Tag: Trigo

  • Chuvas em excesso preocupam produtores de trigo no sul do Brasil

    Chuvas em excesso preocupam produtores de trigo no sul do Brasil

    Após meses de preocupação com a falta de chuvas, triticultores do Sul do Brasil, especialmente no Paraná, agora enfrentam o desafio oposto: o excesso de precipitações. Pesquisadores do Cepea indicam que essa mudança climática pode ser prejudicial para as lavouras paranaenses, que estão em fase final de ciclo. Em 2023, o Paraná foi o maior produtor de trigo do Brasil, e neste ano deve se consolidar como o segundo maior estado na produção do cereal. No entanto, as chuvas excessivas aumentam o risco de perda de qualidade do trigo nas áreas ainda não colhidas.

    Atualmente, cerca de 79% da área de trigo no Paraná já foi colhida, de acordo com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab/Deral). As expectativas para o restante das lavouras eram positivas, com a perspectiva de trigo de melhor qualidade e maiores rendimentos no campo. Contudo, o clima instável pode comprometer essa previsão, levando os produtores a redobrarem a atenção na fase final da colheita.

    Nos estados vizinhos, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a situação também demanda cuidado. As atividades de colheita estão apenas no início, com apenas 1% da área colhida em ambos os estados. Diante das incertezas climáticas, os produtores mantêm vigilância constante para evitar danos às plantações e assegurar que o trigo colhido apresente a qualidade esperada para a safra de 2024.

    A combinação de fatores climáticos adversos, em um período crucial para a produção, reforça a vulnerabilidade da agricultura a variáveis fora de controle. Apesar disso, há esperança de que, com uma melhora nas condições meteorológicas, a qualidade final do trigo ainda possa surpreender positivamente, garantindo bons rendimentos para os triticultores da região.

  • Colheita de trigo no Sul do Brasil pressiona preços, apesar de preocupações com produtividade

    Colheita de trigo no Sul do Brasil pressiona preços, apesar de preocupações com produtividade

    Mesmo com as preocupações sobre a baixa produtividade, a colheita de trigo no Sul do Brasil está avançando e contribuindo para novas quedas de preços. De acordo com o Cepea, produtores começam a liquidar os estoques da safra de 2023, mostrando maior flexibilidade nas negociações.

    Por outro lado, os compradores estão cautelosos, esperando a entrada em maior volume do trigo da nova safra para aproveitar preços ainda mais baixos. Enquanto isso, no mercado internacional, o preço do trigo tem reagido devido à preocupação com a baixa umidade que afeta o cultivo no Hemisfério Norte, sobretudo no trigo de inverno.

    Essa combinação de fatores está movimentando o mercado de trigo, com expectativas de redução nos preços à medida que a colheita avança no Brasil.

  • Queda nos preços do trigo no RS é impulsionada por colheita e baixa demanda

    Queda nos preços do trigo no RS é impulsionada por colheita e baixa demanda

    Os preços do trigo no Rio Grande do Sul registraram uma forte queda no início de outubro. De acordo com pesquisadores do Cepea, essa retração é impulsionada tanto pelo avanço da colheita quanto pela fraca demanda, já que muitos moinhos da região indicam estar bem abastecidos e, por isso, evitam novas compras no mercado spot.

    Do lado dos produtores, alguns cedem nas cotações, mas apenas para fechar negócios pontuais, enquanto o abastecimento de moinhos sul-rio-grandenses continua dependente das importações, especialmente da Argentina e do Uruguai.

    Dados da Secex revelam que, em setembro, o Rio Grande do Sul recebeu 48,82 mil toneladas de trigo importado. Em nível nacional, as compras externas do cereal totalizaram 592,13 mil toneladas no mês, o maior volume para setembro desde 2016. No acumulado de 2024, de janeiro a setembro, as importações de trigo somaram 5,148 milhões de toneladas, representando um aumento de 23% em relação ao total importado em 2023.

    Esses fatores combinados – a colheita em andamento e o alto volume de trigo importado – pressionam ainda mais os preços no mercado doméstico, enquanto a demanda se mantém fraca.

  • Colheita da safra 2024/25 pressiona queda nos preços do trigo no mercado interno

    Colheita da safra 2024/25 pressiona queda nos preços do trigo no mercado interno

    Os preços do trigo no mercado doméstico apresentaram queda à medida que a colheita da nova safra 2024/25 avança no Brasil, ampliando a oferta de lotes disponíveis no mercado spot nacional. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o aumento na disponibilidade de trigo tem pressionado os valores do cereal, já que, do lado da demanda, muitos moinhos optaram por reduzir a moagem devido aos altos estoques e à baixa liquidez no mercado de farinhas.

    Em setembro, a média mensal do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.482,91 por tonelada, uma queda de 3,6% em relação a agosto deste ano. No entanto, quando comparado ao mesmo período de 2023, houve um aumento expressivo de 39,1% em termos reais, com os valores ajustados pelo IGP-DI. Já no Rio Grande do Sul, outro importante estado produtor de trigo, a média de preços ficou em R$ 1.365,13 por tonelada, representando um recuo mensal de 4,5%, mas um avanço anual de 18,6%, conforme apontam os levantamentos do Cepea.

    A redução na moagem por parte dos moinhos, que estão operando com estoques elevados, reflete diretamente na menor demanda por trigo, intensificando a queda dos preços no curto prazo. A liquidez no mercado de farinhas de trigo também segue baixa, o que limita as transações e contribui para o ajuste nos valores praticados.

    Embora os preços apresentem recuos mensais, o cenário ainda revela ganhos expressivos em relação ao ano anterior, destacando o impacto das variações sazonais e das condições de mercado sobre o comportamento do trigo no Brasil. As perspectivas para os próximos meses vão depender do ritmo da colheita e da recuperação da demanda, que pode ser influenciada por novos fatores econômicos e climáticos.

  • Oscilações nos valores do trigo no Brasil são marcadas por oferta reduzida

    Oscilações nos valores do trigo no Brasil são marcadas por oferta reduzida

    Os preços do trigo em grão no Brasil continuam apresentando pequenas oscilações, influenciados principalmente pelas condições de oferta e demanda regionais. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar dessas variações, as altas prevalecem, reflexo do volume reduzido de trigo disponível no mercado spot, especialmente de maior qualidade.

    Em relação às estimativas, a Conab divulgou neste mês uma previsão de produção de trigo no Brasil para a temporada de 2024, estimada em 8,81 milhões de toneladas. Esse volume representa um aumento de 8,8% em relação à safra finalizada em 2023, indicando uma perspectiva de crescimento na produção nacional.

    No cenário mundial, dados do USDA apontam uma produção global de trigo de 796,878 milhões de toneladas para 2024/25, uma ligeira queda de 0,2% em relação ao relatório anterior, mas ainda 0,8% acima da safra de 2023/24. A previsão de consumo mundial é de 804,9 milhões de toneladas, 0,7% maior que na temporada anterior, superando a produção estimada.

  • Mudanças climáticas reduziram a produção global de trigo em 13%

    Mudanças climáticas reduziram a produção global de trigo em 13%

    A mudança climática é propícia ao fungo que causa a brusone, uma doença que tem impactos significativos na produção de trigo. Ela tem o potencial de afetar 13,5 milhões de hectares e corre o risco de reduzir a produção global de trigo em 13%. As projeções são do estudo  Production vulnerability to wheat blast disease under climate change publicado na Nature Climate Change.

    A brusone do trigo é considerada a doença de importância econômica mais recentemente identificada para a cultura no mundo. É causada por um fungo, o  Pyricularia oryzae Triticum ( Magnaporthe oryzae pathotype Triticum ), que ataca folhas e espigas, causando danos que podem comprometer até 100% da produtividade do trigo.

    Segundo o  pesquisador  da Embrapa Trigo José Maurício Fernandes , o desenvolvimento do fungo causador da brusone é favorecido por altas temperaturas e umidade, condições presentes em países de clima tropical e subtropical. Segundo ele, a incidência da doença em condições de clima frio ou mesmo de baixa umidade tem chamado a atenção.

    Nos últimos anos, foram observadas plantações com brusone no norte de Bangladesh, onde o fungo sobreviveu ao clima seco e às baixas temperaturas durante a colheita do trigo, especialmente porque as temperaturas mínimas aumentaram nos últimos anos.

    As temperaturas mais altas no inverno no Sul do Brasil também resultaram em surtos localizados de brusone na safra de trigo de 2023 no Rio Grande do Sul, especialmente na porção noroeste do estado, onde as temperaturas mínimas ficaram acima de 15 ºC durante toda a safra. “Em um cenário de mudanças climáticas globais, com temperaturas mais altas e variação nas chuvas, o fungo encontrará novos ambientes para se estabelecer”, prevê o pesquisador, ao lembrar que os esporos do fungo podem ser dispersos pelo vento ou pelo comércio internacional de grãos e sementes contaminados.

    Um fungo que ataca cereais

    O fungo é um velho conhecido das culturas de arroz, pois os primeiros relatos de brusone datam da década de 1600, na China. No trigo, o microrganismo causador da brusone foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1985, em plantações de trigo no estado do Paraná, mas a doença rapidamente se espalhou para outros estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais), além de diferentes países da América do Sul.

    Segundo informações do International Maize and Wheat Improvement Center ( CIMMYT ), a epidemia de brusone afetou 3 milhões de hectares de trigo na América do Sul na década de 1990. Em 1996, o primeiro surto de brusone na Bolívia resultou em perdas de produção de quase 80%. No Paraguai, a primeira epidemia ocorreu em 2002, quando foram registradas perdas de produção de mais de 70%. No Brasil, perdas por brusone no trigo ocorreram em 2009 e 2012, quando danos acima de 40% comprometeram lavouras em seu estágio de espiga de trigo no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Nos anos seguintes, a incidência de brusone também aumentou nos estados do sul do Brasil, com registros frequentes no Rio Grande do Sul e centro-sul do Paraná.

    Na Argentina, 10º maior produtor de trigo do mundo, a brusone apareceu em 2007 em lavouras do norte do país, mas foi em 2012, quando atingiu a província de Buenos Aires, principal polo de cultivo de trigo da Argentina, que a doença acendeu o alerta vermelho para o risco de perdas nas lavouras. Em 2023, o problema foi registrado no Uruguai pela primeira vez.

    Em 2016, houve o primeiro registro de brusone do trigo fora da América do Sul: uma epidemia da doença em Bangladesh, país do sul da Ásia, com perdas de mais de 30% nas lavouras. Em 2018, ela apareceu em lavouras da Zâmbia, no centro-sul do continente africano.

    Modelos de simulação para avaliar impactos de doenças

    Com base em cenários climáticos futuros projetados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), pesquisadores das áreas de ciências agronômicas e da computação utilizaram técnicas de modelagem e simulação para estimar os possíveis impactos da disseminação da brusone do trigo para os diferentes continentes onde o trigo é cultivado, considerando um ambiente de mudanças climáticas que favorece a doença.

    Os pesquisadores usaram o modelo DSSAT Nwheat, que foi desenvolvido na Universidade da Flórida com atualização colaborativa de vários centros de pesquisa ao redor do mundo, analisando variáveis ​​como aumento de temperatura, umidade relativa e aumento de CO2 na atmosfera. Para estimar cenários, eles usaram registros de dados históricos entre 1980 e 2010 e projetaram mudanças climáticas para o período de 2040 a 2070.

    A explosão pode atingir todos os continentes

    As mudanças climáticas podem aumentar a brusone do trigo e fazê-la atingir todos os continentes, com exceção da Antártida.

    Nos países da América do Sul onde o problema já ocorre, as áreas de trigo vulneráveis ​​à doença aumentariam de 13% para 30%. As projeções indicam o risco da doença atingir as lavouras de trigo nos Estados Unidos, México e Uruguai (Américas); Itália, Espanha e França (Europa); Japão e sul da China (Ásia); Etiópia, Quênia e Congo (África); Nova Zelândia e oeste da Austrália (Oceania).

    “Embora as condições ambientais no Hemisfério Norte ainda não tenham sido favoráveis ​​à brusone, em um cenário de aumento de temperatura e umidade, a incidência da doença em plantações de trigo é provável, especialmente em regiões próximas ao Mar Mediterrâneo. Da mesma forma, no sul da China, onde o cultivo de trigo cresceu nos últimos anos”, explica o professor Willington Pavan da Universidade da Flórida.

    Nas condições atuais, a brusone já representa uma ameaça a 6,4 milhões de hectares de trigo no mundo. Em um cenário de mudança climática, por volta de 2050, a doença pode afetar 13,5 milhões de hectares, resultando em uma redução de 13% na produção global de trigo, com perdas que podem chegar a 69 milhões de toneladas de trigo por ano.

    “Existem várias iniciativas no mundo tentando conter a doença (melhoramento de plantas, biotecnologia, estratégias de controle químico e manejo de culturas, por exemplo), mas ainda não alcançamos sucesso total na erradicação do problema da brusone do trigo. A resiliência às mudanças climáticas requer preparação com base em projeções para informar a tomada de decisões para minimizar as perdas da brusone do trigo e garantir a segurança alimentar do planeta”, conclui Fernandes.

  • Importações de trigo pelo Brasil crescem em 2024 mesmo com preços elevados

    Importações de trigo pelo Brasil crescem em 2024 mesmo com preços elevados

    Apesar dos preços elevados no mercado internacional, as importações brasileiras de trigo em grão têm mostrado um crescimento expressivo ao longo de 2024, alcançando os maiores volumes dos últimos dois anos. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), essa tendência é impulsionada pela baixa disponibilidade interna de trigo, especialmente de maior qualidade, o que tem levado o Brasil a intensificar as compras no mercado externo.

    Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) analisados pelo Cepea revelam que, de janeiro a agosto de 2024, o Brasil importou 4,556 milhões de toneladas de trigo, o maior volume para esse período desde 2020 e 9% superior ao total importado em todo o ano de 2023. Apenas em agosto de 2024, as importações somaram 545,46 mil toneladas, quase o dobro do volume registrado no mesmo mês do ano anterior, que foi de 277,99 mil toneladas.

    Em relação aos preços, os levantamentos do Cepea indicam que os valores internos do trigo permanecem enfraquecidos e têm oscilado conforme as condições de oferta e demanda nas diferentes regiões do país. Esse cenário reflete as dificuldades do mercado doméstico em atender à demanda por trigo de alta qualidade, forçando a dependência de importações em um contexto de preços internacionais elevados.

  • Plataforma sobre trigo integrará dados da produção ao consumo no Brasil

    Plataforma sobre trigo integrará dados da produção ao consumo no Brasil

    Única commodity agrícola importada pelo Brasil, o trigo deve contar com uma plataforma de dados com informações estratégicas para guiar políticas de incentivo e investimento no crescimento da produção, em desenvolvimento na Embrapa. A construção da ferramenta está inserida em um amplo projeto de pesquisa para o crescimento da triticultura no Cerrado, especialmente nos estados de SP, GO, MG, DF, MT, MS e BA. No entanto, contará com dados de todo o País, tendo em vista que a tomada de decisão sobre investimentos em plantio nessa área envolve fatores de outras regiões, como a presença de unidades de processamento e o próprio consumo em outros estados. A previsão é que a solução tecnológica seja entregue até o final de 2025 à sociedade e ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que demandou o trabalho.

    À frente da iniciativa, o analista Alvaro Dossa, da Embrapa Trigo (RS), reforça que a expansão da triticultura no Cerrado é peça-chave para o Brasil conquistar a autossuficiência no cereal. Mas a conexão dos dados sobre essa área com as do restante do País é imprescindível quando se pensa na cadeia produtiva e no fornecimento de matéria-prima para a indústria. “Não podemos só isolar o Cerrado porque as decisões não são isoladas. Por exemplo, tem muito consumo no Nordeste do Brasil, uma população grande”, avalia. “É uma questão nacional, não dá para entender analisando apenas a realidade da região de expansão. Olhar somente a intensidade de moagem que existe na região não é suficiente para dimensionar a demanda. Muitas vezes, moinhos podem estar fora dessa região e exercerem uma capacidade de influência. Um moinho localizado no norte do Paraná pode buscar trigo em Minas Gerais ou no Mato Grosso do Sul”, complementa o analista André Farias, da Embrapa Territorial (SP).

    Dez anos de trabalho em evolução

    A plataforma deve apresentar dados sobre a produção (sementes, insumos, evolução histórica) e processamento (capacidade instalada, estocagem), além do consumo interno e da exportação. Também agregará trabalhos que vêm sendo realizados em uma parceria entre a Embrapa Trigo, a Embrapa Territorial e pesquisadores da Sede da Empresa, há dez anos. Em 2015, um estudo projetou cenários de crescimento das plantações nas quatro regiões homogêneas da cultura, analisando principalmente a participação do trigo em relação à área de soja e milho da safra de verão e a otimização de locais que historicamente haviam sido ocupados pela triticultura. Um segundo trabalho, dois anos depois, avaliou como o plantio do cereal se expandiu, ou se retraiu, nas diferentes áreas do território nacional, ao longo de 25 anos. A estimativa das lacunas de produtividade foi um terceiro esforço para compreender as diferenças que existem na produção do trigo conforme a localidade, mesmo em regiões com produção consolidada e condições ambientais semelhantes.

    Todas essas análises estão sendo atualizadas para integrar a plataforma. “É uma evolução do trabalho no sentido de que integra muito do que já fizemos e também porque tem muitos outros indicadores, por exemplo, tem toda a questão de socioeconomia, toda a questão de empregos, a questão de consumo, que nunca tínhamos trabalhado, e vários outros indicadores. Além disso, tudo estará em uma plataforma interativa”, diz o analista Rafael Mingoti, da Embrapa Territorial. Ele avalia que isso amplia as possibilidades de uso e o público consumidor dos dados. “Esse trabalho pode alimentar questões sobre sementes, pode alimentar questões sobre trabalhos semelhantes para outros produtos. Também vai atender os cidadãos que atuam na produção tritícola, desde o produtor rural, a assistência técnica, investidores…”, diz.

    O analista Adão Acosta, da Embrapa Trigo, chama a atenção para os ganhos obtidos com a conjugação de esforços entre equipes de dois centros de pesquisa da Embrapa, além da  Superintendência Estratégica e da Diretoria de Pesquisa e Inovação. O analista Job Lucio Gomes Vieira, da Superintendência, complementa: “Esse estudo tem uma natureza integradora de duas áreas, a inteligência territorial e a estratégica”.

  • Colheita de trigo no Paraná enfrenta desafios com baixa produtividade e qualidade

    Colheita de trigo no Paraná enfrenta desafios com baixa produtividade e qualidade

    A colheita da nova safra de trigo no Paraná, maior produtor do cereal no Brasil, começou a ganhar ritmo, mas os resultados até agora têm decepcionado os agricultores. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produtividade e a qualidade do trigo colhido estão abaixo das expectativas, principalmente devido às condições climáticas desfavoráveis, incluindo fortes geadas registradas no período próximo à colheita.

    Com a entrada dos lotes da nova safra no mercado nacional, os moinhos têm mostrado pouco interesse em novas aquisições. Muitos compradores estão ofertando preços menores devido à qualidade inferior do trigo, o que levou alguns vendedores a reduzir seus preços para conseguir escoar a produção.

    Esse cenário de baixa demanda e qualidade aquém do desejado tem mantido as cotações do trigo enfraquecidas e o mercado em ritmo lento. Em agosto, a média mensal do preço do trigo no Paraná foi de R$ 1.538,62 por tonelada, uma leve queda de 0,4% em relação a julho de 2024. No entanto, quando comparado a agosto de 2023, o valor representa um aumento de 21,9%, em termos reais, com os preços ajustados pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

    Diante desse panorama, os produtores e agentes do mercado permanecem atentos às condições climáticas e ao avanço da colheita, buscando estratégias para melhorar a qualidade do cereal e, assim, atrair melhores preços e maior interesse por parte dos compradores.

  • Trigo: Geadas no sul do país deixam produtores em alerta

    Trigo: Geadas no sul do país deixam produtores em alerta

    As geadas que atingiram o Sul do Brasil, especialmente no Paraná, estão preocupando os produtores da região. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o fenômeno climático pode ter efeitos distintos sobre as plantações de trigo: enquanto, em alguns casos, as geadas podem favorecer a implantação da cultura, em outros, podem ser extremamente prejudiciais, especialmente para lavouras que se encontram em fases reprodutivas.

    No Paraná, a maior parte das lavouras de trigo está em fase de floração e frutificação, com cerca de 28% das áreas em maturação, segundo informações da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e do Departamento de Economia Rural (Deral). A preocupação é que as geadas possam afetar negativamente o florescimento e a formação de grãos, embora ainda não haja dados oficiais sobre os impactos negativos.

    No Rio Grande do Sul, 83% das lavouras estão nas fases de germinação e desenvolvimento vegetativo, e 17% em floração, conforme dados da Emater. Em Santa Catarina, a semeadura já foi concluída, e 97% das lavouras estão em boas condições.

    Os produtores seguem atentos às previsões climáticas e aos possíveis desdobramentos das geadas nos próximos dias, avaliando as estratégias para minimizar possíveis danos e garantir a qualidade e a produtividade das safras.