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  • “Taxa das Blusinhas”: entenda o impacto do novo ICMS sobre compras internacionais

    “Taxa das Blusinhas”: entenda o impacto do novo ICMS sobre compras internacionais

    E lá vem a “Taxa das Blusinhas”!! Você já se perguntou como o preço das suas compras internacionais é calculado? Ou por que aquele vestido baratinho da sua loja favorita online chega tão caro na sua casa?

    A partir de abril de 2025, esse cenário ficará ainda mais pesado para o bolso dos brasileiros, com o aumento da alíquota do ICMS de 17% para 20% sobre produtos importados.

    Essa mudança, apelidada de “Taxa das Blusinhas”, já tem gerado debates acalorados entre consumidores, varejistas e governo.

    Por que Taxa das Blusinhas?

    A decisão foi firmada pelos estados brasileiros durante a 47ª Reunião Ordinária do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), realizada em dezembro de 2024. Segundo o Comitê, o objetivo principal é alinhar o tratamento tributário dos produtos importados ao aplicado sobre bens nacionais, promovendo uma “isonomia competitiva”. Em outras palavras, a ideia é nivelar a concorrência entre os produtos fabricados no Brasil e aqueles trazidos de fora.

    Nas palavras do Comsefaz, essa mudança busca fortalecer a indústria e o comércio local, além de incentivar a geração de empregos em um contexto global cada vez mais competitivo. Entretanto, para consumidores e empresas de comércio eletrônico, o impacto pode ser outro: aumento de preços e redução no acesso a produtos importados.

    Como a “Taxa das Blusinhas” afeta o consumidor?

    Com a nova alíquota, a carga tributária total em compras internacionais pode chegar a 50%. Vamos a um exemplo prático:

    Hoje, um vestido de R$ 100 adquirido em uma plataforma internacional tem uma carga tributária de R$ 44,50, totalizando R$ 144,50. Com o aumento do ICMS, esse mesmo vestido poderá custar R$ 150.

    Embora a diferença pareça pequena à primeira vista, ela pesa no orçamento das famílias de baixa renda, que já enfrentam dificuldades com a alta carga tributária brasileira. Empresas como Shein e AliExpress, que atendem majoritariamente consumidores das classes C, D e E, alertam para o impacto desproporcional dessa medida sobre as populações mais vulneráveis.

    A visão do varejo nacional

    Por outro lado, representantes do varejo nacional defendem a medida como um passo em direção à justiça tributária. Segundo o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), a carga tributária dos produtos nacionais pode ultrapassar 90%, colocando as empresas brasileiras em desvantagem frente aos produtos importados, especialmente aqueles vendidos por plataformas online.

    O presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho, argumenta que o aumento do ICMS não deve causar um impacto significativo nas importações, mas ajuda a equilibrar o cenário tributário. Ele também aponta que a variação no preço final para o consumidor será de apenas 3,7%, no caso dos produtos importados.

    E o comércio eletrônico?

    Plataformas como Shein e AliExpress já sentiram o baque. Após o aumento do imposto de importação para 20% em agosto de 2024, a Receita Federal registrou uma queda de 40% nas remessas internacionais. Com a nova alíquota de ICMS, espera-se um impacto ainda maior nas vendas.

    Essas empresas argumentam que o Brasil já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo para compras internacionais e que a medida prejudica principalmente quem busca produtos acessíveis para o dia a dia. Para contornar a situação, algumas plataformas têm investido em parcerias locais, mas o aumento do custo das importações pode limitar essas iniciativas.

    O que muda para você, consumidor?

    Se você é fã de compras internacionais, especialmente de itens mais baratos, é hora de repensar seus hábitos. Aqui estão algumas dicas práticas para se preparar:

    1. Planeje suas compras: Antecipe-se às mudanças tributárias e aproveite os preços atuais antes de abril de 2025.
    2. Pesquise alternativas nacionais: Com o aumento dos impostos, pode valer a pena buscar produtos similares fabricados no Brasil.
    3. Fique atento às promoções: Plataformas internacionais podem oferecer descontos para compensar o impacto da nova alíquota.
    4. Reveja suas prioridades: Avalie o que é realmente necessário e tente reduzir o consumo supérfluo.

    É inegável que o Brasil enfrenta desafios imensos em relação à tributação e à competitividade no mercado global. No entanto, qualquer mudança que pese no bolso do consumidor deve ser analisada com cuidado. Será que a “Taxa das Blusinhas” vai mesmo fortalecer a economia local ou apenas dificultar ainda mais o acesso a produtos para milhões de brasileiros?

    No final, o poder de adaptação e resiliência de cada um de nós fará a diferença. Organize-se, informe-se e busque soluções criativas para driblar os desafios impostos por essa nova realidade. Afinal, como dizem por aí, “crise também é sinônimo de oportunidade”.

  • Correios enfrentam prejuízo bilionário em 2024 devido à “taxa das blusinhas”

    Correios enfrentam prejuízo bilionário em 2024 devido à “taxa das blusinhas”

    As “taxa das blusinhas” praticamente causaram um rombo gigantesco nos Correios. A instituição encerrarou os primeiros nove meses de 2024 com um prejuízo acumulado de R$ 2 bilhões, resultado significativamente pior em relação ao saldo negativo de R$ 824 milhões registrado no mesmo período de 2023.

    O terceiro trimestre foi especialmente crítico, com um déficit de R$ 785 milhões, superando o prejuízo de R$ 89 milhões no mesmo período do ano anterior.

    Esse desempenho coloca a estatal diante de um de seus períodos financeiros mais desafiadores, superando até mesmo o recorde negativo de R$ 2,1 bilhões de 2015.

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    A principal causa desse cenário é atribuída à “taxa das blusinhas”, implementada pela Lei 14.902/2024, que entrou em vigor em agosto. A legislação eliminou a isenção para compras internacionais abaixo de US$ 50, impondo um imposto de 20% sobre essas transações. Essa mudança teve impacto direto no volume de remessas internacionais, reduzindo o faturamento dos Correios nesse segmento em R$ 200 milhões apenas no terceiro trimestre de 2024.

    O impacto da “taxa das blusinhas” nos resultados financeiros

    Novo imposto sobre compras internacionais impacta o bolso do consumidor
    Novo imposto sobre compras internacionais 

    Antes da aplicação da nova lei, o programa Remessa Conforme permitia que compras de até US$ 50 fossem tributadas apenas pelo ICMS.

    A introdução do imposto de importação desencorajou consumidores, causando uma queda no faturamento das postagens internacionais de R$ 3,3 bilhões nos primeiros nove meses de 2023 para R$ 3,1 bilhões em 2024.

    A situação levou os Correios a revisarem sua previsão de receita para o ano. Inicialmente projetada em R$ 22,7 bilhões, a estimativa foi reduzida para R$ 20,1 bilhões, com um déficit anual esperado de R$ 1,7 bilhão.
    A estatal, que já vinha enfrentando desafios operacionais e de modernização, agora lida com questões estruturais ainda mais profundas.

    Medidas para reequilibrar as finanças

    Diante da crise, os Correios anunciaram uma série de medidas de contenção para reduzir custos operacionais e preservar a sustentabilidade da empresa:

    • Suspensão de contratações temporárias: Contratações extras foram congeladas por 120 dias, afetando períodos de maior demanda, como o final de ano.
    • Renegociação de contratos: Todos os contratos vigentes estão sendo revisados, com a meta de reduzir pelo menos 10% dos valores contratados.
    • Revisão de contratos futuros: A prorrogação de acordos só será aprovada se gerar economia significativa.

    Apesar das medidas, o cenário ainda exige atenção. O aviso de risco de insolvência emitido pela estatal reforça a necessidade de reavaliações estratégicas para garantir a viabilidade a longo prazo.