O novo padrão de televisão aberta vai estar pronto para transmissão a partir do próximo ano para revolucionar o setor com uma integração completa dos canais de TV com a internet.
Para elucidar as principais dúvidas sobre a novidade, o secretário de Comunicação Social Eletrônica, Wilson Diniz Wellisch, respondeu os questionamentos que chegaram pelas redes sociais do Ministério das Comunicações.
Confira abaixo:
O que é a TV 3.0?
A TV 3.0 vai trazer mais praticidade ao telespectador. Um dos impactos será na qualidade de imagem, com aparelhos com a tecnologia de até 8K, para permitir melhor resolução, e maior contraste de cores. Outra mudança irá propiciar a experiência de “som de cinema”, semelhante a uma imersão com áudios que são reproduzidos em direções diferentes.
A TV 3.0 precisará de internet?
Não. Não é necessário ter internet para ter acesso à TV 3.0. A internet vai propiciar que você tenha mais opções de conteúdo, como a possibilidade de interatividade com os produtos que são distribuídos pela TV aberta.
Pequenas cidades e municípios do interior do Brasil serão contempladas com a TV 3.0? Assim como aconteceu na mudança do analógico para o digital, esse acesso à TV 3.0 também vai acontecer. Será de forma gradual para todo o território nacional.
Vai precisar de antena como é hoje? Qual é a qualidade de imagem?
Será necessário ter acesso a antenas, sejam elas acopladas a própria televisão ou antenas externas. E a qualidade da imagem disponível será de no mínimo 4K, podendo ser também 8k.
O controle remoto vai acabar?
A troca de canais de forma numérica será substituída com a TV 3.0. Nos novos modelos, os canais serão acessados por meio de aplicativos das emissoras de conteúdo, semelhante aos botões para acesso às plataformas de streaming. Alguns modelos atuais de televisões já são produzidos sem o acompanhamento do controle de teclado numérico, mas ainda com botões para troca de canais.
Não há internet disponível onde eu moro. O que devo fazer?
Sem acesso à internet, as televisões terão conteúdos já disponibilizados pelos canais abertos e transmitidos por sinal aberto e gratuito.
Lucas do Rio Verde, MT – A pujança do agronegócio brasileiro tem seu palco principal em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, com a realização anual do SHOW SAFRA. Promovido pela Fundação Rio Verde, o evento se destaca como um encontro ímpar, reunindo em um só lugar o que há de mais inovador e relevante para o setor.
Foco técnico e comercial:
SHOW SAFRA
O SHOW SAFRA vai além de uma feira. É um espaço de conhecimento e oportunidades, onde produtores rurais, técnicos, profissionais e empresas se conectam para impulsionar o agronegócio. Através de palestras, workshops, demonstrações e uma ampla gama de expositores, o evento oferece um ambiente propício para:
Apresentação de tecnologias e soluções inovadoras para o aumento da produtividade e sustentabilidade das lavouras;
Discussão de temas socioeconômicos que impactam o setor, como mercado, crédito, política e gestão;
Negociação e prospecção de novos negócios, com a presença de empresas líderes do mercado;
Atualização profissional com as últimas tendências do agronegócio.
Abrangência e impacto:
O SHOW SAFRA reúne as culturas de safra principal e segunda safra, abrangendo uma ampla gama de produtos e serviços. A feira de máquinas, equipamentos, produtos e serviços oferece aos participantes a oportunidade de conhecer as últimas novidades do mercado e encontrar soluções para suas necessidades.
Um evento para todos:
SHOW SAFRA
O SHOW SAFRA é um evento aberto ao público, com entrada gratuita. É uma oportunidade única para estudantes, profissionais e entusiastas do agronegócio se conectarem com o setor e se informarem sobre as últimas tendências.
Participe do SHOW SAFRA e faça parte da vanguarda do agronegócio!
O SHOW SAFRA é um evento imperdível para quem deseja se manter atualizado e conectado com o agronegócio. Participe e contribua para o desenvolvimento do setor!
O mundo da tecnologia está em constante evolução, abrindo um leque de oportunidades e desafios para aqueles que desejam construir uma carreira nesse setor. Com tantas opções disponíveis, tomar a melhor decisão para o seu futuro pode ser um desafio.
Este guia definitivo tem como objetivo te auxiliar na jornada de fazer as melhores escolhas de carreira em tecnologia, abrangendo os seguintes tópicos:
Mulher no computador – tecnologia – Fotos do Canva
1. Autoconhecimento:
Defina seus interesses e habilidades: Qual área da tecnologia te fascina? Quais são seus pontos fortes e fracos? O que te motiva e te desafia? Refletir sobre essas questões é crucial para identificar o caminho ideal para você.
Explore o seu propósito: Que impacto você deseja ter no mundo através da tecnologia? Encontrar o seu propósito te dará a força e a motivação para superar os desafios que encontrarão em sua carreira.
Avalie seu estilo de trabalho: Você prefere trabalhar em equipe ou de forma independente? Prefere um ambiente mais estruturado ou mais flexível? Entender seu estilo de trabalho te ajudará a encontrar um ambiente profissional que te traga realização.
2. Pesquisa:
Identifique as áreas em crescimento: Quais são as áreas da tecnologia que estão em alta demanda no mercado? Quais são as tendências que moldarão o futuro do setor? Ficar por dentro do panorama geral te permitirá tomar decisões mais informadas.
Compreenda as habilidades mais procuradas: Quais habilidades são essenciais para as diferentes áreas da tecnologia? Quais certificações podem te destacar no mercado? Investir em seu desenvolvimento profissional te dará uma vantagem competitiva.
Pesquise os salários médios: Tenha uma ideia do salário que você pode esperar de acordo com a área de atuação, experiência e localização. Essa informação te ajudará a negociar seu salário e planejar sua carreira de forma estratégica.
3. Networking:
Conecte-se com profissionais da área: Participe de eventos, meetups, grupos online e utilize plataformas como o LinkedIn para se conectar com pessoas que já atuam na área que você deseja seguir.
Construa relacionamentos: Interaja com outros profissionais, troque experiências e aprenda com seus insights. Networking é fundamental para ampliar seus conhecimentos, obter informações sobre oportunidades de trabalho e construir sua reputação no mercado.
Busque mentores: Encontre mentores experientes que possam te guiar em sua carreira, oferecer suporte e conselhos valiosos. Ter um mentor pode te ajudar a evitar erros comuns e acelerar seu crescimento profissional.
4. Educação e Treinamento:
Invista em cursos online: Plataformas como Coursera, Udemy e edX oferecem uma variedade de cursos online que podem te ajudar a desenvolver as habilidades necessárias para a carreira que você deseja.
Obtenha certificações: Certificações em áreas como CompTIA, AWS, Microsoft e Google podem comprovar seu conhecimento e te destacar no mercado.
Mantenha-se atualizado: Acompanhe blogs, podcasts, revistas especializadas e eventos do setor para se manter atualizado sobre as últimas tendências e inovações tecnológicas.
5. Experiência Prática:
Participe de projetos freelance ou voluntários: Essa é uma ótima maneira de colocar em prática seus conhecimentos, adquirir experiência real e construir seu portfólio.
Crie seus próprios projetos: Desenvolva seus próprios projetos para explorar diferentes áreas da tecnologia, aprimorar suas habilidades e demonstrar sua criatividade e capacidade de resolução de problemas.
Contribua para projetos open-source: Essa é uma excelente forma de colaborar com outros profissionais, aprender com diferentes approaches e aprimorar suas habilidades de trabalho em equipe.
6. Apresentação:
Crie um currículo e um portfólio impactantes: Destaque suas habilidades, experiência e projetos relevantes de forma clara, concisa e atraente.
Prepare-se para entrevistas: Pratique responder perguntas frequentes, demonstre entusiasmo e paixão pela área e esteja pronto para falar sobre seus objetivos de carreira.
Aprimore suas habilidades de comunicação: Aprenda a se comunicar de forma eficaz, tanto verbalmente quanto por escrito, para se destacar em entrevistas e apresentações.
7. Adaptabilidade:
Esteja sempre disposto a aprender: A tecnologia está em constante evolução, portanto, é fundamental manter-se atualizado com as novas ferramentas, metodologias e tendências do mercado.
Adapte-se às mudanças do mercado: Novas áreas surgem constantemente, portanto, esteja preparado para se adaptar e se reinventar para acompanhar as demandas do mercado de trabalho.
Seja resiliente: A jornada profissional nem sempre será fácil, mas é importante manter a resiliência, aprender com os erros e superar os desafios com persistência
A Índia, que ultrapassou a China em número de habitantes, deve se tornar um dos principais parceiros comerciais do Brasil nos próximos anos. Mato Grosso, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, está pronto para aproveitar essa oportunidade.
A relação econômica entre os dois países ainda é discreta, mas o potencial de crescimento é enorme. Em 2023, Mato Grosso exportou cerca de US$ 600 milhões de dólares para a Índia, principalmente ouro e óleo de soja. No quesito importação, foram US$ 175 milhões de dólares, principalmente defensivos agrícolas.
Os agricultores mato-grossenses podem aproveitar essa oportunidade para exportar mais alimentos para a Índia. O país tem uma população de 1,4 bilhão de pessoas e uma demanda crescente por alimentos.
Além disso, a Índia também pode ser uma fonte de investimentos para o setor agropecuário de Mato Grosso. O país tem uma forte indústria de tecnologia e pode ajudar os agricultores mato-grossenses a melhorar a produtividade e a eficiência.
Produtores de diversas regiões de Mato Grosso visitaram, nesta quarta-feira (17), o CTECNO Parecis, o campo de pesquisa da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), onde conheceram os experimentos relacionados com a soja, realizados em solos com textura média e arenosa.
De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, o campo experimental vem evoluindo ano após ano, sempre buscando a otimização do uso da terra pelo produtor, garantindo não só a sustentabilidade econômica, como a ambiental. Além disso, o CTECNO é o maior centro de pesquisa independente do Brasil, 100% financiado pelos sojicultores de MT.
“A otimização do uso do solo, principalmente os arenosos, além de trazer mais renda para o produtor, traz a sustentabilidade, que é a captura de carbono da atmosfera para o solo, através do aumento de matéria orgânica em palhada e também acaba tornando esse solo mais verde. Ou seja, você concilia a renda do produtor com a sustentabilidade”, disse Lucas.
Segundo a gerente da Comissão de Defesa Agrícola da entidade, responsável pelo programa, Jerusa Rech, o foco desse ano foi a manutenção, parcelamento de potássio e a rotação de culturas. Nessa safra, explica Jerusa, foi possível observar como os diferentes tipos de manejos de solo reagiram ao clima quente e seco, que impactou duramente a safra 2023/24.
“Tivemos uma safra bem desafiadora em questão de regime hídrico e isso fez com que nós observássemos respostas bem significativas nos protocolos onde temos sistemas de rotação de culturas, onde temos plantas de cobertura ao longo desses anos. Estamos com oitava safra dentro do centro de pesquisa e isso nessa safra ficou bem evidente”, afirma Jerusa.
Ainda segundo a gerente de Defesa Agrícola, os produtores também analisaram as vitrines com 48 materiais genéticos e 8 convencionais e como eles se desenvolveram nos diferentes tipos de manejos, em uma das safras mais desafiadoras do Estado.
Além dos produtores da região Oeste de Mato Grosso, também participaram agricultores das regiões Leste, Sul e Norte de Mato Grosso. O diretor-administrativo da Aprosoja-MT, Diego Bertuol, por exemplo, é produtor na região Norte e acompanhou a divulgação dos protocolos. Apesar de estar no Nortão, ele também conta que enfrenta desafios semelhantes.
“Eu tenho solos de 50% de argila e solos com 6% de argila. Então, todo trabalho de manejo, trabalho técnico operacional é muito diferente em cada talhão. Vindo aqui, você consegue ver a linha de pesquisa que mais dá resultado, principalmente em solos arenosos. Portanto, é muito importante para o produtor conseguir extrair isso e colocar em prática”, conta Bertuol.
O vice-presidente Oeste da Aprosoja-MT, Gilson Antunes de Melo, também reforça o manejo de solos arenosos é um dos gargalos do produtor mato-grossense, não só da região Oeste, mas como de todo o Estado. Portanto, pesquisas feitas de forma independente agrega conhecimento aos produtores e traz renda para todas as regiões com esse tipo de solo.
“Quando investe certo, que é o que a pesquisa faz, te dá um direcionamento e muda a região. Áreas que estavam abandonadas ou com pouca produtividade podem se transformar quando se traz tecnologia e conhecimento. Essas pesquisas te dão segurança para investir, traz resultados para o produtor e toda a região”, afirma Gilson.
Destinado a financiar projetos de inovação na indústria automotiva, o Rota 2030 teve R$ 270 milhões liberados pelo governo, anunciou nesta terça-feira (21) o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Os recursos vêm de fundos administrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) destinados à transformação tecnológica do setor.
A verba será destinada à indústria 4.0, de processos de manufatura digital. Os recursos beneficiarão projetos de inovação tanto em montadoras como na indústria de autopeças. O dinheiro será gerido pelo Senai e pela Embrapii, que escolherão os projetos a serem financiados.
Essa foi a segunda liberação de recursos em menos de um mês. Em 24 de outubro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços assinou um acordo de cooperação técnica com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para incluir o banco de fomento entre os operadores dos fundos dos programas prioritários do Rota 2030. Na ocasião, foram destinados R$ 200 milhões para a redução de emissões de carbono de novos veículos.
“Os recursos se juntarão a uma série de outras medidas de redução de custo, estímulo à inovação e fomento ao desenvolvimento sustentável que o governo está implementando”, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin durante o anúncio da liberação do dinheiro, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Segundo o diretor executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, a parceria entre o Senai e a Emprapii ajudará a acelerar o desenvolvimento industrial.
Já o presidente da Associação de Engenharia Automotiva, Marcus Vinicius Aguiar, disse que o Rota 2030 é importante para manter empresas e profissionais no país.
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o Brasil precisa fazer uma revolução no setor automotivo de forma sustentável. “Precisamos aproveitar a riqueza do Brasil e investir em tecnologia para impulsionar e desenvolver a ainda mais a indústria automotiva no país”, defendeu.
Ações
Entre as ações previstas com os novos recursos, está o lançamento de um edital conjunto de R$ 133 milhões para projetos estruturantes, destinado a propostas de parcerias entre empresas e institutos de pesquisa. As propostas apresentadas deverão ter valores entre R$ 10 milhões e R$ 60 milhões, considerando recursos do Rota 2030.
Os R$ 270 milhões liberados nesta terça-feira contemplam mais quatro ações: R$ 70,4 milhões do Senai para estimular alianças industriais com empresas habilitadoras de tecnologias 4.0; R$ 30 milhões da Embrapii para projetos em pesquisa, desenvolvimento e inovação de micro, pequenas e médias empresas com até 100% de recursos não reembolsáveis; R$ 34 milhões do Senai para consultorias para aumentar a digitalização e a produtividade em 190 empresas fornecedoras da cadeia automotiva; e R$ 2,6 milhões para o lançamento de cursos MBI e de oficinas online para incentivar as discussões em relação a aplicação de tecnologias 4.0 e mobilidade.
O uso da internet chegou a 87,2% da população brasileira em 2022, um aumento de 21,1 pontos percentuais em relação a 2016, usada por 66,1% da população. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação 2022 (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve aumento mesmo na comparação com 2021, quando o percentual de usuários da rede mundial era de 84,7%. O estudo considerou apenas pessoas com 10 anos ou mais de idade.
O crescimento no acesso à internet foi ainda maior entre as pessoas com 60 anos ou mais. Em 2022, eram 62,1% de usuários, índice superior aos 57,5% de 2021 e cerca de 2,5 vezes maior que os 24,7% de 2016. Ou seja, a parcela de idosos com acesso à rede passou de um quarto para dois terços da população.
“Tem havido uma expansão do uso da internet entre os idosos, ainda que seja o grupo etário com menor percentual de usuários”, disse o pesquisador do IBGE Gustavo Fontes, destacando que a faixa etária com maior uso é de 20 a 29 anos de idade (96,1%).
Segundo o IBGE, esse aumento se deve a evolução nas facilidades para o uso dessa tecnologia e na sua disseminação no cotidiano da sociedade.
O professor aposentado Celso Ribeiro, de 65 anos de idade, disse que a internet o permite ter o mundo em suas mãos. “A chegada do celular, com a sua multifuncionalidade e a sua tecnologia avançada, foi uma feliz coincidência com esse momento da minha vida, de aposentadoria. O celular me ajuda a superar o distanciamento físico decorrente das dificuldades de deslocamento no meio urbano. Tenho literalmente o mundo em minhas mãos e não me deixo virar um fóssil nas linguagens da juventude, porque o celular me coloca em contato com eles o tempo todo”.
Os domicílios com utilização de internet subiram de 90% em 2021 para 91,5% em 2022. Desses 68,9 milhões de residências com acesso à rede no ano passado, 14,3% tinham algum dispositivo inteligente acessado à internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, ar-condicionado e geladeiras.
Os domicílios com banda larga móvelsubiram de 79,2% para 81,2% de 2021 para 2022, enquanto aqueles com banda larga fixa passaram de 83,5% para 86,4%.
Na área rural, o acesso à rede mundial cresceu de 74,7% para 78,1% no período. Já na área urbana, o percentual passou de 92,3% para 93,5%.
Motivos
Internet das coisas Por: Arte/Agência Brasil
As razões mais citadas para não ter acesso à rede foram que nenhum morador sabia usar a tecnologia, sendo 34,8% na área urbana e 26,4% na rural; não havia necessidade, 28,5% nas cidades e 19,6% no campo, e serviço de acesso ser caro, 28% e 30,6%, na área urbana e rural, respectivamente. Na zona rural, destaca-se também o fato de que não havia serviço disponível na área (15,2%).
Os principais motivos para o uso da internet no Brasil são conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,4%), enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens (92%) e assistir a vídeos (88,3%). Foram citados também o uso de redes sociais (83,6%), ouvir música, rádio e podcast (82,4%), ler jornais, notícias, revistas e livros (72,3%), acessar bancos e outras instituições financeiras (60,1%) e enviar ou receber e-mails (59,4%).
Segundo a Pnad, 93,4% dos usuários usavam internet todos os dias e apenas 0,7% usavam menos do que uma vez por semana, ou seja, havia semanas em que não usavam a internet.
A pesquisa também mostrou que havia disparidade entre estudantes de escolas particulares e de escolas públicas, em 2022. Enquanto os de escolas privadas, 98,4%, tinham acesso à internet, entre os estudantes da rede pública o percentual era 89,4%, ou seja, 9 pontos percentuais abaixo.
Entre os estudantes de escolas públicas, 26,7% usavam conexão gratuita em instituições de ensino ou bibliotecas para acessar a internet.
Televisão e rádio
A forma preferida de acesso à internet foi o celular (98,9%), seguida pela televisão (47,5%), computador (35,5%) e tablet (7,6%). O acesso por computador e tablet decaiu bastante em relação a 2016, quando os percentuais eram 63,2% e 16,4%, respectivamente.
A proporção de domicílios com televisão caiu de 95,5% em 2021 para 94,9% em 2022. Em 2016, essa taxa era de 97,2%.
“A pesquisa tem mostrado uma queda gradual, ainda que muito lenta. Isso pode refletir hábitos de consumo da população, hábitos de lazer, como as pessoas acessam vídeos. Isso pode refletir alguma mudança gradual de hábito”, explica Fontes. “Mas a pesquisa não investiga exatamente isso. A gente não pergunta por que não tem televisão”.
Dos lares com o aparelho, 43,4% tinham assinatura de serviços de streaming. Já os domicílios com rádio eram apenas 56,5% e aqueles com telefone fixo somaram 12,3%, bem abaixo dos 32,6% de 2016.
A Embrapa apresenta a plataforma Infobee, um espaço virtual que disponibiliza serviços inéditos aos criadores de abelhas de todo o Brasil. A iniciativa, que é fruto da parceria público-privada entre a Embrapa Amazônia Oriental (PA) e a empresa Equilibrium Web, reúne informações técnico-científicas, econômicas e de mercado sobre a apicultura e a meliponicultura. O novo espaço digital pode ser acessado por computador e equipamentos móveis, como smartphones e tablets.
A Infobee traz os resultados da pesquisa agropecuária nas áreas de apicultura e meliponicultura (atividade de criação de abelhas nativas sem ferrão, do gênero Melipona), na forma de publicações, cursos, vídeos, animações e aplicações web. “O propósito da solução é auxiliar o processo de tomada de decisão dos criadores de abelhas a partir do acesso a informações relevantes que possam promover a melhoria na gestão ou a superação de gargalos tecnológicos na atividade”, afirma o analista de sistemas Michell Costa, da Embrapa Amazônia Oriental.
Entre os destaques da nova plataforma estão: o Calendário Apícola Digital, que disponibiliza informações sobre o local de ocorrência e a época de floração das plantas mais visitadas pelas abelhas na região amazônica; o meliponário virtual, uma maquete em três dimensões da estrutura do ninho, das caixas de criação e da morfologia da abelha; e o serviço denominado “zapbee”, respostas com o uso de inteligência artificial para atender aos criadores a qualquer hora e lugar.
A ferramenta também disponibiliza painéis interativos sobre produção e exportação de mel e derivados no Brasil. “Essa funcionalidade permite conhecer a produção de mel por mesorregião do Brasil nos últimos dez anos, bem como acessar dados sobre a exportação do produto por ano nos estados brasileiros”, conta Costa.
Foto: Ronaldo Rosa
Plataforma
Para Sebastião Júnior, proprietário e CEO da Equilibrium Web, responsável pelo codesenvolvimento do espaço digital, o desafio de criar uma plataforma para um segmento específico de mercado foi o propósito da empresa. “Quando trabalhamos com desenvolvimento de softwares, nosso foco é sempre chegar a uma ferramenta útil para a comunidade e que cumpra o seu objetivo”, afirma.
O mercado de mel e derivados no Brasil é um setor em crescimento, tanto na produção quanto na exportação. Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE, o País alcançou em 2022 um recorde de produção, com quase 70 mil toneladas, obtendo aumento de 9% em relação a 2021.
A plataforma é dinâmica e aberta a incorporar novas funcionalidades e informações, de acordo com o empresário. “A ferramenta foi desenvolvida a partir de um gerenciador de conteúdo intuitivo, maleável e de fácil utilização. Com isso, novos conteúdos podem ser criados e disponibilizados a partir da indicação e sugestão dos próprios usuários. Isso significa que a Infobee vai crescendo de acordo com as necessidades da comunidade”, ressalta.
O trabalho de escuta dos usuários é permanente, segundo os desenvolvedores. “O próprio desenvolvimento da plataforma é fruto de um trabalho de escuta realizado junto aos atores da cadeia produtiva do mel no estado do Pará, em 2019, que motivou o desenvolvimento de um projeto em parceria com a iniciativa privada”, lembra o agrônomo Daniel Santiago, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.
Inteligência artificial na palma da mão
Uma das inovações da plataforma Infobee é o serviço chamado “zapbee”, que responde às dúvidas de criadores de abelhas e interessados no tema a qualquer hora e em qualquer lugar. O serviço está disponível na modalidade web e usa a tecnologia de inteligência artificial (IA) para interagir com os usuários.
“Não estamos criando uma tecnologia nova, estamos usando uma nova tecnologia para criar um serviço e a inteligência escolhida foi o ChatGPT”, explica Sebastião Júnior.
Para a apicultora Francidalva Monteiro, do município de Primavera, a possibilidade de ter um canal com informações confiáveis para o esclarecimento de dúvidas no celular é fantástica. “Na hora que eu tiver uma dúvida, eu acesso o aplicativo e resolvo. Vou dar um exemplo: eu perdi um enxame, se tivesse a informação naquela hora do manejo, eu não perderia”, destaca.
O processo de ensinar a IA sobre a criação de abelhas envolveu a conversão em dados de resultados da pesquisa agropecuária sobre o tema já publicados em texto, áudio e vídeo. A ferramenta transforma esses dados inseridos em conhecimento para que possa responder às perguntas dos usuários. “A primeira etapa do ‘zapbee’ já foi feita e está disponível na versão web. A segunda etapa será levar o serviço ao aplicativo de mensagem nos dispositivos móveis”, completa o CEO da Equilibrium Web.
Ciência e conhecimento popular
O Calendário Apícola Digital é um dos serviços desenvolvidos a partir da demanda dos criadores de abelhas no estado do Pará. O serviço traz a identificação correta das plantas mais relevantes para as abelhas, sejam elas do gênero Apis ou Melipona, a região de ocorrência e a época de floração, inicialmente para a região nordeste paraense. “O calendário é uma demanda antiga dos criadores. Com esse produto, eles conseguem visualizar claramente o período de floração de cada planta, a importância dessas plantas para a apicultura e a meliponicultura, e conseguem planejar o manejo das colônias para a produção de mel”, afirma Kamila Leão, agrônoma e gerente de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Mel) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
O calendário foi construído em oficinas realizadas pela Embrapa e pelo Senar em 11 municípios paraenses, nas regiões do Baixo Amazonas, nordeste e sudeste paraense, quando pesquisadores, técnicos e criadores de abelhas trocaram informações e conhecimentos sobre a flora local e a importância dela na alimentação das abelhas.
O primeiro passo na construção desse produto, como explica a agrônoma, foi o levantamento, na literatura, das plantas mais importantes para as abelhas no estado do Pará, que levou à identificação de cerca de 400 plantas. “O passo seguinte foi ir a campo e conhecer a experiência dos criadores. Os próprios produtores indicaram as plantas mais importantes em cada município para a sua produção de mel”, conta a especialista.
As plantas citadas pelas comunidades foram identificadas no herbário da Embrapa Amazônia Oriental, validadas junto ao levantamento científico e incluídas no calendário. “Isso gerou um produto no qual é possível acessar o nome popular, de acordo com a localidade, o nome científico e o período de floração de cada planta na região”, finaliza Leão.
Diversidade de plantas
A apicultora e meliponicultora Joelma Nunes, de Primavera, município localizado no nordeste do Pará, afirma que a região possui um vasto pasto apícola, muitas vezes desconhecido pelos produtores e que pode ser melhor aproveitado. O pasto ou flora apícola é o conjunto de plantas interessantes para as abelhas na coleta de recursos, principalmente pólen e néctar.
“Sabemos que temos um pasto apícola muito rico, mas não temos conhecimento de como explorar isso. Com o calendário e a época das floradas do mês, conseguimos nos organizar para capturar os enxames. Além de identificar o melhor local para colocar o nosso apiário”, destaca a criadora.
“Nem nós mesmos sabíamos que conhecíamos tantas plantas apícolas e o potencial que têm na nossa região. É um vasto conhecimento popular”, afirma Andréa Sena, meliponicultora da zona rural do município de São João de Pirabas, no nordeste paraense.
Ela, que trabalha com o mel das abelhas-sem-ferrão e a produção de bebidas e licores, disse que só descobriu o tamanho do conhecimento que tinha a partir do trabalho realizado com técnicos e outros produtores. “Conseguimos enxergar a diversidade da nossa região e o nosso conhecimento em um material palpável para nos apoiar. O calendário contribui diretamente para o nosso dia a dia, permitindo conhecer os períodos de florada e quando precisamos alimentar as abelhas”, avalia.
Foto: Ronaldo Rosa
Inclusão social e conservação ambiental
A meliponicultura é uma atividade exercida em diferentes regiões do Brasil. O País tem 244 espécies de abelhas sociais nativas conhecidas pela ciência. Dessas, 215 estão na Amazônia Legal.
A criação dessas abelhas, segundo o pesquisador Daniel Santiago, é desenvolvida em complemento à renda e conciliada com outras atividades agrícolas, especialmente na agricultura familiar. “É uma atividade inclusiva, geradora de renda e que contribui muito para a conservação ambiental”, pontua.
Santiago ainda cita que, geralmente, a atividade de criação das abelhas exóticas africanizadas (Apis melífera L.) tem sido a que gera renda de forma mais rápida, em volume de mel. “A partir dessa experiência, o produtor passa a conhecer mais sobre as abelhas e, muitas vezes, se torna meliponicultor. Porém, o contrário também pode ocorrer”, acrescenta.
Joaquim de Aviz Silva e a esposa Leuciléa Dias Silva foram morar no interior do Pará, em Quatipuru, região nordeste do estado, depois que se aposentaram e, desde 2007, começaram a criar abelhas. O casal iniciou na apicultura e, mais recentemente, começou a manejar as abelhas-sem-ferrão. “Tudo começou como um hobby, mas a atividade se transformou em renda e, quanto mais aprendemos, mais conhecemos e gostamos das abelhas”, comemora Aviz.
Eles são produtores de mel e estão se dedicando principalmente às abelhas-sem-ferrão. “É uma atividade terapêutica, qualquer pessoa pode criar as abelhas e faz bem para a mente”, conta Lea. “As abelhas só fazem bem, melhoram a agricultura, o meio ambiente e ainda deixam o mel. É um complemento muito importante da renda do agricultor familiar”, garante Aviz.
“Nos últimos anos, a atividade vem crescendo nos estados do Amazonas, Rondônia e Pará, em função da existência de abelhas nativas especialistas na polinização do guaraná, do cafeeiro, e do açaizeiro”, complementa Santiago.
As espécies de abelhas-sem-ferrão (meliponicultura) são de ocorrência ecorregional, mesmo considerando um bioma único, como no amazônico. Por exemplo, no Pará, a jupará (Melipona interrupta) é encontrada com dominância no oeste do estado, a uruçu (M. seminigra), na região sudeste paraense, e as uruçus amarela (M. flavolineata) e cinzenta (M. fasciculata), no nordeste do estado.
Desafios da atividade
“Apesar do enorme potencial, a atividade ainda é limitada devido a diversos fatores, como volume, homogeneidade e qualidade da produção, além da falta de organização do segmento produtivo”, analisa o pesquisador.
Já a apicultura, afirma Santiago, consegue potencializar a organização dos produtores em associações, seja pelo uso dos equipamentos, pela mão de obra compartilhada e pelo volume de produção, que é maior em relação à produção da meliponicultura.
“Considerando que as atividades de criação racional de abelhas sócias são tipicamente exercidas por agricultores familiares, cada uma delas possui especificidades próprias, sejam relativas aos seus produtos ou ao comportamento das espécies de abelhas com relação ao ambiente”, analisa o pesquisador.
O propósito da plataforma Infobee é auxiliar o processo de tomada de decisão dos criadores de abelhas (Foto: Ronaldo Rosa)
A presidente da Cooperativa de Trabalho dos Agricultores Familiares do Município de Primavera (Cooprima), Joelma Nunes, afirma que um dos maiores entraves à meliponicultura na região é a dificuldade em torno da legislação. “Para vender a produção, os meliponários precisam estar registrados juntos aos órgãos responsáveis e a produção deve atender às boas práticas. Esse tipo de informação precisa chegar na ponta para transformar a realidade”, explica.
Nos últimos anos, os estados do Amazonas e Pará implementaram legislações para potencializar a criação das abelhas nativas (Resolução Cemaam nº 34, de 27/12/2021) e a comercialização de produtos (Portaria n° 7.554/2021). “Essas legislações vêm fomentando a organização da cadeia produtiva em seus estados, porém a atividade ainda carece de subsídios”, avalia Santiago. Ele vê o pagamento por serviços ecossistêmicos como uma ferramenta importante para subsidiar os produtores e fortalecer a atividade na Amazônia.
Diante da webcam de um computador do Fórum da Comarca de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá), um reeducando do regime aberto realizou a primeira comprovação de comparecimento em juízo em Mato Grosso, de forma remota, por meio do módulo Totem. O registro foi acompanhado de perto pelo corregedor-geral da Justiça de Mato Grosso, desembargador Juvenal Pereira da Silva, que comandou a cerimônia de lançamento do Sistema de Apresentação Remota por Reconhecimento Facial (Saref), na sexta-feira (20).
O registro só foi possível após cadastro (coleta de dados e fotografia), realizado no início do mês de outubro, dos reeducandos em cumprimento de pena nos regimes aberto e semiaberto que optaram por usar o sistema.
O Saref é uma ferramenta inovadora integrada ao Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) originalmente desenvolvida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e adaptada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a nacionalização na Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ-Br).
O corregedor destacou que o projeto-piloto em Mato Grosso representa um avanço pioneiro para a Justiça brasileira, além de trazer dignidade aos apenados. “A ferramenta traz dignidade para os reeducandos, pois garante acesso à justiça, evita tumulto no fórum e facilita a vida do servidor”, avaliou Juvenal Pereira. “O projeto nasceu no contexto dos desafios impostos pela pandemia de Covid-19, ao buscar soluções para manter as apresentações periódicas dos apenados. A ferramenta provou ser segura e eficaz e agora a testamos em um ambiente controlado e sob condições normais. Estamos comprometidos em avaliar o impacto deste piloto, aprimorá-lo e compartilhar nossas experiências.”
O sistema possui linguagem simples e navegação rápida e intuitiva. Além do módulo Totem, o usuário poderá utilizar o Saref pelo módulo Mobile, que permite que a apresentação periódica seja feita de onde o apenado estiver desde que tenha internet, um aparelho de celular com câmera e que habilite as configurações de localização, não sendo mais necessário deslocamentos até o fórum.
“É com grande satisfação que recebemos do Poder Judiciário esse Sistema. É um avanço significativo no cumprimento de pena e certamente uma daquelas mudanças que logo nós nos perguntaremos: ‘Por que não fizemos isso antes?’. Tamanha a eficiência, racionalidade e o desempenho que esse sistema trará a toda prestação jurisdicional”, comentou o presidente da 17ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Sorriso, Fernando Mascarello, que participou da cerimonia de lançamento. “Sorriso deve se sentir lisonjeada por ser a primeira comarca a receber esse sistema e agradecer a Corregedoria pela sensibilidade em nos presentear com esse sistema. Temos certeza que trará grandes ganhos tanto para a administração pública como ao próprio Judiciado”, ressaltou.
A juíza diretora do Foro, Giselda Andrade, apoiou desde o início o projeto e disse que o novo sistema libera servidores para cumprir outras funções, já que a comarca possui cerca de 700 reeducandos que podem ser beneficiados com a mudança.
A magistrada Emanuelle Navarro, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Sorriso e coordenadora do SAREF no Estado reforça que o sistema traz economia de tempo e dinheiro, mas lembra que a adesão é voluntária. “O modelo tradicional de apresentação em juízo continua valendo. Entendemos que existem aquelas pessoas que não têm acesso à internet, que estão em comunidades rurais, ou não tem conhecimento técnico e devem continuar usando o modelo antigo. Fazer a apresentação à distância é opcional”, reforçou a magistrada.
O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o prefeito Ari Lafin, a promotora de Justiça Maísa Fídelis Gonçalves Pyrámides, o defensor público Thiago Almeida Morato Mendonça, o vereador Rodrigo Machado, o Comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel Jorge Luiz de Almeida, o delegado titular da Delegacia de Sorriso, Eugenio Rudy, e o diretor de Polícia Penal do Centro de Ressocialização de Sorriso (CRS), Enilson de Castro Souza, além de magistrados, servidores da Comarca e convidados.
A ampliação do Saref faz parte do Programa Justiça 4.0, uma parceria do CNJ e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Além do piloto no TJMT, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (TJSC) também testará a ferramenta na comarca de Criciúma. O CNJ estuda a expansão do uso do Saref para outros tribunais em todo o país.
“A adoção de tecnologias inovadoras representa uma modernização do sistema judiciário para conferir maior eficiência ao processo judicial. Com o uso de uma tecnologia avançada, segura e integrada ao SEEU, o Saref torna mais ágil e efetiva a tramitação processual das execuções penais no país”, explica o juiz-auxiliar da Presidência do CNJ, João Felipe Menezes Lopes, que atua no Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF).
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por meio da Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ-TJMT), se prepara para o lançamento do projeto piloto do Sistema de Apresentação Remota e Reconhecimento Facial (SAREF). A cerimônia para apresentar a novidade à sociedade será dia 20 de outubro (sexta-feira), às 10h30 (horário local), no Fórum da Comarca de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá).
O sistema, desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e adaptado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para nacionalização na Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ-Br) permitirá que os reeducandos em cumprimento de penas nos regimes aberto e semiaberto possam comprovar o comparecimento em juízo de forma remota, via celular, por meio de reconhecimento facial e geolocalização, não sendo mais necessário deslocamentos até o fórum.
A Justiça de Mato Grosso será a primeira no Brasil a testar a ferramenta alternativa de comprovação de comparecimento em juízo. O TJMT editou a portaria conjunta TJMT/CGJ n 89, de 21 de junho de 2023, que dispõe sobre o projeto-piloto em Sorriso e para fazer uso, o reeducando precisa aderir à proposta. O Tribunal de Santa Catarina (TJSC) também se prepara para testar a novidade na Comarca de Criciúma.
Em Mato Grosso, o cadastramento dos reeducandos no Sistema teve início segunda-feira (09). A comarca de Sorriso, escolhida para sediar o projeto-piloto, tem cerca de 700 reeducandos. “Mas nem todos precisam comparecer em juízo, ou seja, o número de cadastros será um pouco menor”, explicou a magistrada Emanuelle Navarro, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Sorriso e coordenadora do SAREF no Estado.
Segundo o CNJ, o sistema possui linguagem simples e navegação rápida e intuitiva. O usuário poderá utilizar o SAREF em duas versões: o módulo Totem e o módulo Mobile. O primeiro será fisicamente instalado na vara, e poderá ser operado diretamente pelo apenado. Já o módulo Mobile permite que a apresentação periódica seja feita de onde o apenado estiver desde que ele tenha internet, um aparelho de celular com câmera e que habilite as configurações de localização.
“Nós estamos trabalhando para cadastrar o maior número de reeducandos. O Sistema traz economia de tempo e dinheiro, afinal, não há necessidade de locomoção, o reeducando não precisará vir até o Fórum para cumprir sua medida. Mas, nós entendemos que existem ainda aqueles que não têm acesso à internet, que estão em comunidades rurais, e que devem continuar com o modelo antigo. Fazer a apresentação à distância é opcional”, lembrou a magistrada.
De acordo com o juiz-auxiliar da CGJ-TJMT, Lídio Modesto, que tem entre suas atribuições questões relacionadas à tecnologia e inteligência artificial, este Sistema nasceu em meio aos desafios da pandemia da Covid-19. “Existia uma dificuldade de atendimento e até mesmo de locomoção neste período, o que prejudicou a apresentação de apenados, impedindo o cumprimento de um dos requisitos necessários para o livramento condicional. Ele tem inúmeras vantagens. Trata-se de um sistema web, padronizado, interoperável e com requisitos de segurança, acessibilidade e linguagem simplificada”, disse.