram que os problemas da antecipação do plantio seriam: a necessidade de utilização de uma quantidade superior de fungicidas para a contenção da ferrugem asiática e;  a resistência da praga aos produtos utilizados, em razão do alargamento da janela de plantio.

    Nas palavras do procurador do MPF, Pedro Melo Pouchain Ribeiro, “a concordância da SDA/Mapa, além de ferir a própria base normativa que a fundamenta, ocasionaria uma série de danos ambientais ao estado de Mato Grosso, notadamente em virtude da ferrugem asiática, citando, ainda, que a decisão desta Secretaria foi extremamente temerária e: banalisou a condição de excepcionalidade estabelecida no art. 10, da Portaria SDA nº865, para o cultivo de soja independentemente do vazio sanitário e do calendário de semeadura; não apresentou um embasamento técnico-científico idôneo que demonstrasse a viabilidade do cultivo de soja ainda dentro do vazio sanitário sem maiores prejuízos/riscos aos produtores e, principalmente, ao meio ambiente; desconsiderou todos os riscos/prejuízos elencados pela Embrapa, a mais importante empresa de pesquisa do Brasil, ligada ao próprio Mapa; desconsiderou todas as insurgências do Indea e da Aprosoja-MT quanto ao pedido formulado pela Ampa.

    Um importante ponto, também destacado pelo procurador do MPF, foi o fato de que os prejuízos não se restringiriam apenas às áreas pertencentes aos produtores que optaram por realizar o plantio excepcional, sobretudo em razão da facilidade da proliferação da praga pelo ar, mas também às áreas onde os produtores seguiram o calendário normal de semeadura, pois estes estariam também sujeitos a maiores danos ambientais.

    Para o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, “a decisão da SDA/Mapa não foi apenas temerária, mas também, incoerente e irresponsável, haja vista que contrariou as próprias normas internas do Ministério e as orientações técnicas da Embrapa, e também, colocou em risco a cultura da soja em Mato Grosso e o meio ambiente, além de prejudicar os produtores que plantaram a partir de 16 de setembro do ano passado, os quais absorveram a proliferação de fungos da ferrugem asiática daqueles plantios que foram realizados durante o período proibitivo do vazio sanitário”.

    Por fim, a Recomendação do MPF determinou à SDA/Mapa: promova a complementação da Portaria a SDA nº865/MAPA, especificando, claramente, quais são as condições de excepcionalidade que autorizam a relativização do vazio sanitário e do calendário de plantio da soja; que não autorize a relativização do período do vazio sanitário e do calendário da soja, constantes no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, sem a demonstração da “condição de excepcionalidade”, prevista no art. 10, da Portaria SDA nº865 (ou em posterior regulamentação), subentendida como uma situação fora do comum, devidamente justificada, de modo que o solicitante ou a SDA, esta quando da análise do pedido, demonstre, por meio de elementos técnicos (estudos, pesquisas, pareceres, dados empíricos e outros, elaborados por instituições públicas e/ou privadas de notório reconhecimento) que os riscos ambientais do cultivo excepcional são os mínimos possíveis, e que o respectivo cultivo não comprometa a eficácia das medidas já existentes para o combate/contenção da ferrugem asiática; que não autorize qualquer tipo de alteração do calendário do plantio de soja no estado de Mato Grosso (início e término) sem embasamento técnico (estudos, pesquisas, pareceres, dados empíricos, e outros, elaborados por instituições públicas e/ou privadas de notório reconhecimento) que demonstre a ausência de prejuízos ambientais dessa medida.

    O MPF determinou o arquivamento do inquérito para analisar o caso, já que a SDA/Mapa demonstrou boa-fé, reconhecendo a necessidade de alteração da portaria. Por outro lado, o MPF disse ser necessário a instauração de um Processo Administrativo para acompanhamento da “efetiva complementação/alteração da Portaria nº SDA/Mapa”.

  • Vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em MT

    Vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em MT

    O vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em Mato Grosso. Nesse período é proibido plantar ou manter viva uma planta da soja. Ele começou em 15 de junho. Na região de Lucas do Rio Verde, o Indea avalia como positivo o trabalho de fiscalização realizado junto às propriedades rurais.

    O engenheiro agrônomo Leandro Oltramari acredita que o cumprimento das medidas fitossanitárias contidas em decreto estadual é resultado do trabalho que vem sendo realizado ao longo dos anos pelo Indea. “Também é fruto também do trabalho de conscientização que é feito junto aos produtores da importância da soja na geração de empregos diretos e indiretos”, pontuou.

    O vazio sanitário é uma das principais ferramentas adotadas para reduzir a infestação de pragas e doenças nas lavouras. No caso da soja, a principal é a ferrugem asiática, responsável por prejuízos aos produtores rurais.

    Este ano, uma decisão do Ministério da Agricultura permitiu que produtores antecipassem em 15 dias o início da semeadura de soja. Porém, para realizar o plantio antecipado de forma excepcional, o produtor deveria obter a autorização. “Nosso corpo técnico de fiscais identificou algumas poucas irregularidades em que o produtor iniciou o plantio sem autorização. Neste caso, foram tomadas as a todas as medidas legais cabíveis”, informou Oltramari.

    A decisão de antecipar o plantio atendeu pedido da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA). O Indea e entidades, como a Aprosoja, se mostraram contrários a decisão do Ministério da Agricultura.

    Importância vazio sanitário

    O engenheiro agrônomo do Indea observou que o vazio sanitário é essencial para o controle de pragas como a ferrugem asiática. Como é proibido manter plantas vivas nas propriedades por 90 dias, a medida reduz a presença das chamadas ‘fontes de inóculo’ de todos os complexos de pragas e doenças que existem da soja. “Ele proporciona a redução bastante grande da fonte de inóculo dessas principais pragas e doenças e, principalmente, da ferrugem asiática da soja”.

    Leandro Oltramari analisa ainda que o uso indiscriminado de fungicidas ao longo dos anos proporciona até a redução da efetividade de muitos ingredientes ativos. “Hoje não funciona mais. Ao longo dos anos surgem os chamados biótipos resistentes. Então é mais um motivo da importância do vazio sanitário da soja, mais uma ferramenta para o controle da ferrugem asiática da soja”.

    O período liberado para semeadura da soja este ano sofreu mudança. Nos anos anteriores o período iniciava em 16 de setembro e se estendia até 31 de dezembro. Este ano ele se encerra uma semana antes, em 24 de dezembro.

    O engenheiro agrônomo observa que o produtor deve ter em mente a necessidade de alguns cuidados com o clima para o início do plantio. “É fundamental ter um mínimo de umidade do solo. Nesse primeiro momento vai ser realizado o plantio para aqueles que têm sistema de irrigação, sistema de pivô central, porque para que a cultura se estabeleça de uma forma adequada, é fundamental a presença de umidade”, orienta.