Tag: vacinação

  • Mais de 43 milhões de pessoas já se vacinaram contra gripe no Brasil

    Mais de 43 milhões de pessoas já se vacinaram contra gripe no Brasil

    Até esta sexta-feira (9), 43,3 milhões de doses de vacinas contra a gripe foram aplicadas no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, do total de doses aplicadas 16 milhões foram em idosos, seis milhões em crianças e 2,6 milhões em profissionais de saúde.  

    Hoje, Dia Mundial da Imunização, o ministério alerta que a “vacinação é fundamental antes da chegada do inverno, já que esta é a estação do ano com maior circulação dos vírus da [gripe] Influenza”.

    A campanha nacional foi encerrada no fim de maio. Mesmo assim, a orientação é no sentido de que estados e municípios estendam a vacinação enquanto tiverem doses disponíveis. A recomendação é para que a população consulte as informações locais para saber onde se vacinar.

    Covid-19

    O Ministério da Saúde também tem concentrado esforços na proteção da população contra a covid-19. Até agora, cerca de 22 milhões de doses da vacina bivalente foram aplicadas. “O imunizante é destinado a todos os brasileiros maiores de 18 anos que completaram o esquema vacinal primário com as duas doses. É necessário, no entanto, intervalo mínimo de quatro meses desde a administração da última dose”, informa o ministério.

    “Tanto as ações de vacinação contra a gripe quanto as da covid-19 são parte do Movimento Nacional pela Vacinação, iniciado em fevereiro deste ano. O movimento é uma das prioridades do governo federal para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e o resgate da cultura de vacinação no país”, ressalta o governo.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Amazonas realiza Dia D de multivacinação de crianças e adolescentes

    Amazonas realiza Dia D de multivacinação de crianças e adolescentes

    O Amazonas realiza hoje (20) o Dia D da campanha de multivacinação no estado. O objetivo é imunizar crianças e adolescentes de até 14 anos. Estarão disponíveis os imunizantes do calendário básico de vacinação infantil.

    Em Manaus, a vacinação pode ser feita em unidades de saúde, escolas, centros comunitários e igrejas até às 16h. A lista com os locais onde será feita a imunização está disponível no site da secretaria municipal de saúde.

    Poliomielite

    Uma das vacinas aplicadas durante a ação é a que previne a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. De acordo com o Ministério da Saúde, desde 1989 não há registros da doença no país. Contudo, a pasta alerta para queda da cobertura vacinal no Amazonas, que ficou em 77,46% do público alvo no ano passado, enquanto a meta é atingir 95% dele.

    Edição: Aline Leal

  • Após 34 anos sem poliomielite, baixo índice de vacinação preocupa

    Após 34 anos sem poliomielite, baixo índice de vacinação preocupa

    “As pessoas ficam muito surpresas quando eu digo ‘não foi acidente de carro não, foi paralisia infantil’”, explica a médica Rivia Ferraz, de 51 anos de idade, quando perguntam por que usa uma prótese na perna direita? “Parece que as pessoas esqueceram o que foi a paralisia infantil”, diz ao se referir à doença que tem preocupado as autoridades de saúde, já que a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, está com a cobertura em queda no Brasil.

    Os índices de vacinação contra a poliomielite têm apresentado queda desde de 2016, última vez em que o país superou a marca de 90% de cobertura vacinal do público-alvo. A meta do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é vacinar entre 90% e 95% das crianças menores de 5 anos de idade.

    Mas a proteção nunca esteve tão baixa. Em 2022, o percentual de vacinação foi de 72%. No ano anterior, foi menor ainda, pouco menos de 71%, informou o Ministério da Saúde. Os números trazem preocupação porque, apesar de o Brasil ter registrado o último caso da doença em 1989, há 34 anos, outros países ainda não erradicaram a doença, o que pode fazer o vírus voltar a circular por aqui.

    A médica disse que nasceu sem nenhuma patologia. “Mas aos 9 meses eu contraí a poliomielite e foi por falta da vacinação”. Ela explica porque não recebeu a vacina contra a pólio. “Isso foi em 1971, já tem algumas décadas, a gente não tinha o SUS [Sistema Único de Saúde]. Sou do Nordeste, de Maceió, cidade linda, mas lá não tinha muitos recursos e naquela época só tinha campanhas, não era como hoje, que em qualquer unidade de saúde você leva seu filho e vacina. Quando houve campanha, eu estava com febre e vomitando, não podia tomar a vacina, aí quando eu estava bem, não tinha a disponibilidade da vacina”.

    Nesse intervalo, ela acabou contraindo o vírus da poliomielite. “É um vírus que em algumas crianças pode até não causar sintomas, como acontece hoje com a covid 19, algumas pessoas nem desenvolvem sintomas, com a poliomielite é a mesma forma. Mas crianças desenvolveram a forma grave, que foi o meu caso, que tem o ataque da medula, que acaba trazendo consequências nas células nervosas motoras, que acaba causando uma paralisia flácida”.

    Rivia estava justamente na fase de dar os primeiros passos quando a mãe percebeu que ela ficava de pé, mas logo caía. “Ela me levou para uma avaliação médica e foi diagnosticada a paralisia. Passei por 14 cirurgias para conseguir caminhar um pouco, agora estou com esta órtese que é muita boa em me dar segurança para andar, passei por várias fases com e sem órteses, com e sem bengalas, para ter maior estabilidade e mais segurança”.

    Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a grande maioria das infecções não produz sintomas, mas de cinco a dez em cada 100 pessoas infectadas com esse vírus podem apresentar sintomas semelhantes aos da gripe. Em um a 200 casos, o vírus destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. Não há cura. Os principais efeitos da doença são ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado e dores nas articulações.

    Embora muito raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte. Há 30 anos, a pólio paralisou quase 1.000 crianças por dia em 125 países em todo o mundo, incluindo países das Américas, informou a Opas.

    Zé Gotinha

    Em 1994, o Brasil foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), junto com os demais países das Américas, como livre da poliomielite. O combate à doença fez surgir um dos personagens mais conhecidos da cultura médica nacional, o Zé Gotinha. O nome se refere à vacina atenuada oral (VOP), aplicada como dose de reforço dos 15 meses aos 4 anos de idade.

    Mas o esquema vacinal começa antes. O Programa Nacional de Imunizações recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade e depois o reforço. A vacina está disponível em todos os centros públicos de saúde e pode ser administrada simultaneamente com as demais dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.

    Estratégias

    Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde elaborou as ações a serem realizadas este ano para diminuir o risco de reintrodução da poliomielite e fortalecer a vacinação na maior cidade do país.

    A enfermeira e coordenadora do Programa Municipal de Imunizações (PMI), Mariana de Souza Araújo, explica como as ações serão desenvolvidas. “As salas de vacinação têm os horários estendidos, funcionam das 7h às 19h e aos sábados também fazemos a vacinação nas AMA/UBS integradas, para aqueles pais que não conseguem levar a criança durante a semana”.

    Outra ação é a Declaração de Vacinação Atualizada (DVA), a ser preenchida e entregue à escola em que o aluno está matriculado, que tem o objetivo de aumentar a cobertura vacinal entre os estudantes. “Todos os pais têm que levar a DVA certificada na escola, assim, as crianças que não devolvem a DVA, fazemos a busca ativa, com os agentes comunitários das UBS, que vão até a casa daquela criança e a vacinam no local”.

    Ainda em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o PMI tem realizado ações nas escolas. “Para os pais que não conseguem levar as crianças nas UBS, vacinamos nas escolas. Divulgamos ainda, nas nossas redes sociais, as informações sobre as vacinas, mas se os pais tiverem ainda alguma dúvida, procure qualquer serviço de saúde que os profissionais poderão orientar”.

    A coordenadora reforça que a única maneira de impedir que o vírus retorne ao país é mantendo as altas coberturas. “Em São Paulo, estamos com uma cobertura próxima da meta, com 80%, mas precisamos vacinar mais e que todas as crianças tenham o esquema completo para estarem protegidas”.

    Um caso recente da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou o risco do Brasil, lembra a coordenadora do PMI. “Temos risco porque o Brasil é um país de portas abertas, recebemos imigrantes e refugiados, então precisamos manter a nossas coberturas vacinais exatamente por isso, porque recebemos pessoas de outros países que têm casos e sabemos que onde tem casos de pólio são os países com baixas coberturas vacinais. Então a nossa cobertura vacinal alta é a única forma de evitar que o vírus se reintroduza no país”.

    Outras informações sobre a vacinação estão disponíveis na página Vacina Sampa.

    O vírus da poliomielite é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum, a água ou alimentos contaminados, por exemplo, e se multiplica no intestino.

    Para quem hesita em vacinar seus filhos, a médica Rivia tem um alerta e um conselho. “Passei por muitas dores e ainda as sinto, tive que vencer barreiras e a acessibilidade, tudo isso por conta de uma não vacinação. Apesar das pessoas hoje desconhecerem a paralisia infantil, é uma doença totalmente prevenível com a vacina que está aí, com toda a facilidade nas unidades de saúde. Vacinem seus filhos, o nosso desejo é que as crianças continuem saudáveis”.

    * Colaborou Priscila Kerche, da TV Brasil

    Edição: Fernando Fraga

  • Saúde amplia vacinação contra gripe para todos com mais de 6 meses

    Saúde amplia vacinação contra gripe para todos com mais de 6 meses

    O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (12) a ampliação da vacinação contra a gripe. A partir da próxima segunda-feira (15), toda a população acima de 6 meses pode receber a dose. O objetivo, segundo a pasta, é expandir a cobertura vacinal contra a doença antes do inverno, quando as infecções respiratórias tendem a aumentar. Até o momento, 21 milhões de pessoas foram imunizadas – 30% do grupo prioritário.

    “A orientação atende a pedido de estados e municípios, que podem usar as vacinas em estoque e adotar estratégias locais para operacionalizar a imunização, atendendo às realidades de cada região. Mais de 80 milhões de doses da vacina trivalente, produzidas pelo Instituto Butantan, foram distribuídas para todo o país. A meta é vacinar 90% da população”, destacou o ministério, por meio de nota.

    A vacina contra a gripe estava sendo aplicada apenas no público prioritário, formado por idosos acima dos 60 anos, crianças (com idade a partir de 6 meses e menores de 6 anos), gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), imunossuprimidos, indígenas, profissionais da saúde e da educação, pessoas com deficiência permanente ou com comorbidades, profissionais de transporte coletivo e portuários, trabalhadores das forças de segurança e salvamento, trabalhadores das forças armadas e do sistema prisional e população privada de liberdade.

    No comunicado, a pasta reforçou que a imunização é fundamental porque reduz a carga da doença, sobretudo em pessoas com problemas de saúde e idosos, prevenindo hospitalizações e mortes, além de diminuir a sobrecarga nos serviços de saúde. Até o fim de abril, pelo menos 253 mortes por gripe foram confirmadas no país.

    “As vacinas influenza sazonais têm perfil de segurança excelente e, geralmente, são bem toleradas. Manifestações como dor no local da injeção são comuns e ocorrem em 15% a 20% dos pacientes, sendo benignas e geralmente resolvidas em 48 horas”, informa o ministério.

    A vacina da gripe é fabricada com vírus inativados, fragmentados e purificados, ou seja, não é capaz de induzir o desenvolvimento da doença. A composição e a concentração de antígenos são atualizadas todos os anos conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda segundo o ministério, o imunizante pode ser administrado simultaneamente com outras vacinas do calendário nacional.

    São Paulo

    Na capital paulista, apenas 26% do público prioritário foi vacinado contra a gripe até o momento. “A vacina está disponível para todos os grupos elegíveis e em todas as UBSs [unidades básicas de saúde]. Com o início do inverno, em que o vírus circula com mais intensidade, a vacinação pode ajudar a minimizar os sintomas respiratórios evitando internações”, reforçou o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco, por meio de nota.

    Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a vacina contra a gripe Influenza está disponível nas UBSs e nas assistências médicas ambulatorias (AMAs)/UBS Integradas. Mais informações sobre os postos podem ser encontradas no Sistema de Localização de Estabelecimentos de Saúde da Rede SUS do Município de São Paulo e no De Olho na Fila.

    *Colaborou Elaine Patrícia Cruz

    Matéria ampliada às 17h07

    Edição: Juliana Andrade

  • Ministra defende vacinação contra a gripe em todas faixa etárias

    Ministra defende vacinação contra a gripe em todas faixa etárias

    A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reafirmou nesta sexta-feira (12), no Rio de Janeiro, a importância da vacinação contra a gripe em todas as faixas etárias, e não apenas nos grupos prioritários, devido ao aumento de casos de Influenza no país.

    “Isso se amplia no período de inverno que nós estamos entrando e a possibilidade da vacinação significa uma proteção, até porque, em alguns casos, temos complicações devido à gripe. Por isso, recomendamos a vacinação a partir de seis meses de idade”, disse a ministra, após participar da posse do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira.

    A vacina da gripe já chegou a 30% em cobertura no país, mas Nísia admitiu que a vacinação está aquém do que precisa, apesar do esforço do Ministério da Saúde e das secretarias de Saúde, em especial as secretarias municipais, “porque é na atenção básica que a vacina é aplicada”.

    Para aumentar o índice de imunização, ela disse ser necessário um trabalho conjunto entre governo e sociedade. “Nós estamos trabalhando junto com cada gestor municipal, estamos envolvendo agentes comunitários de saúde e vamos fazer ações in loco, principalmente nos municípios que estão com baixa cobertura, para tentar ampliá-la”.

    “Nós estamos estudando como melhorar isso [vacinação]. Já temos várias ações em curso, principalmente de busca ativa da população, para que ela possa ser vacinada”, disse.

    A imunização contra a gripe começou em abril, na Região Norte, mas é preciso intensificá-la, afirmou Nísia Trindade.

    Em relação à cobertura da vacinação indígena, que atingiu em torno de 16%, com destaque para a população Yanomami, onde os casos de síndrome gripal já são o dobro do ano passado, com casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) quase alcançando o nível de 2022, a ministra esclareceu que foi feita uma vacinação específica para os povos indígenas, uma multivacinação. “Muita preocupação também não só com a vacina contra a covid-19, mas vacinas para as chamadas doenças da infância, com aumento de casos de sarampo e preocupação com a pólio”. De acordo com a ministra, a campanha foi intensificada e terá continuidade.

    PNI

    O Programa Nacional de Imunizações completa 50 anos este ano. “São 50 anos de muito êxito e, principalmente nos últimos quatro anos, de grande preocupação, porque perdemos a luta da cobertura de vacinas que já era uma parte mais do que normalizada. Ou seja, não era um problema. Todas as famílias levavam suas crianças para vacinar contra a pólio, contra sarampo, contra rubéola. Isso já era uma prática que não veio do nada”.

    Ela lembrou que graças às campanhas de imunizações, o Brasil conseguiu erradicar a varíola. “Isto significa que não tem circulação do vírus em nenhuma região do país”.

    Disse ainda que na década de 1970 foi conseguido sucesso também em relação à meningite, a pólio, que havia sido eliminada da região das Américas e que, infelizmente, voltou”.

    Segundo a ministra, esses são alertas para que seja feito um movimento nacional envolvendo todos os níveis de governo e a sociedade, com o objetivo de recuperar essas coberturas. “É nesse processo que nós estamos. Sabemos que a reversão não será rápida, porque houve muita campanha contra a vacina e, também, muita mudança na sociedade. Doenças que deixaram de ser ameaça não geram a visão de que é preciso que as pessoas se protejam. Por isso, disse que não pode haver uma atitude passiva. Estamos montando muitas estratégias, busca ativa, envolvendo as escolas, festas populares, ações em todas as áreas de governo. Não fazemos da vacina um evento só da saúde”.

    Nísia Trindade disse que existem estudos que explicam a baixa cobertura vacinal. E um dos motivos para isso, segundo ela, são as fake news, ou notícias mentirosas, “fator fundamental a ser combatido”.

    Essas notícias mentirosas são criminosas, na avaliação da ministra, e muitas vezes “propagadas por médicos que ferem o código de ética, falando de mortes por vacina, alegando pesquisas que não têm nenhuma base”.

    A saúde é um dos casos que têm de ser vistos com muita atenção no Projeto de Lei das Fake News, alertou.

    A ministra defendeu a necessidade de ampliar a oferta de horários e de locais de vacinação e de encarar a questão como um problema que se formou e não como um problema de rotina. Para a ministra, os agentes comunitários de saúde têm papel fundamental nesse processo, indo até as famílias, às casas.

    “Terá de ser uma grande mobilização nacional” para ampliar a cobertura vacinal no Brasil, disse Nísia Trindade.

    Edição: Fernando Fraga

  • Vacinação contra a covid-19 precisa ser mantida em dia e ampliada

    Vacinação contra a covid-19 precisa ser mantida em dia e ampliada

    A vacinação teve papel determinante para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretasse o fim da emergência de saúde pública de importância internacional da covid-19, afirmam especialistas.

    Para eles, com o encerramento do período mais crítico provocado pela doença, a imunização precisa ser mantida e ampliada, chegando a grupos ainda pouco protegidos pelos imunizantes, como as crianças.

    Integrante do comitê estratégico de especialistas em vacinação da OMS, a professora da Universidade Federal de Goiás Cristiana Toscano acompanhou de perto o desenvolvimento e a utilização das vacinas contra a covid-19. Com o fim da emergência sanitária, a infectologista considera que, além de lembrar que a doença não vai desaparecer, é preciso reforçar que a vacinação continua tendo importância.

    “Estamos em uma situação que está mudando para o que chamamos de rotina, mas a gente vai continuar vendo a circulação e a ocorrência da doença. A gente vai continuar precisando manter a vacinação em dia, principalmente nos grupos de maior risco”, afirma ela.

    A infectologista, que também é membro da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca que, por conta das vacinas, não se espera mais tantas mudanças do cenário de transmissão do vírus e da doença, o que possibilitou o fim da emergência sanitária, na sexta-feira (5). Mesmo assim, a circulação da variante Ômicron e suas subvariantes torna as doses de reforço indispensáveis.

    “Com a variante Ômicron e suas subvariantes derivadas, a gente precisa de três doses, pelo menos, para ter a proteção contra a doença grave e morte. E, nos grupos de maior risco, a gente precisa de reforços periódicos, conforme as orientações específicas para cada grupo”, afirma ela.

    “Sim, é uma boa notícia. Sim, é importante a gente aprender o que a gente tem aprendido com essa experiência, e muito importante que a gente avance em relação ao aumento das coberturas vacinais, não só de covid, mas de outras doenças preveníveis por vacinas, e nos preparemos para outras emergências sanitárias de saúde pública no mundo todo”.

    Desde o início da vacinação contra a covid-19, 13,3 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas em todo o mundo, segundo a OMS. No Brasil, mais de 514 milhões de doses foram aplicadas, segundo o Ministério da Saúde, e mais de 166 milhões de pessoas tomaram ao menos duas doses.

    Crianças desprotegidas

    A coordenadora do Observatório de Saúde da Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), Patrícia Boccolini, lembra que, apesar de as vacinas terem possibilitado o fim da emergência sanitária, muitas pessoas foram privadas do acesso a elas em todo o mundo. Entre essa população, estão as crianças que não foram levadas por seus responsáveis para serem vacinadas.

    “Dados do próprio Observa Infância que a gente levantou mostram que a cobertura vacinal para crianças de 3 e 4 anos não chegou a 20%. A gente tem uma cobertura muito baixa para esse público. E, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2022, a gente teve 550 mortes de crianças por covid”.

    Patrícia Boccolini destaca que é preciso continuar e intensificar o esforço para que as vacinas cheguem a todos os países e a toda parcela da população dentro de cada país, corrigindo as discrepâncias que existem atualmente.

    “A gente tem que ter em mente que a mensagem do comitê é que os países continuem vacinando e continuem combatendo desinformação e fake news sobre vacinas, principalmente focados na covid-19. A gente vai conviver muito com o vírus. Não podemos deixar que as coberturas vacinais caiam e precisamos ampliar as coberturas vacinais das crianças menores de 5 anos”.

    Vírus em evolução

    Virologista responsável pelo sequenciamento da variante Gamma antes do momento mais crítico da pandemia no país, o pesquisador da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca comemora o fim da emergência sanitária, que causou mais de 700 mil mortes no Brasil. Apesar de a notícia ser “um alento”, ele defende que o trabalho de vigilância genômica deve continuar.

    “A gente precisa continuar monitorando pelo menos um percentual desses casos ao longo do tempo para que a gente veja se o vírus vai, em algum momento, evoluir de maneira que se torne uma ameaça. Mas, nesse momento, essa é uma informação muito boa, uma notícia muito boa”, afirma ele.

    “A gente continua vendo o vírus evoluir, com diversas linhagens surgindo, às vezes, até com aumento do número de casos. Mas não estamos vendo um avanço significativo no aumento de casos graves”.

    Edição: Denise Griesinger

  • Cidade de SP começa a vacinar maiores de 50 anos com dose bivalente

    Cidade de SP começa a vacinar maiores de 50 anos com dose bivalente

    Pessoas com mais de 50 anos e que vivem na cidade de São Paulo poderão se vacinar com a Pfizer bivalente, contra a covid-19, a partir de amanhã (26). O anúncio foi feito hoje (25) pela prefeitura paulistana, que disse ter recebido 161 mil doses desse imunizante para esse público.

    A vacina bivalente protege contra a cepa original do novo coronavírus e também contra algumas subvariantes da Ômicron.

    Ontem (24), o Ministério da Saúde liberou a vacinação com a Pfizer bivalente para a população acima dos 18 anos de todo o país. No entanto, a Secretaria de Saúde do estado de São Paulo informou que ainda não foram enviadas doses suficientes para toda a população do estado acima dos 18 anos e, por isso, orientou as prefeituras municipais de São Paulo a fazerem um calendário escalonada, iniciando pelo público mais velho.

    “O que temos hoje em estoque, mais a quantidade já distribuída aos municípios anteriormente, é o suficiente para iniciarmos a imunização deste público, porém, é necessário que, o quanto antes, possamos receber uma nova remessa do Ministério para abastecer os municípios e seguirmos com a imunização para toda população”, disse Tatiana Lang D’Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do estado de São Paulo.

    Segundo a secretaria estadual, a estimativa é de que há cerca de 23 milhões de pessoas com mais de 50 anos em todo o estado.

    “Nossa rede está estruturada para vacinar toda a população com a dose da Pfizer bivalente. Temos 470 UBSs [unidades básicas de saúde] preparadas para realizar a imunização. Como são mais de 9 milhões de pessoas acima de 18 anos na capital, vamos ampliar a vacinação conforme o recebimento de novos lotes”, disse Luiz Carlos Zamarco, secretário municipal da Saúde de São Paulo.

    Até agora, a vacina bivalente estava disponível apenas para idosos acima dos 60 anos, maiores de 12 anos com comorbidades ou imunossupressão, indígenas, gestantes e puérperas, profissionais da saúde, pessoas com deficiência física permanente, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, população em situação de rua, residentes em instituições de longa permanência e funcionários dessas instituições.

    Pode tomar a dose bivalente quem recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer) no esquema primário ou reforço. A dose mais recente deve ter sido tomada há quatro meses. Quem está com dose em atraso também pode procurar as unidades de saúde.

    Mais de 1,09 milhão de pessoas receberam a dose bivalente na capital. Considerando-se todo o estado de São Paulo, até agora foram aplicadas 3,3 milhões de doses de vacina, conferindo uma cobertura vacinal de 23,1% na população até então elegível.

    A população paulistana pode encontrar a unidade de saúde mais próxima da sua residência por meio da plataforma Busca Saúde.

    Edição: Denise Griesinger

  • Ministério da Saúde e entidades médicas unem-se em prol da vacinação

    Ministério da Saúde e entidades médicas unem-se em prol da vacinação

    O ministério da Saúde e entidades médicas e científicas reuniram-se na manhã desta terça-feira (18). em São Paulo, para discutir ações conjuntas de incentivo à vacinação no Brasil. O encontro é uma das ações do Movimento Nacional pela Vacinação para ampliar as coberturas vacinais e resgatar a cultura de vacinação do país. Neste ano o Programa Nacional de Imunização (PNI) completa 50 anos, com 47 imunizantes e o reconhecimento mundial de ser o mais completo e eficiente do mundo.

    Entretanto, segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, desde 2015 vem sendo observado no país um cenário de baixa cobertura vacinal e durante a pandemia de covid-19, devido ao aumento dos adeptos ao movimento antivacina no Brasil e aos discursos de autoridades contra a vacinação, todas as vacinas ofertadas no calendário de todas as faixas etárias foram afetadas.

    “Isso fez com que as nossas coberturas atingissem patamares e taxas nunca antes vistos. Nós temos hoje a possibilidade de que doenças que já tinham sido eliminadas no país possam retornar porque o número de pessoas vacinadas contra elas é pequeno. Por exemplo, sarampo, poliomielite”, disse.

    Ethel Maciel ressaltou que esses dados são preocupantes, motivo pelo qual é necessária uma ação integrada da sociedade para incentivar os profissionais médicos que falem a favor das vacinas ou que em consultas possam perguntar sobre a vacinação. “A ideia é a de que, independente da especialidade médica, que isso possa fazer parte da consulta”.

    Escola

    O próximo passo entre todos os movimentos que estão sendo feitos pelo Ministério da Saúde é levar a Campanha de Multivacinação para as escolas com programas de educação sobre o tema. No Brasil,  já é obrigatório por lei que todos sejam vacinados, porém há dificuldade em fazer com que essa lei seja cumprida. A secretária reforçou que em maio deve ser iniciada uma ação para que a vacinação seja levada ao ambiente escolar.

    “As escolas não conseguem sozinhas fazer uma análise do cartão de vacinação da criança, porque são muitas vacinas, doses, variando de acordo com faixa etária. Então precisamos desenvolver uma maneira para que esse certificado de vacinação possa ser entregue à escola e assim a lei seja mais facilmente cumprida”, disse a secretária.

    Gargalo

    Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização e representante da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, o grande gargalo da vacinação está na pediatria, já que os antivacinistas tentaram boicotar os idosos, adultos e adolescentes sem sucesso, porém ao chegar nas crianças os médicos puderam perceber na prática o que esse efeito é capaz de fazer.

    “Pela primeira vez vimos adultos e pais vacinados não querendo vacinar seus filhos. Pais com três, quatro doses se recusando a vacinar seus filhos porque o discurso alarmistas desses grupos é cruel porque vai diretamente no “você vai fazer isso com seu filho?’, ‘você acha que é seguro?’. É difícil não ser impactado com um discurso com essa gravidade. Esse é o terreno mais fértil onde a desconstrução da ciência e do conhecimento caminha com maior vigor gerando as piores coberturas”, avaliou Kfouri.

    O diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcos Antônio Cirilo, destacou que muitos médicos estão sofrendo ameaças e ataques por discordarem dos movimentos antivacinação e ainda tentarem conscientizar a população sobre a necessidade do cumprimento do calendário vacinal. “É muito complicado, mas com essa nova revisão vamos conseguir ter bons resultados”.

    Participaram do encontro ainda a Associação Médica Brasileira, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia  e a Sociedade Brasileira de Pneumologia.

    Edição: Aline Leal

  • Campanha de vacinação contra gripe começa em todo o país 

    Campanha de vacinação contra gripe começa em todo o país 

    A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começou nesta segunda-feira (10). Segundo o Ministério da Saúde, a meta é vacinar, até 31 de maio, pelo menos 90% do público prioritário para a imunização, que soma 81,8 milhões de pessoas. Entre os alvos da campanha estão pessoas com 60 anos ou mais, crianças de seis meses a cinco anos de idade, trabalhadores da saúde, professores, gestantes e puérperas.

    Também fazem parte do público prioritário povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, profissionais das forças de segurança e salvamento, militares, pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo, trabalhadores portuários, profissionais do sistema penitenciário, pessoas privadas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas.

    Neste ano, todos os segmentos prioritários serão imunizados ao mesmo tempo. O Ministério da Saúde estima vacinar 79,5 milhões de pessoas em todo o país e, por isso, distribuiu 80 milhões de doses.

    No estado de São Paulo, onde apenas 69% do público-alvo foram imunizados no ano passado, a meta é atingir 18,4 milhões de pessoas neste ano. No estado do Rio de Janeiro, espera-se vacinar 6,9 milhões de pessoas.

    Segundo o secretário municipal do Rio de Janeiro, Rodrigo Prado, apenas na capital fluminense são 237 postos de vacinação, funcionando de segunda a sexta-feira, em horário comercial, e aos sábados de manhã.

    “A meta desses grupos prioritários é de 2 milhões de pessoas [na cidade do Rio]. A gente espera que as pessoas se vacinem. Este ano foram mais de 230 mil casos gripais notificados, aumentando muito em criança, principalmente. Queremos prevenir e evitar que tenham gripes mais graves, que tenham que se internar, que tenham pneumonia. A vacina realmente funciona muito bem para isso”.

    O aposentado Adão Eusébio Francisco, de 84 anos, foi se vacinar em uma tenda especial, montada na Praça Mauá, no centro da cidade, junto com seus colegas da turma de ginástica.

    “Depois que a gente se vacina, a gripe até pega, mas vem mais leve. Todo ano eu me vacino e, graças a Deus, ela vem mais leve”, conta o aposentado.

    Outro integrante da turma de ginástica, o aposentado Valmir de Mello, 65 anos, também aproveitou o primeiro dia da campanha para se imunizar. “É mais uma segurança para a nossa vida”, afirma.

    Edição: Graça Adjuto

  • Estudo mostra que Brasil está abaixo da meta de vacinação contra HPV

    Estudo mostra que Brasil está abaixo da meta de vacinação contra HPV

    Estudo da Fundação do Câncer, divulgado para marcar o Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, celebrado neste domingo (26), revela que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que até 2030, o Brasil não deverá atingir a meta necessária para a eliminação da doença, que constitui problema de saúde pública. O levantamento tem como base os registros de vacinação do PNI de meninas entre 9 e 14 anos, no período de 2013 a 2021, e meninos de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2021.

    Em todo o Brasil, a cobertura vacinal da população feminina entre 9 e 14 anos alcança 76% para a primeira dose e 57% para a segunda dose. A adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região. Na população masculina entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é inferior à feminina no Brasil como um todo. A cobertura vacinal entre meninos é de 52% na primeira dose e 36% na segunda, muito abaixo do recomendado. A Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal masculina, de 42% na primeira dose e de 28% na segunda. O estudo completo pode ser acessado no site da Fundação do Câncer.

    Destaques

    Em entrevista à Agência Brasil, a consultora médica da Fundação do Câncer e colaboradora do estudo Flávia Corrêa afirmou que há uma diferença regional marcante. “O mais preocupante é que justamente o Norte e o Nordeste, que têm as maiores taxas de incidência de mortalidade por câncer de colo de útero, são as regiões onde encontramos a menor cobertura de vacinação”. De acordo com a médica, isso acende o alerta de que é necessário investimento grande em medidas educativas para a população, para as crianças e adolescentes, pais e responsáveis e para profissionais de saúde, a fim de aumentar a cobertura.

    De acordo com o levantamento, a Região Norte apresenta a menor cobertura vacinal completa (primeira e segunda doses) do país em meninas: 50,2%. Entre os meninos, o percentual é de apenas 28,1%. A região também foi a que mais registrou óbitos por câncer de colo de útero no período 2016/2020: 9,6 por 100 mil mulheres, contra a média brasileira de 6 a cada 100 mil mulheres.

    De todas as regiões do país, o Sul é a que mais se aproxima da meta estabelecida (87,8%) na primeira dose em meninas. Por outro lado, é a região que apresenta maior índice de absenteísmo, ou não comparecimento, na segunda dose: 25,8% entre as mulheres e 20,8% entre os homens, enquanto a média do país é de 18,4% e 15,7% nas populações feminina e masculina, respectivamente. Já o Nordeste tem a menor variação entre a primeira e a segunda dose, tanto feminina (71,9% e 57,9%) quanto masculina (50,4% e 35,8%).

    Múltiplas doses

    Segundo Flávia, toda vacina que tem múltiplas doses costuma apresentar problema do absenteísmo, especialmente entre os adolescentes. “Em qualquer vacina que tenha múltiplas doses, o que se vê é que existe realmente uma queda para completar o esquema vacinal”. Isso acontece não só no Brasil, mas no mundo todo. No caso da vacinação contra o HPV, a recomendação do PNI é continuar com duas doses, embora a OMS já tenha dado aval para que seja utilizada uma dose única, dependendo das circunstâncias locais. “É preciso haver uma conscientização muito grande para que se complete o esquema vacinal”.

    Ela lembrou que seria muito importante a vacinação voltar a ser feita nas escolas, como ocorreu no primeiro ano em que a primeira dose foi disponibilizada nas unidades de ensino e de saúde. A partir da segunda dose, só estava disponível nas unidades de saúde. Flávia destacou que em todo o mundo, o esquema que deu mais certo foi o misto, em que a vacinação estava disponível ao mesmo tempo na escola e nas unidades de saúde. “Esse é um ponto muito importante”.

    Capitais

    O estudo mostra também que Belo Horizonte é a única capital com cobertura vacinal feminina acima de 90% na primeira dose. Considerando o esquema vacinal completo, esse percentual cai para 72,8%, mas ainda continua sendo a capital que mais protegeu sua população contra o câncer de colo de útero no país, considerando o período de 2013 a 2021. Em seguida, aparecem Curitiba, com 87,7% e 68,7% (dose inicial e reforço) e Manaus, com 87,0% e 63,2% (primeira e segunda doses).

    Fortaleza foi a capital do Nordeste com maior cobertura vacinal na primeira dose (81,9%) e na segunda dose (60,1%). São Luís, ao contrário, obteve os menores percentuais na primeira (51,4%) e na segunda (36,7%). Brasília e Goiânia, no Centro-Oeste, apresentaram os maiores e menores percentuais na primeira e segunda doses, da ordem de 78,1% e 58,6% e 62,1% e 43,5%, respectivamente.

    No Sudeste, o Rio de Janeiro teve índice vacinal de 72,1% na primeira dose e 49,1% na segunda; em São Paulo, o índice também é baixo (76,5% e 59,8%). O mesmo ocorre em Porto Alegre, na Região Sul, onde somente 42,7% da população feminina estão com o esquema vacinal completo, 21 pontos percentuais abaixo da dose inicial da vacinação. O pior cenário, contudo, é registrado em Rio Branco, no Norte do país: apenas 12,3% da população feminina tomaram as duas doses da vacina contra o HPV. Na primeira dose, foram 14,6%. “Até hoje, a cobertura no Acre é baixíssima”, comentou a médica.

    Desinformação

    Flávia Corrêa chamou a atenção para o fato de que há ainda muita desinformação sobre a vacina contra o HPV. Muitos pais ignoram que a vacina previne contra o câncer de colo do útero e não incita o início da vida sexual antes do tempo. Outros não sabem qual é a faixa etária em que os filhos devem se vacinar. “Há uma falta de informação muito grande que precisa ser abordada com medidas educativas, mais fortes, tanto para as crianças e adolescentes, quanto para os pais, a sociedade como um todo. É necessário ampliar a discussão sobre a questão da vacina, mostrar os dados que dizem que ela é segura, não estimula a atividade sexual precoce”.

    A consultora médica da Fundação do Câncer disse que a cobertura vacinal é menor para os meninos, tanto na primeira quanto na segunda dose, porque as pessoas ainda não entenderam que a vacinação de meninos é necessária não só para proteger as meninas do câncer de colo do útero, mas porque traz benefícios também para os representantes do sexo masculino. Ao vacinar ambos os sexos, diminui a disseminação do vírus, explicou.

    Além de proteger as meninas e mulheres contra o câncer de colo do útero, os meninos podem ser beneficiados com a vacina para evitar câncer de pênis, de orofaringe, câncer de boca, de ânus, entre outros tipos. Na mulher, a imunização também evita câncer de vulva, vagina, faringe, boca. ”Isso precisa ser bastante divulgado”, observou Flávia Corrêa.

    A vacina é segura e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, em esquema de duas doses, e para mulheres e homens transplantados, pacientes oncológicos, portadores de HIV, de 9 a 45 anos, em esquema de três doses.

    Edição: Graça Adjuto