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  • Indústrias aumentam atenção às importações de trigo em meio a estoques reduzidos e preços elevados

    Indústrias aumentam atenção às importações de trigo em meio a estoques reduzidos e preços elevados

    O setor industrial brasileiro tem intensificado o foco nas importações de trigo em 2024, com o volume importado nos primeiros sete meses do ano já se aproximando do total registrado em todo o ano de 2023. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), esse movimento é reflexo de diversos fatores que têm pressionado o mercado interno do cereal.

    A forte recuperação dos preços internos do trigo é impulsionada por uma combinação de menor produção e qualidade do cereal colhido na safra de 2023, além dos volumes expressivos de exportações realizadas especialmente em 2024. Esses fatores têm elevado os custos para as indústrias nacionais, que agora buscam alternativas no mercado externo para garantir o abastecimento.

    Estoques de trigo em níveis críticos

    Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que os estoques finais de trigo em julho de 2024 deverão ser suficientes para menos de três semanas de consumo. Essa situação crítica é um dos principais motivadores para o aumento das importações.

    Nos primeiros sete meses de 2024, as importações brasileiras de trigo já ultrapassam quatro milhões de toneladas, muito próximas das 4,2 milhões de toneladas importadas ao longo de todo o ano de 2023. Nos últimos 12 meses, o volume total importado chegou a 5,7 milhões de toneladas, o maior acumulado em 12 meses desde dezembro de 2022, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

    Desafios para o setor

    Com estoques em baixa e preços em alta, o cenário para as indústrias brasileiras é desafiador. A dependência crescente de importações em um contexto de oferta limitada no mercado interno destaca a necessidade de estratégias robustas para garantir o abastecimento de trigo, essencial para a produção de alimentos básicos, como pães e massas.

    Enquanto isso, o mercado continua a acompanhar de perto as movimentações internacionais e as possíveis oscilações nos preços e na disponibilidade do cereal, em um cenário que se mantém volátil e incerto para o restante do ano.

  • Mercado de trigo registra baixa liquidez com queda nos preços

    Mercado de trigo registra baixa liquidez com queda nos preços

    A liquidez no mercado de trigo está em ritmo lento, reflexo da baixa demanda interna. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os consumidores, atentos à iminente entrada da nova safra, estão evitando adquirir grandes volumes neste momento.

    Por outro lado, os triticultores estão concentrados nas atividades de campo, focados no desenvolvimento das plantas e nas condições climáticas. Esse cenário resultou na queda dos preços do cereal.

    No campo, as chuvas generalizadas após o período de déficit hídrico beneficiaram as lavouras no Rio Grande do Sul, trazendo alívio aos produtores. No Paraná, a colheita teve início nesta semana, principalmente nas regiões Norte e Oeste do estado.

  • Nova cultivar de trigo apresenta alto potencial produtivo

    Nova cultivar de trigo apresenta alto potencial produtivo

    Lançada no início deste mês, uma nova cultivar de trigo se destacou nos testes de campo realizados nas últimas três safras. Desenvolvida em parceria entre a Embrapa e a Fundação Meridional , a nova BRS Coleiro apresentou adaptação às diversas condições de cultivo, boa qualidade industrial e ganhos na produtividade de grãos. “Esperamos fomentar o cultivo e a comercialização dessa cultivar para os diferentes sistemas de produção de inverno nas regiões recomendadas”, explica Manoel Carlos Bassoi , pesquisador da Embrapa Soja (PR), ao informar que o material é indicado para os estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina.

    No Paraná, as produtividades médias da BRS Coleiro, nos experimentos, foram de 4.922 kg/ha, 5.624 kg/ha e 4.083 kg/ha, nas três regiões de indicação (1, 2 e 3, respectivamente). Por outro lado, a média de produtividade dos agricultores paranaenses, na safra 2023, foi de 2.560 kg/ha, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O nome da cultivar vem de uma ave brasileira, o coleiro ( Sporophila caerulescens ), muito apreciado por seu canto.

    Lançamento

    A Embrapa Soja, o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná) e a Fundação Meridional promovem o Dia de Campo de Inverno, em 9 de agosto, na sede do IDR-Paraná, quando ocorrerá o lançamento do BRS Coleiro. Mais informações sobre a  cultivar podem ser obtidas no site da Embrapa.

    Produtividade elevada também em São Paulo e Santa Catarina

    Em Santa Catarina, a média de produtividade do BRS Coleiro foi de 6.959 kg/ha e 4.468 kg/ha, nas duas regiões de indicação, enquanto a média de produtividade a campo, na safra 2023, foi de 2.150 Kg , de acordo com a Conab. O desempenho dos experimentos da BRS Coleiro, em São Paulo (região 2), foi de 5.555 kg/ha, enquanto a média produtiva do estado foi de 3.050 kg, segundo a Conab. “Esses números reforçam o excelente potencial produtivo desse lançamento. A BRS Coleiro foi desenvolvida para favorecer os produtores que desejam produtividades elevadas a campo”, ressalta Bassoi.

    A nova cultivar possui porte médio, ampla adaptabilidade e estabilidade de rendimento de grãos no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. O ciclo médio para espigamento (64 dias) e o ciclo precoce para maturação fisiológica (111 dias) são características que atraem os produtores, por fornecer melhor disponibilidade de janela de semeadura e planejamento para a safra de soja.

    Bassoi explica que o BRS Coleiro apresenta grão extra duro e qualidade tecnológica da classe melhorador, com alta força de glúten e farinha de boa estabilidade. Isso indica que os grãos podem ser usados ​​na produção de massa, na fabricação de pão industrial, no tradicional “pão francês” e, também, em misturas com farinhas fracas. “Outro destaque desse lançamento é a sanidade da planta, que apresenta boa tolerância ao acamamento e ao crestamento, sendo resistente ao oídio e moderadamente resistente à giberela e às manchas foliares”, afirma Bassoi.

    Em 2024, a Fundação Meridional completará 25 anos de parceria com a Embrapa Soja. “Não pretende comemorar de forma melhor do que lançar uma cultivar de trigo simplesmente excelente”, destaca Henrique Menarim, diretor-presidente da Fundação Meridional. “O seu elevado potencial produtivo, aliado à ótima qualidade industrial, revela o BRS Coleiro como um novo patamar no melhoramento genético. Temos grandes expectativas em relação ao crescimento de participação de mercado, nas próximas safras”, completa o executivo.

    Ralf Udo Dengler, gerente-executivo da Fundação Meridional, ressalta aspectos da nova cultivar que impactam a rentabilidade e a sustentabilidade. “A BRS Coleiro traz em sua genética características importantes de adaptação e sanidade, que propiciam a otimização do uso de fertilizantes e fungicidas. Além disso, sua qualidade industrial superior também deverá ser um diferencial no momento da comercialização dos grãos”, prevê Dengler.

    Saiba mais sobre o trigo

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    Foto: Jorge Henrique Chagas

    O trigo é um componente básico da alimentação humana. Sua farinha é bastante utilizada na confecção de pães, massas e biscoitos. A qualidade do grão produzido é que determina sua utilização pela indústria. “A classificação realizada tem como base o teor de glúten, que determina o volume e a consistência da massa, ou técnicas, a “elasticidade da farinha de trigo”, esclarece Bassoi.

    Avanços genéticos

    Ao longo das duas últimas décadas, o avanço na genética das cultivares de trigo trouxe melhorias, tanto na qualidade do grão quanto na facilidade para o manejo da cultura. As características das cultivares favorecem tanto a indústria moageira (pães, massas e biscoitos) quanto a indústria de proteína animal (carne, leite, ovos). “Hoje temos cultivares BRS de trigo tipo pão e tipo melhorador para atender às demandas do mercado da região Meridional do Brasil. Essas cultivares podem ser usadas na fabricação de pão em misturas de farinhas mais fracas”, diz o analista de transferência de tecnologia da Embrapa  Rogério Borges .

    Segundo ele, a pesquisa tem aprimorado, ainda, tecnologias como rotação de culturas, manejo adequado do solo, controle integrado de flexibilidade, controle químico de doenças e zoneamento agroclimático, que dão suporte à produção de trigo, minimizando os riscos de perdas. “O trigo é uma cultura de grande importância para a sustentabilidade da produção de grãos. O fato de seu cultivo ocorrer nos meses de outono e inverno representa uma oportunidade para os agricultores melhorarem a qualidade do solo, aumentarem seus rendimentos e diluírem os custos fixos da propriedade”, afirma Borges.

    Mercado

    A área semeada com trigo no Brasil foi de 3,4 milhões de hectares, na safra 2023/2024, com uma produção de 8 milhões de toneladas, de acordo com levantamento da Conab. O Paraná (3,6 milhões de toneladas) e o Rio Grande do Sul (2,8 milhões de toneladas) responderam por 75% da produção nacional.

    Com relação ao consumo doméstico de trigo, no Brasil, na safra 2023/2024, foram utilizados 12 milhões de toneladas, havendo necessidade de importar o cereal para suprir a demanda interna, segundo levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

  • Preços do trigo no Rio Grande do Sul alcançam patamares recordes em julho

    Preços do trigo no Rio Grande do Sul alcançam patamares recordes em julho

    Os preços do trigo registraram uma alta expressiva em julho, com destaque para o estado do Rio Grande do Sul, que apresentou a maior média mensal desde dezembro de 2022 em termos reais, conforme dados do IGP-DI de junho de 2024. Segundo análises realizadas por pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse aumento nos preços é resultado de uma combinação de fatores, incluindo um baixo excedente de trigo de boa qualidade disponível no mercado e condições de seca que prevaleceram durante grande parte do mês.

    O aumento do preço do trigo no Rio Grande do Sul tem sido impulsionado principalmente pela escassez de cereais de alta qualidade. Durante julho, a falta de umidade no solo foi um fator crítico que contribuiu para a redução da oferta do produto, resultando em preços mais elevados no mercado. A média de preço do trigo no estado alcançou R$ 1.468,41 por tonelada, representando um aumento de 3,3% em relação a junho e uma valorização de 8,3% em comparação a julho de 2023, em termos reais.

    Essa valorização no mercado gaúcho reflete uma tendência observada em outras regiões produtoras do país, onde o trigo de boa qualidade está se tornando cada vez mais escasso. Com a demanda persistente e a oferta limitada, os produtores têm aproveitado para negociar o cereal a preços mais vantajosos, o que tem alimentado a espiral ascendente dos preços.

    Interrupção da tendência de alta

    Contudo, a tendência de aumento nos preços foi interrompida na última semana de julho devido à ocorrência de chuvas nas principais áreas produtoras do Rio Grande do Sul. As precipitações aliviaram parcialmente as condições de seca, o que pode ter contribuído para uma estabilização temporária nos preços do cereal. A umidade adicional pode melhorar a qualidade das safras, aumentando a oferta e reduzindo a pressão sobre os preços.

    Ainda assim, as condições meteorológicas continuam a desempenhar um papel crucial no mercado do trigo. A previsibilidade das chuvas e o impacto delas sobre o solo podem determinar se a recente queda nos preços será uma pausa temporária ou o início de uma correção mais ampla no mercado.

    Perspectivas de mercado

    Os especialistas do Cepea apontam que, apesar da recente interrupção na alta, o mercado do trigo continua sensível a diversas variáveis. Além das condições climáticas, a dinâmica de oferta e demanda no mercado internacional pode influenciar os preços locais. Fatores como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que afetaram significativamente as exportações de trigo da região, continuam a ter um impacto potencial nos preços globais, o que, por sua vez, pode repercutir no mercado brasileiro.

    A expectativa é que, se a umidade do solo se mantiver e a qualidade do trigo melhorar, o mercado possa experimentar uma estabilização nos preços nas próximas semanas. No entanto, a cautela permanece, pois oscilações nos preços internacionais ou condições climáticas adversas podem alterar rapidamente o cenário atual.

    Impacto para produtores e consumidores

    Para os produtores, o recente aumento nos preços pode representar uma oportunidade para capitalizar sobre a escassez de oferta, negociando o trigo a valores mais elevados. No entanto, eles também enfrentam o desafio de garantir que suas safras atendam aos padrões de qualidade exigidos pelo mercado, especialmente diante de condições climáticas voláteis.

    Para os consumidores, o impacto dos preços mais altos do trigo pode se traduzir em custos elevados para produtos derivados, como farinha e pães. Isso levanta preocupações sobre a inflação nos preços dos alimentos, um problema que afeta diretamente o poder de compra das famílias brasileiras.

    O comportamento do mercado de trigo no Rio Grande do Sul em julho reflete uma complexa interação entre oferta limitada, qualidade do produto, e fatores climáticos. Com a chegada das chuvas e uma potencial estabilização nos preços, o mercado permanece em um estado de observação cuidadosa por parte de produtores e analistas. A capacidade dos agricultores de adaptar suas estratégias às mudanças nas condições do mercado será crucial para determinar o curso futuro dos preços do trigo no estado e no país como um todo.

  • Preços internacionais do trigo caem diante de expectativas de safra recorde em 2024/25

    Preços internacionais do trigo caem diante de expectativas de safra recorde em 2024/25

    Os preços internacionais do trigo registraram nova queda nos últimos dias, impulsionados pelas expectativas de uma oferta mundial recorde na temporada 2024/25. Inicialmente, o mercado estava em alerta devido às previsões de uma menor produção na Rússia, o principal exportador global de trigo. Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que as condições climáticas desfavoráveis e a redução da área de cultivo no país alimentavam essas preocupações. No entanto, novas estimativas da consultoria russa SovEcon alteraram o panorama, revisando a previsão da safra russa de 84,2 para 84,7 milhões de toneladas, o que aumentou o otimismo em relação à disponibilidade global.

    A perspectiva de um recorde mundial na oferta de trigo foi reforçada pelos números da Argentina. De acordo com um relatório divulgado pela Bolsa de Cereales em 25 de julho, a produção argentina de trigo na safra 2024/25 está estimada em 18,1 milhões de toneladas, um aumento de 19,8% em relação à safra anterior de 2023/24. Essa significativa elevação na produção argentina contribui para as expectativas de uma abundância na oferta mundial do grão, conforme destacam os pesquisadores do Cepea.

    A potencial disponibilidade recorde de trigo está levando à retração dos preços no mercado internacional, à medida que compradores antecipam uma maior oferta nos próximos meses. Essa queda nos preços pode impactar o equilíbrio de mercado e a estratégia de venda dos produtores em diversos países, especialmente naqueles onde a exportação de trigo é uma importante fonte de receita. Os analistas do setor continuarão a monitorar as condições climáticas e as decisões de plantio nos principais países produtores, fatores que serão cruciais para confirmar ou ajustar essas previsões otimistas.

  • Demanda por trigo de alta qualidade cresce no Brasil, mas estoques limitados e clima preocupam

    Demanda por trigo de alta qualidade cresce no Brasil, mas estoques limitados e clima preocupam

    Pesquisas do Cepea indicam que o mercado brasileiro de trigo continua registrando uma demanda crescente por produtos de qualidade superior. No entanto, a oferta está limitada, e as preocupações aumentam em relação às condições climáticas durante a atual temporada. De acordo com pesquisadores do Cepea, além das questões climáticas, os agentes do setor permanecem atentos às importações e aos baixos índices pluviométricos registrados nas últimas semanas, fatores que podem impactar significativamente a disponibilidade e o preço do trigo no mercado interno.

    No campo, as atividades de semeadura estão quase concluídas no Paraná, com 99% das áreas previstas já semeadas, segundo dados recentes. Por outro lado, no Rio Grande do Sul, a semeadura alcançou apenas 85% do total planejado para este ano. Esse atraso nos trabalhos de campo em comparação à temporada passada está gerando preocupações entre os produtores, que enfrentam desafios adicionais devido à escassez de chuvas.

    A expectativa de uma colheita de trigo de qualidade é essencial para atender à demanda crescente, mas a limitação dos estoques e as incertezas climáticas estão pressionando o mercado. A combinação desses fatores pode afetar os preços e a oferta do produto nos próximos meses, exigindo atenção redobrada dos produtores e compradores. As condições climáticas adversas, como a falta de chuvas, podem comprometer a qualidade do trigo, o que agrava a situação de um mercado já apertado por limitações de estoque.

    Além disso, a dependência do Brasil das importações de trigo para complementar sua produção interna adiciona outra camada de complexidade ao cenário atual. Com o atraso na semeadura e os desafios climáticos, a necessidade de importações pode aumentar, o que poderia impactar o mercado de forma mais ampla, inclusive influenciando os preços de produtos derivados do trigo.

    Diante desse cenário, a indústria agrícola está em alerta, monitorando as condições climáticas e a evolução das plantações. A expectativa é que, com a melhoria das condições meteorológicas, o ritmo da semeadura possa ser acelerado, principalmente no Rio Grande do Sul, permitindo que os produtores atendam à crescente demanda por trigo de qualidade superior no país.

  • Expansão da produção de trigo em Mato Grosso atrai novas indústrias

    Expansão da produção de trigo em Mato Grosso atrai novas indústrias

    Mato Grosso está se destacando como um polo promissor para a produção de trigo, impulsionado pelo avanço de políticas públicas e tecnologias de plantio irrigado. Este cenário favorável está atraindo investimentos significativos no setor. Um exemplo é a Belarina Alimentos, grupo paranaense que planeja inaugurar uma indústria de farinha no Distrito Industrial de Cuiabá até o final do ano, com um investimento inicial de R$ 10 milhões. O próximo passo será a implantação de um grande moinho de trigo na região.

    Na quinta-feira (18), representantes da Belarina Alimentos foram recebidos pelo presidente em exercício do Sistema Fiemt, Frank Almeida, e pelo secretário da Sedec MT, César Miranda. A reunião contou também com a presença do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Mato Grosso (Sindipan MT). O encontro destacou a importância da nova indústria, que inicialmente será responsável pelo ensacamento de farinha de trigo proveniente de outras unidades do grupo.

    Rodrigo Boaventura, diretor da Belarina, ressaltou a importância do apoio da Fiemt e do Governo do Estado para a futura implantação de um moinho de trigo. “Viemos buscar apoio da Fiemt e do Governo do Estado para, em breve, implantar um moinho de trigo”, afirmou Boaventura.

    Impacto Econômico e Tecnológico

    Os investimentos iniciais e futuros da Belarina Alimentos estimulam a produção local de trigo, alinhada com as iniciativas do governador Mauro Mendes de investir em tecnologia de irrigação para viabilizar o cultivo do cereal em Mato Grosso. “A modernização e a inovação tecnológica são fundamentais para garantir a competitividade e a sustentabilidade da produção agrícola no estado”, destacou César Miranda.

    A instalação da indústria de farinha e do futuro moinho promete gerar empregos, impulsionar a economia local e fortalecer a agroindústria de Mato Grosso. Frank Almeida, da Fiemt, enfatizou a importância da presença da Belarina no estado para incentivar e verticalizar a produção local de alimentos. “Ter a Belarina no estado, assim como outras do segmento, é muito importante para incentivar e verticalizar nossa produção”, concluiu Almeida.

    Potencial do Trigo em Mato Grosso

    Apesar de sua excelente qualidade, a triticultura em Mato Grosso ainda não possui escala de produção. No entanto, o estado é visto como uma área promissora para a expansão do cultivo do trigo tropical, especialmente no Cerrado. As condições favoráveis de clima e solo, aliadas aos desenvolvimentos tecnológicos e novas cultivares de trigo com alto potencial de produtividade e qualidade industrial, têm mostrado resultados promissores desde a década de 70, conforme pesquisas da Embrapa.

    A triticultura no estado tem o potencial de atender às necessidades das fábricas de suco e outros segmentos industriais, fortalecendo ainda mais a economia local e garantindo um futuro promissor para a produção de trigo em Mato Grosso.

  • Pesquisa indica momento e quantidade de água ideal para a estabilidade do trigo no Cerrado

    Pesquisa indica momento e quantidade de água ideal para a estabilidade do trigo no Cerrado

    O momento de iniciar a supervisão e a quantidade correta da água aplicada são fundamentais para o melhor uso dos recursos hídricos. Para estabelecer esses parâmetros para a cultura do trigo no Cerrado, pesquisadores da Embrapa definiram o momento ideal para iniciar a supervisão de forma a utilizar a menor lâmina possível de água mantendo a produtividade máxima do trabalho.

    Uma pesquisa levou em consideração a água disponível para uma planta armazenada no solo na profundidade de 40 centímetros. Nesse espaço, fiquem equipamentos cerca de 80% das raízes. As análises mostraram que quando as plantas usam 40% da capacidade de água disponível no solo (CAD) é o momento ideal para começar a segurança. “Buscamos o máximo potencial produtivo do trigo e a maior eficiência no uso da água e esse ponto ocorreu com o esgotamento de 40% da CAD”, explica  Jorge Antonini , pesquisador da  Embrapa Cerrados  (DF) e um dos responsáveis ​​pelo estudo.

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    O estudo utilizou a  BRS 394 , cultivar de trigo da Embrapa que se destaca por seu alto potencial produtivo, curto ciclo de produção e excelente qualidade para a indústria de panificação. “Esses dados para cultivares de alto desempenho são inéditos. Com as novas parâmetros, os produtores rurais podem produzir a mesma quantidade de grãos gastando menos água, o que pode tornar o cultivo do trigo na região mais sustentável e o negócio, mais rentável”, afirma  Alexsandra de Oliveira , também pesquisadora da Embrapa.

    A pesquisa atualizou referências sobre a necessidade de independência de cultivares antigas de trigo, não mais recomendadas para a região. Enquanto os materiais utilizados na década de 1990 obtiveram produtividade média de 4,5 toneladas por hectare (t/ha), a BRS 394 tem produtividade média de 7 t/ha. Para as variedades de alto desempenho, o trabalho mostrou que elas desativaram maior frequência de diretiva, como informa Antonini: “A cultivar BRS 394 mostrou que podemos deixar esgotar somente 40% da CAD. Se usarmos mais do que isso, a planta entra em estresse e seu rendimento diminui”.

    Apesar de precisar de um maior número de aplicações de versatilidade, a quantidade de água total usada durante o ciclo de produção não difere significativamente em relação às variedades antigas, apesar de as novas variedades terem um potencial produtivo muito maior. “Mas é importante que o produtor faça esse manejo, para que não haja perda no rendimento”, ressalta.

    Oliveira destaca a importância de dados atualizados para o manejo da supervisão no Cerrado. “A primeira coisa que vem à mente quando falamos em determinar os parâmetros de manejo da supervisão na cultura do trigo é a otimização de recursos. Quando quantificamos, podemos economizar insumos, que, nesse caso, é a água”, declara a pesquisadora. “Uma vez que o trigo de inverno no Cerrado é totalmente dependente da independência, o produtor vai saber o quanto pode deixar esgotar a água do solo sem deficiências de sua produção.”

    Entenda a CAD

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    Foto:  Cícero Silva

    De forma simplificada, o pesquisador da Embrapa  Artur Muller  explica que o solo possui três camadas. A mais superficial, pela qualidade da água escoa por gravidade para camadas mais profundas, é denominada capacidade de campo. A segunda, na qual o solo retém a água que a planta consegue absorver, é um CAD. Na terceira camada, chamada de ponto de murcha permanente, a água fica retida tão fortemente ao solo que a planta não consegue acessá-la.

    “Cada solo tem uma capacidade de água disponível. Para manter a segurança do produtor precisa fazer uma análise físico-hídrica de sua área para calcular o CAD até a profundidade de molhamento desejada. Com essa informação, é possível acompanhar o esgotamento de 40% dessa água e estabelecer o momento de fiscalização para um CAD de seu solo. Toda vez que usar 40% desse reservatório, o produtor volta a irrigar”, esclarece.

    Para determinar o momento de iniciar a segurança em sua propriedade, o produtor pode utilizar qualquer planilha de manejo da fiscalização com as novas parâmetros indicadas pela pesquisa, de acordo com a fase de desenvolvimento do trabalho. No caso da área experimental da Embrapa Cerrados, o CAD tem 55 milímetros (mm) de profundidade e o ponto de transparência é quando ela atinge 22 milímetros.

    O experimento no Cerrado

    O experimento foi instalado na Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), e teve duração de dois anos. Os pesquisadores testaram quatro situações em que as plantas utilizaram 20%, 40%, 60% e 80% da capacidade de água disponível no solo (CAD) antes de serem irrigadas. “Observamos a produtividade nos quatro tratamentos e chegamos à conclusão de que com até 40% de esgotamento da CAD a produtividade máxima do cultivo foi mantida. A partir de 40%, a produtividade começou a cair. Portanto, esse é o momento de iniciar a segurança”, informa Antonini.

    Com o esgotamento de 80% da CAD, ou seja, de quase toda a água disponível do solo, foi constatada perda de produtividade de cerca de 18% (Tabela 1). No entanto, o peso e a qualidade dos grãos, bem como o número de espigas por área, não sofreram alterações significativas nas diversas situações.

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    Para as avaliações, foram considerados o balanço de água do solo, com base na umidade do solo medida ao longo do ciclo da cultura, a evapotranspiração das plantas, estimada a partir de um modelo de balanço hídrico, e a água que entrou no sistema, pela chuva ou pela transparência. Na área implantada na Embrapa Cerrados, foi utilizado um sistema de condução convencional com quatro aspersores de impacto por parcela (6 metros x 6 metros).

    Na parcela onde houve uso de 20% da CAD, foram permitidas 36 irrigações, com lâmina média de água de 13,8 mm. O índice de eficiência do uso de água foi de 10,83. Já com uso de 40% da CAD, foram feitas 19 irrigações, com lâmina média de água de 24 mm e eficiência de uso da água de 11,76. O tratamento com uso de 60% da CAD recebeu 14 irrigações com lâmina média de água de 31,9 mm e índice de eficiência de precisão de 11,17. Já com uso de 80% da CAD, foram possíveis 9 irrigações, com lâmina de água de 36,8 mm e índice de eficiência de eficiência de 13,33 (Tabela 2).

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    Apesar do último tratamento, com esgotamento de 80% do CAD, apresentando o melhor índice de eficiência de eficiência (13,33), a produtividade foi 18% menor que nos outros tratamentos. “Se houvesse uma deficiência de água e o produtor tivesse que pagar um valor alto por esse recurso, teríamos que fazer um estudo econômico para calcular qual é a produtividade que valeria a pena se obter considerando o preço da água. No futuro, se tivermos essa situação, temos a possibilidade de produzir menos com menor quantidade de água”, esclarece Antonini.

    Necessidade de água de acordo com a fase de trabalho

    O estudo também apontou a necessidade de água de acordo com a fase de desenvolvimento da planta. No experimento, o desenvolvimento da cultura foi acompanhado no campo, com registro da duração de cada fase, em dias, contados a partir dos dados da semana (Tabela 3). “Nos estádios iniciais da labora [estabelecimento e perfilhamento], o consumo de água é menor. À medida que o ciclo da cultura avança, aumenta a necessidade de água, com ápice na fase de interferência. A partir daí, a quantidade de água pode ser reduzida”, observa Muller.

    Segundo o cientista, essa variação ocorre de acordo com a quantidade de folhas. Quanto maior a área foliar, mais a planta perde água para a atmosfera. Por isso, a confiança é uma fase mais exigente e rigorosa, quando a planta tem o máximo de folhas. Depois, as folhas e os grãos começam a secar.

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    Entenda o que é Kc

    O coeficiente da cultura (Kc) é um índice que permite estimar a evapotranspiração do trabalho. Numericamente, é o resultado da divisão da evapotranspiração da cultura pela evapotranspiração de referência, que é medida em uma área cultivada com gramínea junto à estação meteorológica.

    Após uma pesquisa obter esse coeficiente para cada período do ciclo da cultura, os irrigantes fornecem estimativa com mais soluções o consumo diário de água pelo trigo, multiplicando o Kc pela evapotranspiração de referência. “O coeficiente da cultura é uma métrica que permite estimar o consumo de água durante o crescimento e o desenvolvimento da cultura, evitando adicionar mais água do que o necessário no sistema”, esclarece Oliveira.

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    No experimento da Embrapa Cerrados, a supervisão foi feita sempre quando se atingia o nível de esgotamento determinado. “Como ocorre um consumo maior de água pelas plantas em determinado período, como no florescimento, por exemplo, mais rapidamente se chega ao limite de esgotamento. Então, a frequência de supervisão aumenta”, informa Muller.

    Com dados gerados especificamente para a região do Cerrado, o produtor pode estabelecer um manejo de precisão com oferta adequada de água, em quantidade e frequência, de acordo com a fase de desenvolvimento da planta. Esse manejo resulta em maior eficiência da diversidade sem afetar o rendimento da cultura.

    No Cerrado, devido ao regime de chuvas da região, só é possível cultivar o trigo no inverno com segurança. A expansão desses trabalhos depende de um manejo adequado da água, principalmente dos custos que essa operação representa para os sistemas produtivos.

    Cerca de 90% do trigo brasileiro é cultivado na Região Sul, em sistema de sequeiro. No entanto, a cultura vem crescendo no Centro-Oeste do Brasil com a produção de um grão de alta qualidade para a panificação industrial.

    “Com os cálculos atualizados para a inspeção das atividades no Cerrado, a pesquisa indica que é possível levar o trigo para áreas de cultivo não tradicionais com um uso racional da água, fator importante no contexto das mudanças climáticas e do aumento da demanda por alimentos no mundo ”, reforça Oliveira.

  • Preços do trigo variam conforme região e modalidade de mercado

    Preços do trigo variam conforme região e modalidade de mercado

    Os preços do trigo têm apresentado variações distintas entre as regiões e modalidades de mercado (balcão e lotes) acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro, essa disparidade deve-se às diferentes perspectivas entre compradores e vendedores, influenciadas por fatores como as recentes desvalorizações externas, as flutuações do dólar e o desenvolvimento das lavouras da nova safra.

    Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam uma expressiva redução na área plantada com trigo no Brasil. A indisponibilidade de sementes de qualidade, o risco de perdas por chuvas e geadas, a baixa rentabilidade e os danos registrados na temporada anterior desestimularam os triticultores. A área destinada ao cereal deve ser de 3,069 milhões de hectares, uma redução de 11,6% em comparação a 2023.

    No entanto, a produtividade do trigo pode dar um salto significativo, com um aumento estimado de 25,1% em relação ao ano anterior, alcançando 2.917 kg/ha. Caso essa previsão se confirme, a produção total de trigo no Brasil pode chegar a quase 9 milhões de toneladas, representando um aumento de 10,6% em comparação à temporada finalizada em 2023.

    Essa combinação de redução na área plantada e aumento na produtividade está sendo monitorada de perto pelos agentes do mercado, que ajustam suas estratégias de compra e venda de acordo com as expectativas e os desenvolvimentos futuros na produção e nas condições econômicas globais.

  • Clima seco preocupa produtores de trigo no Sul do Brasil

    Clima seco preocupa produtores de trigo no Sul do Brasil

    As condições climáticas das últimas semanas têm gerado preocupações entre os produtores de trigo, especialmente nos estados do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. A seca persistente tem limitado o avanço da semeadura e o desenvolvimento das lavouras já implantadas. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a falta de chuvas pode resultar em menor produtividade, afetando a safra deste ano.

    Contudo, há uma esperança de alívio com as chuvas que ocorreram em parte do Sul do país no último final de semana, que podem amenizar a situação e favorecer o desenvolvimento das plantações.

    Comércio externo de trigo

    No âmbito das transações internacionais, o Brasil tem apresentado movimentações significativas. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam que, no acumulado do primeiro semestre de 2024, os portos brasileiros receberam 3,37 milhões de toneladas de trigo. Esse volume é substancialmente maior do que as 2,1 milhões de toneladas importadas no mesmo período de 2023 e representa o maior volume importado no primeiro semestre desde 2012.

    As exportações também bateram recordes, com 2,48 milhões de toneladas de trigo enviadas ao exterior nos primeiros seis meses deste ano, configurando um marco histórico para o setor.

    Essa dinâmica de importações e exportações ressalta a importância do trigo no comércio exterior brasileiro, além de refletir a capacidade do país de responder às variações de oferta e demanda no mercado global.

    O cenário climático e o desempenho do comércio externo continuarão a ser monitorados de perto, dada a sua importância para a economia agrícola brasileira e para os agentes envolvidos na cadeia produtiva do trigo.