Tag: Variante delta

  • Pesquisa mapeia entrada e disseminação da variante delta no Brasil

    Pesquisa mapeia entrada e disseminação da variante delta no Brasil

    Uma pesquisa liderada pelo Instituto Butantan identificou os padrões da disseminação da variante delta do novo coronavírus pelo Brasil e a origem da entrada da linhagem no país. Segundo o instituto, é a primeira vez que esse mapeamento é feito. A pesquisa foi publicada na plataforma de preprints medRxiv .

    As análises mostraram que algumas das dez introduções independentes ocorridas no Brasil até o final de setembro foram relacionadas com amostras da variante delta em circulação na Austrália e nos Estados Unidos, outras se relacionaram com amostras do Reino Unido. Foi identificada a disseminação da variante por oito estados brasileiros no primeiro semestre de 2021.

    Em relação à transmissão comunitária, que já estava estabelecida desde junho, foram detectadas ao menos quatro cadeias de transmissão independentes: no Rio de Janeiro, em Goiás, no Maranhão e no Paraná.

    Para o estudo, foram utilizados dados coletados pela Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2 do estado de São Paulo, conduzida pelo Butantan, que já sequenciou mais de 30 mil amostras do vírus.

    Conjunto de dados global

    Os pesquisadores reuniram um conjunto de dados global e representativo disponível na plataforma Gisaid (sigla para global initiative on sharing all influenza data), iniciativa que fornece acesso aberto a dados genômicos do vírus influenza e do coronavírus. Atualmente, a plataforma reúne 170 mil genomas da variante delta.

    Com condução do Instituto Butantan, a pesquisa teve participações do Hemocentro de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, da Universidade Estadual Paulista, da Universidade Federal de Minas Gerais, da Fundação Oswaldo Cruz e da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.

    De acordo com o Butantan, a variante delta é responsável atualmente por 90% dos casos de covid-19 no Brasil, registrados nos 26 estados e no Distrito Federal. De acordo com a Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, a delta predomina no estado de São Paulo desde a 33ª semana epidemiológica (15 a 21/8). Na 42ª semana epidemiológica (17 a 23/10), ela correspondia a 99,7% das amostras sequenciadas pela rede, seguida pela variante P.1.7 (0,3%).

    Os primeiros casos relatados de infecções no país estão associados a um navio cargueiro que partiu da Malásia em 27 de março e que havia passado pela África do Sul antes de chegar ao Brasil, em 14 de maio, transportando mais de 20 tripulantes, seis deles positivos para a delta.

    A primeira amostra da variante delta coletada na cidade de São Paulo, ainda de acordo com o instituto, é do final de junho. A introdução na Grande São Paulo provavelmente chegou por Taubaté, partindo inicialmente do estado do Rio de Janeiro.

    “Uma das teses apontadas para que a delta não tenha causado tantos danos aos brasileiros é a vacinação realizada com a CoronaVac. No Chile, por exemplo, a variante não causou tantos danos quanto em outros países que não aplicavam a vacina desenvolvida pelo Butantan. Outro fator que contribui com a diminuição dos casos foi a variante gama, que infectou um alto número de pessoas no país e pode ter gerado uma imunidade na população contra a variante delta”, divulgou, em nota, o Butantan.

  • Covid-19: Ceará exige de viajante teste negativo ou vacinação completa

    Covid-19: Ceará exige de viajante teste negativo ou vacinação completa

    O governo do Ceará conseguiu, em decisão na Justiça Federal, o direito de exigir teste negativo ou vacinação completa contra covid-19 de passageiros de voos que embarcarem para o estado. O pedido teve o objetivo de impedir a propagação de variantes do coronavírus pelo fluxo de viajantes.

    Segundo o governo do estado, conforme a decisão judicial, em tutela de urgência, a União e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) somente devem autorizar o embarque em voos provenientes de outros estados do país com destino ao Ceará e desembarque de voos particulares – quando não for possível a aferição no embarque – de passageiros que apresentem uma das duas condições: comprovante de esquema vacinal completo contra covid-19 ou resultado negativo de exame de antígeno ou RT-PCR realizado em até 72h antes do voo.

    “Não se trata de restrição de livre locomoção pelo país, nem restrição ao direito de liberdade, mas de proteção à vida, que é um direito de alta relevância”, disse, em sua decisão, o juiz federal Luís Praxedes Vieira da Silva, segundo comunicado do governo cearense, divulgado ontem (11).

    Casos confirmados são 15

    Dados da Secretaria de Saúde do Ceará apontam que já foram confirmados 15 casos da variante Delta, todos de passageiros embarcados por via aérea em outros estados. Nesta quarta-feira, a secretaria também confirmou o primeiro caso de transmissão comunitária da variante. A vítima é um profissional de saúde residente do município de Icó.

    Atualmente, o Centro de Testagem de Viajantes, instalado no Aeroporto Internacional de Fortaleza Pinto Martins, testa 20% dos passageiros que desembarcam no local, de forma aleatória ou espontânea. Também estão funcionando centros de testagem no aeroporto de Aracati e na rodoviária de Barbalha.

     

  • Exame detecta variante Delta em adolescente de 15 anos em Cuiabá

    Exame detecta variante Delta em adolescente de 15 anos em Cuiabá

    Ontem, terça-feira, 27 de julho, o Instituto de Análises Clínicas (INAC) confirmou pela primeira vez em Mato Grosso a presença da variante Delta do Coronavírus. Este é o primeiro caso da variante Delta em Cuiabá, foi detectado no exame de uma adolescente de 15 anos, que testou positivo para Covid-19 duas vezes entre março e julho deste ano. No Brasil, essa mutação já foi registrada 169 vezes.

    O laboratório afirmou que já informou aos órgãos competentes os detalhes relacionados ao resultado positivo da paciente. A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) afirmou que ainda não recebeu as amostras.

    Mais contagiosa

    A variante Delta é extremamente mais transmissível que todas as outras cepas da covid-19 identificadas até agora. Para exemplificar, uma pessoa infectada pelo vírus original podia transmiti-lo para outros dois ou três indivíduos. Agora, alguém com a Delta pode passá-la para cinco ou oito pessoas, se não houver qualquer controle. Esse é o principal problema. Além disso, o contágio dela começa mais cedo. Antes, o período de incubação era de seis dias. Atualmente, com essa, são quatro. No início da contaminação, ela tem carga viral mil vezes maior do que as outras variantes. Ainda não se sabe se ela é mais letal. Isso depende muito do local analisado. Porém, ela pode deixar mais pessoas doentes, e isso pode acarretar em superlotação do sistema de saúde, mesmo com as pessoas vacinadas. Mas não entenda errado. Não é que as vacinas não funcionam. Funcionam e evitam que se tenha a forma grave da doença. Porém, isso só ocorre com quem está com o ciclo vacinal completo, ou seja, com as duas doses aplicadas — ou uma, no caso da Janssen. Por isso, é preciso ter cuidado e prevenir.

    Fernando Lucas Melo, pesquisador da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) da Universidade de Brasília (UnB)