Tag: trabalho remoto

  • Dell escorrega e acaba provando que o trabalho remoto veio para ficar

    Dell escorrega e acaba provando que o trabalho remoto veio para ficar

    A Dell optou por uma estratégia de “cenoura e bastão” para tentar trazer os funcionários de volta para o escritório: quem não comparecesse pelo menos três dias por semana não seria demitido, mas também não seria promovido. A resposta foi clara: metade dos funcionários preferiu abrir mão da possibilidade de ascensão profissional a trocar a comodidade do home office pelo ambiente corporativo.

    A tentativa de algumas empresas em forçar o retorno presencial dos funcionários parece estar batendo contra o muro que é a realidade.

    Essa resistência ao retorno não é um caso isolado que só afeta a Dell. Pesquisas indicam que um número crescente de trabalhadores prioriza a flexibilidade oferecida pelo trabalho remoto. Entre as vantagens apontadas estão a economia de tempo e dinheiro com transporte, a possibilidade de conciliar melhor vida pessoal e profissional, além da liberdade de escolher o local de residência.

    A pandemia acelerou uma tendência que já vinha ganhando força: a digitalização do trabalho. Muitas empresas perceberam que é possível manter a produtividade, e até mesmo aumentá-la, com equipes distribuídas geograficamente. Além disso, os colaboradores, após experimentarem os benefícios do home office, mostraram-se relutantes em abrir mão desse modelo.

    Dados do mercado imobiliário corroboram essa mudança de cenário. As taxas de vacância de escritórios comerciais nunca foram tão altas. Isso indica uma redução da demanda por espaços físicos de trabalho, à medida que as empresas se adaptam à nova realidade.

    A Dell, portanto, serviu como um exemplo prático das dificuldades que empresas podem enfrentar ao tentar impor regras rígidas de retorno presencial, especialmente em um contexto onde o trabalho remoto se consolidou como uma alternativa viável e vantajosa para muitos profissionais.

    É evidente que o futuro do trabalho passa pelo home office. As organizações que não conseguirem se adaptar a essa tendência correm o risco de perder talentos para concorrentes mais flexíveis.

  • Quase metade das empresas industriais adotou o teletrabalho em 2022

    Quase metade das empresas industriais adotou o teletrabalho em 2022

    Quase metade (47,8%) das empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas implementou o teletrabalho em pelo menos algum grau, mostra a Pesquisa de Inovação Semestral 2022: Tecnologias Digitais Avançadas, Teletrabalho e Cibersegurança (Pintec), divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

    “O teletrabalho vem ganhando cada vez mais espaço nas empresas de diversos setores em todo o mundo. Ainda que a natureza de sua atividade seja fora do ambiente físico das organizações, com a intensa utilização de tecnologias de informação e comunicação, o teletrabalho não é sinônimo de trabalho externo e sim a realização do trabalho realizado fora das dependências do empregador, caracterizados os pressupostos da relação de emprego e sujeitas às regras da legislação trabalhista”, esclarece o IBGE.

    Na área de administração, o teletrabalho foi, em algum grau, adotado por 94,5% das empresas que operaram de forma digitalizada em 2022. Desse conjunto, quase metade (49,7%) eram empresas com 100 a 249 pessoas ocupadas. As empresas de maior porte, com 500 ou mais pessoas ocupadas, representaram 27,9% desse total.

    As áreas de comercialização e desenvolvimento de projetos de produtos, processos e serviços aparecem na sequência com, respectivamente, 85,7% e 71,4% das empresas utilizando teletrabalho em 2022. Em ambos os casos, as empresas com 100 a 249 pessoas ocupadas ainda aparecem em maiores proporções (48,7% e 44,4%, respectivamente).

    A área com menor frequência de empresas adotando teletrabalho foi a de produção, onde apenas 38,7% das empresas utilizaram essa modalidade em 2022. As empresas com 100 a 249 pessoas ocupadas representaram 44,6% desse conjunto, ao passo que as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas representaram 30,5% do total.

    Segundo o IBGE, dentre os setores que mais adotaram o teletrabalho em 2022, destacam-se fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (83,6%), fabricação de bebidas (83,2%) e fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (72,6%). Por outro lado, os setores onde o teletrabalho foi menos frequente foram confecção de artigos do vestuário e acessórios (28,3%), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados (25,9%) e fabricação de produtos do fumo (21,2%).

    Tecnologia avançada

    Em 2022, 84,9% (8.134) das 9.586 empresas industriais do Brasil com 100 ou mais pessoas ocupadas utilizaram pelo menos uma tecnologia digital avançada.

    A computação em nuvem foi a mais declarada (73,6%), seguida por internet das coisas (48,6%), robótica (27,7%), análise de big data (23,4%), manufatura aditiva (19,2%) e inteligência artificial (16,9%).

    Os destaques setoriais que usaram pelo menos uma das tecnologias digitais avançadas foram fabricação de máquinas e equipamentos (94,5%), indústrias extrativas (92,2%), fabricação de produtos diversos (92%), fabricação de produtos de metal (91,9%) e fabricação de bebidas (91,6%).

    Por outro lado, os setores que menos utilizaram tecnologias digitais avançadas nas suas áreas/funções de negócios foram fabricação de outros equipamentos de transporte (68,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (71,6%) e fabricação de produtos de madeira (72,2%).

    Segundo o IBGE, 31,5% das empresas fizeram uso de duas tecnologias e 27,7% 28% utilizaram apenas uma. Somente 3,7% das empresas fizeram uso de todas as tecnologias investigadas.

    O benefício mais apontado no uso de tecnologia digital avançada foi a maior flexibilidade em processos administrativos, produtivos e organizacionais (89,8%), seguido pelo aumento da eficiência (87,6%).

    Entre os fatores para adotar as tecnologias nas empresas, as maiores proporções ficaram com a estratégia autônoma da empresa (87,0%) e a influência de fornecedores e/ou clientes (63,0%).

    Os principais fatores que dificultaram o uso de tecnologias foram os altos custos (80,8%), a falta de pessoal qualificado na empresa (54,6%) e riscos econômicos excessivos (49,5%).

    Segurança da informação

    “A segurança da informação é uma preocupação cada vez mais presente tanto na vida dos cidadãos quanto das corporações. O elevando aumento da digitalização nas empresas requer que elas tomem múltiplas medidas de segurança da informação”, diz o IBGE.

    A Pintec Semestral mostra que 82,5% das empresas com 100 ou mais pessoas ocupadas, pertencentes às indústrias extrativas e de transformação, adotaram alguma medida para segurança da informação digital em 2022

    O uso de antivírus (98,1%) para combater softwares maliciosos (malware) e e-mails fraudulentos (phishing) foi a medida de segurança da informação mais adotada pelas empresas.

    O método de controle de acesso à rede com o objetivo de reforçar a segurança de uma rede proprietária, restringindo a disponibilidade de recursos de rede para dispositivos terminais, foi o segundo mais utilizado, por 96,8% das empresas, em 2022.

    A atualização de software (incluindo o sistema operacional) e o backup de dados em dispositivo separado (incluindo backup em nuvem) também foram mecanismos de segurança bastante utilizados em 2022, por 95% e 93,5%, respectivamente, das empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas.

    Edição: Fernando Fraga
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