Tag: Transportes

  • Setor de serviços recua 0,2% em janeiro, influenciado por transportes

    Setor de serviços recua 0,2% em janeiro, influenciado por transportes

    O setor de serviços, que reúne atividades como telefonia, restaurantes, tecnologia da informação, hotelaria e salões de beleza, apresentou recuo de 0,2% em janeiro na comparação com dezembro de 2024. O resultado é considerado estabilidade, pois não é queda de grande magnitude, e é atribuído, principalmente, ao fraco desempenho das atividades de transportes.

    A Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o setor apresentou alta de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2024 – décima alta seguida nessa comparação. Já no acumulado de 12 meses, a expansão é de 2,9%.

    Comparação entre meses imediatamente anteriores:

    . Janeiro 2025: -0,2%

    . Dezembro 2024: 0%

    . Novembro: -0,9%

    . Outubro: +1,1%

    Na comparação de janeiro de 2025 com dezembro de 2024, três dos cinco grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram recuo:

    . Serviços prestados às famílias: -2,4%

    . Informação e comunicação: 2,3%

    . Profissionais, administrativos e complementares: -0,5%

    . Transportes, armazenagem e correio: -1,8%

    . Outros serviços: 2,3%

    De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o desempenho do setor ficou próximo da estabilidade.

    “Após alcançar o ápice de sua série histórica em outubro de 2024, o setor de serviços apresentou duas taxas negativas e uma estabilidade nos últimos três meses. Nesse período, acumulou perda de 1,1%, que pode ser explicada pela alta margem de comparação”, analisa.

    Lobo acrescenta que houve “perda de ritmo”, uma vez que em dezembro o acumulado de 12 meses era de 3,2%. “Lembrando que opera perto de seu nível recorde”, faz a ressalva.

    Na passagem de dezembro para janeiro, 17 das 27 unidades da Federação tiveram resultado negativo no campo. Os extremos foram o Distrito Federal (-8,7%) e Santa Catarina (+3,4%).

    Transportes

    O recuo de 1,8% da atividade de transportes, armazenagem e correio não foi o maior nominal, mas foi a principal influência negativa, por causa do peso, que corresponde a 36,40% de todos os serviços.

    O setor teve quedas nos segmentos dutoviário, aéreo, rodoviário coletivo de passageiros, ferroviário de cargas e correio.

    O transporte de passageiros teve perda de 7,6% de dezembro para janeiro, na série livre de influências sazonais, o que tira efeitos de calendário e permite comparação mais ajustada.

    “A queda do transporte de passageiros foi pressionada tanto pelo transporte aéreo, fruto de uma maior base de comparação com dezembro de 2024 e de uma influência dos preços das passagens (alta de 10,42%), quanto pelo transporte rodoviário coletivo de passageiros”, analisa Lobo.

    No transporte de cargas, o recuo foi de 0,7%.

    Famílias

    De acordo com o pesquisador do IBGE, a queda de 2,4% nos serviços prestados às famílias pode ser explicada, em parte, pelo comportamento da inflação, que inibe gastos mais supérfluos, como a refeição fora de casa.

    O aumento da taxa básica de juros, ferramenta do Banco Central para conter a inflação, também pode levar à decisão de coibir gastos.

    “As famílias podem dar uma pisada no freio”, diz.

    Dentro do grupo informação e comunicação, que cresceu 2,3%, o pesquisador do IBGE destaca o segmento de tecnologia da informação – atividades como portais, provedores de conteúdo, desenvolvimento de softwares e consultorias – que cresceu 7,8%.

    Turismo

    A pesquisa do IBGE mostra que as atividades de turismo apresentaram retração de 6,4% em janeiro na comparação com dezembro. Essa queda é a mais intensa desde a segunda onda da pandemia de covid-19, em março de 2021, quando caiu 24,4%.

    Com o desempenho de janeiro, o turismo se posiciona 7,2% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 6,4% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro de 2024.

    Ante janeiro de 2024, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresenta crescimento de 3,5%. Em 12 meses, a expansão é de 3,8%.

  • Ministro diz que meta é contar com 40% da carga transportada sobre trilhos até 2035

    Ministro diz que meta é contar com 40% da carga transportada sobre trilhos até 2035

    O ministro dos Transportes, Renan Filho, participou nesta quinta-feira, 23 de janeiro, do programa “Bom Dia, Ministro” e abordou temas estratégicos para o setor de infraestrutura no Brasil, entre eles o Plano Nacional de Ferrovias, que deve ser lançado em fevereiro.

    Segundo Renan Filho, o objetivo do plano é modernizar a malha ferroviária e priorizar o transporte de cargas, um setor em crescimento contínuo no país. “Hoje, há uma competição entre modais. Nosso plano visa, primeiramente, carga. O Brasil vem crescendo nesse segmento. Concluímos a Ferrovia Norte-Sul, estamos avançando na Transnordestina, com investimentos de R$ 4 bilhões e cerca de 5 mil trabalhadores, além de construir a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, ligando Mara Rosa, em Goiás, a Água Boa, em Mato Grosso,” destacou o ministro.

    O governo tem como meta transportar 40% das cargas do país por ferrovias até 2035, diminuindo a dependência do modal rodoviário, o que, segundo o ministro, resultará em maior durabilidade das estradas e mais segurança para a população. “O desafio é promover a migração da carga para o modo ferroviário brasileiro, ampliando a malha e garantindo eficiência logística,” concluiu Renan Filho.

  • ANTT moderniza pagamento do Vale-Pedágio Obrigatório a partir de 2025

    ANTT moderniza pagamento do Vale-Pedágio Obrigatório a partir de 2025

    Entra em vigência a partir de 1º de janeiro de 2025, próxima quarta-feira, a modernização no sistema de pagamento do Vale-Pedágio Obrigatório implementada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por meio da Resolução nº 6.024, de 3 de agosto de 2023.  Transportadores e embarcadores devem se adequar à nova modalidade de cobrança, garantindo a migração para o novo modelo.

    Conforme a ANTT, os modelos tradicionais de Vale-Pedágio, como cartões e cupons, serão descontinuados. No entanto, cupons e cartões emitidos até 31 de dezembro de 2024 terão validade por 30 dias.

    A ANTT reforça a importância da transição para o novo modelo eletrônico, que eliminará os meios de pagamento físicos. Os embarcadores e equiparados devem tomar as providências necessárias para a aquisição e implementação das TAGs até o prazo final de 31 de dezembro de 2024.

    A adoção das TAGs eletrônicas traz vantagens para todo o sistema viário e de transporte, visto que se trata de uma operação mais rápidas e seguras, beneficiando os motoristas e as transportadoras.

    Mais orientações pelo 0800 065 0163 (telefone ou WhatsApp) da Nova Rota do Oeste.

  • Crea-MT apoia 1º Congresso de Engenharia de Transportes de Mato Grosso

    Crea-MT apoia 1º Congresso de Engenharia de Transportes de Mato Grosso

    Entre os dias 16 e 19 de outubro, o Centro Acadêmico e Coordenação do Curso de Engenharia de Transportes realizou o 1º Congresso de Engenharia de Transportes de Mato Grosso (1º CET-MT) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), um evento que reuniu profissionais, professores, estudantes e interessados na área para promover a troca de conhecimentos sobre temas essenciais do setor de transportes. O congresso contou com o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), visando fortalecer ainda mais a colaboração entre as instituições acadêmicas e profissionais.

    O evento abordou tópicos fundamentais como infraestrutura de transportes, transporte multimodal, mobilidade urbana, logística de transporte, planejamento e ensino em transportes. A programação incluiu palestras, minicursos, oficinas, mesas-redondas e exposições acadêmicas, oferecendo aos participantes uma imersão em discussões e práticas que impulsionam o desenvolvimento da engenharia de transportes no estado.

    Criado em 2014, o curso de Engenharia de Transportes da UFMT, no campus de Várzea Grande, vem suprindo a demanda por formação qualificada na área, com foco em pesquisa, desenvolvimento e parcerias regionais. O congresso reforçou o compromisso da universidade em formar engenheiros capacitados para atuar em logística e transportes, tanto no setor privado quanto em órgãos governamentais, sempre com uma abordagem ética e sustentável.

  • Ministério dos Transportes autoriza concessão da Rota do Agro entre MT e GO

    Ministério dos Transportes autoriza concessão da Rota do Agro entre MT e GO

    O Ministério dos Transportes publicou na quinta-feira (5) a portaria que autoriza o plano de outorga da concessão da Rota do Agro, abrangendo trechos das BR-060/364/GO e BR-364/MT. O documento foi divulgado no Diário Oficial da União (DOU) e agora segue para apreciação no Tribunal de Contas da União (TCU). Somente após o aval do TCU, o edital poderá ser lançado, com o leilão de concessão previsto para novembro.

    Esta concessão é um projeto muito relevante para o país”, enfatizou Viviane Esse, secretária Nacional de Transportes Rodoviários. Ela destacou que o corredor logístico facilitará o escoamento da safra pelo Arco Norte, melhorando a infraestrutura em termos de segurança e capacidade da via. “Isso diminuirá o custo de transporte e, consequentemente, o custo dos produtos na mesa dos brasileiros”, detalhou.

    A Rota do Agro possui 502,80 km de extensão e é formada pelas BR-060/364/GO e BR-364/GO/MT, conectando Rio Verde (GO) a Rondonópolis (MT). Em Rio Verde, há uma conexão com a Ferrovia Norte-Sul, que possui um ramal de 2,2 mil quilômetros de trilhos cortando quatro regiões do país, ligando os portos de Itaqui (MA) a Santos (SP). Projeções da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) indicam que 22,7 milhões de toneladas de carga devem passar pelos trilhos até 2055.

    rota do agro

    Rio Verde, com uma população de 225.696 habitantes segundo o IBGE, é o maior polo agrícola de Goiás, destacando-se pela produção de soja, milho e proteína animal. Já Rondonópolis, com 244.911 habitantes, lidera o setor agropecuário em Mato Grosso, estado que teve o maior crescimento econômico do país no ano passado, com um avanço de 10,3%.

  • Em grandes cidades, deslocamento é drama diário para trabalhador

    Em grandes cidades, deslocamento é drama diário para trabalhador

    Às 3h da madrugada, quando a grande maioria dos brasileiros está no meio do sono, o despertador toca na casa de Carlos Rafael da Cruz Novais. Ele mora no bairro da Paciência, na zona oeste do Rio de Janeiro, e precisa chegar às 6h na transportadora em que trabalha como conferente, na Pavuna, bairro da zona norte, a 35 quilômetros (km) da casa dele.

    Correndo contra o tempo, Carlos Rafael sai de casa às 3h30. A primeira parte da jornada rumo à empresa de logística tem que ser uma caminhada de meia hora.

    “De madrugada não tem transporte público, não tenho opção de van nem ônibus”, lamenta.

    Em seguida, um trecho de ônibus e um complemento de van concluem o trajeto. “Gasto duas horas e meia”, calcula. Na volta, muitas vezes o deslocamento chega a três horas. “O trânsito é pesado, e o transporte para muito”, conta à Agência Brasil.

    Carlos Rafael resume as consequências do tempo desperdiçado no deslocamento de forma direta: “cansaço físico e mental”. Na ida, ele consegue tirar um cochilo com tranquilidade, mas na volta a viagem é mais desgastante. “Os ônibus têm ar-condicionado, mas não funciona. É tudo fechado, um calor infernal. Enche, para muito”.

    “Quando vou ver, perdi mais tempo de viagem do que trabalhando ou descansando”, diz o conferente de 30 anos, que ainda arranja espaço na rotina diária para fazer faculdade de engenharia de produção de forma semipresencial. Em algumas épocas, consegue também trabalhar em casa como confeiteiro, fazendo bolos.

    “Esse tempo de viagem que eu levo é precioso. Se eu conseguisse economizar uma ou duas horas, seria muita vantagem, eu conseguiria ficar mais organizado na questão de academia, faculdade e trabalho”.

    Preocupação com atrasos

    Assim como o conferente no Rio de Janeiro, o porteiro Pedro Luiz da Silva, de 58 anos, acorda ainda na madrugada para trabalhar, por volta de 3h30. Ele mora no Tucuruvi, bairro na zona norte de São Paulo e trabalha em um prédio na região do Bixiga, na zona central da maior cidade do país, famosa pelos intermináveis congestionamentos.

    Às 4h10 ele pega um ônibus para chegar à estação de trem Tucuruvi, da Linha 1-Azul. A primeira composição sai às 4h40m. No entanto, Pedro Luiz, que segue até a estação São Joaquim, conta que começa lá a primeira insatisfação. “O metrô nunca sai no horário certo, sempre atrasa. Fica muito tempo parado nas estações, e o que levaria 20 minutos, às vezes, leva 30”, se queixa.

    “Já acordo cedo pensando nestas situações, pois não gosto de chegar atrasado”, diz precavido o porteiro, que leva entre uma hora e uma hora e meia até o local de trabalho.

    Pedro Luiz reclama também do deslocamento na volta para casa. “É pior ainda, atrasa muito o metrô. O retorno é de aproximadamente duas horas”.

    Procurado pela Agência Brasil, o Metrô de São Paulo não se manifestou.

    Já sobre as queixas de Carlos Rafael no Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Transportes informou que ações de fiscalização nas ruas fazem parte da rotina do órgão. “Só no último ano, foram aplicadas cerca de 7,8 mil multas aos consórcios por problemas de conservação e falta de ar-condicionado “, afirma.

    A secretaria acrescenta que, dependendo do estado do veículo, podem ser lacrados. Segundo a pasta, 80% da frota da cidade é climatizada.

    Sobre a falta de ônibus na madrugada, a Secretaria de Transportes informou que monitora, via GPS (sistema de posicionamento global via satélite), a operação de cada linha. “Caso não atinjam a meta de 80% da quilometragem diária determinada pelo município, não recebem o subsídio”.

    Ainda segundo a secretaria, o plano operacional é revisado mensalmente com base em dados de demanda por hora, pesquisa de ocupação dos veículos e reclamações recebidas sobre as linhas para atualização da quantidade de viagens. “Mais linhas podem ser criadas ou retomadas conforme a verificação da necessidade”, explica.

    Produtividade e bem-estar

    Os dois casos relatados pela Agência Brasil neste Dia do Trabalhador são apenas uma amostra do que acontece diariamente com inúmeros trabalhadores em grandes cidades brasileiras. Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em agosto do ano passado revela que 36% dos trabalhadores passam mais de uma hora por dia no trânsito.

    A pesquisa identificou que 21% ficam entre uma e duas horas dentro do transporte; 7% passam entre duas e três horas; e 8% gastam mais de três horas. O estudo identificou também como o tempo dispensado para ir e voltar para casa afeta a rotina dos trabalhadores.

    Mais da metade (55%) afirmou que têm a qualidade de vida afetada. Para 51% dos pesquisados, a produtividade é impactada negativamente por causa do tempo de deslocamento.

    O efeito na produtividade pode ser mensurado pela resposta de 60% dos entrevistados que afirmam que já chegaram atrasado e/ou estressado no ambiente profissional. Mais de um terço (34%) afirmou já ter perdido um período de trabalho.

    Os impactos no ir e vir afetam também o futuro dos trabalhadores. O levantamento identificou que 10% já resolveram trocar de emprego por causa do tempo de deslocamento, enquanto 32% deixaram de aceitar oferta de vaga por problemas de locomoção.

    O estudo da CNI foi feito em abril de 2023 com 2.019 pessoas da população economicamente ativa (PEA) brasileira acima de 16 anos, em municípios com população a partir de 250 mil habitantes nas 27 Unidades da Federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

    Desgaste do trabalhador

    O sociólogo Alexandre Fraga, professor do Departamento de Sociologia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), aponta que são inúmeras as pesquisas no país que associam impactos na produtividade a problemas de mobilidade das grandes cidades, como congestionamento, tempo de espera, conduções cheias e desconforto térmico.

    “Essa situação recorrente afeta a qualidade de vida deles, eleva a irritabilidade e o cansaço e diminui as horas dedicadas ao lazer e ao descanso”.

    Fraga cita o conceito de ócio criativo, desenvolvido pelo pensador italiano Domenico de Masi, que defende o tempo livre como necessário para estimular a criatividade e proporcionar bem-estar, imprescindível para o aumento da produtividade no trabalho.

    “O tempo de não trabalho é importante justamente para não sobrecarregar o trabalhador, para que possa descansar, relaxar, ter momentos de lazer. Poderia dormir um pouco mais, ter mais lazer ou passar mais tempo com a família”.

    Além do tempo do deslocamento em si, o sociólogo da Uerj explica que as condições da locomoção impedem que o tempo gasto no transporte seja mais bem desfrutado.

    “Mesmo que queira aproveitar as horas no transporte público para ler, ouvir música ou qualquer outra possibilidade de ócio, [o trabalhador] enfrentará obstáculos, como conduções cheias, viagens em pé e falta de climatização em parte da frota de ônibus, por exemplo”.

    São condições que afetam diretamente o desempenho no ambiente profissional. “Se tiver um trabalho mais manual, já pode chegar cansado antes mesmo de começar a jornada. E se tiver um trabalho mais mental, já pode chegar estressado e com dificuldade de concentração”, ressalta.

    Na busca por mitigações, o professor defende ações por parte do poder público e de empresas.

    Às autoridades públicas, caberia elaborar estudos, pensar os gargalos da cidade, planejar a mobilidade urbana e integrar os diferentes meios de transporte. “Isso ajudaria a conter os congestionamentos e diminuir o tempo de espera”. Além disso, acrescenta Fraga, é preciso fiscalizar o cumprimento das regras do contrato, de forma a evitar superlotação e garantir climatização da frota.

    Já as corporações poderiam insistir em experimentos, como a semana de quatro dias de trabalho. “Qualquer medida que aumente a qualidade de vida dos trabalhadores, amplie o descanso e lazer e os deixe mais felizes é importante para a cultura de uma empresa, para o ambiente de trabalho e para as metas e os resultados a serem alcançados”, acredita.

    Investimento

    O professor Creso de Franco Peixoto, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avalia que há no país uma “clara falta de recursos para que possamos fazer as efetivações de muitos projetos que envolvem a mobilidade”. Além disso, em se tratando de planos de mobilidade, ele critica “visões celulares”, como se várias regiões de grandes cidades fossem unidades isoladas.

    “Regiões metropolitanas são compostas por vários centros, e a busca por oportunidade de trabalho se dá, não raramente, de forma intercelular, ou seja, se apresenta entre essas cidades, entre esses centros”, diz à Agência Brasil.

    Para o professor da Unicamp, existe a necessidade de busca e efetivação de projetos que envolvem volumes de recursos extremamente altos, “mas que têm retornos do ponto de vista social e ambiental”. Segundo ele, as fontes de recursos podem ser do poder público ou de parcerias público-privadas (PPP), como já existe, por exemplo, no metrô de São Paulo, onde a Linha 4-Amarela é uma PPP desde 2010. São 12,8 km de extensão e 11 estações.

    Peixoto elenca como medidas necessárias a multiplicação de vias expressas, sistemas de semáforos que privilegiem o transporte público e implantações de modais como Bus Rapid Transit (BRT, corredores exclusivos para ônibus expressos de alta capacidade de passageiros) e veículos leve sobre trilhos (VLT).

    Outro sistema de transporte de massa defendido pelo professor da Unicamp são linhas de “metrô de verdade”, ou seja, efetivamente subterrâneas, no qual as estações sigam o esquema Origem e Destino (OD), isto é, o metrô vai até os pontos de grande circulação, sem a necessidade de as pessoas terem que sair dos seus caminhos para irem até estações mais afastadas das melhores rotas de circulação.

    “É para atender o trabalhador, o passageiro da cidade e não cargas. Existem alguns metrôs no Brasil que, na realidade, se tratam de antigas linhas que levavam cargas e foram adaptadas para levar pessoas”, aponta.

    Para ilustrar a capacidade de modais de massa, Creso Peixoto lista a capacidade de transportar pessoas, por exemplo, em uma via com faixa de três metro de largura, medida padrão de uma rua.

    Se for exclusiva para carro, o volume é 2 mil pessoas por hora; no caso de ônibus, até 9 mil; se VLT, chegaria até 22 mil. Já o metrô transportaria 100 mil aproximadamente.

    O professor reconhece que quanto maior a capacidade do meio de deslocamento, maior o custo de implementação. Enquanto são necessários US$ 1 milhão para construir 1 km de rodovia, este valor salta para US$ 5 milhões para um trecho de BRT, US$ 50 milhões para 1 km de VLT e US$ 100 milhões para cada km de metrô.

    “Parece que a solução é só BRT, não é verdade. As grandes capitais têm movimentos gigantescos de passageiros que não se medem em 10 mil nem 100 mil. São medidos em milhões de passageiros por dia”.

    “É possível justificar tamanho volume de recurso pelo altíssimo retorno profissional e social que eles apresentam”, acredita o professor, que acrescenta outro elemento negativo no deslocamento diário do trabalhador: o ruído.

    “Com mais horas no trânsito, mais horas sofrendo com ruído. Não é só o nível de ruído e, sim, a quantidade de tempo a que se está exposto a esse ruído.”

    Mobilidade sistêmica

    O professor Marcelino Aurélio, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defende que o planejamento de transporte das grandes cidades deve ser feito sempre de forma sistêmica, levando à risca os planos de mobilidade elaborados por especialistas.

    “Às vezes a cidade vai crescendo de forma desordenada, então, de fato, precisa ter um planejamento mais sistêmico para garantir uma melhor qualidade de vida das pessoas”.

    Ele acrescenta que a ausência de transporte coletivo de qualidade se torna um ciclo vicioso, a partir do momento que as pessoas passam a considerar iniciativas individuais.

    “A gente tem que garantir que o transporte coletivo seja de qualidade para que as pessoas venham, cada vez mais, para o transporte público. Quando não está com uma qualidade boa, termina tendo mais pessoas no transporte individual, então vai aumentando o problema”.

    O professor Pedro Barreto de Moraes, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), aponta que para a mobilidade urbana não ser um problema crônico é preciso pensar, essencialmente, no conceito de acessibilidade, “entendido como a capacidade de alcançar diferentes localizações, independentemente da forma urbana, do meio pelo qual vai ser feito, do horário…”

    “A mobilidade não deve ser um fim em si mesmo. Ela é um meio, assim como a ideia de conectividade, de densidade, de distribuição igual de propriedades ao longo do território, para que a gente atinja uma desejada acessibilidade para todas as pessoas”, avalia.

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Prévia da inflação oficial recua para 0,21% em abril

    Prévia da inflação oficial recua para 0,21% em abril

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial no mês, ficou em 0,21% em abril deste ano, portanto abaixo das taxas do mês anterior (0,36%) e de abril do ano passado (0,57%). O dado foi divulgado nesta sexta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Com o resultado, o IPCA-15 acumula taxa de 1,67% no ano. Em 12 meses, o indicador registra inflação de 3,77%, abaixo dos 4,14% acumulados até a prévia de março deste ano.

    A queda da taxa de inflação foi puxada principalmente pelos transportes, que tiveram deflação (queda de preços) de 0,49% na prévia de abril. Entre os itens que apresentaram deflação, destacam-se a passagem aérea (-12,20%), o gás veicular (-0,97%), o óleo diesel (-0,43%) e a gasolina (-0,11%).

    Por outro lado, o grupo alimentação e bebidas apresentou alta de preços de 0,61% no período, o que impediu uma queda maior da inflação na prévia de abril. Entre os itens que mais contribuíram para a alta dos alimentos estão tomate (17,87%), alho (11,60%), cebola (11,31%), frutas (2,59%) e leite longa vida (1,96%).

    Produtos como a batata-inglesa (-8,72%) e as carnes (-1,43%) puxaram para baixo a inflação dos alimentos.

    Os demais grupos de despesa apresentaram as seguintes taxas de inflação: saúde e cuidados pessoais (0,78%), vestuário (0,41%), despesas pessoais (0,40%), comunicação (0,17%), habitação (0,07%), educação (0,05%) e artigos de residência (0,03%).

    Os preços que serviram como base para o cálculo do IPCA-15 de abril foram coletados entre 15 de março e 15 de abril deste ano.

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Setor de Serviços recua 0,9% após três meses de alta

    Setor de Serviços recua 0,9% após três meses de alta

    A atividade do setor de serviços no Brasil apresentou recuo 0,9% na passagem de janeiro para fevereiro de 2024, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com Luiz Almeida, analista da pesquisa, o resultado é fruto de um movimento de compensação após meses de alta.

    “É uma descontinuação dos ganhos anteriores. Como observamos, por exemplo, na atividade de profissionais, administrativos e complementares”, afirma o técnico do IBGE.

    Além desse grupo, a queda se deu no setor de informação e comunicação (-1,5%) transportes (-0,9%) e outros serviços (-1,0%). Apenas as atividades de serviços prestados às famílias registraram variação positiva, de 0,4%.

    Alta em 12 meses

    A queda de fevereiro se dá após três meses de alta, e o volume de serviços se manteve 11,6% acima do nível pré-pandemia. No acumulado do primeiro bimestre de 2024, o volume de serviços cresceu 3,3% frente ao mesmo período do ano passado, e fevereiro de 2024 ficou 2,5% acima de fevereiro de 2023. No acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,2%.

    Turismo

    Outro ponto informado pelo IBGE foi a queda do índice de atividades turísticas, que recuou 0,8% em fevereiro, na comparação com janeiro. Foi o segundo desempenho negativo seguido, com perda acumulada de 1,8%.

    Edição: Valéria Aguiar

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  • Ministros  visitam aeroporto de Guarulhos para acompanhar obras do sistema Aeromóvel

    Ministros visitam aeroporto de Guarulhos para acompanhar obras do sistema Aeromóvel

    Os ministros de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; dos Transportes, Renan Filho; e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, visitaram, neste sábado (03/02), o canteiro de obras do consórcio Aerogru, em Guarulhos (SP). No local está sendo implantado o sistema Aeromóvel, que conectará os terminais do Aeroporto Internacional de Guarulhos à malha ferroviária CPTM (Companhia de Trens Metropolitanos) – operadora de transportes ferroviários ligada à Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo.

    Com o sistema, espera-se uma economia no tempo de deslocamento entre os terminais e o trem metropolitano, de forma sustentável e segura. Com uma extensão de 2,7 quilômetros, ele terá capacidade de transportar até 2 mil passageiros por hora. A conclusão e entrega estão previstas para o primeiro semestre de 2024.

    Segundo Costa Filho, as obras são fundamentais para melhorar o atendimento aos milhares de passageiros que utilizam o aeroporto. “Com o sistema moderno do aeromóvel, teremos uma conexão rápida que ligará a estação da linha 13 com o terminal de passageiros. Ampliar, modernizar e fortalecer a aviação civil brasileira é a orientação do presidente Lula”, disse.

    Transporte automatizado

    O Automated People Mover – APM (transportador de pessoas automatizado em tradução livre) é um projeto de mobilidade que beneficiará as pessoas que passam pelo aeroporto diariamente.

    A obra está sendo executada pelo consórcio Aero GRU e contempla a construção de uma estação em cada um dos três terminais de passageiros do aeroporto e uma estação junto à CPTM, sem custo para o usuário. O intuito é promover uma conexão rápida entre a Linha Jade, da estação da CPTM e os terminais de passageiros.

    “Estamos aqui hoje, por orientação do Presidente Lula, junto com o ministro de Portos Aeroportos, o ministro do Transporte, para acompanhar duas grandes obras, dois grandes pacotes de obras, que são de investimentos do governo federal em parceria com o governo federal e com o setor privado. O bom ambiente econômico, criado pelo presidente Lula, pela equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, ajudam a mudar a realidade de São Paulo, mas também ajudam a mudar a realidade do Brasil”, disse Padilha.

    Por: Ministério de Portos e Aeroportos

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  • Audiência pública vai debater concessão do transporte público em Lucas do Rio Verde

    Audiência pública vai debater concessão do transporte público em Lucas do Rio Verde

    A Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde sediará uma audiência pública na próxima segunda-feira, 5 de fevereiro, para discutir a nova concessão do transporte público coletivo no município. O evento, organizado pela Prefeitura, terá início às 18h no plenário, com transmissão ao vivo pelo canal do Poder Legislativo no YouTube.

    Os vereadores locais estão acompanhando de perto as discussões sobre a nova concessão. No ano anterior, a Câmara aprovou um projeto enviado pelo Executivo para prorrogar por um ano o contrato com a atual concessionária, a Viação Lucas. Essa prorrogação foi necessária após a empresa notificar a municipalidade sobre a falta de interesse em continuar operando as linhas. O prazo adicional permitiu a realização de um estudo para definir os termos da nova concessão.

    Em janeiro deste ano, os vereadores tiveram a oportunidade de conhecer os detalhes do diagnóstico realizado por empresa contratada pela Prefeitura para elaborar a minuta do edital de procedimento licitatório. A apresentação do diagnóstico trouxe diferentes cenários, considerando diferentes investimentos por parte do município e as tarifas que seriam pagas pelos usuários em cada caso.

    Durante a audiência pública, esses dados serão apresentados à população. Após as discussões, o Poder Executivo seguirá com a elaboração do projeto básico e da minuta do edital de licitação. O certame terá alcance nacional, e a empresa que apresentar a melhor proposta, de acordo com o edital, assumirá a operação das linhas.

    Atualmente, os usuários pagam uma tarifa de R$ 4,50 ao adquirirem passagens por meio do Sistema de Bilhetagem Eletrônica. As passagens compradas durante os embarques custam R$ 5,00. A audiência pública proporcionará uma oportunidade para a comunidade expressar suas opiniões e contribuir para o processo de definição da nova concessão do transporte público em Lucas do Rio Verde.