Tag: SUSTENTABILIDADE

  • Governo prevê investimento de R$ 50 bilhões em transição energética

    Governo prevê investimento de R$ 50 bilhões em transição energética

    Em agenda nos estados da Paraíba e de Pernambuco nesta quarta-feira (22/3), o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva visitou, no fim da manhã, o Complexo Renovável Neoenergia na Paraíba, e participou do descerramento da placa de inauguração do empreendimento que combina as tecnologias eólica e solar para geração de energia limpa no Estado.

    Com investimento de cerca de R$ 3 bilhões, o complexo é formado pelo Parque Eólico Chafariz, com capacidade de gerar 471,2 Megawatts (MW), e o Parque Solar Luzia, com potência máxima de gerar 149, 2 MW, além de subestações e linhas de transmissão.

    Parte da comitiva que esteve no município paraibano de Santa Luzia,  o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância do aproveitamento sustentável dos recursos naturais e anunciou que o governo investirá aproximadamente R$ 50 bilhões para realizar o maior programa de transição energética do país, que permitirá construção de mais parques de energia eólica e solar no Nordeste.

    Ele destacou o papel fundamental do Brasil na transição energética e lembrou que esse protagonismo teve início em 2003, no primeiro governo Lula, com o Proinfa, programa de incentivo às fontes alternativas de energia, que foi motor para impulsionar a geração eólica.

    “Isso é geração de emprego, renda e sobretudo indutor da industrialização do Nordeste. O sol e o vento serão os maiores indutores de desenvolvimento, por meio da geração de energia limpa e renovável”, disse, lembrando que o parque renovável  na Paraíba responde por 30% da capacidade de geração do Estado.

    Eduardo Capelastegui, CEO da companhia, disse que o complexo renovável responderá pelo abastecimento de 1,2 milhão de famílias. Ele destacou a formação da comunidade local e a geração de 3,5 mil empregos durante as obras como outros pontos positivos do complexo, além da geração de energia elétrica.

    Inácio Gálan, presidente da Iberdrola, controladora da Neoenergia, também lembrou do compromisso do presidente Lula com um modelo elétrico limpo, autossuficiente e competitivo assumido em seu primeiro mandato. Segundo ele, as empresas vão investir R$ 30 bilhões até 2025 no Brasil.

    O governador da Paraíba, João Azevedo, destacou a importância da capacidade de diálogo do presidente para atrair investimentos para o Brasil. “Cabe ao Estado criar condições para que a empresa que chega aqui se sinta segura porque fará investimentos altos como esses de mais de R$ 3 bilhões.

  • Lideranças indígenas e Lula debatem proteção de terras tradicionais

    Lideranças indígenas e Lula debatem proteção de terras tradicionais

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa hoje (13) da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Como pauta principal estão discussões sobre a proteção das terras tradicionais, gestão dos recursos naturais e a agenda do movimento indígena para o ano de 2023.

    Além de Lula, o evento, que é realizado no Centro Regional Lago Caracaranã, terá a presença da presidente da Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e de representantes de órgãos federais, como o Ministério dos Povos Indígenas, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Polícia Federal, além do Ministério Público.

    A reunião de Lula está prevista para ocorrer às 12h (horário de Brasília). Esta será a segunda visita do presidente ao estado desde que assumiu o mandato, no dia 1º de janeiro. Ele esteve em Boa Vista, no dia 21 de janeiro, quando foi verificar a situação humanitária do povo Yanomami e determinou socorro urgente aos indígenas.

    Desde sábado (11), a assembleia reúne cerca de 2 mil líderes indígenas para discutir o tema Proteção Territorial, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Entre as lideranças, estão representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana, Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona.

    Durante o evento, os visitantes também poderão visitar uma feira de produtos orgânicos, de artesanato e a exposição de animais criados em terras indígenas. Os debates prosseguem até terça-feira (14).

    Edição: Denise Griesinger

  • Selo Mais Integridade é entregue a empresas do agronegócio

    Selo Mais Integridade é entregue a empresas do agronegócio

    Empresas e cooperativas do agronegócio brasileiro que empregam com responsabilidade social, têm foco na sustentabilidade ambiental e adotam práticas éticas, como o combate ao suborno e à corrupção, foram reconhecidas pelas boas práticas e receberam, nesta terça-feira (14), em Brasília, o Selo Mais Integridade 2022/2023.

    O selo é uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Nesta quinta edição, 27 empresas do setor agropecuário receberam o prêmio, das quais 11 receberam a certificação pela primeira vez, com o Selo Mais Verde. Outras 16 entidades renovaram o certificado, conquistando o Selo Amarelo.

    As melhores empresas e cooperativas foram escolhidas pelo Comitê do Selo Mais Integridade, composto por instituições privadas e públicas, que analisaram os relatórios inscritos no processo de seleção, em 2022.

    A Alliance for Integrity no Brasil, que tem o objetivo de incentivar a transparência e a integridade no sistema econômico, compõe o comitê avaliador. A representante da instituição, Alice Guimarães, disse que “nos últimos anos, diversos estudos demonstram que, para modificar o comportamento, é necessário desenvolver incentivos e não somente sanções. Programas como esse, que dão reconhecimento a empresas que têm boas práticas de integridade, são complemento essencial a um sistema que quer promover mudanças efetivas na sociedade.”

    Durante a cerimônia, também foram entregues duas menções honrosas a associações que representam as instituições mais premiadas. O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, destaca que a premiação do setor beneficia muito além da cadeia do agro. “O Selo Integridade vem mostrar, vem dar oportunidade às nossas empresas. Não são somente o governo. É o consumidor, é a dona de casa, quando vai fazer a sua escolha na prateleira do supermercado. É quem está levando para casa aquele produto é quem faz essa avaliação do perfil de quem está fornecendo o alimento. Então, é esse cara que paga a conta que vai cobrar cada vez mais integridade, mais transparência”, disse.

    A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, que também compõe o comitê do Selo Mais Integridade, trabalha para ajudar o agronegócio a exportar e também a colocar as empresas do setor na linha dos investimentos estrangeiros. O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, avalia a responsabilidade dos ganhadores da certificação. “Quando uma empresa assume compromissos em um programa como esse, ela só tem que dar passos à frente, só tem que melhorar. Porque a empresa que, hoje, está sendo agraciada, se amanhã foi descoberto algo que afete sua integridade, ela vai perder o que conquistou hoje. Isso é bom, porque uma empresa é composta por negócios, por atividades comerciais, empresariais, mas ela é liderada por seres humanos. E quando a gente estabelece um regramento, isso nos ajuda a ficarmos melhor. É isso que eu espero que aconteça com essas empresas que ganharam esse certificado, esse selo. Vão ficar melhor, não vão dar um passo para trás”, disse.

    Na categoria responsabilidade social, a empresa Baldoni Produtos Naturais, indústria produtora de mel, com sede em Campinas (SP), levou o Selo Mais Integridade. O projeto vencedor, em parceria com o Instituto Anjos do Sertão, distribui 100 colmeias a cada uma das 150 famílias selecionadas no município do Canto do Buriti (PI), com o objetivo de incentivar o empreendedorismo social, na zona rural, por meio do aprendizado de uma nova profissão, a de apicultor.

    O representante da empresa ganhadora do selo pela 4ª vez, Daniel Cavalcanti, acrescenta que, além do ganho social, há foco na geração de renda, com a comercialização do mel, sem esquecer da preservação do meio ambiente e sua diversidade. “São em torno de 15 mil colmeias distribuídas para todas as famílias, para que gerem agentes polinizadores [as abelhas] para otimizar e melhorar todo o bioma da Caatinga e, dessa forma, fomentem a regeneração da flora e a manutenção da fauna local.”

    O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR), projetou que produção do agro pode triplicar nos próximos anos, sem deixar de observar as leis de preservação ambiental. “O Código Florestal é a lei mais avançada do mundo, na questão ambiental. Nós estamos no momento importante do Cadastro Ambiental Rural. E, principalmente, nós temos o produtor lá na ponta, que está preservando, que está preocupado com a sua água, com a qualidade do seu solo, com o clima e em manter as áreas de manejo, de preservação permanente, a mata ciliar para fazer com que a gente tenha produtos de qualidade lá fora”.

    O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Irajá Lacerda, avalia que o reconhecimento da integridade de empresas do setor, é uma prioridade do governo federal”. A administração pública avançou muito, nesses últimos anos, e o Ministério da Agricultura teve um destaque especial com atividades e agenda intensa, no tema integridade.”

    O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, presente à cerimônia de entrega dos selos, acredita que a certificação anual contribui para melhorar a imagem dos produtos brasileiros internamente e no exterior e demonstrar mais segurança jurídica, em negociações comerciais. “A nossa ideia é dialogar com a sociedade, com o mercado, para que possamos dar esse passo em direção à uma atividade empresarial cada vez mais integrada, cada vez mais ética. Capaz de oferecer à sociedade brasileira uma atuação no mercado que seja motivo de orgulho para todos os brasileiros, seja aqui no Brasil, seja para os consumidores dos produtos brasileiros fora do país também.”

    A lista das empresas e cooperativas do agronegócio e os projetos os premiados, anunciados em dezembro/2022, pode ser consultada no site do Mapa.

    Edição: Fernando Fraga

  • Eletrobras faz aporte de recursos em projetos de sustentabilidade

    Eletrobras faz aporte de recursos em projetos de sustentabilidade

    A Eletrobras fez, nesta terça-feira (31), aportes no valor total de R$ 883 milhões para implementação de projetos de sustentabilidade na região das hidrelétricas pertencentes às empresas Eletrobras, Chesf, Furnas e Eletronorte. O montante decorre das obrigações previstas nos contratos de concessão fechados na capitalização da empresa. O valor é relativo à parcela de 2023 e resultado da aplicação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desde a data da assinatura dos contratos,17 de junho de 2022, ao montante nominal total de R$ 875 milhões.

    Os recursos financeiros serão anuais, por um período de dez anos, dos quais R$ 350 milhões da Chesf, destinados à revitalização de bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Parnaíba; R$ 295 milhões da Eletronorte, reduzir o custo total de geração na Amazônia Legal; e R$ 230 milhões de Furnas, empregados nas áreas de influência das hidrelétricas das empresas. 

    No projeto a ser implementado a partir do fundo formado para a Eletronorte, pró-Amazônia Legal, está também a melhoria da navegabilidade do Rio Madeira e do Rio Tocantins, além de programas de geração de energia renovável e interligação de sistemas isolados, que reduzam estruturalmente os custos de geração de energia elétrica suportados pela Conta de Consumo de Combustíveis.

    Os programas são coordenados pelo governo federal, por meio de três comitês gestores, com participação multiministerial e de setores da sociedade civil. Cabe à Eletrobras propor e implementar as ações aprovadas pelo comitê do fundo de cada subsidiária. Os projetos de revitalização de bacias hidrográficas são regulamentados por decreto e envolvem ações que geram recarga das vazões afluentes e ampliam a flexibilidade operativa dos reservatórios, com o objetivo de preservar o uso prioritário e múltiplo das águas. 

    Segundo o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, os aportes feitos pela empresa marcam o início de um dos maiores programas ambientais do país, com investimentos de cerca de R$ 880 milhões por ano em projetos de revitalização de bacias hidrográficas, com ações de reflorestamento e preservação de nascentes, além de projetos de geração de energia renovável na Amazônia Legal, com a substituição de geração térmica atualmente existente.

    “Além dos benefícios ambientais, os projetos definidos pelo governo federal e implementados pela Eletrobras serão responsáveis por grande geração de emprego e melhoria da qualidade de vida nas regiões de sua implantação, especialmente no Norte e Nordeste”, afirmou Ferreira Junior.

    Edição: Nádia Franco

  • Na COP27, Brasil lista ações de sustentabilidade dos últimos 4 anos

    Na COP27, Brasil lista ações de sustentabilidade dos últimos 4 anos

    O governo federal lançou nesta terça-feira (15), durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), a Agenda Brasil + Sustentável. O documento apresenta medidas adotadas nos últimos quatro anos que estariam alinhadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), um apelo global para acabar com a pobreza e proteger o meio ambiente. Ao todo, foram listados mais de 800 ações.

    Segundo o governo, a produção da Agenda Brasil + Sustentável se deu de forma colaborativa e mobilizou a participação de todos o ministérios. O documento, com 80 páginas, também está acessível ao público. São citadas as contribuições de iniciativas variadas como o Auxílio Brasil, o Plano Safra, o Marco Legal do Saneamento e a Operação Acolhida, entre outros.

    A conferência, que este ano está sendo realizada no Egito, ocorre anualmente desde 1995 e foi criada a partir da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima pactuada três anos anos. O evento reúne todos os países signatários da convenção. Durante duas semanas, representantes dos signatários da convenção avaliam as mudanças climáticas no planeta e discutem mecanismos para lidar com a situação. Entram na pauta diversos temas relevantes, como geração de energia limpa, mercado de carbono e agricultura sustentável.

    O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, é o chefe da delegação brasileira. Em discurso proferido hoje, ele também apresentou programas e políticas públicas implementadas pelo país nos últimos anos. “Desde 2019, trabalhamos junto com o setor privado para encontrar soluções climáticas e ambientais lucrativas para as empresas, as pessoas e a natureza. Invertemos a lógica dos governos anteriores que só agiam para multar, reduzir e culpar. Este governo faz políticas para incentivar, inovar e empreender, criando assim marcos legais para uma robusta economia verde com geração de emprego e renda para todos os brasileiros”, disse o ministro.

    Leite reconheceu que o país tem desafios para enfrentar, como o desmatamento ilegal na Amazônia, os 100 milhões de brasileiros sem acesso a redes de esgoto e os mais de 2,6 mil lixões a céu aberto.

    Edição: Nádia Franco

  • Ação empresarial vai assegurar plantio de 2 mil mudas de árvores em Mato Grosso

    Ação empresarial vai assegurar plantio de 2 mil mudas de árvores em Mato Grosso

    Uma ação envolvendo o grupo Agro Baggio e o empresário Marino Franz prevê o plantio de mais de 2 mil mudas de árvores em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, nos próximos dias. O anúncio foi feito na sexta-feira (14).

    O programa Juntos por um Brasil Mais Verde da concessionária John Deere em Mato Grosso prevê o plantio de três mudas de árvores a cada máquina comercializada. Franz provocou e conseguiu ampliar o número de mudas a serem plantadas.

    Durante o ato, ocorrido na sede da Agro Baggio, Marino Franz, que é ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, lembrou que durante sua gestão percebeu a necessidade de recuperar nascentes de água. Em uma de suas viagens à Europa ainda na década de 90, percebeu que seria difícil comercializar produtos de origem vegetal e animal da região norte de Mato Grosso sem certificação de origem. Produtos vindos da região amazônica sem rastreabilidade não teriam espaço nos mercados europeus.

    Lucas Legal

    Diante dessa realidade, Franz instituiu o programa Lucas Legal, que mais tarde foi adotado no Estado e deu origem ao Código Ambiental do Brasil. Conforme o empresário, Lucas do Rio Verde possui 876 nascentes de água catalogadas, todas georreferenciadas e recuperadas. “E 4,8 mil quilômetros de margens de rio e em 2015 já tínhamos mais de 4,5 mil replantadas. Isso serviu de modelo pra muita coisa e tudo o que temos de mais precioso é a água. Temos que ter cuidado, pois o homem não ‘fabrica’ água. E plantar árvore é algo seguro que a gente faz”, disse.

    empresários José Baggio e Marino Franz
    Foto: CenárioMT

    O diretor presidente da Agro Baggio disse que a sustentabilidade é necessária para que o país possa se sobressair em suas atividades, principalmente no agronegócio. José Baggio assinalou que conseguindo apresentar resultados favoráveis, o Brasil agregará valor à sua produção. “Enquanto tem conectividade no campo, segurança ambiental, você também ‘transmite’ o alimento de forma segura”, assinalou.

    Novo conceito

    “Eu vou ter na fazenda, dois funcionários. Até o dia da minha morte, vão plantar árvores 24 horas por dia. Porque tem 23 nascentes lá e eu tenho certeza que é a melhor coisa que eu vou deixar. Inclusive tinha pivô central, já desativei. Eu crio suínos e da última lagoa do tratamento do dejeto, essa água vai servir pra beber. Vai ser um novo conceito de sustentabilidade que eu quero implementar”, reforçou Marino Franz.

  • Aumento do consumo de energia solar traz projeções otimistas ao setor

    Aumento do consumo de energia solar traz projeções otimistas ao setor

    O setor de energia solar tem comemorado o aumento da adesão aos sistemas de produção de energia fotovoltaica no Brasil. O país ultrapassou a marca de 19 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica. Desse total, 13 GW são de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos e o restante corresponde às usinas de grande porte. É um número considerado histórico pelo setor. A título de comparação, a Usina Hidrelétrica de Itaipu gera 14 GW de potência instalada.

    O número consolida a fonte solar como a terceira maior geradora de energia no país, atrás apenas das fontes hidrelétricas e eólica. A captação de luz solar por placas fotovoltaicas e a transformação dessa luz em energia representa, hoje, 9,6% da matriz elétrica do país. De janeiro a setembro, houve aumento de 46,1%, com crescimento médio de 1 GW por mês nos últimos 120 dias.

    Os dados são da  Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Com base neles, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a capacidade instalada poderá dobrar até o início de 2023. O incentivo, em forma de desconto na tarifa, para consumidores instalarem o sistema em suas casas é uma das razões para a projeção.

    De acordo com a Lei 14.300/2022, que institui o marco legal da microgeração e minigeração distribuída, os consumidores que instalarem sistema solar em suas residências e empresas até 2023 pagarão mais barato pela tarifa até 2045. A tarifa será calculada apenas sobre a diferença positiva entre o montante consumido e a soma da energia elétrica injetada no referido mês.

    A energia gerada por luz solar é uma energia limpa, que não produz resíduo ou poluição. Segundo a Absolar, esse tipo de energia evitou a emissão de 27,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. O custo de instalação, no entanto, não é baixo. Para residências, o preço médio de instalação é de R$ 25 mil; para indústrias, R$ 200 mil.

    O preço vem caindo. De acordo com a Solstar, empresa do setor, os custos caíram cerca de 44% nos últimos seis anos. Existe ainda um incentivo fiscal, a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda do kit completo (inversor + módulos). A Solstar destaca ainda a abertura de linhas de crédito para compra de sistemas fotovoltaicos.

    Sustentabilidade

    Para a CNI, as empresas brasileiras têm buscado adotar a agenda sustentável, indo ao encontro do compromisso firmado pelo Brasil para redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) estabelecidas no Acordo de Paris. O compromisso do país é reduzir 37% até 2025 e 50% até 2030.

    “Muitas empresas têm investido em projetos de eficiência energética. Isso significa usar menos energia para obter o mesmo resultado, e esse resultado pode ser alcançado por meio de melhorias tecnológicas ou de mudanças na gestão energética das empresas”, afirmou o gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

    Edição: Nádia Franco

  • Comunidade indígena apoiada pelo REM MT recebe visita de monitoramento dos financiadores do Programa

    Comunidade indígena apoiada pelo REM MT recebe visita de monitoramento dos financiadores do Programa

    No coração da floresta amazônica, entre os municípios de Apiacás (MT) e Jacareacanga (PA), encontra-se a aldeia Kururuzinho, do povo indígena Kayabi. Para chegar até lá, é preciso ir até a cidade de Alta Floresta (790 km de Cuiabá), seguir por mais 4 horas, passando pelas cidades de Paranaíta e Apiacás, atravessar um rio em uma balsa, seguir viagem por mais duas horas de barco pelo rio Teles Pires, até, finalmente, chegar à comunidade.

    A distância, entretanto, não foi empecilho para que a comitiva formada por representantes do Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW), do Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial (BEIS) do Reino Unido, do Programa REM MT, da GIZ e do Funbio realizassem uma visita de monitoramento na aldeia, entre os dias 17 e 18 de junho.

    O objetivo da visita foi conferir como os recursos destinados ao Programa REM Mato Grosso estão sendo aplicados na comunidade, bem como ouvir de perto as demandas dos indígenas locais. O KfW e o BEIS são os financiadores do REM MT.

    A visita de monitoramento teve uma recepção calorosa dos Kayabi. O presidente da Associação Indígena Kawaip Kayabi (AIKK), Diego Fernando Paleci, disse que gostou do fato do REM MT e os doadores terem vindo até a comunidade para ouvi-los e conhecer melhor a realidade em que vivem”.

    Diego destacou ainda que tanto os indígenas, quanto os financiadores e os coordenadores do REM MT, precisam “aprender um com o outro”. E que a troca de conhecimento e saberes se dá dessa maneira.

    A liderança Kayabi também ressaltou que é preciso a elaboração de projetos para o protagonismo das mulheres da comunidade. “Além disso, precisamos de investimentos na educação dos nossos jovens, porque eles trazem o conhecimento de volta para a aldeira”, comentou Diego.

    Klaus Koehnlein, gerente de portfólio do KfW, avaliou o encontro como “muito positivo”. Ouviu atentamente as demandas e destacou que é por meio do diálogo “que as coisas se resolvem”. “Para nós, é muito importante saber a realidade de cada aldeia. Nós confiamos nas instituições parceiras, que ajudam a desenvolver os projetos na comunidade, e, nesse sentido, buscamos aprovar os melhores”, acrescentou.

    Frentes de trabalho

    Ligia Vendramin, coordenadora do REM MT, destacou que foram realizadas oficinas junto aos povos indígenas de Mato Grosso, em 2018, justamente para definir quais seriam as frentes de trabalho juntos às aldeias. A partir desse trabalho, foram definidos 10 grandes temas, envolvendo as comunidades.

    Na oportunidade, ela propôs formas da Governança do Subprograma Territórios Indígenas (STI) do REM MT ser mais participativa e inclusiva. Algumas das medidas seriam encontros regionais e comunicação estabelecida por meio de grupos de Whatsapp.

    “São diálogos como esses, que dão condições para que os povos indígenas de Mato Grosso sejam protagonistas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Seja por meio do apoio a ações e projetos de redução de emissões do desmatamento e degradação florestal ou de conservação e recuperação dos estoques de carbono e pelos demais serviços ambientais”, contextualizou Marcos Ferreira, coordenador do STI do REM MT.

    Sobre a visita de monitoramento, Ferreira avaliou que o encontro com os Kayabi foi fundamental, tanto para ouvir as demandas, quanto para fazer ajustes futuros nas diretrizes do subprograma.

    Participantes

    Além de representantes do REM MT e KfW, a visita de monitoramento contou com a presença de Eliel Rondon Terena, da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), Sol Elizabeth Gonzalez Perez, coordenadora de projetos do Instituto Raoni, Svenja Katharina Miss Bunte, representante do BEIS, Claudia Levy, representante do KfW, João Melo, gerente de projetos do REM MT no Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio) e Gina Maria Timotheo, da GIZ, que é a cooperação técnica internacional da Alemanha.

  • Planos de gestão da sociobiodiversidade podem beneficiar cerca de 7 mil famílias agricultoras em MT

    Planos de gestão da sociobiodiversidade podem beneficiar cerca de 7 mil famílias agricultoras em MT

    De acordo com pesquisa realizada pelo SEBRAE, 50% das empresas brasileiras fecham as portas nos primeiros 2 anos, devido à falta de planejamento e gestão. E esta realidade não é diferente no campo. Pensando nisso, o Subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais (AFPCTs), do Programa REM MT, está apoiando 53 organizações de Mato grosso, que trabalham com as cadeias produtivas da sociobiodiversidade e foram selecionadas pela segunda chamada pública, a construírem Planos de Gestão de Cadeias de Valor (PGCdV) da sociobiodiversidade, o que pode fortalecer a produção de 6.990 famílias do Estado.

    Para Marcos Balbino, coordenador do subprograma AFPCTs, os planos de gestão consideram todos os elos da cadeia de valor, começando pelos insumos necessários ao processo produtivo, passando pelas áreas de produção ou coleta, beneficiamento, logística e comercialização dos produtos, até chegarem ao consumidor final.

    “É importante lembrar que o apoio do REM MT é passageiro. E depois? Como as organizações locais vão seguir se desenvolvendo seus negócios rurais? Então, é aí que entra a sacada de contratarmos uma mentoria para a apoiar na elaboração dos planos, que serão pensados com ações de curto e médio prazo, com duração de cinco anos. O primeiro ano de implementação será com o apoio dos recursos do REM MT. Depois, as organizações locais terão mais quatro anos com ações estruturadas com PGCdV. A partir disso, novos recursos podem ser captados, por meio de bancos, fundos, parcerias, por exemplo”, detalha o gestor.

    Ao todo, os investimentos feitos pelo subprograma nestas organizações serão de R$ 23,5 milhões.

    A informação sobre a mentoria para construção dos planos de gestão foi divulgada na primeira reunião entre os coordenadores do AFPCTs e as organizações inseridas na segunda chamada de projetos. O encontro, que foi virtual, reuniu mais de 120 pessoas, no último dia 27 de junho.

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    Primeiro encontro das organizações envolvidas na segunda chamada pública do REM MT ocorreu de maneira virtual. (Foto: REM MT)

    Prazos

    Balbino explica ainda que as organizações terão o prazo de três meses para elaborar os planos de gestão em conjunto com a mentoria. Depois disso, os planos serão submetidos a um novo edital para serem analisados por um comitê técnico, que irá aprovar as iniciativas.

    Fazem parte desse comitê instituições, como: Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade de Brasília (UnB), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), entre outras instituições.

    Floresta em pé

    O coordenador do AFPCTs frisa ainda que o foco dos PGCdV consiste em fortalecer as cadeias da sociobiodiversidade, por entender que elas são cruciais na manutenção da floresta em pé e na redução das emissões de gases de efeito estufa (gee). No entanto, Balbino pondera que o edital também contempla “as cadeias não prioritárias”, que envolvem, por exemplo, a produção de leite, banana e mel.

    Edital mais inclusivo

    Ao todo, o REM MT recebeu 88 Manifestações de Interesse na segunda chamada pública do subprograma AFPCTs. Desse universo, 53 organizações foram selecionadas pelo Comitê Técnico. Das organizações selecionadas, 70% são de associações e 23% cooperativas de produtores rurais. Na primeira chamada pública de 2020, o maior número de inscrições foram de organizações já estruturadas, tanto financeiramente, quanto em suas condições jurídicas e administrativa.

    “Nesta segunda estratégia, conseguimos reverter essa lógica. Isso significa a chegada direta de mais recursos na ponta, para as menores organizações, que não tiveram participação muito efetiva na primeira chamada pública do subprograma”, destaca Balbino.

  • Painel Telebrasil discutirá 5G, internet 3,0 e sustentabilidade

    Painel Telebrasil discutirá 5G, internet 3,0 e sustentabilidade

    A expansão da tecnologia 5G, a internet 3.0 e a sustentabilidade são os temas principais do Painel Telebrasil Summit 2022, que ocorrerá na terça (27) e na quarta-feira, em Brasília. Promovido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoal (Conexis Brasil), o evento também discutirá as perspectivas do setor de telecomunicações após as eleições deste ano.

    Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e das Comunicações, Fábio Faria, e o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vão participar da abertura do evento. Também participam do painel os presidentes das principais operadoras e fabricantes de equipamentos de telecomunicações.

    Em relação à implementação da tecnologia 5G, a discussão envolverá entre outros pontos, a adequação das legislações de antenas de cidades que ainda têm leis desatualizadas e, também, as novas regras para o compartilhamento de postes.

    Também haverá debates sobre a web 3.0, a fase futura da internet que pretende diminuir a concentração do tráfego em grandes empresas. Entre as novidades da web 3.0 estão a descentralização da propriedade, com conteúdos hospedados simultaneamente em vários servidores, o uso disseminado de softwares de códigos abertos e maior participação de usuários. Os novos protocolos, segundo os criadores, facilitarão o desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial.

    Outros temas a serem discutidos são a sustentabilidade e a governança das empresas de telecomunicações, com destaque para a apresentação de práticas ESG (governança ambiental, social e corporativa, na sigla em inglês). Detalhes da programação podem ser obtidos no site do evento.