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  • Desenvolver a computação quântica é fator estratégico para a agricultura do Brasil

    Desenvolver a computação quântica é fator estratégico para a agricultura do Brasil

    Uma tecnologia emergente promete impulsionar a agricultura digital e impactar profundamente áreas de pesquisa agropecuária: a computação quântica. Com potencial para resolver problemas complexos de forma mais rápida e precisa, essa inovação pode ser aplicada em áreas como agricultura inteligente, modelagem climática, sensoriamento remoto e bioinformática, segundo estudo da Embrapa Agricultura Digital (SP) com apoio do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

    Publicado na revista científica Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), o artigo analisa as aplicações e os desafios da computação quântica no agro e a colocam como estratégica para o futuro do setor. “Pesquisas na fronteira do conhecimento, como em computação quântica, podem apoiar a tomada de decisões em diferentes elos das cadeias produtivas do setor de forma mais eficiente, pois envolvem processos com elevado grau de incerteza, desde o plantio até a comercialização da produção agrícola”, explica Édson Bolfe, pesquisador da Embrapa e coautor do estudo.

    Como funciona a computação quântica?

    O coordenador do trabalho, o pesquisador Kleber Souza, explica que, diferentemente do que hoje se vê em funcionamento em automóveis, aparelhos celulares e computadores domésticos, os novos equipamentos utilizam propriedades da física quântica para realizar operações de armazenamento e processamento de informações e resolver problemas complexos. Tais máquinas têm potencial superior em termos de qualidade e velocidade de respostas ao testarem múltiplas possibilidades e variáveis ao mesmo tempo. Desse modo, vão além da alternativa binária (entre dois caminhos por vez) oferecida pelos computadores clássicos, incluindo os supercomputadores.

    Diferentemente dos computadores convencionais, que operam com bits binários (“0” ou “1”), os computadores quânticos utilizam qubits, que podem representar “0” e “1” simultaneamente. Essa característica, conhecida como superposição, permite que esses dispositivos processem múltiplas variáveis ao mesmo tempo, trazendo respostas mais rápidas e detalhadas para problemas complexos.

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    Divulgação Embrapa

    Aplicações da computação quântica na agricultura

    Na prática, a computação quântica já se mostra promissora em diversas frentes. Em modelagem climática, ela será capaz de melhorar a precisão do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), sistema desenvolvido pela Embrapa e utilizado por gestores para elaborar políticas públicas e por instituições financeiras para embasar a concessão de créditos e cálculos de seguro agrícola.

    Na área de fitossanidade, as simulações feitas pela arquitetura quântica ajudarão a identificar precocemente doenças em culturas como soja e milho. O emprego de aprendizado de máquina já resultou em uma tecnologia de identificação precoce de doenças. A computação quântica pode potencializar essas operações.

    Na bioinformática, análises de dados genômicos podem ser altamente aceleradas com a computação quântica, beneficiando estudos de melhoramento genético. O estudo também aponta que, no futuro, a tecnologia poderá integrar sensores avançados e algoritmos de aprendizado de máquina, ampliando ainda mais sua aplicação no campo.

    Desafios e investimentos necessários

    Apesar do potencial promissor, o desenvolvimento de aplicações quânticas para o agro ainda enfrenta desafios. Um dos principais é o custo. Um computador quântico pode custar até 20 milhões de dólares, além de exigir infraestrutura avançada, como temperaturas de operação próximas do zero absoluto e ambientes altamente isolados.

    Mesmo assim, segundo Souza, o domínio da tecnologia quântica será estratégico para o Brasil. “A pesquisa e a educação [voltadas ao tema] são áreas em que o Brasil também terá de investir para garantir a soberania tecnológica e manter a competitividade do setor agropecuário brasileiro”, defende.

    Computação quântica no Brasil

    No Brasil, os desafios para a implantação da computação quântica estão sendo mapeados e importantes iniciativas já estão em curso, ressalta Souza. Em 2022, foi organizado, pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela Softex o evento “Desafio Brasil Computação Quântica” para discutir a questão.

    No mesmo ano, teve também o lançamento da Rede MCTI-Softex de Tecnologias Quânticas, coordenada pelo Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai). O objetivo é fomentar o ecossistema brasileiro de computação quântica, integrando as ações do governo aos centros de pesquisas, startups e preparar o País para a tecnologia.

    Em 2023, a Embrapa e o Senai Cimatec lançaram uma Unidade Mista de Pesquisa e Inovação Digital em Agricultura Tropical (Umipi DITAg). A parceria viabiliza o compartilhamento das infraestruturas computacionais e equipes das instituições para, a partir do uso de novos sensores, tecnologias quânticas, automação e robótica, alavancar o desenvolvimento de soluções digitais voltadas ao setor agropecuário em áreas como inteligência artificial, agricultura de precisão, internet das coisas, fotônica e rastreabilidade.

    Em 2024, a Fapesp lançou um programa de pesquisa para promover o progresso das tecnologias quânticas, impulsionar o desenvolvimento de startups, atrair investimentos globais e trazer talentos para o estado de São Paulo.

    Capacitação é chave para o avanço

    A Austrália avalia que em 2045 serão necessários 19,4 mil especialistas para suprir a demanda para atuação em computação quântica, relata Souza, ao destacar a pesquisa e a educação como áreas igualmente essenciais para o desenvolvimento dessa área no Brasil.

    Além de infraestrutura, o País precisa investir em formação de especialistas. De acordo com o artigo, países como Austrália e Alemanha já oferecem cursos de engenharia quântica, enquanto no Brasil, instituições começam a adotar programas voltados ao tema. Para Souza, computadores educacionais, acessíveis a partir de 500 dólares, podem ser uma porta de entrada para a capacitação de profissionais e testes iniciais de algoritmos. “Não se consegue fazer muito somente com eles, mas, associados aos serviços em nuvem, podem auxiliar as instituições a empreenderem um planejamento estratégico para incorporar a computação quântica”, avalia.

    Pensando nisso, o artigo apresenta um mapeamento dos serviços e simuladores de computação quântica em nuvem já disponíveis para testes de algoritmos ou até mesmo para a familiarização com essa nova forma de computação.

    Souza destaca que a ideia é aprofundar a pesquisa na vanguarda do conhecimento nesta área aplicada à agricultura digital. O artigo relata que algumas universidades já iniciaram o oferecimento de cursos em Engenharia Quântica. A Universidade Saarland, na Alemanha, iniciou seu curso de graduação em 2019; a Universidade de New South Wales, na Austrália, inaugurou um mestrado em 2021, e a Virginia Tech, nos EUA, em 2022, como um curso de especialização.

    Um olhar para o futuro

    Com simuladores de computação quântica em nuvem já disponíveis, o Brasil tem a oportunidade de acelerar sua entrada nesse campo. “Esses simuladores permitem que empresas e pesquisadores experimentem soluções antes mesmo de adquirir equipamentos físicos”, explica Bolfe.

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    Os autores destacam que, mesmo com o potencial promissor da tecnologia quântica, o seu desenvolvimento continua sendo um desafio para a modelagem de processos biológicos na agricultura, uma vez que eles envolvem ampla gama de variáveis.

    Portanto, a evolução dessas aplicações em diferentes setores produtivos requer desenvolvimento computacional contínuo e treinamento de pessoal para o avanço científico e tecnológico.

    A computação quântica, embora ainda distante da maioria das propriedades rurais, promete ser uma aliada poderosa para enfrentar os desafios da agricultura moderna. Investir em pesquisa, desenvolvimento e capacitação não é apenas uma questão de inovação, mas de garantir que o País continue a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

    Os números da computação quântica

    Escala – A nova tecnologia permite alterar a escala de problemas que é capaz de resolver e como a modelagem é realizada no sistema quântico. Ao invés de processar 10 mil possíveis interações de dados obtidos em campo (solo, planta e clima) em um computador tradicional em determinado tempo, no processamento quântico seria possível processar 100 mil interações nesse mesmo tempo.

    Qubits – Os três bilhões de pares de bases do genoma humano, que requerem 1,5 gigabytes em um computador convencional, podem ser armazenados em aproximadamente 34 qubits de um computador quântico. Duplicando-se a quantidade de qubits para 68, tem-se espaço suficiente para armazenar os genomas de toda a humanidade.

    Mercado – Um exemplo de investimento massivo é a parceria firmada em 2022 entre a Cleveland Clinic e a IBM para a instalação do sistema de computação quântica One. A parceria envolve recursos da ordem de 500 milhões de dólares nos próximos dez anos.  O foco de atuação será em patógenos emergentes e doenças relacionadas a vírus, encurtando pesquisas críticas em tratamentos e vacinas.

  • Plataforma de Monitoramento de Incêndios do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso Ganha Prêmio Nacional

    Plataforma de Monitoramento de Incêndios do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso Ganha Prêmio Nacional

    A plataforma de monitoramento de incêndios florestais via satélites do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso venceu em 1º lugar geral e 1º lugar por estado no Prêmio de Boas Práticas 2024 – Segurança Pública, do Consórcio Brasil Central. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (10.12).

    “Parabenizo o Corpo de Bombeiros por esse reconhecimento mais do que merecido. São iniciativas como essa que contribuem para que o Governo de Mato Grosso se torne cada vez mais eficiente, focando em estratégias que realmente dão resultado”, disse o governador Mauro Mendes.

    “Esta plataforma representa o comprometimento do Governo de Mato Grosso no combate aos incêndios florestais. Investimos e desenvolvemos uma plataforma única, essencial para uma ação mais eficiente contra o fogo por reunir dados em tempo real. Somos referência no combate aos incêndios florestais e este prêmio é mais uma prova disso”, afirmou o comandante-geral dos Bombeiros, Flávio Glêdson Bezerra.

    O Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) foi responsável pelo desenvolvimento da plataforma, que utiliza imagens de satélites qualificados e gera dados em tempo real, como focos de calor, direção do vento, umidade do ar e precipitação de chuvas.

    Além disso, o indicador de predição de fogo aponta áreas de risco de incêndio florestal a partir do cruzamento de dados meteorológicos e reincidência do fogo. Com isso, o Corpo de Bombeiros intensifica o monitoramento in loco dessas regiões, garantindo uma resposta mais rápida contra o fogo.

    “Existe um Corpo de Bombeiros antes e depois desta plataforma. O nosso trabalho melhorou muito porque conseguimos ter uma dimensão real da situação de incêndios florestais no Estado. Direcionamos melhor os recursos, garantindo eficiência no combate”, afirmou a comandante do BEA, tenente-coronel BM Pryscilla de Souza.

    A equipe responsável pela plataforma receberá R$ 40 mil, além de um pacote de viagem com acompanhante para qualquer destino do Brasil, no valor de R$ 15 mil, certificado de reconhecimento e placa de homenagem.

    Outros Projetos de Mato Grosso Reconhecidos

    Outros dois projetos de Mato Grosso foram premiados pelo Consórcio Brasil Central. São as iniciativas “Modernização no Tratamento de Cartas Precatórias: Um Projeto Integrado para Eficiência e Segurança” e “Mutirão de Conciliação Ambiental do Estado de Mato Grosso”, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

    O Prêmio de Boas Práticas reconhece projetos inovadores desenvolvidos por servidores públicos de Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. Os vencedores foram escolhidos por uma equipe especializada do Centro de Liderança Pública (CLP).

    No primeiro trimestre de 2025, será realizada uma cerimônia de premiação para homenagear os vencedores.

    Fonte: Secom-MT

  • Apple colabora com a Sony para trazer suporte ao PlayStation VR2 no Vision Pro

    Apple colabora com a Sony para trazer suporte ao PlayStation VR2 no Vision Pro

    A Apple está trabalhando em parceria com a Sony para integrar o suporte aos controladores do PlayStation VR2 em seu fone de ouvido de realidade mista Vision Pro. Essa colaboração busca aprimorar a experiência de jogos e funcionalidades no Vision Pro, consolidando o dispositivo como um dos mais avançados do mercado.

    Suporte do PlayStation VR2 no Vision Pro

    Vision Pro
    Apple colabora com a Sony para trazer suporte ao PlayStation VR2 no Vision Pro

    Segundo informações divulgadas, a Apple já começou a abordar desenvolvedores para adaptar os controladores do PlayStation VR2 em jogos disponíveis para o Vision Pro. Esses controladores são conhecidos por sua precisão e ergonomia, o que os torna ideais para tarefas que vão além dos jogos, como edição de mídia e produtividade no visionOS. A parceria com a Sony visa expandir a funcionalidade do Vision Pro, permitindo que os controladores sejam utilizados em aplicativos como Final Cut Pro e Adobe Photoshop.

    Atualizações no visionOS

    Apresentado pela primeira vez durante a WWDC, o Vision Pro já oferece suporte a controladores do PlayStation 5 e do Xbox. No entanto, esses dispositivos não possuem os seis graus de liberdade (6DOF) necessários para um controle mais detalhado nos jogos de realidade virtual. Os controladores do PlayStation VR2, por sua vez, abordam essa limitação, proporcionando maior precisão e melhorando significativamente a experiência do usuário.

    Desenvolvimento e Lançamento

    A integração dos controladores PlayStation VR2 no Vision Pro está em andamento há meses. Apesar de planejarem anunciar essa colaboração ainda no início deste ano, o lançamento foi adiado. Agora, a previsão é que os controladores estejam disponíveis em breve nas lojas da Apple.

    Relacionamos:

    Disponibilidade e Novos Modelos

    PlayStation VR
    PlayStation VR

    O Vision Pro, equipado com tecnologias de realidade aumentada (AR) e virtual (VR), já está disponível em mercados selecionados, como EUA, China, Europa e Japão, com preços a partir de US$ 3.499. Rumores apontam que a Apple está desenvolvendo uma versão mais acessível, com lançamento previsto para o início do próximo ano. Este novo modelo pode custar cerca de US$ 2.000 e utilizar materiais mais econômicos e um processador menos potente, tornando-o mais acessível a um público maior.

    O Futuro do Vision Pro

    A parceria entre Apple e Sony reforça o compromisso da gigante de tecnologia em transformar o Vision Pro em um dispositivo versátil e completo, que vai além dos jogos. Com recursos aprimorados e a possibilidade de integração com ferramentas de produtividade, o Vision Pro está se posicionando como um líder no segmento de realidade mista.

  • Apple planeja trazer conectividade celular para Macs com modem próprio

    Apple planeja trazer conectividade celular para Macs com modem próprio

    A Apple está desenvolvendo tecnologia para integrar conectividade celular em seus computadores Mac, eliminando a dependência exclusiva de redes Wi-Fi para acessar a Internet. De acordo com um relatório da Bloomberg, a empresa está criando seus próprios modems celulares, uma inovação que pode transformar a experiência de conectividade em seus dispositivos. A previsão é de que esses modems cheguem ao mercado já em 2026.

    Essa tecnologia permitirá que os Macs se conectem diretamente à Internet, sem precisar de redes Wi-Fi ou de pontos de acesso móveis, oferecendo maior praticidade aos usuários. Além disso, o novo modem celular pode ser incorporado em futuros dispositivos da Apple, como fones de ouvido, e possivelmente no Vision Pro XR. Isso significa mais flexibilidade e menor consumo de bateria, já que os usuários não precisarão usar o compartilhamento de dados do iPhone com frequência.

    Uma Nova Abordagem na Conectividade

    Embora a conectividade celular em laptops não seja uma ideia inédita – já disponível em dispositivos com Windows on Arm utilizando modems Qualcomm –, o esforço da Apple em desenvolver sua própria tecnologia pode redefinir o padrão no mercado. Essa inovação reforça o compromisso da empresa em oferecer soluções integradas e de alto desempenho em seus produtos.

    Com a conectividade celular integrada, os usuários terão mais liberdade para trabalhar e acessar a Internet onde quer que estejam, tornando os Macs uma opção ainda mais versátil. Este movimento também destaca a visão da Apple de unificar a experiência entre seus dispositivos, como o iPhone, iPad, Apple Watch e agora os Macs, criando um ecossistema ainda mais robusto.

    O Futuro da Conectividade nos Dispositivos Apple

    A chegada dos modems próprios da Apple reforça a tendência da empresa em buscar soluções tecnológicas internas, reduzindo sua dependência de terceiros. Caso o projeto seja implementado com sucesso, poderá revolucionar o mercado de PCs e estabelecer um novo padrão de conectividade para dispositivos móveis e computadores.

  • Vitrines virtuais disponibilizam tecnologias sustentáveis para a Amazônia na palma da mão

    Vitrines virtuais disponibilizam tecnologias sustentáveis para a Amazônia na palma da mão

    Duas das principais tecnologias sustentáveis da Embrapa para a Amazônia já podem ser acessadas na palma da mão. Uma nova forma de apresentação, as vitrines virtuais mostram Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) gratuitamente em computadores, tablets e celulares. A ferramenta só está disponível para aparelhos com sistema operacional Android.

    Uma das maiores vantagens da tecnologia é a possibilidade de baixá-la em celulares simples e acessá-la offline, ou seja, sem conexão com a internet. A funcionalidade democratiza o conhecimento técnico-científico gerado pela pesquisa, permitindo que produtores, técnicos e estudantes tenham acesso a informações de maneira prática e intuitiva, independentemente da localização. Trata-se de uma solução da Embrapa que promove maior eficiência produtiva e resiliência das propriedades rurais frente às mudanças climáticas.

    Preparação para a COP 30 e além

    A cerca de um ano da realização da COP 30 — primeira Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas a ser realizada no Brasil, em Belém do Pará, em novembro de 2025 —, a Embrapa oferece uma imersão virtual completa, do planejamento à execução, em tecnologias validadas para a produção de alimentos. Essas soluções garantem segurança alimentar, ganhos ambientais e vantagens econômicas, reafirmando que é possível produzir na Amazônia sem derrubar árvores, além de restaurar áreas degradadas.

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    Segundo Bruno Giovany de Maria, chefe-adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, a ferramenta é fruto de uma parceria consolidada com o Governo do Estado do Pará, por meio do Programa Territórios Sustentáveis (PTS), executado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Ele destaca que o grande diferencial das vitrines está na inclusão de públicos de regiões remotas, onde o acesso a capacitações presenciais ou à infraestrutura tecnológica é limitado. “Hoje, em praticamente qualquer lugar, as pessoas têm um celular. Isso permite que o produtor ou técnico visualize, a qualquer momento, como implantar e aplicar essas tecnologias em campo”, explica.

    De Maria também ressalta que as vitrines oferecem uma experiência imersiva, simulando a aplicação das técnicas no campo, com atualizações constantes de conteúdo e acesso à base de dados da Embrapa. “Essa iniciativa não apenas fortalece a transferência de tecnologia, como também democratiza o acesso ao conhecimento técnico essencial para práticas agrícolas mais sustentáveis em diferentes regiões do Brasil”, enfatiza.

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    Foto: Ronaldo Rosa (ILPF em Paragominas)

    Diana Castro, coordenadora de Desenvolvimento Rural Sustentável e Incentivos Econômicos da Semas, reforça a importância das vitrines como ferramentas de disseminação do que a Embrapa e a Semas propõem no âmbito do PTS. “As técnicas de produção de baixas emissões e a restauração produtiva, por meio de sistemas agroflorestais e ILPF, podem agora alcançar a ponta. Temos grande expectativa de que as vitrines sejam utilizadas por extensionistas e produtores rurais na melhoria dos sistemas produtivos e no desenvolvimento local”, afirma Castro. “A parceria com a Embrapa destaca a importância da pesquisa agropecuária para a formulação e implementação de políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas, fortalecendo as economias locais com a preservação da biodiversidade”, complementa.

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    Ferramenta democratiza tecnologias de produção agrícola para desenvolvimento local

    Depois do sucesso da primeira vitrine virtual da Embrapa no Pará, integrada ao curso online “Manejo da cultura do açaí em terra firme: da semente à pós-colheita e processamento”, lançado na plataforma e-Campo em 2020, a instituição percebeu nas ferramentas digitais a melhor forma de levar sua expertise além das barreiras geográficas. O curso, que já atingiu mais de 1,7 mil usuários no Brasil e em outros países da Amazônia, inspirou o desenvolvimento de novas funcionalidades para maior acessibilidade e oferta de conteúdo.

    A analista da Embrapa Mazillene Borges, gestora do curso e uma das articuladoras do PTS, explica que a experiência bem-sucedida foi a semente para o despertar da criação de um ambiente virtual aberto a todos os públicos. Além das duas vitrines inéditas, é possível acessar também o Meliponário Virtual e a área de plantio de Açaí de Terra Firme. As novas vitrines da plataforma oferecem versão mobile, com uso offline após o download dos conteúdos.

    Segundo Michell Costa, analista da Embrapa e co-desenvolvedor das plataformas, o foco principal foi garantir linguagem acessível, material técnico adaptado e democratização da informação. “Pensar na Amazônia é reconhecer sua dimensão continental e os desafios de acesso à tecnologia da informação. Essa ferramenta tem potencial para promover inclusão digital e práticas sustentáveis em uma região de difícil acesso”, afirma Costa.

    Impactos na juventude rural

    O produtor e técnico agrícola Adailton Amaral foi um dos alunos do curso online de Açaí de Terra Firme, e vivenciou, pela primeira vez, a experiência de uma vitrine virtual em um processo de formação. Jovem produtor e defensor do fortalecimento da sucessão familiar no campo, avaliou que as ferramentas digitais dialogam diretamente com a juventude, sendo, assim, um estímulo à reaproximação desse público com a propriedade e produção familiar.

    Para Amaral, além de possibilitar acesso às tecnologias que podem melhorar a vida no campo, os conteúdos digitais de fácil acesso e compreensão, a exemplo das vitrines, podem unir as várias gerações e profissionalizar a produção. “É mais produção, renda e qualidade de vida para as famílias e toda a Amazônia, pois garantem também benefícios ambientais que já vivenciamos em nossa propriedade”, comenta.

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    Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa

    SAFs e ILPF garantem produtividade e resiliência climática

    Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são reconhecidos como as soluções sustentáveis mais eficazes para a produção de alimentos na Amazônia, proporcionando benefícios econômicos, sociais e ambientais. As pesquisadoras da Embrapa Célia Calandrini e Débora Aragão coordenaram as equipes responsáveis por desenvolver os conteúdos das vitrines virtuais.

    Calandrini conta que o ILPF combina diferentes sistemas produtivos em uma mesma área — agrícola, pecuário e florestal —, otimizando o uso da terra e promovendo benefícios mútuos entre as atividades. “O sistema aumenta a produtividade, diversifica a produção, gera empregos e promove serviços ambientais, como a preservação da água no solo, redução de emissões de gases de efeito estufa e aumento do sequestro de carbono”, explica.

    Aragão reforça que os SAFs simulam a dinâmica da floresta ao combinar espécies vegetais diversas, promovendo eficiência produtiva e segurança alimentar. “Os benefícios vão desde a introdução de espécies de ciclo curto, que garantem renda imediata, até a proteção do solo e a melhoria da biodiversidade, reduzindo a necessidade de insumos químicos”, destaca.

    Com essas iniciativas, a Embrapa e seus parceiros esperam ampliar o impacto das tecnologias na Amazônia e fortalecer a adaptação das propriedades rurais às mudanças climáticas.

  • 5G Super-rápido está disponível no Brasil a partir desta Segunda-feira

    5G Super-rápido está disponível no Brasil a partir desta Segunda-feira

    Agora, operadoras podem oferecer 5G super-rápido (5G puro) em todos os municípios do país. Atualmente, 770 cidades têm esse tipo de 5G ativo, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Ministério das Comunicações.

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    Entenda o que é o 5G Standalone

    O 5G puro, também conhecido como standalone, é até cinco vezes mais rápido do que o 4G. Ele opera na faixa de 3,5 GHz, cuja média de velocidade é de 300 Mbps (megabits por segundo). Esse padrão de rede chegou ao Brasil em julho de 2022, começando por Brasília.

    Desde então, as operadoras expandiram o serviço para municípios com mais de 500 mil habitantes. Atualmente, o país conta com 770 cidades com acesso ao 5G puro, em um total de 5.570 municípios.

    Limpeza do Sinal Abre Caminho para o 5G

    5g no brasil
    Operadoras podem ativar o 5G em qualquer município do país, mas decisão depende delas (Imagem: Canva)

    Recentemente, a Entidade Administradora da Faixa (EAF), conhecida como Siga Antenado, concluiu a “limpeza” da faixa de 3,5 GHz, antes ocupada por serviços como satélites e antenas parabólicas. Essa limpeza incluiu a instalação de filtros para evitar interferências, permitindo o uso da faixa para o 5G.

    Agora, as operadoras podem ativar o 5G em qualquer município do Brasil, mas têm até 31 de julho de 2029 para disponibilizar o serviço em municípios com mais de 30 mil habitantes.

    Benefícios do 5G para o Brasil

    A implementação do 5G abre uma avenida de possibilidades tecnológicas para o Brasil, incluindo maior conectividade, suporte para cidades inteligentes e melhorias em setores como educação, saúde e indústria. O avanço dessa tecnologia coloca o país em um patamar elevado na corrida pela transformação

  • Estudantes de Mato Grosso se destacam em evento de tecnologia em Brasília

    Estudantes de Mato Grosso se destacam em evento de tecnologia em Brasília

    Um grupo de seis estudantes que formam a equipe de robótica Agrotech #9169, da Escola Estadual Professora Maria Leite Marcoski, em Várzea Grande, foi selecionado pelo Ministério da Educação (MEC) entre os 10 melhores do Brasil durante a 4ª Semana Nacional de Educação Profissional e Tecnologia, em Brasília. O evento se encerrou nesta quinta-feira (28.11).

    Apoiada pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) e pelo Senai-MT, a Agrotech levou, para o evento, o robô Safra IV, que interagiu com o público enquanto representantes da equipe apresentavam detalhes sobre a sua construção.

    As aulas de robótica são ofertadas para alunos da Rede Estadual em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

    O projeto ficou exposto no espaço “Vitrine Brasil”, onde foi apresentado, inclusive, ao ministro da Educação, Camilo Santana. O mesmo robô foi vencedor da Off-Season Brasil 2024, que ocorreu em agosto deste ano, em Cuiabá.

    Um dos alunos da equipe Agrotech, Mayk Alves da Silva, de 17 anos, comentou o impacto do ensino de robótica na sua formação. “Aprendi a trabalhar em equipe, resolver problemas e isso tem feito uma diferença enorme na minha vida. Participar desse evento é algo que nem consigo descrever. Ver o nosso projeto entre os 10 melhores do Brasil, entre mais de 400 é empolgante”, disse.

    Com o tema “Inovação, Inclusão e Sustentabilidade”, o evento reúne mais de 400 projetos de 56 instituições educacionais do país, promovendo debates, palestras, oficinas, exposições tecnológicas e apresentações culturais.

    “Voltar para casa com um dos projetos no Top 10 nos dá a certeza de que aulas de mecatrônica, em parceria com o Senai, estão surtindo efeito”, disse o coordenador de Ensino Médio da Seduc, André Riul.

    Além da Agrotech, outras duas equipes, Agrobot e Canintech, com alunos da rede estadual e do Senai, também apresentaram projetos. Eles são das escolas estaduais Profª Amélia de Oliveira Silva e Ramiro Bernardo da Silva (Rondonópolis) e Profª Edeli Mantovani e Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino (Sinop), respectivamente.

  • Tecnologia Embrapa para absorção de fósforo rende R$ 4 bilhões ao Brasil em cinco anos

    Tecnologia Embrapa para absorção de fósforo rende R$ 4 bilhões ao Brasil em cinco anos

    Uma tecnologia que auxilia as plantas a absorver fósforo já gerou benefícios estimados em R$ 4,2 bilhões ao Brasil desde 2019, data de seu lançamento, até a safra 2022/2023. Desenvolvido pela Embrapa em parceria com a também brasileira Bioma, o inoculante solubilizador de fosfato, conhecido pelo nome comercial BiomaPhos, expandiu a sua presença em lavouras de 228 mil hectares, na safra 2018/2019, para mais de 4 milhões de hectares no atual período agrícola. Durante esses cinco anos, o bioproduto impactou a soma de mais de 10 milhões de hectares que receberam o produto. O retorno financeiro estimado foi baseado no aumento da produtividade proporcionado pela aplicação do inoculante.

    “Além de ser uma solução tecnológica inovadora e sem precedentes no mercado, o solubilizador de fosfato é possivelmente o maior caso de sucesso de adoção de uma tecnologia da Embrapa nos últimos anos”, relata Christiane Paiva, pesquisadora da área de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo (MG), responsável pela pesquisa que chegou aos produtos comerciais. A tecnologia começou nas lavouras de milho e atualmente beneficia também as culturas de soja, cana-de-açúcar e feijão.

    O pesquisador Rubens Augusto de Miranda realizou um estudo que registrou a expansão do uso do bioinsumo ao longo do tempo. “A confirmação da eficiência do produto nos dois primeiros anos resultou no grande sucesso na safra 2020/2021, quando alcançou a marca de 2,45 milhões de hectares. Em 2021/2022, chegou a 2,77 milhões de hectares e, na safra seguinte, alcançou novo recorde com quase 4 milhões de hectares de área plantada. A expectativa é que em 2023/2024 a área de adoção de inoculantes solubilizadores de fosfato com tecnologia da Embrapa ultrapasse 5 milhões de hectares”, revela o cientista. Os dados estão no Balanço Social da Embrapa de 2023 e a área de adoção foi estimada a partir da quantidade de doses comercializadas pela Bioma.

    A quantia estimada de R$ 4,27 bilhões (exatos R$ 4.272.442.785,31) em benefícios ao produtor é consideravelmente superior aos custos de desenvolvimento da tecnologia: cerca de R$ 53,3 milhões até esse período. “Esses números atestam a importância dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para a agricultura nacional”, comenta o pesquisador.

    Expansão internacional

    Christiane Paiva conta que a solução disruptiva extrapolou o mercado nacional e chegou ao exterior. “Ela começou a ser avaliada nos Estados Unidos em 2022, quando obteve a liberação de uso em 14 estados americanos, incluindo os que compõem o chamado Cinturão do Milho, o Corn Belt,” conta Artur Soares, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa parceira Bioma.

    De acordo com Soares, em maio de 2024 o produto foi registrado na Alemanha, no Canadá, na Argentina, no Paraguai, na Bolívia e na Costa Rica. No Uruguai, está em fase de registro. “A tecnologia foi validada no campo nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha com ganhos médios de produtividade de 17 sacas de milho por hectare nas áreas avaliadas e de 10 sacas de soja por hectare”, reforça Soares.

    Como funciona a bissolubilização de fósforo?

    Apenas 0,1% do elemento fósforo (P) está prontamente disponível para absorção imediata pelas plantas. Estudos conduzidos pela Embrapa revelam que há um estoque bilionário de fósforo nos solos, que se encontra inerte e não pode ser aproveitado pelas plantas. “Em alguns solos de plantio direto, cerca de 88% do fósforo encontra-se em forma orgânica, indisponível para ser absorvido pelas raízes, e precisa ser mineralizado para esse fim. As bactérias solubilizadoras de fosfatos conseguem disponibilizar o elemento para a planta, atuando de forma agronômica nesse grande estoque presente na natureza”, explica Christiane Paiva.

    O primeiro inoculante comercial brasileiro para a solubilização de fosfato foi produzido a partir de microrganismos tropicais, selecionados pela Embrapa. O inoculante líquido é recomendado para tratamento de sementes ou aplicação via jato dirigido no sulco de semeadura. De acordo com Paiva, os Bacillus presentes nos produtos comerciais se multiplicam mais facilmente e colonizam de forma mais eficiente a região da raiz da planta, a rizosfera, iniciando a produção de diferentes substâncias que atuam no processamento do fósforo, chamadas de solubilizadores, tornando esse nutriente mais disponível para a absorção e assimilação pelas plantas.

    Além disso, a pesquisadora explica que os Bacillus atuam na mineralização do fósforo presente na matéria orgânica do solo por meio da liberação de enzimas fitases, dando maior aporte desse elemento para o cultivo. Segundo ela, nas avaliações realizadas em áreas de produção de milho, a aplicação do produto resultou em ganho médio de produtividade de 8,9% e aumento de 19% do elemento fósforo exportado para os grãos. Para a soja, a média de produtividade saltou de 67,2 sacas por hectare para 71,6 sacas, além do aumento de 14% do conteúdo de fósforo nos grãos. No caso da cana-de-açúcar, os ganhos em toneladas por hectare ficam acima de 14%, além de incremento de 12% para toneladas de açúcar.

    Histórico da pesquisa e expansão de mercado

    O inoculante solubilizador de fosfato foi lançado em agosto de 2019, após mais de 19 anos de pesquisas, por meio de uma parceria público-privada entre a Embrapa e a empresa Bioma. Inicialmente, foram conduzidas ações voltadas para o isolamento de cepas eficientes para solubilização de fosfato, coletando-se amostras de solo, planta e raiz em áreas agrícolas representativas das culturas de milho e soja. Posteriormente, realizou-se o processo de screening (rastreamento) em bancada para a seleção das cepas mais eficientes na solubilização de vários tipos de fosfatos e produção de substâncias promotoras de crescimento da planta, segundo relembra Christiane Paiva.

    De acordo com ela, as cepas foram caracterizadas para testes em casa de vegetação e campo. “Foram selecionadas as cepas das bactérias Bacillus subtilis, que solubiliza fosfato de cálcio e ferro e apresenta alta produção de ácido glucônico e da enzima fitase – e Bacillus megaterium (isolada da rizosfera de milho, com capacidade de solubilizar fosfatos de cálcio e produzir fosfatase). Essas duas estirpes foram isoladas de áreas agrícolas no País, nas quais prevalece o cultivo de cereais e possuem propriedades de promoção de crescimento, estimulando o aumento da superfície radicular.  Também registramos a produção de biofilme, que pode ajudar a proteger as plantas contra pragas e doenças, além de promover o crescimento das culturas por meio da disponibilidade de nutrientes”, explica Paiva.

    Após a comprovação dos bons resultados da pesquisa desenvolvida pela Embrapa, foi estabelecida, ainda em 2016, a parceria com o parceiro privado, que estabeleceu os índices de produção em larga escala e executou os testes de diferentes formulações, culminando com o lançamento do produto comercial em 2019, indicado inicialmente para milho. Em 2021, foi obtido o registro para as culturas da soja e da cana-de-açúcar no Ministério da Agricultura (Mapa). O produto foi registrado no fim de 2023 também para a cultura do feijoeiro, trazendo incrementos de produtividade de 14%, dados avaliados em diversas regiões do País, em campos experimentais da Embrapa Arroz e Feijão. “Novos registros de uso do produto estão sendo validados agronomicamente, como para a cultura do sorgo, arroz, tomate, batata, entre outros”, antecipa a pesquisadora.

    O mercado de bioinsumos

    De acordo com a quinta edição do Outlook GlobalFert 2024, um dos principais provedores de informações estratégicas do segmento, houve aumento de 11% no consumo de fertilizantes em 2023, reflexo do movimento de retomada da demanda de mercado, após um período de restrições, gargalos logísticos e aumento nos preços causados pela guerra entre Rússia e Ucrânia. “A demanda nacional por fertilizantes é extensa e acaba exigindo a importação em alta escala, tendo em vista que 85% dos fertilizantes consumidos no Brasil são importados”, cita a publicação.

    A meta brasileira de descarbonização da agricultura vem ao encontro de investimentos em alternativas para reverter essa situação, com o objetivo de aumentar a competitividade da agricultura nacional. “O Brasil se destaca como um dos principais consumidores de bioinsumos em nível mundial, com grandes chances de se posicionar como o maior consumidor desses produtos em escala global até o fim da presente década. Em se tratando de biofertilizantes, o Brasil liderou a primeira posição no ranking de adoção no primeiro semestre de 2023, com 36% de penetração, ficando à frente da União Europeia (25%) e China (22%)”, segundo informações da GlobalFert.

  • Empregos ligados à tecnologia cresceram 95% em 10 anos, diz pesquisa

    Empregos ligados à tecnologia cresceram 95% em 10 anos, diz pesquisa

    Estudo produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostra que o número de empregos de profissões ligadas à tecnologia aumentou 95% em dez anos, de 2012 a 2022. A maior variação foi para engenheiro de sistemas operacionais em computação, que apresentou elevação de 741,2% na quantidade de vínculos de emprego no período.

    A pesquisa foi feita com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, e analisou 30 ocupações ligadas à tecnologia que avançaram no mercado de trabalho brasileiro.

    Também obtiveram crescimento expressivo as ocupações de tecnólogo em gestão de TI (450,7%), pesquisador em ciências da computação e informática (579,3%), seguidas de engenheiro de aplicativos em computação (258%) e técnico de planejamento e programação da manutenção (191,2%).

    Considerando as oscilações em números absolutos, as funções ligadas à tecnologia que tiveram maior crescimento na quantidade de empregos foram: analista de desenvolvimento de sistemas (117.046 vínculos); programador de sistemas de informação (72.332); técnico de apoio ao usuário de internet (36.372); analista de suporte computacional (32.536); e instalador-reparador de redes telefônicas e de comunicação de dados (24.838).

    Em 2012, o conjunto das 30 profissões ligadas à tecnologia analisadas na pesquisa tinha cerca de 445 mil vínculos de trabalho. Já em 2022, o grupo atingiu chegou a 868,1 mil postos de trabalho, representando uma alta de 95%.

    “A tecnologia pode e vai gerar muito mais transformações econômicas e sociais, bem como no mercado laboral. Mas isso vai depender também dos níveis de digitalização do mercado consumidor, do rol empresarial e da força de trabalho. Isso passa pela sustentabilidade financeira de cada um desses agentes, mas também de ambientes econômico, trabalhista, tributário, social e de regulação mais favoráveis à absorção da própria inovação”, disse Jaime Vasconcellos, da FecomercioSP.

  • Visita da Embaixada de Israel à Famato abre portas para novas parcerias tecnológicas no Agro de Mato Grosso

    Visita da Embaixada de Israel à Famato abre portas para novas parcerias tecnológicas no Agro de Mato Grosso

    A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) recebeu nesta quarta-feira (13/11) a visita do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, e do adido para Agricultura e Água da Embaixada de Israel, Ari Fischer. O encontro, que contou com a presença do presidente da Famato, Vilmondes Tomain, dos diretores Ronaldo Vinha (Relações Institucionais) e Robson Marques (Administrativo e Financeiro), além do presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste e vice-presidente da Regional IX da Famato, Marcos Bravin, teve como objetivo fortalecer as relações e explorar possíveis parcerias entre o agronegócio mato-grossense e a tecnologia israelense.

    Na ocasião, Vilmondes Tomain apresentou um panorama do setor agropecuário do estado, destacando a posição de liderança de Mato Grosso na produção de soja, milho, algodão e bovinos no Brasil. Segundo ele, o desenvolvimento do agronegócio em Mato Grosso é resultado de uma sólida organização representativa, composta, além da Famato, por entidades como a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT), a Associação dos Criadores (Acrimat), a Associação dos Produtores de Leite (Aproleite), a Associação dos Produtores de Sementes (Aprosmat), a Associação dos Produtores de Algodão (Ampa) e a Associação dos Criadores de Suínos (Acrismat). Para Vilmondes, essa estrutura é o alicerce do sucesso do estado no cenário nacional e internacional.

    “O agro mato-grossense é pujante e referência mundial, fruto da dedicação de nossos produtores e da colaboração entre a Famato e as associações. Estamos abertos a novas tecnologias e inovações que possam incrementar ainda mais nossa produção. Seria uma honra conhecer Israel e trazer tecnologias aplicáveis a Mato Grosso”, disse Tomain.

    O embaixador Daniel Zohar Zonshine elogiou a força e a organização do setor agropecuário de Mato Grosso e falou sobre o papel de Israel como um dos principais centros mundiais de inovação climática. “Israel é referência no desenvolvimento de soluções práticas e inovadoras para desafios globais, como o uso eficiente da água, a tecnologia de precisão e o fortalecimento das culturas agrícolas. Essa visita é um passo importante para explorarmos novas parcerias, aprendermos mutuamente e estabelecermos um intercâmbio de conhecimentos e inovações”, afirmou Zonshine.

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    Ao visitar Mato Grosso, o embaixador e o adido ficaram impressionados com a possibilidade de duas safras anuais e com os avanços tecnológicos e de irrigação. Segundo Zonshine, o potencial da soja mato-grossense chamou a atenção pela sua alta qualidade proteica. Durante a reunião, uma análise da soja revelou um índice proteico de 34%, com umidade padrão de 13% e oleosidade de 20,5%. “A soja de Mato Grosso merece uma valorização justa. É notável a sua qualidade, e ela deveria ser mais valorizada com um preço que leve em conta seu teor proteico, não apenas a umidade. Podem contar com o apoio de Israel para essa valorização”, destacou o embaixador.

    Para o adido Ari Fischer, a experiência israelense pode agregar muito ao desenvolvimento agrícola em regiões tropicais, como Mato Grosso. “Em Israel, a pesquisa e a inovação agrícola são pautas prioritárias, especialmente em áreas de clima desafiador. Encontramos aqui produtores resilientes, com forte compromisso com a produção e preservação ambiental, e acreditamos que o intercâmbio de tecnologias e conhecimentos pode ser vantajoso para ambas as partes”, disse Fischer, reforçando o interesse em explorar possibilidades de pesquisa e desenvolvimento conjunto com o estado.

    Marcos Bravin, presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste e vice-presidente da Famato, frisou o compromisso de Mato Grosso com a produção sustentável, informando que o estado preserva cerca de 67% de sua área total. “Nós produzimos muito pouco e conseguimos equilibrar preservação e produtividade. A visita da embaixada de Israel só fortalece nossa visão de que a tecnologia e a inovação são essenciais para o futuro do agro. Esse intercâmbio é o que nos impulsiona a buscar sempre mais eficiência e sustentabilidade”, pontuou Bravin.

    A visita da comitiva israelense à Famato abre novas perspectivas para o agronegócio de Mato Grosso, com a promessa de um possível intercâmbio de tecnologias e parcerias que podem potencializar ainda mais a produtividade e a sustentabilidade da agricultura no estado.

    Também participou do evento o coordenador de Inteligência de Mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) Rodrigo Silva.