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  • Mato Grosso realiza quarta captação de múltiplos órgãos em 2025, beneficiando cinco pacientes na fila de transplante

    Mato Grosso realiza quarta captação de múltiplos órgãos em 2025, beneficiando cinco pacientes na fila de transplante

    A Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES), concretizou mais um ato de solidariedade na manhã desta quinta-feira (1º de maio), com a realização de um procedimento de captação de múltiplos órgãos e tecidos no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).

    A ação possibilitou a coleta de dois rins, um fígado e duas córneas, órgãos e tecidos que trarão nova esperança e qualidade de vida para cinco pacientes que aguardam ansiosamente por um transplante em diferentes regiões do país.

    A complexa operação contou com a expertise de uma equipe captadora proveniente do Mato Grosso do Sul, que se deslocou até Cuiabá com o apoio logístico de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). A cirurgia, iniciada às 8h, foi concluída por volta das 11h10, demonstrando a agilidade e coordenação dos profissionais envolvidos.

    Esta representou a quarta captação de múltiplos órgãos realizada em Mato Grosso somente em 2025, evidenciando o crescente engajamento do estado na causa da doação. A última captação mediada pela Central Estadual ocorreu há apenas quinze dias, também na capital mato-grossense.

    Ao longo de 2024, Mato Grosso contabilizou 13 captações de múltiplos órgãos, totalizando 22 rins, 10 fígados e 4 corações doados, números que refletem o potencial do estado em contribuir para o sistema nacional de transplantes.

    O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, expressou seu reconhecimento à generosidade da família do doador. “Graças à solidariedade de uma família enlutada, será possível salvar cinco vidas. Isso é motivo de orgulho para o Sistema Único de Saúde (SUS), que é responsável por políticas universais como essa. Temos orgulho de dizer que, a cada dia, Mato Grosso é um estado que coopera para que essa rede de solidariedade aumente mais e mais”, afirmou o secretário.

    A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Anita Ricarda da Silva, ressaltou o investimento contínuo em capacitações para os profissionais de hospitais com potencial para notificar doações. “Trabalhamos incansavelmente em ações para conscientizar a sociedade e as equipes notificadoras, pois a doação de órgãos e tecidos só é possível com o apoio coletivo. A captação de múltiplos órgãos é uma operação complexa, que envolve muitos profissionais em prol da vida”, explicou a coordenadora.

    A secretária adjunta do Complexo Regulador, Fabiana Bardi, parabenizou o comprometimento das equipes envolvidas e enalteceu o trabalho da Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso. Ela também destacou a significativa retomada dos transplantes renais no estado. “O Estado de Mato Grosso não mede esforços para capacitar e conscientizar familiares e profissionais sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Além de todo esse empenho, o Estado também retomou o serviço de transplante renal, que estava interrompido. Temos orgulho de possibilitar importantes avanços nesta área”, concluiu a secretária adjunta.

  • Hospital Municipal de Cuiabá realiza captação de órgãos e transforma vidas em Mato Grosso

    Hospital Municipal de Cuiabá realiza captação de órgãos e transforma vidas em Mato Grosso

    O Hospital Municipal de Cuiabá Dr. Leony Palma de Carvalho foi palco de um ato de generosidade ao realizar a captação de órgãos, possibilitando esperança para cinco pacientes em diferentes estados do Brasil.

    Como ocorreu a captação de órgãos em Cuiabá

    A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), em parceria com a Central de Transplantes, liderou o procedimento, que foi marcado por emoção e respeito. Durante a cerimônia de despedida, os colaboradores fizeram uma oração em homenagem ao paciente e sua família.

    Os órgãos captados incluíram duas córneas, um fígado e dois rins, com o procedimento sendo realizado entre 22h e 2h50. Após a captação, os órgãos foram enviados para São Paulo, Brasília e Mato Grosso, transformando as vidas dos receptores.

    Importância da doação de órgãos em Mato Grosso

    Leila Luiza dos Santos Silva, responsável técnica pelo CIHDOTT, destacou que o maior desafio é obter o consentimento da família, algo que foi feito com o apoio de uma equipe de psicólogos e profissionais de saúde. Ela enfatizou a necessidade de conscientizar a população sobre a doação de órgãos em vida.

    Para os receptores, a doação representou não apenas a chance de sobrevivência, mas também a possibilidade de reescrever suas histórias. Cada captação é um legado de amor e solidariedade, simbolizando renovação mesmo em momentos difíceis.

    A iniciativa reforça a importância de falar sobre a doação de órgãos e de informar familiares sobre o desejo de doar, permitindo que mais pessoas sejam beneficiadas.

  • Captação de órgãos em Cuiabá beneficia cinco pacientes de três estados

    Captação de órgãos em Cuiabá beneficia cinco pacientes de três estados

    A Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde realizou, neste sábado (21.12), uma captação de órgãos no Hospital Municipal de Cuiabá. Graças à solidariedade da família doadora, cinco pacientes de três estados do Brasil terão novas chances de vida.

    A captação começou às 22h, com apoio de equipes do Distrito Federal, possibilitando a doação de um fígado, dois rins e duas córneas. A logística foi realizada com auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).

    Reconhecimento e logística da captação

    O secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso parabenizou os profissionais envolvidos na ação. “Sabemos que esse procedimento de captação de órgãos é complexo e parabenizo o empenho e a dedicação das dezenas de profissionais envolvidos na ação, seja em Mato Grosso ou em outros estados. Uma família escolheu salvar vidas e somos muito gratos por esse gesto”, declarou.

    A secretária adjunta de Regulação destacou a importância da conscientização sobre doação de órgãos. “Em um momento difícil, essa família escolheu doar órgãos e salvar vidas. Esse gesto precisa ser reconhecido e enaltecido”, afirmou, reforçando os investimentos na criação de Comissões Intra-Hospitalares de Doação nos hospitais.

    Avanços nos transplantes em Mato Grosso

    A coordenadora da Central Estadual de Transplantes informou que o estado já realizou 13 captações de órgãos em 2024, um aumento significativo em relação a 2023. “Trabalharemos para que esse número seja ainda mais expressivo em 2025. Às famílias doadoras, nossos profundos sentimentos de gratidão e respeito”, concluiu.

    Transplantes em Mato Grosso

    Atualmente, o estado realiza transplantes de córneas e tecidos, enquanto pacientes que precisam de outros órgãos são encaminhados pelo programa Tratamento Fora Domicílio. O Estado cobre custos de locomoção, estadia e alimentação para pacientes e acompanhantes.

    Além disso, Mato Grosso está retomando transplantes renais, com o Hospital São Mateus, em Cuiabá, recentemente credenciado para realizar esses procedimentos.

    Fonte: Secretaria de Comunicação do Estado de Mato Grosso

  • Doações de córneas em Mato Grosso crescem significativamente em 2024

    Doações de córneas em Mato Grosso crescem significativamente em 2024

    Um gesto de solidariedade está transformando vidas em Mato Grosso. O número de doações de córneas no estado quase dobrou em 2024, refletindo a crescente conscientização da população sobre a importância desse ato.

    De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram realizadas 518 captações de córneas até 18 de novembro deste ano, comparadas às 276 doações registradas em todo o ano de 2023.

    Este aumento significativo é um marco para o estado e para os pacientes que aguardam transplantes.

    Fatores que contribuíram para o aumento de doações de córneas

    Doações de córneas em Mato Grosso crescem significativamente em 2024
    Doações de córneas em Mato Grosso crescem significativamente em 2024

    O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, destacou o papel dos investimentos no setor de transplantes e da capacitação de profissionais. “A ampliação dos serviços e o treinamento de equipes estão permitindo que Mato Grosso alcance números ainda melhores em 2025”, afirmou.

    A secretária adjunta do Complexo Regulador da SES, Fabiana Bardi, ressaltou o papel fundamental das famílias no processo.

    “É essencial que a pessoa expresse aos familiares o desejo de ser um doador. Reconhecemos e parabenizamos o gesto de solidariedade dessas famílias, que ajudam a transformar vidas.”

  • Transplantes são seguros e salvam vidas, dizem entidades

    Transplantes são seguros e salvam vidas, dizem entidades

    Claudio Cezar Alves da Silva retomou a qualidade de vida graças ao Sistema Nacional de Transplantes. Em 1994 descobriu uma doença que atacou os rins. Ele precisou ser submetido a sessões frequentes de hemodiálise – tratamento que remove substâncias tóxicas do sangue, funcionando como um rim artificial – até que conseguiu fazer um transplante de rim. Hoje, aos 58 anos, ele é um defensor do Sistema que já o salvou outras vezes. Ele está na fila para receber o terceiro rim.

    “Você vê que eu confio bastante, o sistema tem credibilidade”, diz Silva, que é, atualmente, presidente da Associação dos Renais e Transplantados do Estado do Rio de Janeiro. Ele ajuda outros pacientes renais e famílias a acreditarem nos tratamentos, a se cuidarem e a confiarem, nos casos necessários, nos transplantes.

    “A hemodiálise te mantém vivo. Graças a Deus, você tem uma máquina, né? Que três vezes por semana, quatro horas por dia, você fazendo a hemodiálise ou fazendo a diálise peritonial em casa, você fica tranquilo, te mantém vivo. Mas nada melhor do que você voltar a ter a tua liberdade. Você sair da máquina, cuidar direitinho de você mesmo. O principal fator para você ter uma qualidade de vida e ter uma durabilidade melhor do seu órgão transplantado, é você mesmo. É com os cuidados que você tem que ter no dia a dia. Com alimentação, com exercícios”, diz.

    Foi com surpresa que Silva recebeu a notícia que pacientes que fizeram transplantes no Rio de Janeiro foram infectados por HIV.

    “Imagina só, você está numa expectativa, você está numa fila, aí vem esse baque, nossa, você vai murchar. Você não pode deixar isso acontecer. Foi um erro. Erros acontecem. Foi uma falta grave? Foi uma falta grave. Mas vamos embora. Vamos passar por cima e vamos continuar”, ressalta. “Eu vou pro terceiro. É porque eu acredito no sistema. Isso não vai me abalar jamais. Isso vai me dar mais força ainda pra brigar mais e pra incentivar mais as pessoas a saírem dessa fila. Vambora. Vamos voltar a uma vida normal”, defende.

    O Sistema Nacional de Transplantes é considerado o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. Ele é garantido a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que, por sua vez, é responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país, segundo dados do Ministério da Saúde.

    O transplante de órgãos pode salvar vidas em caso de órgãos vitais como o coração, bem como devolver a qualidade de vida, quando o órgão transplantado não é vital, como os rins. Com o transplante, é possível ter um prolongamento da expectativa de vida, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais.

    Segurança

    O caso do Rio de Janeiro é inédito. Assim que foi noticiado, prontamente entidades médicas e de outras categorias ligadas à saúde, Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) e Ministério da Saúde saíram em defesa do Sistema Nacional de Transplantes.

    Entre as entidades estão a Sociedade Brasileira de Córnea (SBC) e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). “É um sistema que funciona há décadas e que tem possibilitado a recuperação da visão de milhares de pessoas no país inteiro. O nosso sistema de transplante, no caso de córnea, ele é reconhecidamente um dos melhores do mundo”, diz o presidente da entidade, José Álvaro.

    Segundo Álvaro, um dos pacientes recebeu o transplante de córnea de um dos doadores infectados por HIV. Como não se trata de um órgão vascularizado, ele não foi infectado.

    A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do globo ocular. Álvaro explica que algumas doenças podem fazer com que ela fique opaca e isso prejudica a visão das pessoas, podendo levar à cegueira. O transplante oferece a chance de os pacientes voltarem a enxergar.

    Para ele, o caso do Rio de Janeiro é “seríssimo” e está sendo devidamente investigado, mas não deve comprometer a confiança em um sistema que “salvou a vida de milhões de pessoas e devolveu a visão a milhares de pessoas”, ressalta.

    Segundo dados do Ministério da Saúde, em todo o país, 44.777 pessoas esperam por transplante de órgão. A maior parte, 41.395, estão na fila por um rim. O fígado aparece em segundo lugar, com uma fila de 2.320 pessoas, seguido pelo coração, com 431. São Paulo é estado com o maior número de pessoas que aguardam um transplante, 21.564. O Rio de Janeiro aparece em quinto lugar, com 2.167 pessoas na lista de espera.

  • Coração é transplantado em paciente de São Paulo após captação realizada em Mato Grosso

    Coração é transplantado em paciente de São Paulo após captação realizada em Mato Grosso

    A Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) efetivou, na última sexta-feira (08.03), mais um processo de captação e doação de órgãos, realizado após a constatação de morte encefálica de uma paciente de três anos internada no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).

    A ação, realizada pela equipe médica do Hospital e com autorização da família da paciente, resultou na oferta dos órgãos para a Central Nacional de Transplante (CNT), que após a disponibilização recebeu o aceite da equipe de São Paulo para o coração.

    A equipe realizou a retirada e o órgão foi levado para o estado de São Paulo onde foi realizado o transplante cardíaco com êxito.

    O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, destacou a importância da ação e ressaltou o compromisso em investir na reestruturação da Central Estadual de Transplantes. Para ele, essas ações vão resultar na ampliação do número de captações de órgãos e tecidos no estado.

    “O Governo do Estado tem priorizado a saúde em Mato Grosso e, por meio da SES, tem investido em ações que efetivam esses procedimentos através de profissionais capacitados e equipamentos de qualidade, resultando em um gesto nobre, que salva a vida de outras pessoas”, declarou.

    Além do transplante citado, a equipe do Banco de Olhos de Mato Grosso ofertará, através da doação de tecido ocular humano, duas córneas para receptores de Mato Grosso, também autorizados pela família da paciente. Os demais órgãos não tiveram receptores compatíveis.

    Transplantes

    Entre janeiro e novembro de 2023, a Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso realizou sete captações de órgãos no estado, que beneficiaram 17 pacientes de Mato Grosso, São Paulo, Pernambuco, do Acre, Paraná e Distrito Federal.

    O Estado realiza o transplante de córneas e os pacientes que precisam de transplante de outros órgãos são encaminhados pelo serviço de Tratamento Fora Domicílio para serem transplantados em outros Estados; os gastos com locomoção e a ajuda de custo para estadia e alimentação do paciente e acompanhante são pagos pela SES.

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  • Mudanças geram mais segurança nos transplantes de medula óssea

    Mudanças geram mais segurança nos transplantes de medula óssea

    Portarias do Ministério da Saúde, com vigência a partir deste mês, atualizam para tendências internacionais a estratégia visando a localização de doadores compatíveis no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). O Redome é o terceiro maior registro de doadores voluntários do mundo, com quase 5,4 milhões de cadastros.

    A coordenadora técnica do registro, médica hematologista Danielli Oliveira, disse que uma das mudanças se refere ao limite de idade para o cadastro. Antes da nova portaria, o doador podia se cadastrar até 55 anos de idade e o cadastro ficava ativo até os 60 anos. “Agora, o cadastro continua ativo até 60 anos, mas o doador só pode se cadastrar até os 35 anos”, afirmou.

    Estudos recentes mostram que, quanto mais jovem é o doador, melhor o resultado do transplante para o paciente, promovendo aumento na sobrevida, além de menores taxas de complicações e óbitos. Danielli Oliveira explicou que a idade média dos doadores do Redome é 32 anos “e 80% dos doadores que no último ano tinham até 40 anos. Nos últimos três anos, 67% dos doadores cadastrados tinham entre 18 e 35 anos de idade. Então, a chance de uma pessoa que se cadastra mais velha ser selecionada para doar é muito pequena”. Ela destacou que outros registros internacionais já fizeram essa mudança. Alguns limitaram a 30 anos de idade. “Não é uma regra, mas é uma tendência”, esclareceu.

    Tipagem

    Além da mudança na idade, foi melhorada também a tipagem de cadastro para esses doadores. “Quando a gente fala em compatibilidade para o transplante, a gente fala em compatibilidade HLA (do nome em inglês Human Leukocyte Antigen).”

    “A tipagem atual é parcial desses genes HLA. Quando eu vejo um possível doador, essa compatibilidade não está ainda muito definitiva. Eu preciso de exames que complementem a tipagem para dizer que ele (doador) é realmente compatível. Eu tenho exames intermediários até confirmar a compatibilidade”, detalhou.

    A revisão de valores de técnicas de exames imunogenéticos de compatibilidade visa garantir o avanço e os melhores resultados na efetividade do processo de identificação de doador não-aparentado compatível. Danielli Oliveira comentou que agora, com o doador entrando no Redome com uma tipagem completa, “eu já consigo no início dizer que se ele realmente é compatível com esse paciente”. Salientou que a expectativa é que, na medida em que houver mais doadores com essa tipagem mais completa, será possível reduzir o tempo para identificar um doador compatível. Da mesma maneira que será reduzido o tempo de identificação dos doadores que apresentam compatibilidade, haverá diminuição do tempo de preparo e espera dos receptores.

    Limite de cadastros

    As mudanças incluem, ainda, houve redução do limite de novos cadastros e uma reorganização na distribuição de cotas para cadastramento de doadores em cada estado. “Existe um teto que nunca foi atingido desde que foi publicado. Agora, foi feita uma redução para poder contemplar justamente os doadores até 35 anos, para priorizar também o nível de tipagem”. A medida se baseou no total de doadores cadastrados em relação à população e no número de cadastros feitos nos últimos três anos.

    A hematologista do Inca afirmou, também, que as alterações não vão reduzir os investimentos no Redome. “Os investimentos no Redome não diminuíram porque essa tipagem mais completa tem um custo maior. É como se eu estivesse qualificando esse investimento, escolhendo doadores mais jovens e melhor tipados”. Agora, em todo o Brasil, o limite ao longo do ano terá teto de 145.632 novos doadores. Esse número é proporcional à população dos estados, considerando a atividade de cadastro da unidade da federação. Os recursos são destinados pelo Ministério da Saúde.

    Outros países

    O Redome é um registro grande em números e diversificado em termos genéticos. Ele tem média de 200 mil a 250 mil cadastros por ano.“Mas a gente sabe que mesmo se dobrasse o Redome de tamanho, isso não significaria que 100% dos pacientes brasileiros iriam ser atendidos, porque tem pacientes brasileiros com características de outras populações. É por isso que pacientes que não têm doador compatível no Redome realizam transplantes com doadores de outros países. Isso representa hoje 30% dos transplantes no Brasil. Isso vai continuar acontecendo”, destacou.

    Dos quase 5,4 milhões de doadores cadastrados no Redome, 2.356.352 foram de novos cadastros desde 2012, totalizando 2.984 transplantes de medula óssea de doadores não-aparentados realizados no país. Os doadores cadastrados representaram 70% desses procedimentos. Danielli explicou que, da mesma forma que pacientes brasileiros usam doadores de outros países, os doadores do Redome também atendem pacientes de outras nações. Todo o processo é financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    O desafio e a meta do Redome consistem em aumentar a fidelização dos doadores. “O doador entra e fica ativo até os 60 anos. Daí a importância de lembrar aos doadores para manter os dados atualizados e saber informações sobre a doação de medula”, salientou a hematologista. Ela observou, ainda, que pessoas com hepatite C, HIV e cânceres agressivos, entre outras doenças, não podem ser doadores de medula óssea.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Transplantes de fígado e rim no DF crescem em 2020, apesar da pandemia

    Transplantes de fígado e rim no DF crescem em 2020, apesar da pandemia

    Mesmo com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) e a reorganização do sistema de saúde, no Distrito Federal cresceram os transplantes de fígado e de rim. No caso de outros órgãos, houve queda nos procedimentos.

    Foram realizados 100 transplantes de fígado em 2020 – em 2019 foram 92 – e os de rim foram 80 – em 2019 foram 78.

    Já os transplantes de coração caíram de 29 para 22 e os de córnea sofreram uma redução de 408 para 221 em 2020.

    Ao longo de 2020, houve um foco das autoridades de saúde em organizar os sistemas de atendimento para atender a demanda de casos e de tratamento de pessoas com a covid-19, o que impactou outras áreas e procedimentos.

    Segundo a chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da Central de Transplantes do DF, Ludmila Santos Lamounier, nesse cenário de pandemia foi um feito importante o aumento dos transplantes de fígado e rim.

    Ela credita o aumento de transplantes à continuidade do trabalho da central e de seus profissionais. “Apesar da pandemia, que restringiu um pouco, foi positivo. Isso também considerando que doadores e receptores com a covid-19 não podiam fazer o transplante. Mas mesmo assim conseguiu aumentar o número”, disse Ludmila.

    Para além da restrição de pessoas com a covid-19, houve outros impactos nas cirurgias de transplantes. Em razão da pandemia, algumas equipes deixaram de ir buscar órgãos fora do Distrito Federal, ficando apenas com a oferta local de órgãos doados.

    No caso do transplante de córnea, o fato da operação não ser de emergência fez com que houvesse uma diminuição maior do número de procedimentos. Diferentemente dos demais, em que os órgãos precisam ser repassados logo após uma morte encefálica, no transplante de córnea a operação pode ser agendada e adiada.

    Ludimila Lamounier disse que, diferentemente de outras áreas, na Central de Transplantes do DF não houve deslocamento de profissionais para reforçar as equipes de atendimento de outras unidades para ajudar no tratamento contra a covid-19.

    Para este ano, a perspectiva, segundo a chefe do Núcleo da Central de Transplantes do DF é um novo aumento, mesmo diante da permanência da pandemia. “Um dos desafios é o trabalho da campanha de doação de órgãos. Outro é a manutenção do trabalho junto com a Central Nacional de Transplantes e os hospitais transplantadores”, ressalta.