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  • Visita ao CTECNO Parecis mostra estratégia de manejos para segunda safra em solos arenosos

    Visita ao CTECNO Parecis mostra estratégia de manejos para segunda safra em solos arenosos

    O dia de visita técnica ao Centro Tecnológico do Parecis (CTECNO Parecis), da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), reuniu nesta quarta-feira (16.04) produtores da região Oeste para conhecerem as pesquisas em manejo de segunda safra, especialmente na cultura do milho e plantas de cobertura, com foco em solos de textura média e arenosa.

    O coordenador das pesquisas no CTECNO Parecis, Rodrigo Knevitz Hammerschmitt, enfatizou que as pesquisas colaboram com as melhores escolhas para produtividade. “Com todo esse legado dos resultados de pesquisa do CTECNO Parecis o produtor pode utilizar essas informações para utilizar dentro das suas fazendas, pois aqui a gente, então, faz muitos trabalhos de pesquisa relacionados à soja, milho e plantas de cobertura e tenta, então, fornecer para o produtor o melhor manejo para ele estar executando dentro. Dentro da sua fazenda”, destacou.

    Nesta edição os temas tratados foram a Ecofisiologia do milho: Compreender para manejar, Parcelamento de nitrogênio no milho; Como o ambiente de produção impacta na produtividade e rentabilidade dos sistemas de produção e Sistemas de rotação de sucessão de culturas com foco na rentabilidade da soja.

    A delegada coordenadora do núcleo de Campo Novo do Parecis da Aprosoja MT, falou sobre a importância da visita técnica. “O CTECNO Parecis é muito importante, porque é uma pesquisa para os produtores, e não tem influência nenhuma de fora, os resultados são verdadeiros e os produtores podem confiar. Aqui nós podemos também tirar as nossas dúvidas com os pesquisadores”, disse a produtora. “Para nós, do núcleo de Campo Novo, também é satisfatório receber produtores de outras cidades e também daqui do município, para que essas pesquisas os ajudem lá na lavoura”, completou.

    O evento contou com a presença do professor da Universidade de Santa Maria-RS, Alencar Junior Zanon, que enfatizou a relevância das pesquisas regionais promovidas pela Aprosoja Mato Grosso.

    “É fundamental a geração de dados regionais. Então eu gostaria de parabenizar a Aprosoja MT e todo o time de pesquisa por realmente estar gerando informação e permitir que o consultor e que o produtor tomem decisão com base em dados e não com base em opinião. A lucratividade da lavoura precisa ser cada vez maior e a tomada de decisão precisa ser feita com base em dados”, disse.

    O produtor de Sapezal, Marcelo Fischer Paludo, que produz em área arenosa e já participou de mais de quatro visitas técnicas no CTECNO Parecis, contou que as pesquisas sobre os manejos, colabora com a tomada de decisão.

    “Nós produtores temos que buscar soluções para as baixas produtividades que a gente tem na areia, principalmente de milho. Esse é um dos problemas que a gente tem nos solos arenosos, a baixa produtividade do milho, a multiplicação de nematoides, buscamos também informações sobre cobertura de solo para fugir da pressão das nematoides. Os manejos que vemos aqui faz muita diferença na lavoura, eu já usei informações sobre parcelamento de nitrogênio, inclusive agora nos estandes aqui estou aprendendo mais uma coisa, que a gente achava que era melhor parcelar até V7, e ele explicou que o estágio ideal é V3”, relatou.

    Já o delegado do núcleo de Sapezal, Willian Cassol, destacou os impactos dos resultados das pesquisas na tomada de decisões.

    “Aqui hoje é um dia muito importante para todos nós ouvimos sobre a ecofisiologia no sistema do milho, onde a gente pode ver diferentes tipos de condições, principalmente relacionado a condições hídricas de solo, argiloso e arenoso. Também com relação a coberturas que a gente viu numa estação anterior. Tudo é uma relação onde a gente consegue partir daqui tirar muitas informações para levar para o nosso dia a dia na fazenda, isso acaba impactando nossas tomadas decisões, seja por época de plantio, a condição do solo em si, o manejo que a gente vai fazer, com a adubação principalmente, e claro, a relação custo benefício que tem que ser analisado. E aqui no CTECNO a gente pode ter a certeza que são resultados confiáveis e que no dia a dia vai agregar muito para nós lá na fazenda”, disse.

    O próximo dia de visitas promovido pela Aprosoja Mato Grosso será no dia 25 de abril, dessa vez com informações sobre os manejos em solos mais rasos e siltosos, no CTECNO Araguaia. As inscrições podem ser feitas pelo site da Aprosoja MT.

  • HackaMT: Projeto vencedor propõe solução para reduzir desperdício no SUS

    HackaMT: Projeto vencedor propõe solução para reduzir desperdício no SUS

    Uma solução tecnológica para combater o desperdício de vacinas na rede pública foi o destaque da edição Pantanal do HackaMT, realizada em Cáceres (MT). O projeto vencedor propôs um sistema de controle e redistribuição de doses com base em agendamentos prévios e comunicação entre unidades de saúde, com foco na redução do descarte por vencimento ou por frascos multidoses abertos.

    Durante três dias de evento, a equipe desenvolveu o sistema batizado de “Imunize-me”, que permite às unidades mensurar a demanda diária, semanal e mensal, evitando a abertura de frascos desnecessários. Caso uma unidade já tenha um frasco em uso, o sistema alertaria outras próximas, permitindo o redirecionamento de pacientes para o local, reduzindo perdas e otimizando recursos.

    Como premiação, os vencedores receberão cinco Bolsas de Desenvolvimento Tecnológico, com duração de até 12 meses, totalizando R$ 91,2 mil em investimento do Governo do Estado por meio da Fapemat. A equipe também será acompanhada por uma trilha de capacitação para concluir o desenvolvimento da solução e entregá-la à Prefeitura de Cáceres.

    A maratona reuniu dez equipes e contou com a participação de programadores, designers e empreendedores. O tema do desafio foi sugerido pela administração municipal com foco em um dos principais gargalos da saúde pública local. O evento teve organização da Seciteci, em parceria com instituições acadêmicas, órgãos públicos e agentes do ecossistema de inovação estadual.

    O HackaMT já passou por outras cidades do estado e terá novas edições ao longo de 2025.

  • Projeto leva inovação e conhecimento a regiões isoladas de Mato Grosso

    Projeto leva inovação e conhecimento a regiões isoladas de Mato Grosso

    Em Mato Grosso –  O projeto Ribeirinho Cidadão, que começou nesta segunda-feira (7) e segue até 16 de abril, recebe pela terceira vez a participação do Circuito Itinerante MT Ciências, que agora conta com o Furgão da Ciência — uma unidade móvel compacta e equipada com kits didáticos, experimentos interativos e óculos de realidade virtual. A ação visa tornar o conhecimento científico mais acessível a populações de difícil alcance no estado.

    A iniciativa percorre os municípios de Porto Esperidião, Jauru, Reserva do Cabaçal e Salto do Céu, oferecendo oficinas práticas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. A proposta é despertar o interesse pelo conhecimento e promover inclusão científica, especialmente em regiões com pouco acesso à educação formal.

    Coordenado por instituições estaduais e federais, o Ribeirinho Cidadão oferece serviços básicos como justiça, saúde, cidadania e cultura. Em 2024, já foram realizados mais de 35 mil atendimentos.

  • Show Safra Mato Grosso: Inovação e Empreendedorismo Impulsionam o Cooperativismo

    Show Safra Mato Grosso: Inovação e Empreendedorismo Impulsionam o Cooperativismo

    A inovação e o empreendedorismo são pilares essenciais para o fortalecimento das cooperativas no cenário do agronegócio. Durante o Show Safra Mato Grosso 2025, um dos mais importantes eventos do setor, esses temas foram debatidos no painel “Cultura de Inovação e Intraempreendedorismo em Cooperativas”, que contou com a participação de Lucas Bragagnolo, gerente de inovação do Sicredi Ouro Verde MT.

    Com uma vasta experiência em transformação digital, metodologias eficientes e inovação corporativa, foram apresentadas estratégias práticas para cultivar a cultura da inovação nas cooperativas. O palestrante destacou a importância da liderança na implementação de projetos estratégicos que não apenas impulsionam o cooperativismo, mas também geram resultados positivos no setor.

    A adoção de novas tecnologias tem revolucionado a maneira como as cooperativas operam, exigindo uma gestão eficiente e processos mais ágeis. Nesse cenário, o intraempreendedorismo se torna um pilar fundamental, incentivando os colaboradores a desenvolverem soluções inovadoras dentro de suas instituições. Isso se traduz em um diferencial competitivo essencial para o sucesso e crescimento das cooperativas.

    Promovido pela Fundação Rio Verde, o Show Safra Mato Grosso 2025 se consolida como um evento indispensável para profissionais do agronegócio que desejam se atualizar sobre tendências, tecnologias e estratégias para o futuro do setor.

  • Inovação na indústria recuou em 2023 no Brasil, diz IBGE

    Inovação na indústria recuou em 2023 no Brasil, diz IBGE

    A parcela de indústrias brasileiras que inovaram em produtos ou processos ficou em 64,6% do total das empresas, em 2023. Segundo dados da Pesquisa de Inovação (Pintec) 2023, divulgada nesta quinta-feira (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual é inferior aos registrados em 2022 (68,1%) e em 2021 (70,5%).

    “A gente considera uma empresa inovadora aquela que, em 2023, lançou um produto novo ou substancialmente aprimorado ou um processo de negócio novo ou substancialmente aprimorado. Os dados mostram que a gente vem observando uma queda desde 2021”, explica o pesquisador do IBGE Flávio José Marques Peixoto.

    A taxa de inovação aumenta com o porte da empresa. Em 2023, por exemplo, 73,6% das empresas com 500 funcionários ou mais apresentaram inovação. O percentual caiu para 70,8% quando analisadas apenas as empresas com 250 a 499 funcionários, e para 59,3% no caso das empresas que têm de 100 a 249 empregados.

    Considerando-se o tipo de inovação, 34,4% das empresas inovaram tanto em produtos quanto em processos de negócios, enquanto 16,6% só fizeram inovações em processos e 13,6% só inovaram em produtos.

    Em relação aos produtos inovadores, 68% eram novos apenas para a empresa (ou seja, já eram usados em outras empresas do mercado), 27,6% eram novidades para o mercado nacional (usado em outros países, mas não no Brasil) e 4,4% eram inovações para o mercado mundial.

    Já em relação aos processos de negócios, 31,7% eram voltados para a organização do trabalho; 29,4% para a produção de bens ou fornecimento de serviços; 27,9% para marketing; 27,6% para processamento de informação e comunicação; 25,7% para práticas de gestão ou relações externas; 18% para contabilidade e operações administrativas e 17,2% para logística, entrega ou distribuição.

    Dentre as empresas inovadoras, 32,9% cooperaram com outras empresas ou consumidores para fazer suas inovações. A maioria das cooperações foi com fornecedores (27,1%), consultores (22,3%), clientes (20,2%) e infraestrutura de ciência e tecnologia (19,9%).

    Também foram observadas cooperações com outras empresas do grupo (12,4%), start-ups (9,9%) e até concorrentes (3,2%).

    Dificuldades

    Entre as empresas inovadoras, 47,6% encontraram problemas ou obstáculos para inovar em 2023, abaixo, por tanto, dos percentuais de 2022 (47,9%) e de 2021 (59,1%).

    “Empresas sempre enfrentaram problemas e obstáculos na sua inovação, sejam empresas inovadoras ou não. No caso do das inovadoras, vários aspectos atrapalham, incluindo problemas no seu processo inovativo. No caso das não inovadoras, na maioria das vezes, essas questões impedem que as inovações sejam realizadas”, destaca Peixoto.

    Em 2023, as principais dificuldades enfrentadas foram instabilidade econômica (44,2%), capacidade limitada de recursos internos (42,1%) e acirramento da concorrência (41,4%).

    Foram constatados também problemas como mudanças nas prioridades estratégicas (37,6%), baixa atratividade da demanda (36,9%), limitações tecnológicas externas à empresa (36,4%), dificuldade em estabelecer parcerias (34,8%) e dificuldades para obtenção de apoio público (33,9%).

    Entre as empresas não inovadoras, 21,7% encontraram problemas e obstáculos para inovar, abaixo dos 28,3% de 2022 e dos 33,9% de 2021. Os principais motivos apontados foram instabilidade econômica (21,2%), baixa atratividade da demanda (19,2%) e acirramento da concorrência (19%).

    De acordo com o IBGE, 36,3% das empresas inovadoras utilizaram apoio público para inovar, menos que os 39% de 2022. Entre os instrumentos usados por essas indústrias, em 2023, destacam-se incentivo fiscal à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e à inovação tecnológica (26,4%), financiamento exclusivo para máquinas e equipamentos utilizados para inovar (10,5%) e financiamento a projetos de P&D (6,5%).

    “Atividades de inovação são atividades que têm riscos e certezas e, às vezes, o apoio público vem para diminuir um pouco esses riscos, principalmente no longo prazo”, ressalta o pesquisador.

    “De 2022 para 2023, praticamente todos os instrumentos tiveram uma queda, exceto o incentivo a fiscal à P&D e à inovação tecnológica, ou seja, ao uso da Lei do Bem, que teve um pequenino aumento de 26,2% para 26,4%”.

    O levantamento do IBGE mostrou ainda que empresas inovadoras tiveram interesse em utilizar apoio público mas acabaram não usando. Entre os principais interesses estavam incentivo fiscal à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e à inovação tecnológica (29,7%), financiamento exclusivo para máquinas e equipamentos utilizados para inovar (25,8%) e financiamento a projetos de P&D (22,5%).

    Pesquisa & desenvolvimento

    O IBGE também fez um levantamento sobre as indústrias que investiram em P&D no país. Em 2023, o percentual era de 34,3%, pouco abaixo da taxa do anterior (34,4%), mas acima da de 2021 (33,9%).

    “Entre as empresas menores, teve um aumento na incidência de empresas de 100 a 249 [funcionários] que realizaram na P&D, de 25,3% [em 2021 e 2022] para 26,5% [em 2023], mas houve uma queda bem razoável nas grandes empresas [acima de 500 funcionários], que vem caindo desde 2021 [quando o percentual era 56,3%], chegando agora em 50,3%”, destaca Peixoto.

    Os setores com mais empresas que investiram em P&D foram farmoquímica e farmacêutica (67,8%), equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (66,9%) e produtos químicos (63%).

    Por outro lado, as atividades com menor taxa de dispêndio em P&D foram couro, artigos de viagens e calçados (15,6%), produtos têxteis (14,3%) e produtos de madeira (10,3%).

    Segundo o IBGE, 53,1% das empresas inovadoras investiram em P&D, em 2023, acima dos percentuais de 2022 (50,6%) e de 2021 (48,1%).

    Em relação às expectativas futuras, 59,1% das empresas inovadoras que investiram em P&D planejavam manter seus dispêndios em 2024, 37,4% tinham intenção de aumentar e apenas 3,5% pretendiam diminuir esses dispêndios. Já para 2025, 49,1% pretendiam ampliar; 48,8%, manter; e 2,1%, diminuir.

  • Técnicas combinadas identificam milho transgênico de forma ágil e acessível

    Técnicas combinadas identificam milho transgênico de forma ágil e acessível

    A espectroscopia de plasma induzida por laser (LIBS) combinada com algoritmos de aprendizado de máquina pode ser uma técnica de triagem alternativa para identificar e discriminar grãos de milho transgênico de variedades convencionais. A metodologia, desenvolvida por pesquisadores da Embrapa, quatro universidades de três regiões do País e um instituto italiano, se mostrou capaz de fazer a distinção de forma precisa, rápida e acessível.

    Atualmente, a detecção e quantificação de alimentos e rações geneticamente modificados é realizada pelo teste padrão baseado na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), que detecta e quantifica a presença de proteínas específicas de DNA na amostra. Apesar de sua boa precisão e sensibilidade, esse método é demorado e caro.

    Nas últimas décadas, a produção e o consumo de produtos agrícolas modificados geneticamente mundialmente aumentaram significativamente, devido ao crescimento populacional e à crescente demanda por alimentos. Paralelamente, cresceu a demanda por métodos rápidos e baratos para identificar e discriminar produtos geneticamente modificados (cujo DNA sofreu alteração por meio de técnicas de engenharia genética) e não modificados nos setores de controle e comercialização de alimentos.

    Técnicas validadas

    O estudo fez parte do doutorado de Matheus Cicero Ribeiro, orientado pelo professor Bruno Marangoni no Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Na Embrapa Instrumentação (SP), os experimentos foram acompanhados pela coordenadora do Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf), a pesquisadora Débora Milori.

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    Foto: Joana Silva

    “A principal novidade da nossa pesquisa está na combinação do uso da técnica LIBS, com análises multivariadas e aprendizado de máquina (Machine Learning), na qual as informações elementares das amostras foram avaliadas e utilizadas para construir critérios de decisão que diferenciem as amostras transgênicas das amostras não-transgênicas”, afirma Ribeiro.

    Segundo ele, o trabalho mostrou que a combinação de técnicas consegue diferenciar variedades distintas de milho geneticamente modificados e convencionais, caso elas apresentem composição elementar semelhante. “Elas apresentam vantagens essenciais, como baixo custo, resposta rápida, sensibilidade razoável e fácil aplicação”, complementa.

    O desafio principal da pesquisa envolveu identificação dos constituintes, elementos como carbono (C), nitrogênio (N), magnésio (Mg), potássio (K), hidrogênio (H), ferro (Fe) e sódio (Na). Entre esses, o carbono apresentou maior influência na diferenciação entre a classe transgênica da classe não-transgênica de milho.

    “Como as amostras apresentaram composição elementar muito similar, isto é, apresentam os mesmos elementos, identificar marcadores específicos de cada classe foi um processo minucioso que consumiu muito tempo de análise. Dessa maneira, houve a necessidade da combinação das análises multivariadas com o aprendizado de máquina, momento em que o computador conseguiu identificar marcadores que foram capazes de diferenciar as amostras no processo de classificação”, explicou Ribeiro.

    Outro diferencial do estudo foi que ele avaliou uma quantidade significativa de amostras, 160 no total, consiste no total significativo de amostras provenientes de diferentes variedades transgênicas e não-transgênicas de milho, num total de 160. A pesquisa envolveu seis espécies de milho, quatro transgênicas e duas convencionais. Ribeiro conta que esta é a primeira vez que um protocolo de validação externa foi testado para a classificação de milho transgênico usando LIBS. “A validação externa corroborou a robustez do modelo,” relata.

    Impactos diretos

    “Esse método oferece uma solução eficaz para monitoramento e rastreabilidade no setor agrícola, atendendo às exigências de regulamentação e segurança alimentar e garantindo conformidade com políticas nacionais e internacionais,” reforça o professor Bruno Marangoni ao ressaltar que a metodologia identifica a origem da amostra de forma ágil e acessível.

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    Foto: Victor Otsuka

    A técnica pode ser utilizada por laboratórios de análise de alimentos, centros de controle de qualidade, indústrias agroalimentares e órgãos reguladores. Mas empresas agrícolas e de biotecnologia também podem utilizar a tecnologia para monitorar e certificar a origem de suas produções. Segundo ele, além disso, autoridades de vigilância sanitária, nacionais e internacionais, podem aplicá-la para fiscalizar produtos alimentícios, assegurando a proteção do consumidor e a conformidade com as normas vigentes.

    “Com testes ágeis sobre a origem dos produtos, seria possível ampliar o número de itens analisados, resultando em maior segurança e transparência no mercado. Essa tecnologia também aumentaria a confiança na cadeia de suprimentos alimentares, permitindo que os consumidores façam escolhas informadas sobre o que compram e consomem”, afirma o professor.

    Próximos passos: testes em larga escala

    O próximo passo da pesquisa visa a expansão da base de dados, incluindo um número maior de amostras de diferentes localidades para aprimorar o algoritmo de aprendizado de máquina, aumentando sua robustez e confiabilidade.

    “Em seguida, é importante explorar formas de tornar a metodologia mais acessível e aplicável em larga escala, como a criação de dispositivos portáteis para testes em campo. A padronização do método também é essencial, facilitando sua validação e aceitação por diferentes reguladores e permitindo que ele seja integrado aos processos de controle de qualidade e certificação de transgênicos”, diz Marangoni.

    O milho no topo dos transgênicos

    O milho é um dos alimentos mais difundidos e essenciais do mundo, amplamente consumido por humanos e animais. De acordo com Ribeiro, o milho é a cultura que mais apresenta a maior quantidade de eventos transgênicos entre as geneticamente modificadas. Isso significa que diferentes genes são inseridos no DNA da planta para resistir a efeitos adversos que podem comprometer seu crescimento e produção. Segundo a Embrapa, 90% de todo o milho cultivado no Brasil é transgênico.

    Benefícios do LIBS

    Milori, que trabalha com a técnica há cerca de 20 anos, conta que nos últimos anos a espectroscopia de emissão com plasma induzida por laser (LIBS) atraiu interesse significativo da comunidade científica por sua capacidade de fornecer rapidamente informações qualitativas e quantitativas inestimáveis sobre a composição elementar de vários materiais.

    “Além disso, o LIBS combinado com métodos quimiométricos e de aprendizado de máquina aumentou consideravelmente o desempenho na identificação e discriminação bem-sucedidas de amostras,” relata a pesquisadora. Ela conta que a LIBS é uma técnica analítica popular que encontrou pesquisas e aplicações práticas em diversas áreas, incluindo o setor agrícola. “A técnica também é particularmente atraente devido à disponibilidade de instrumentos portáteis que permitem análises LIBS in situ e on-line”, informa.

    O estudo “Discrimination of maize transgenic and non-transgenic varieties by laser induced spectroscopy (LIBS) and machine learning algorithms”, publicado pelo Microchemical Journal, foi apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

  • Produtor já pode testar aplicativo que usa registro de ondas cerebrais de especialistas para detectar doenças da soja

    Produtor já pode testar aplicativo que usa registro de ondas cerebrais de especialistas para detectar doenças da soja

    A ferramenta que detecta doenças da soja, resultante da parceria Embrapa, Macnica DHW e InnerEye, está disponível para ser testada nesta safra. Técnicos e produtores, que lidam com a cultura no País, já podem acessar o aplicativo PlantCheck ID, gratuitamente, para os sistemas Android e iOS nas lojas de aplicativo. Em breve, também estará disponível para detecção de doenças do  milho.

    A parceria começou em 2022 com o treinamento do sistema para o reconhecimento de plantas doentes e não doentes, depois para doenças de relevância econômica e avança, agora, para a oferta da ferramenta para teste em larga escala. O aplicativo tem interface simplificada, segundo Jayme Barbedo, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e líder do projeto.

    “O usuário observa um sintoma na lavoura para o qual gostaria de ter um diagnóstico. Tira uma fotografia e transmite, via celular ou computador, aos servidores da InnerEye, em Israel. Lá, o modelo é rodado e uma resposta é produzida para o usuário. O processo não demora mais que alguns segundos”, detalha Barbedo.

    “Uma das grandes vantagens do aplicativo é tornar o processo de identificação de doenças mais rápido e assertivo, facilitando a vida do produtor. Além disso, ele também incluirá, em breve, alguns Apps da própria Embrapa, como o ClimaAPI e o Agrotermos, possibilitando ao usuário acessar todas essas informações a partir de uma única plataforma”, reforça Fábio Petrassem de Sousa, presidente da Macnica DHW.

    Ferrugem asiática, oídio e mancha alvo estão entre as principais doenças que afetam as plantas da soja que o aplicativo, treinado por meio de inteligência artificial (IA), a partir de análises de especialistas da Embrapa Soja, consegue identificar em estágio inicial.

    Doenças com características parecidas dificultam a distinção de sintomas. “As doenças ocorrem em fases diferentes da cultura, necessitando de  manejo específico de acordo com o patógeno para garantir eficiência na aplicação de fungicidas”, explica a pesquisadora Dagma da Silva Araújo, da Embrapa Milho e Sorgo.

    A utilização de IA para criar mecanismos de identificação de doenças vai oferecer maior segurança à tomada de decisão, diz. Sem controle, a ferrugem asiática pode provocar perdas de até 90% de produtividade, segundo o Consórcio Antiferrugem. Os números evidenciam o valor da prevenção, especialmente em tempos de eventos climáticos extremos a favorecer o surgimento e a expansão de novos fungos.

    Bons motivos para o setor produtivo participar do aperfeiçoamento da solução tecnológica que confere autonomia e agilidade na identificação de fitopatologias em estágio inicial e assertividade na tomada de decisão, aponta a equipe de especialistas. Práticas agrícolas sustentáveis também são favorecidas pelo uso da tecnologia, otimizando o uso de defensivos e reduzindo impactos ambientais.

    Sinais neurais

    capacete Macnica Pesquisador Rafael soares credito

    A iniciativa pioneira de captura de sinais neurais de fitopatologistas da Embrapa Soja e Embrapa Milho e Sorgo para detecção de doenças é feita a partir de um dispositivo ECG, uma espécie de capacete com eletrodos (foto/Macnica) que capturam as ondas cerebrais. Então, os sinais cerebrais são enviados ao software da InnerEye, que faz o processamento das imagens e traz os resultados, diz Sousa. “Esse sistema serviu de base para especialistas da Macnica conceberem o aplicativo”, completa.

    O sistema simula o funcionamento cerebral no momento em que especialistas visualizam imagens de plantas doentes, automatizando a rotulagem e tornando a etapa mais rápida e eficiente. O pesquisador Jayme Barbedo, destaca que as ferramentas de IA evoluíram muito, mas carecem de grande volume de dados para um crescente aprimoramento.

    Desafio que a equipe desenvolvedora do aplicativo pretende vencer com a participação dos produtores. “Quanto mais retornos obtivermos nessa etapa de teste em larga escala, mais ampliaremos o banco de dados e a acurácia da ferramenta”, diz Barbedo. O pesquisador ressalta ainda o papel educativo da tecnologia na disseminação de informações sobre as doenças. A gratuidade no acesso ao aplicativo será mantida após a fase de testes.

    Validação

    Depois da prova de conceito, em 2023, que atestou a acurácia do método de identificação de doenças em soja por meio da IA e o modelo foi concluído, a primeira fase de validação da tecnologia para a cultura teve início este ano, junto a um grupo restrito de cerca de 20 produtores.

    As sugestões foram aproveitadas no melhoramento da ferramenta, que chega, de maneira gratuita, às mãos de profissionais da agronomia, da extensão rural e do setor produtivo para a etapa ampliada de testes. Veja vídeo aqui e faça o download do App na loja pelo link: plantcheckid.embrapa.mdhw.dev/home a partir de março  de 2025. O email de suporte para dúvidas de usuários junto à Macnica é: suporte@plantcheckid.com .

    “As doenças possuem características muito específicas quanto aos sintomas e também podem ser confundidas com sintomas de outras doenças e sintomas causados por fatores abióticos (que não resultam da ação de seres vivos), informa Dagma Araújo. No futuro, outras doenças deverão ser inseridas ampliando o potencial e funcionalidades do aplicativo, voltado à tomada de decisão.

    Na fase atual, o objetivo é validar se o uso de ondas cerebrais como metodologia pode ter aplicabilidade segura. Os demais passos virão com as sugestões dos produtores que estão testando a ferramenta no aplicativo, diz a pesquisadora.

    O aperfeiçoamento do aplicativo deve resultar numa versão a ser entregue no segundo  semestre de 2025, mas o aprimoramento será contínuo, visando acompanhar a dinâmica da atividade agrícola.

    Milho

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    Foto: Sandra Brito

    A cultura do milho, que comumente sucede à da soja, será a próxima a contar com o suporte do aplicativo. De acordo com estudo da Embrapa, o consumo do grão na alimentação humana é pouco representativo do ponto de vista de mercado, embora relevante em regiões de baixa renda. De 60% a 80% do consumo do grão, no Brasil, vai para a alimentação animal.

    O complexo dos enfezamentos, a mancha branca do milho e a mancha de turcicum são as doenças a serem inseridas no sistema, inicialmente. A escolha das doenças para entrarem na fase de testes do aplicativo é justificado por serem economicamente importantes para a cultura no País.

  • Debate da Embrapa discute desafios e transformações no emprego rural frente ao avanço tecnológico

    Debate da Embrapa discute desafios e transformações no emprego rural frente ao avanço tecnológico

    No dia 27 de fevereiro, a Rede de Socioeconomia da Agricultura da Embrapa (RSA) realizou mais um encontro da série Debates em Socioeconomia, desta vez com foco no mercado de trabalho na agricultura. Especialistas discutiram os desafios e transformações no emprego rural diante da mecanização e das novas demandas do agronegócio. O evento, transmitido pelo YouTube, foi coordenado por Job Lúcio Vieira e Pedro Abel, da Assessoria de Estratégia da Embrapa (AEST), e moderado por Décio Gazzoni (Embrapa Soja). Entre os debatedores estavam Isabel Mendes de Faria (Confederação Nacional da Agricultura – CNA), Hélio Zilberstein (USP) e Vahid Vahdat (Instituto Veredas e UFABC).

    Transformação do emprego rural e queda na ocupação

    A economista Isabel Mendes de Faria, da CNA, apresentou um panorama atualizado do emprego no agronegócio. Segundo ela, o setor respondeu por 26,8% dos empregos no Brasil em 2023, empregando 28,3 milhões de pessoas. No entanto, houve uma redução significativa na ocupação direta na agropecuária.

    “Entre 2012 e 2023, quase dois milhões de postos de trabalho foram extintos no campo, enquanto setores ligados ao agronegócio, como agroindústria e agrosserviços, registraram crescimento“, explicou Isabel. Esse fenômeno reflete a migração da mão de obra para outros segmentos da cadeia produtiva, impulsionada pela mecanização e pela necessidade de qualificação profissional.

    Ela também destacou que 45% da mão de obra rural ainda é informal, embora tenha havido avanços na formalização. O número de trabalhadores sem carteira assinada caiu 2,9% entre 2022 e 2023, enquanto os empregos formais aumentaram 6% no período. “A formalização ainda enfrenta entraves, principalmente os custos para o empregador. A solução passa por conscientização e pela incorporação progressiva desses custos ao preço dos produtos agrícolas”, pontuou.

    Impacto da terceirização no campo

    O professor Hélio Zilberstein, da USP, abordou o impacto da terceirização no setor agrícola. Ele ressaltou que a sazonalidade da atividade sempre exigiu modelos flexíveis de contratação.

    “A reforma trabalhista de 2017 ampliou a terceirização para atividades-fim, flexibilizando as relações de trabalho no campo. Isso trouxe benefícios para a organização do setor, mas também desafios para os trabalhadores, que enfrentam um mercado mais dinâmico e menos estável”, destacou. Para ele, as legislações trabalhistas precisam ser atualizadas para acompanhar as transformações tecnológicas e organizacionais do setor.

    Desafios da inclusão produtiva e o papel da agricultura familiar

    O pesquisador Vahid Vahdat, do Instituto Veredas e UFABC, abordou a inclusão produtiva no meio rural, com foco nos trabalhadores em situação de vulnerabilidade. Ele apontou que a modernização do setor tem reduzido empregos na agropecuária, mas nem todos os segmentos da população têm sido beneficiados igualmente por essa transformação.

    “O agronegócio exige cada vez mais qualificação profissional, o que cria barreiras para trabalhadores de baixa escolaridade. Sem capacitação adequada, muitos acabam excluídos desse novo cenário”, alertou. Para minimizar esses impactos, ele defendeu a criação de políticas públicas voltadas à formação profissional e a diversificação das atividades econômicas no meio rural, reduzindo a dependência exclusiva da agropecuária.

    Inovação tecnológica e qualificação profissional

    O mediador Décio Gazzoni destacou que houve consenso entre os participantes de que, no médio e longo prazo, as inovações tecnológicas levam à necessidade de maior qualificação profissional, o que impacta na melhoria da remuneração e das condições de trabalho.

    “A tríade crescimento econômico, educação (treinamento e capacitação) e desenvolvimento tecnológico é essencial para aumentar a ocupação e a qualidade do emprego no agronegócio”, ressaltou Gazzoni.

    O debate também enfatizou a importância do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) no treinamento e capacitação de trabalhadores do setor. “O Senar tem sido um grande vetor de inovação tecnológica e gestão, auxiliando na profissionalização da mão de obra rural”, concluiu.

    O futuro do emprego no campo

    Os debatedores concordaram que a modernização da agricultura é um caminho irreversível, e o grande desafio é garantir que essa transição ocorra de maneira equilibrada, minimizando impactos sociais. Entre os temas abordados, destacam-se:

    • A crescente necessidade de qualificação da mão de obra para acompanhar as transformações tecnológicas;
    • O papel da inovação e mecanização no aumento da produtividade, com estratégias para reduzir impactos negativos no emprego;
    • A importância das políticas públicas no desenvolvimento rural e no equilíbrio entre eficiência produtiva e inclusão social;
    • A necessidade de novas estratégias para gerar ocupação no meio rural, indo além da agropecuária e incluindo setores como serviços e agroindústria.

    O evento reforçou o papel da Rede de Socioeconomia da Agricultura (RSA), coordenada pela Embrapa, como um espaço colaborativo para discutir os desafios socioeconômicos do setor agropecuário. “A modelagem de soluções tecnológicas e políticas públicas integradas é fundamental para o futuro do trabalho no campo”, afirmou Job Vieira, um dos coordenadores da iniciativa.

    Com cerca de 170 especialistas, a RSA busca antecipar tendências e propor soluções para os desafios da agricultura, promovendo debates, estudos e eventos estratégicos. As discussões levantadas ao longo do ano culminarão em um grande evento em 2025, consolidando propostas para o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário brasileiro.

  • Funcionará até maio: a Microsoft fecha o Skype

    Funcionará até maio: a Microsoft fecha o Skype

    A Microsoft planeja interromper o Skype em maio de 2025. Os usuários terão que mudar para a plataforma Microsoft Teams, o que é confirmado pelo código na nova versão de teste do Skype para Windows descoberta pelos Desenvolvedores XDA.

    – A partir de maio, o Skype não estará mais disponível. Continue chamadas e bate-papos no Teams”, diz a mensagem.

    Ainda não houve anúncios oficiais da Microsoft, mas este registro indica as intenções da empresa de finalmente encerrar o serviço.

    Fechar o Skype é um passo esperado

    A cessação do suporte do Skype não foi uma surpresa, escreve Techzine. Depois de adquirir o serviço em 2011 por US$ 8,5 bilhões, a Microsoft gradualmente perdeu o interesse nele. Em 2019, o mercado de chamadas e mensagens VoIP foi dominado por outras plataformas, como WhatsApp, iMessage, Discord e Microsoft Teams. Mesmo durante a pandemia, o Skype não podia competir com o Teams e o Zoom.

    Nos últimos anos, a Microsoft tentou atualizar o Skype adicionando novos recursos, em particular vídeos curtos e integração com o bate-papo do Bing AI. No entanto, isso não levou a um aumento na popularidade do serviço. A última atualização do Skype foi lançada em maio de 2024 e, desde dezembro de 2023, os usuários não podiam mais comprar créditos do Skype – este foi o primeiro sinal sobre o possível encerramento da plataforma.

    Histórico de criação do Skype

    O Skype foi fundado em 2003 pelo empresário sueco Nicholas Zennstrom e pelo dinamarquês Janus Fries. Eles também foram os criadores da plataforma P2P Kazaa. No início, o Skype usava um sistema híbrido P2P e cliente, mas após a aquisição da Microsoft em 2011, mudou completamente para a infraestrutura do Azure.

    O fechamento do Skype será a conclusão de mais de 20 anos de história de um dos mais famosos serviços VoIP.

  • Centros Tecnológicos da Aprosoja MT contribuem para o avanço das práticas agrícolas

    Centros Tecnológicos da Aprosoja MT contribuem para o avanço das práticas agrícolas

    Neste mês de fevereiro, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) celebra 20 anos de história. Ao longo da última década, a entidade se destacou no desenvolvimento de pesquisas, em seus Centros Tecnológicos (CTECNOs), que buscam gerar soluções práticas para os desafios diários enfrentados pelos produtores, através de pesquisas independentes e voltadas para as reais necessidades do campo.

    Os CTECNOs, localizados nas regiões do Parecis e Araguaia, são fundamentais para promover a inovação agrícola. Criado há nove anos, o CTECNO Parecis dedica-se ao manejo de solos de textura média e arenosa, enquanto o Araguaia, com menos de três anos de existência, se destaca como o único centro de pesquisa independente especializado em solos siltosos do Brasil.

    Com o aumento da demanda por conhecimento técnico especializado, a Aprosoja Mato Grosso decidiu criar os Centros Tecnológicos como uma resposta aos desafios enfrentados pelos produtores. De acordo com o coordenador da Comissão de Defesa Agrícola e vice-presidente sul da Aprosoja MT, Fernando Ferri, a entidade quer melhorar ainda mais os centros de pesquisa.

    “Queremos entregar a resposta em tempo hábil para o produtor, que cada vez tem participado mais, porque um vem comentando com o outro a grandiosidade dos CTECNOs. São vários anos de pesquisa que a pessoa tem acesso num único dia no evento e, participando da etapa de soja e milho, o produtor vai estar atualizado no que há de melhor para sua propriedade”, ressalta Ferri.

    O vice-coordenador da Comissão de Defesa Agrícola e vice-presidente oeste da entidade, Gilson Antunes de Melo, destaca que esses investimentos foram motivados pela necessidade de um espaço onde os produtores pudessem ter acesso a pesquisas independentes.

    “Um grande desafio é a quantidade de novas tecnologias apresentadas ao produtor pelas empresas do setor. Então, entram os CTECNOs pesquisando, avaliando e mostrando o que de fato colabora com o incremento e que diminui custo, pois é uma pesquisa totalmente isenta, e nós temos visto isso a cada ano, com o aumento de visitas e da confiança do produtor nos resultados”, explica Gilson.

    Através de ensaios práticos e soluções inovadoras, os agricultores podem fazer escolhas melhores que impactam na produtividade e sustentabilidade de suas lavouras.

    No CTECNO Parecis, destacam-se as pesquisas voltadas para o manejo da adubação, do sistema de produção, das culturas e, avaliação de híbridos de milho e cultivares de soja em função da época de semeadura e ambiente de produção. Segundo a pesquisadora Daniela Facco, entre os principais resultados observados está o momento de aplicação dos nutrientes, que pode gerar maior impacto na produtividade da lavoura do que o tamanho da dose aplicada.

    “Aqui observamos um impacto bastante importante do enxofre, que é, às vezes, um nutriente secundário, que não é dado muita importância pelos produtores. Quando não faz o uso desse nutriente em solos de textura arenosa, estamos perdendo em torno de oito sacas de soja por hectare”, conta a pesquisadora.

    O CTECNO Araguaia, além de avaliar o potencial agrícola dos solos siltosos e rasos, também investiga outros fatores, como o suprimento de fósforo e potássio, e a rotação de culturas alternativas. Conforme o coordenador de pesquisa deste centro de pesquisa, André Somavilla, as pesquisas também envolvem o plano hidrológico que foi desenvolvido para fazer o manejo da água na lavoura.

    “A curto prazo, o que o produtor tem buscado mais são os ensaios de herbicida. E a longo prazo, os nossos ensaios de calibração de nutrientes e correção de perfil de solo, mas estes ainda requerem um tempo maior de avaliação e de quantificação de resultado”, explica o pesquisador.

    Com seus Centros Tecnológicos, a Aprosoja Mato Grosso reforça seu compromisso em intensificar esforços para o avanço tecnológico e aumento da produtividade com o uso sustentável do solo, sejam eles, arenosos ou siltosos.