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  • Mato Grosso luta contra a dengue com baixa procura pela vacina Qdenga

    Mato Grosso luta contra a dengue com baixa procura pela vacina Qdenga

    Um ano após a largada da campanha de imunização contra a dengue pelo SUS em Mato Grosso, a procura pela vacina Qdenga ainda não atingiu o patamar desejado. Das cerca de 61 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde para 35 cidades prioritárias desde abril do ano passado, apenas 45 mil foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, o público-alvo da campanha.

    Os dados, apresentados pela Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) durante uma discussão pública na Assembleia Legislativa sobre a crescente incidência de arboviroses como dengue, chikungunya e zika, revelam que 33 mil dessas doses foram primeiras aplicações e apenas 12 mil foram as segundas doses, essenciais para a proteção completa.

    Marcos Roberto Dias, superintendente de Vigilância em Saúde substituto, enfatizou que a vacinação contra a dengue é vista como um passo importante para melhorar o quadro das arboviroses no futuro. No entanto, a baixa adesão representa um obstáculo considerável, especialmente diante do grande número de casos e mortes causadas pela doença no estado. Ele alertou que, apesar de uma certa estabilização nos grandes centros urbanos, novos surtos podem ocorrer, agravando a situação em curto e médio prazo.

    A relutância em se vacinar pode ter diversas origens, incluindo a propagação de informações incorretas sobre as vacinas. Contudo, as autoridades de saúde insistem na segurança do imunizante, que passou por rigorosos estudos clínicos e continua sob monitoramento do Ministério da Saúde e da Anvisa.

    A audiência na Assembleia Legislativa foi proposta pelo deputado Lúdio Cabral (PT), diante do aumento de casos em vários municípios mato-grossenses. Os números da Ses-MT mostram um cenário preocupante neste ano, com 13 mortes confirmadas por dengue e outras 10 sob investigação. Ao todo, mais de 25 mil pessoas já foram infectadas pela doença transmitida pelo Aedes aegypti.

    A situação da chikungunya é ainda mais alarmante, com mais de 34 mil casos prováveis, 47 mortes confirmadas e 23 em investigação. Nos primeiros três meses de 2025, o número de casos de chikungunya já ultrapassou o total registrado em todo o ano anterior. Em abril, a Anvisa aprovou uma nova vacina contra a chikungunya, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Valneva.

    Para lidar com essa crise de saúde pública, a Ses-MT detalhou as várias ações implementadas pelo governo estadual, como a aprovação de planos de enfrentamento em nível municipal, regional e estadual, a criação de um centro de operações de emergência para arboviroses e vírus respiratórios (COE-ArboVR) e a distribuição de testes rápidos aos municípios. A Secretaria também solicitou o apoio da Força Nacional do SUS para auxiliar o estado.

  • Laboratório pede incorporação da vacina contra dengue no SUS

    Laboratório pede incorporação da vacina contra dengue no SUS

    O laboratório japonês Takeda Pharma registrou solicitação formal para a incorporação da vacina Qdenga, contra a dengue, ao Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi confirmada nesta quarta-feira (9) pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

    “O Ministério da Saúde tem mantido diálogo com a empresa Takeda, que também colabora com a Hemobrás [Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia] para o Fator 8 contra a hemofilia. Essa empresa está em diálogo conosco. Entrou agora, no dia 2 de agosto, com a solicitação formal de sua incorporação”, destacou Nísia.

    O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março, com indicação para pessoas de 4 a 60 anos – independentemente de exposição prévia ao vírus. Com o registro da solicitação formal para incorporação da vacina, a questão agora deve ser analisada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec).

    “A dengue é um problema de saúde pública no Brasil que acompanho, pela minha trajetória na Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz], há 40 anos, junto aos melhores especialistas. Sabemos que tem causas ambientais profundas e, com a mudança climática, tem se agravado no nosso país. Novas vacinas são fundamentais, mas, junto com elas, tecnologias de controle dos vetores, entre outras ações.”

    Entenda

    A Qdenga está disponível para administração via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. A eficácia contra a dengue para todos os sorotipos combinados entre indivíduos soronegativos (sem infecção anterior pelo vírus) foi de 66,2%. Já para indivíduos soropositivos (que tiveram infecção anterior pelo vírus), o índice foi 76,1%.

    Edição: Valéria Aguiar