Tag: Vacina contra a Covid-19

  • Governo abre crédito de R$ 1,9 bilhão para produção e aquisição de vacina contra o coronavírus

    Governo abre crédito de R$ 1,9 bilhão para produção e aquisição de vacina contra o coronavírus

    O Governo Federal abriu crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a produção e aquisição de 100 milhões de doses da vacina que está sendo testada pelo laboratório AstraZeneca e Universidade de Oxford contra a Covid-19. A liberação do recurso foi feita por meio de Medida Provisória assinada, nesta quinta-feira (6), pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em cerimônia no Palácio do Planalto.

    Vacina do Instituto Butantan contra Covid-19 deve estar disponível em janeiro

    A medida também prevê a transferência de tecnologia ao País caso a vacina se mostre eficaz e segura. A vacina de Oxford está na terceira e última fase de testes em humanos no Brasil e em outros países.

    A iniciativa, como afirmou o ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello, é mais uma das ações do Governo Federal para atenuar os graves impactos sociais e econômicos causados pela pandemia. “Hoje, o Governo Federal reforça mais uma vez o seu compromisso de salvar vidas. Com a sua assinatura, nessa Medida Provisória, estamos garantindo a aplicação de recursos em uma vacina que tem se mostrado a mais promissora do mundo”, disse Pazuello.

    Dos quase R$ 2 bilhões previstos na MP, R$ 1,3 bilhão será destinado a farmacêutica do Reino Unido, AstraZeneca para pagamentos de encomenda tecnológica. Outros R$ 95,6 milhões serão dedicados a investimentos para absorção da tecnologia de produção pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e R$ 522,1 milhões, para as despesas necessárias ao processamento final da vacina por Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos.

    Segundo o ministro, deste modo, além de garantir que o produto esteja à disposição da população, dá autonomia brasileira à produção da vacina contra a doença. “Essa nova tecnologia dá sustentabilidade ao Programa Brasileiro de Imunizações. Cuidamos dos brasileiros agora e no futuro. A vacina é peça fundamental nas respostas do Governo Federal no enfrentamento da pandemia”.

    O acordo entre Fiocruz e AstraZeneca é resultado da cooperação entre o governo brasileiro e governo britânico, anunciado em 27 de junho pelo Ministério da Saúde. Na semana passada, representantes do Governo Federal e da farmacêutica AstraZeneca, já haviam assinado um documento que define como será conduzido o acordo entre os laboratórios sobre a transferência de tecnologia e a produção da vacina contra a Covid-19 aqui no Brasil, caso seja comprovada a sua eficácia. O acordo garante, segundo Ministério da Saúde, total domínio tecnológico para que Bio-Manguinhos tenha condições de produzir a vacina de forma independente.

    O próximo passo será a assinatura de um acordo de encomenda tecnológica que garante o acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de doses entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021.

    A previsão do governo é que a produção da vacina no Brasil tenha início a partir de dezembro deste ano. E a ideia é, que no início de 2021, já possa ser realizada uma campanha de vacinação dirigida aos públicos prioritários, aqueles que estão mais vulneráveis à Covid-19, como idosos, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde e segurança e indígenas.

    Vacina

    A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford é feita a partir de uma versão enfraquecida do adenovírus, que causa resfriado em chimpanzés. Ele é alterado geneticamente para carregar os traços da proteína S do Coronavírus, responsável por acoplar o invasor nas células humanas.

    Neste momento, aqui no Brasil – no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia -, a imunização é aplicada em trabalhadores da saúde e pessoas com alta exposição ao vírus.

    Outras vacinas contra a Covid-19 são testadas no mundo, incluindo versões em produção na China, na Rússia e nos Estados Unidos. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil acompanha o desenvolvimento de 231 vacinas. Dessas, 38 estão em fase clínica.

    “Estamos empenhados em salvar vidas. Para isso, estamos buscando no mundo, todas as tecnologias e as melhores práticas para enfrentamento da Covid-19”, disse.

    Tratamento Precoce

    O ministro da Saúde interino, Eduardo Pazuello, voltou a ressaltar que o tratamento precoce da doença é fundamental. “As antigas orientações de ficar em casa, aguardando o agravamento dos sintomas, e só procurar o médico com falta de ar, isso não funcionou. O que funciona é procurar o médico imediatamente”.

    O ministro também destacou a dedicação dos profissionais de saúde neste momento de pandemia: “Muitos, mesmo correndo risco, estão na linha de frente para salvar vidas. Não há dúvida que os brasileiros reconhecem esse esforço diário. Ao longo desse período, já somamos mais de 2 milhões de recuperados. É a maior taxa de recuperados no mundo”, finalizou.

    O Brasil registrou nesta quinta-feira (06) 2.047.660 de recuperados da Covid-19. O número de pessoas curadas no Brasil é superior à quantidade de casos ativos (741.180), que são pacientes que estão em acompanhamento médico. E foram registadas 98.493 mortes por coronavírus.

    UnB e Hospital Universitário de Brasília fazem teste de vacina contra o coronavírus

    A vacina contra a Covid-19 resultante da parceria entre o Instituto Butantan e uma indústria farmacêutica da China poderá ser produzida a partir de outubro, mas o presidente da instituição, Dimas Covas, prevê que só em janeiro de 2021 ela esteja pronta para distribuição. É o mesmo prazo dado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para produzir a vacina da Universidade de Oxford (Inglaterra). [Veja mais]

  • Vacina contra a Covid-19 promete ser a mais rápida da história

    Vacina contra a Covid-19 promete ser a mais rápida da história

    Duas das mais promissoras vacinas contra a Covid-19 passarão por testes no Brasil

    O esforço dos cientistas para desenvolver uma vacina contra a Covid não tem precedentes na história. É uma corrida no mundo todo.

    Duas vacinas consideradas mais promissoras vão ser testadas no Brasil.

    Anvisa autoriza testes para outra vacina contra covid-19

    A vacina é a chave para aquele tempo de antes da pandemia e, nesse ponto, a ciência está avançando no calendário em uma velocidade nunca vista antes.

    A OMS recebeu em 31 de dezembro o primeiro alerta de um novo tipo de coronavírus em circulação. Seis meses depois, já são cerca de 140 vacinas em estudo; 15 na fase de testes em humanos. E a resposta à Covid-19 pode vir em um recorde histórico.

    A vacina contra a meningite, por exemplo, levou mais de 90 anos desde a descoberta do vírus até o registro na Agência de Saúde dos Estados Unidos. A da polio, 47 anos. Hepatite, 16. A do sarampo foi uma das mais rápidas: dez anos.

    A OMS considera hoje que a pesquisa de uma vacina contra o coronavírus em fase mais adiantada pode ser finalizada até o fim de 2020.

    Desenvolvida pela Universidade de Oxford, a vacina está em testes no Brasil pelo Instituto D’or de Pesquisa e Ensino, da Rede D’or e pela Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. A Fundação Lemann está financiando a estrutura médica e os equipamentos da operação.

    Os cientistas partiram de uma estratégia que já deu certo em vacinas contra outras doenças, como ebola e MERS, também causada por um tipo de coronavírus.

    A técnica utiliza um tipo de vírus, o adenovírus que causa doenças respiratórias. Ele é modificado para se tornar mais fraco. Em seu interior é inserido o material genético do novo coronavírus, ou seja, esse vírus carrega pedacinhos do coronavírus, mas não é ele propriamente dito. Uma vez dentro do corpo humano, ele induz a produção de anticorpos e outras células de defesa para combater a doença.

    Essa experiência anterior economiza tempo na hora dos testes.

    O desenvolvimento de uma vacina tem a fase pré-clinica, quando os testes são feitos em laboratórios e em animais. A partir daí, vem a fase clínica, com voluntários humanos.

    São três etapas diferentes: a cada passo, o número de pessoas aumenta e a metodologia muda. No fim deste processo, os pesquisadores precisam comprovar que a vacina é segura, gera anticorpos e não provoca efeitos colaterais importantes.

    A pesquisadora da Unifesp, Sue Ann Costa Clemens, que comanda o estudo no Brasil diz que na pandemia, o processo regulatório acaba sendo mais flexível.

    “Não se espera a análise completa de uma fase para se entrar na próxima fase, mas isso não quer dizer que as fases não sejam completadas; o estudo inteiro vai ser completado, a análise vai ser feita como no processo normal. “

    Essa agilidade regulatória também favorece outra pesquisa bem adiantada: a chinesa, em parceria no Brasil com o Instituto Butantan. O projeto também herdou um conhecimento anterior: o desenvolvimento da vacina contra a Sars, provocada por outro coronavírus.

    “Todas essas vacinas que estão mais aceleradas, elas herdaram um processo de vacina para outros coronavírus; mas não estamos perdendo nem qualidade cientifica nem qualidade ética e isso é uma boa noticia para todos, porque estamos conseguindo fazer tudo muito bem e muito mais eficientemente”, afirma Ricardo Palacios, médico de Pesquisas Clínicas do Instituto Butantan.

    A indústria farmacêutica também está acelerando as etapas para produzir as doses de uma vacina que ainda nem está pronta.

    “É um processo muito arriscado a vacina, mas agora devido ao risco que a doença faz, tanto os governos quanto as grandes empresas estão dispostos a investir mais dinheiro e arriscar mais pra acelerar esse processo”, afirma Ariane Cruz, pesquisadora pela University College of London.

    É que mesmo com a pesquisa adiantada, ainda é cedo para dizer que a vacina vai sair de um dos estudos em teste no Brasil. Mas com uma força-tarefa mundial e com tanto investimento público e privado, as chances de uma descoberta aumentam e é bem possível que haja mais de uma solução para uma doença que desperta tantas dúvidas.

    É o que diz a vice-diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, a brasileira Mariângela Simão. Ela acredita que a ciência vai descobrir não uma, mas várias vacinas contra a Covid-19.

    “Então é provável que se tenha mais do que um tipo de vacina disponível daqui um ano e um ano e meio. E é provável que elas tenham características diferentes por exemplo: você pode ter vacina que funcione bem para jovens e não funcione bem para pessoas acima de 65 anos.”

    “E se dá mais de uma certo vai ser muito bom porque temos mais fábrica disponíveis para produzir mais vacinas para o mundo”, afirma Ricardo Palacios.

    E não é só o tempo ultrarrápido de se chegar a uma vacina que é inédito.

    “Acho que isso nunca aconteceu na historia da humanidade que haja uma consolidação dos movimentos em torno de ter um produto que seja eficaz, seguro e que seja um bem público global, o que se quer dizer com isso, que o objetivo máximo tem que ser que não é ter lucro em cima disso, é paa proteger as populações, proteger a economia e todas as questões que estão sendo afetadas por essa pandemia”, diz Mariângela Simão.