Tag: TÓQUIO 2020

  • Missão Europa: Manoel Messias foca na volta das provas e na Olimpíada

    Missão Europa: Manoel Messias foca na volta das provas e na Olimpíada

     

    Nesta semana, seis triatletas brasileiros chegaram a Portugal para se integrarem à Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Um deles é o cearense Manoel Messias, melhor atletas do país no ranking mundial da modalidade (45º).

    Durante o auge da pandemia do novo coronavírus (covid-19), em São Carlos (interior de São Paulo), onde reside, Messias fez alguns ajustes para manter os treinamentos, principalmente na parte do ciclismo. Ele adaptou uma bicicleta dentro de casa para seguir os trabalhos. Agora, na Europa, os trabalhos puderam voltar à normalidade.

    “Já conhecemos bastante esse CT. É um espaço muito bom, que atende perfeitamente às nossas necessidades de treinamento. Estava sem piscina para treinar também. Vai ser bom voltar aos trabalhos”, disse o atleta à Agência Brasil.

    Outro fator valorizado por ele é a possibilidade de estar mais próximo das sedes das primeiras competições depois da parada forçada pela covid-19. “A modalidade tem um circuito de competições praticamente todo focado na Europa. Então, em uma temporada normal, estaríamos por lá mesmo nessa época. Esse apoio do COB para conseguirmos fazer essas semanas de preparação antes da volta agrega bastante”, diz.

    O calendário prevê para setembro duas competições, a etapa do mundial (WTS, na sigla em inglês) em Hamburgo (Alemanha), prevista para 5 de setembro, e a etapa da Copa do Mundo, na República Tcheca, em 13 de setembro. “Essa é a previsão. Por isso estamos aqui em Portugal treinando. Mas é claro que tudo pode mudar. Várias competições estão sendo canceladas a todo momento”, afirma. Recentemente, inclusive, a União Internacional de Triatlo (ITU, na sigla em inglês) anunciou o cancelamento de três competições: a Grande Semana de Tiszaujvaros (Hungria), o Festival Europeu de Jovens, na Turquia, e a Copa do Mundo de 2020 Tongyeong (Coreia do Sul).

    “Essa indefinição toda sempre atrapalha. Calendário é definido com uma antecedência bem grande. Mas, em termos de pontos e classificação olímpica, fiz um período inicial muito bom, e estou bem encaminhado”, celebrou o brasileiro.

    No feminino, o Brasil tem uma dupla praticamente classificada para os Jogos de Tóquio: Vittória Lopes (23ª do ranking mundial) e Luisa Baptista (33ª do ranking mundial). As duas também estão treinando em Portugal. O sistema classificatório para os Jogos de Tóquio no triatlo é bastante complexo. Mas, entre vários outros detalhes, prevê que os atletas utilizem os 12 melhores resultados nos últimos dois anos.

    Inicialmente, cada país tem a possibilidade de classificar no máximo dois atletas de cada gênero para a disputa. Somente as primeiras equipes classificadas no ranking mundial (privilégio que pode ser usufruído pelas três ou cinco primeiras seleções, dependendo de vários critérios) têm a possibilidade de levar três atletas masculinos e/ou femininos. Para um país conquistar uma vaga, deve ter um atleta aproximadamente entre os 60 primeiros do ranking olímpico. Kauê Willy (129º), Miguel Hidalgo (150º) e Djenyfer Arnold (117ª) completam a equipe do triatlo nessa fase de treinos. Nas provas olímpicas, o triatlo é formada por 1,5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida.

    Edição: Fábio Lisboa

  • Maratonista paralímpica revê planejamento e prioriza Jogos de Inverno

    Maratonista paralímpica revê planejamento e prioriza Jogos de Inverno

     

    O adiamento da Paralimpíada de Tóquio para o ano que vem não foi o único impacto da pandemia do novo coronavírus (covid-19) no planejamento de Aline Rocha. A maratonista paralímpica da classe T54 (cadeirantes) também compete no esqui cross country (uma espécie de maratona na neve), modalidade da Paralimpíada de Inverno que será disputada em Pequim (China), cerca de seis meses após os Jogos na capital japonesa. Com o calendário mais apertado e a indefinição quanto às disputas qualificatórias para 2021, ela e o técnico Fernando Orso optaram por priorizar a disputa por medalhas na neve, em 2022.

    “Os eventos de inverno se tornarão prioridade nesse momento, principalmente pelo fato de eles ainda estarem confirmados no calendário. Os eventos de verão [para Tóquio] foram todos cancelados e ainda não temos eventos marcados para 2021. Por isso, a mudança na prioridade do trabalho”, explica Orso à Agência Brasil.

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    Apesar de treinos e competições na temporada de neve sul-americana não poderem ser realizados, o calendário da Copa do Mundo de esqui cross country paralímpico está assegurado até agora, com início em Östersund (Suécia), em dezembro. Outras três etapas estão marcadas entre janeiro e março de 2021. “O retorno gradual das atividades, a partir de agosto, permitirá uma boa preparação para esses eventos”, garante o técnico de Aline, que é tetracampeã de cadeirantes na Corrida de São Silvestre e competiu na Paralimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. “Porém, não sabemos como será o protocolo de saúde nos países onde os eventos acontecerão”, afirma.

    Aline e Orso (que também é marido da atleta) moram na região metropolitana de São Paulo, onde há uma flexibilização maior para atividades externas, em meio à quarentena, que em outras partes do território paulista. Mesmo assim, o trabalho dos últimos meses foi concentrado em casa, por segurança.

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    “Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer”.

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    “Ela ficou 120 dias dentro do apartamento fazendo treinos com materiais adaptados. É um pouco mais difícil de fazer um trabalho de treinos aeróbios dentro de casa, pois necessitamos de um equipamento chamado skierg [uma espécie de esqui ergométrico, usado em academias de crossfit], com custo relativamente elevado. No caso da Aline, que treina e compete pelo atletismo, os treinos dessa outra modalidade permitiram a manutenção da condição física”, explica o técnico.

    “Nesse momento, começamos a fazer alguns treinos em asfalto no bairro onde moramos para, posteriormente, quando autorizados, podermos treinar no Centro Paralímpico”, completa Orso. Por enquanto, no atletismo, só medalhistas em Paralimpíada ou no Mundial do ano passado foram liberados a utilizar o CT, segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

    Aline, que sofreu um acidente de carro aos 15 anos e ficou paraplégica, foi a primeira brasileira a disputar uma Paralimpíada de Inverno, há dois anos, em Pyeongchang (Coreia do Sul). Na ocasião, o melhor resultado da paranaense foi o 12º lugar entre as 22 atletas que concluíram a prova de cinco quilômetros. De lá para cá, a brasileira de 29 anos alcançou quatro top-10 na Copa do Mundo em provas diferentes, incluindo um terceiro lugar em 2018, na etapa de Vuokatti (Finlândia).

    “O adiamento dos Jogos de Tóquio dificulta a preparação para participação nos dois eventos. Por essa razão, aumentaremos nossa dedicação aos eventos de inverno, com a meta de brigarmos pela conquista de uma medalha paralímpica já em Pequim, em 2022”, conclui Orso.

    Edição: Fábio Lisboa