Tag: Superavit

  • Contas públicas têm superávit de R$ 104 bilhões em janeiro

    Contas públicas têm superávit de R$ 104 bilhões em janeiro

    O setor público consolidado – formado por União, Estados, municípios e empresas estatais – registrou, em 2024, um superávit primário de R$ 104,1 bilhões em janeiro de 2025, informou hoje (14) o Banco Central (BC). O resultado representa uma melhora em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o resultado foi superavitário em R$ 102,1 bilhões.

    Segundo o BC, no mês de janeiro, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou superávit de R$ 83,1 bilhões, enquanto os governos regionais registraram superávit de R$22,0 bilhões. As empresas estatais tiveram déficit de R$ 1 bilhão.

    No acumulado de 12 meses, o déficit primário foi de R$ 45,6 bilhões em janeiro, o que equivale a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB).

    O BC disse ainda que os juros nominais do setor público consolidado somaram R$ 40,4 bilhões em janeiro, ante os R$79,9 bilhões registrados em janeiro de 2024.

    Contribuiu para a redução o resultado das operações de swap cambial que registraram um ganho de R$ 36 bilhões em janeiro, ante uma perda de R$ 10 bilhões em janeiro de 2024.

    No acumulado em 12 meses, os juros nominais alcançaram 7,67% do PIB em janeiro de 2025, ficando em R$ 910,9 bilhões. Para efeito de comparação, nos doze meses até janeiro de 2024, o resultado foi de R$ 745,9 bilhões (6,77% do PIB).

    ​Com isso, o resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi superavitário em R$ 63,7 bilhões em janeiro. No acumulado em 12  meses, o déficit nominal alcançou R$ 956,5 bilhões (8,05% do PIB), ante déficit nominal de R$ 998,0 bilhões (8,45% do PIB) em dezembro de 2024.

    A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) ficou em R$ 7,2 trilhões em 2024, o equivalente a 60,8% do PIB.

    “Esse resultado refletiu, sobretudo, os impactos do superávit primário (redução de 0,9 p.p. [ponto percentual]), do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.), da valorização cambial de 5,8% (aumento de 0,7 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,3 p.p.)”, disse o BC.

    Dívida Bruta

    Em relação à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) – que compreende o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – o resultado atingiu 75,3% do PIB, ficando em R$ 8,9 trilhões em janeiro, uma redução de 0,8 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

    “Essa evolução no mês decorreu, principalmente, dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,8 p.p.), da variação do PIB nominal (redução de 0,5 p.p.), do efeito da valorização cambial (redução de 0,3 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.)”, informou a autoridade monetária.

  • Governo obteria superávit em 2024 sem desoneração da folha, diz Haddad

    Governo obteria superávit em 2024 sem desoneração da folha, diz Haddad

    O governo obteria superávit primário em 2024 se o Congresso Nacional não tivesse prorrogado a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia, ajudado pequenos municípios e prorrogado o apoio ao setor de eventos, disse nesta sexta-feira (20) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em café da manhã com jornalistas, o ministro disse que as projeções apresentadas pela equipe econômica no ano passado para o Orçamento de 2024 estavam certas.

    Brasília (DF) 20/12//2024 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante café da manhã com jornalistas Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil O ministro Fernando Haddad, durante café da manhã com jornalistas – Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

    Segundo o ministro, se o Congresso tivesse aprovado na íntegra a Medida Provisória 1.202, editada no fim de 2023, o governo não teria perdido R$ 45 bilhões em receitas neste ano. Desse total, cerca de R$ 20 bilhões vêm da desoneração da folha, R$ 15 bilhões do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e R$ 10 bilhões da redução da contribuição à Previdência Social por pequenos municípios.

    De acordo com Haddad, o governo teria obtido superávit primário (resultado positivo nas contas sem os juros da dívida pública), mesmo com os créditos extraordinários em torno de R$ 33,6 bilhões para a reconstrução do Rio Grande do Sul.

    “Se tivéssemos conseguindo aprovar na íntegra a Medida Provisória 1.202, o Brasil teria obtido superávit primário neste ano, mesmo com o Rio Grande do Sul, que foi algo completamente imprevisto”, afirmou Haddad.

    Estimativas

    Segundo o ministro, as projeções apresentadas pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, em agosto do ano passado, para o Orçamento deste ano revelaram-se corretas. O problema, ressaltou Haddad, foi a renovação de uma série de incentivos fiscais que não estava prevista no Orçamento de 2024.

    “O planejamento da Fazenda no ano passado foi impecável do ponto de vista do arcabouço fiscal. Se o Congresso tivesse aprovado todas as medidas [da MP 1.202], teríamos situação superavitária de verdade desde 2013. O superávit de 2022 não foi consistente. Foi fake [falso], fruto de calote, de privatizações açodadas, de dividendos extraordinários, de maquiagem contábil”, disse o ministro, criticando o governo anterior.

    Editada nos últimos dias do ano passado, a MP 1.202 teve quase todo o conteúdo transferido para projetos de lei. A desoneração da folha e a ajuda a pequenos municípios foi prorrogada até 2027, com reoneração gradual até lá, após um acordo entre o governo, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

    Documento que orienta a execução do Orçamento, o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas estima déficit primário de R$ 64,426 bilhões para 2024, cerca de 0,56% do Produto Interno Bruto (PIB). A conta inclui os gastos com o Rio Grande do Sul, o combate a incêndios florestais e o pagamento de precatórios atrasados.

    O relatório, no entanto, não inclui a estimativa de cerca de R$ 20 bilhões de empoçamento, recursos empenhados (autorizados) que não conseguem ser gastos pelos ministérios, como emendas impositivas, e não podem ser oficialmente projetados porque o valor só será conhecido em janeiro. Caso o empoçamento entre na conta, a previsão de déficit cai para cerca de R$ 44 bilhões, o que significaria superávit primário de cerca de R$ 1 bilhão neste ano.

    Benefícios tributários

    Haddad reiterou que o governo está olhando para os gastos tributários (renúncias fiscais por causa de incentivos a setores da economia) e disse que há vários benefícios indevidos. O ministro também criticou a visão econômica que diz que o governo precisa apenas cortar gastos, desconsiderando os benefícios fiscais, que chegam em torno de R$ 600 bilhões por ano.

    “Temos de olhar para o gasto tributário. São benefícios indevidos, indesejados, espúrios, muitas vezes. E estou falando de gasto primário [despesa que se reflete no resultado primário]. Inclusive, isso é mandamento constitucional. Por que se dá tanto valor à correção do gasto primário e não à correção do gasto tributário?”, perguntou.

    O ministro defendeu o arcabouço fiscal em vigor desde o ano passado e disse que as regras são sólidas. “A grande virtude do arcabouço, ao contrário do teto de gastos anterior, é que todo mundo ficava deitado em berço esplêndido porque tinha teto, mas não cuidava do piso de arrecadação. Temos de olhar para as duas coisas. Não conheço ninguém, nem os economistas mais ortodoxos, que seja contra teoricamente olhar para gasto tributário e gasto primário”, comentou Haddad.

    “Poucas empresas respondem pelo déficit público deste ano. Cerca de 20 mil empresas foram beneficiadas neste ano em detrimento de 20 milhões de empresas. Isso precisa ser dito. Os três poderes têm de se harmonizar para garantir contas públicas estruturadas. As contas da Receita e do Tesouro Nacional no ano passado sobre o Orçamento [deste ano] estavam certas”, acrescentou.

    Candidatura e férias

    Haddad encerrou o café da manhã com os jornalistas dizendo que não trabalha com a possibilidade de ser candidato em 2026 e justificou as férias de 20 dias em janeiro. O ministro disse que  antecipou as férias para cuidar da esposa, que passará por uma pequena cirurgia. Nesse período, trabalhará de casa, em São Paulo.

    As férias do ministro serão de 2 a 20 de janeiro do próximo ano. No lugar dele, assumirá o Ministério da Fazenda o secretário executivo, Dario Durigan, número 2 da pasta. A concessão das férias de Haddad, em um momento em que o dólar supera os R$ 6, provocou críticas de economistas.

    “Minha esposa vai passar por um procedimento cirúrgico, coisa simples. O que fiz para poder estar com ela à noite? Vou tirar férias e trabalhar em São Paulo. A notícia que saiu nas redes sociais é que vou tirar férias no meio da crise. A culpa é minha. Eu deveria ter me prevenido. É duro viver nos tempos atuais. Não imaginei a maldade de pessoas que me têm como inimigo, como adversário”, disse Haddad.

  • Balança comercial registra superávit de US$ 6,67 bi em novembro

    Balança comercial registra superávit de US$ 6,67 bi em novembro

    O bom desempenho da safra de grãos e as exportações de petróleo fizeram a balança comercial registrar o maior superávit para meses de novembro, informou hoje (1º) o Banco Central (BC). No mês passado, o país exportou US$ 6,675 bilhões a mais do que importou. Em novembro do ano passado, a balança tinha registrado déficit de US$ 1,11 bilhão. Esse é o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

    De janeiro a novembro deste ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 58,025 bilhões. Isso representa 0,7% a mais que o registrado nos mesmos meses do ano passado. O saldo acumulado, que até outubro estava abaixo do registrado em 2021, reagiu e agora bate recorde para os 11 meses do ano.

    No mês passado, o Brasil vendeu US$ 28,164 bilhões para o exterior e comprou US$ 21,489 bilhões. As exportações subiram 30,5% em relação a novembro do ano passado, pelo critério da média diária, e bateram recorde em novembro, desde o início da série histórica, em 1989. As importações caíram 5,5% na mesma comparação, mas registraram o segundo melhor novembro da história, só perdendo para o mesmo mês de 2021.

    No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento dos embarques que dos preços internacionais das mercadorias do que do volume comercializado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 27,2% na comparação com novembro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 8%.

    A valorização dos preços das mercadorias vendidas para o exterior poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação caiu 27% na mesma comparação, e por produtos industrializados de ferro, como ferro-gusa, ferro-espoja e ligas de ferro, cujo preço recuou 20,3%, por causa dos lockdowns na China, que reduziram a demanda internacional.

    Nas importações, a quantidade comprada caiu 4,9%, refletindo a desaceleração da economia, mas os preços médios aumentaram 7,6%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

    Setores

    No setor agropecuário, o aumento do volume embarcado, provocado pela safra de grãos, principalmente pela segunda safra de milho, pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas avançou 35,9% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2021, enquanto o preço médio subiu 24,2%. Na indústria de transformação, a quantidade exportada subiu 16,5%, com o preço médio aumentando 9,8%.

    Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada subiu 51,6%, mas os preços médios recuaram 6,6% em relação a novembro do ano passado.

    O petróleo bruto voltou a puxar o aumento das exportações, com o volume exportado subindo 123,5% e os preços subindo 0,6%. Isso ocorreu por causa da retomada da produção da Petrobras. Após um ano de altas contínuas, os preços do petróleo começam a desacelerar porque os efeitos da guerra na Ucrânia e da recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia de covid-19 já foram incorporados às cotações.

    Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho não moído, exceto milho doce (+222,3%), café não torrado (+47,4%) e soja (+16,2%) na agropecuária. O destaque negativo foram sementes oleaginosas, cujas exportações caíram 84% de novembro do ano passado a novembro deste ano.

    Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram registrados nas exportações de outros minerais brutos (+168,6%), outros minérios e concentrados dos metais de base (+145,9%) e óleos brutos de petróleo (+124,9%). Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram nos combustíveis (+172,4%), carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (+84,6%) e açúcares e melaços (+69,8%).

    Quanto às importações, as maiores quedas foram registradas nos seguintes produtos: soja (-93,4%); cevada não moída (-90,6%); e milho não moído, exceto milho doce (-55,9%), na agropecuária; gás natural (-70,7%) e minérios de cobre e seus concentrados (-66,1%), na indústria extrativa; e medicamentos e produtos farmacêuticos (-55,0%), adubos ou fertilizantes químicos (-42,9%) e equipamentos de telecomunicações (-24,5%), na indústria de transformação.

    Em relação aos adubos e aos fertilizantes, as importações de bens industrializados caíram, mas as compras de fertilizantes brutos quase dobraram e subiram 192,6% em novembro em relação ao mesmo mês do ano passado. O crescimento decorre quase inteiramente do preço, que subiu 147,4% na mesma comparação, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. O volume importado subiu 18,3%.

    Estimativa

    Em novembro, o governo reduziu para US$ 55,4 bilhões a estimativa de superávit comercial neste ano. Apesar da queda na estimativa, o valor garantiria o segundo maior superávit comercial da série histórica. O saldo seria menor apenas que o superávit de US$ 61,407 bilhões observados no ano passado.

    As estimativas oficiais são atualizadas a cada três meses. As previsões estão em linha com as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 55 bilhões neste ano.

    Edição: Maria Claudia

  • Contas públicas têm superávit de R$ 10,7 bilhões em setembro

    Contas públicas têm superávit de R$ 10,7 bilhões em setembro

    As contas públicas fecharam o mês de setembro com saldo positivo, resultado do aumento da arrecadação do Tesouro Nacional. O setor público consolidado, formado por União, estados, municípios e empresas estatais, registrou superávit primário de R$ 10,746 bilhões no mês passado, ante superávit primário de R$ 12,933 bilhões em setembro de 2021.

    Os dados foram divulgados hoje (31) pelo Banco Central (BC). O superávit primário representa o resultado positivo das contas do setor público (despesas menos receitas), desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.

    Em 12 meses, encerrados em setembro, as contas acumulam superávit primário de R$ 181,358 bilhões, o que corresponde a 1,93% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). No ano, de janeiro a setembro, há superávit de R$ 130,802 bilhões, ante resultado positivo de R$ 14,171 bilhões no mesmo período do ano passado.

    Em 2021, as contas públicas fecharam o ano com superávit primário de R$ 64,7 bilhões, 0,75% do PIB. Foi o primeiro ano de resultados positivos nas contas do setor público, após 7 anos de déficit. Em 2020, as contas públicas tiveram déficit primário recorde de R$ 702,950 bilhões, 9,41% do PIB, em razão dos gastos com a pandemia da covid-19.

    Dados isolados

    No mês passado, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou superávit primário de R$ 11,113 bilhões ante o superávit de R$ 708 milhões em setembro de 2021.

    A receita líquida cresceu 6,04% em termos reais, por volta de R$ 8,8 bilhões, puxada pelo recebimento de dividendos de empresas estatais, que pagaram à União pouco mais de R$ 13 bilhões, sendo que a Petrobras pagou quase a totalidade desse valor. Já as despesas tiveram redução interanual de 1,1%. O BC destaca que em 2021 as despesas ainda estavam aumentadas em razão dos gastos com a pandemia de covid-19.

    O montante do superávit do Governo Central difere do resultado divulgado no último dia 27 pelo Tesouro Nacional, de superávit de R$ 10,954 bilhões em setembro, porque, além de considerar os governos locais e as estatais, o BC usa uma metodologia diferente, que leva em conta a variação da dívida dos entes públicos.

    Os governos estaduais tiveram superávit no mês passado, registrando R$ 3,253 bilhões, ante superávit de R$ 7,265 bilhões em setembro de 2021. Já os governos municipais anotaram déficit de R$ 2,932 bilhões em setembro deste ano. No mesmo mês de 2021, houve superávit de R$ 3,174 bilhões para esses entes.

    No total, os governo regionais (estaduais e municipais) tiveram superávit de R$ 321 milhões em setembro de 2022 contra resultado positivo de R$ 10,439 bilhões no mesmo mês de 2021. Segundo o BC, a queda no superávit vem da queda na arrecadação desses entes, principalmente do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que teve variação de quase 6,5% em termos reais. Por outro lado, as transferências regulares do governo federal no âmbito do compartilhamento de impostos e outras normas federativas cresceram, fruto natural do aumento da arrecadação federal. Entretanto, elas não foram capaz de compensar a redução das despesas próprias dos governos regionais.

    Já as empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, tiveram déficit primário de R$ 688 milhões no mês passado.

    Despesas com juros

    Os gastos com juros ficaram em R$ 71,364 bilhões no mês passado, contra R$ 35,628 bilhões em agosto e R$ 54,952 bilhões em setembro de 2021. Nesse aumento, há os efeitos das operações do Banco Central no mercado de câmbio (swap cambial, que é a venda de dólares no mercado futuro), que, nesse caso, contribuíram para a piora da conta de juros no mês passado. Os resultados dessas operações são transferidos para o pagamento dos juros da dívida pública, como receita, quando há ganhos, e como despesa, quando há perdas.

    No mês passado, a conta de swaps teve perdas de R$ 24,7 bilhões, contra ganhos R$ 11,3 bilhões em agosto. Na comparação interanual, em setembro de 2021, as perdas do BC também foram menores, de R$ 16,8 bilhões.

    Na comparação entre setembro de 2021 e 2022, também contribuiu para a evolução dos juros o aumento do estoque da dívida e da alta da taxa Selic no período, que passou de 6,25% ao ano em setembro do ano passado para os atuais 13,75% ao ano. Por outro lado, a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, nos últimos meses, contribui para a redução dos juros.

    O resultado nominal, formado pelo resultado primário e os gastos com juros, se elevou. Em setembro, o déficit nominal ficou em R$ 60,618 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 42,018 bilhões em igual mês de 2021. Em 12 meses, o setor público acumula déficit R$ 410,637 bilhões, ou 4,36% do PIB. O resultado nominal é levado em conta pelas agências de classificação de risco ao analisar o endividamento de um país, indicador observado por investidores.

    Dívida pública

    A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 5,487 trilhões em setembro, o que corresponde a 58,3% do PIB. Em agosto, o percentual da dívida líquida em relação ao PIB estava em 58,2%.

    Em setembro de 2022, a dívida bruta do governo geral (DBGG) – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 7,262 trilhões ou 77,1% do PIB, contra 77,5% (R$ 7,231 trilhões) no mês anterior. Assim como o resultado nominal, a dívida bruta é usada para traçar comparações internacionais.

    Edição: Maria Claudia

  • Balança comercial tem maior superávit para meses de março

    Balança comercial tem maior superávit para meses de março

    Embalada pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), a balança comercial registra o melhor resultado positivo para meses de março desde o início da série histórica, em 1989. No mês passado, o país exportou US$ 7,383 bilhões a mais do que importou. Segundo o Ministério da Economia, isso representa alta de 19,3% em relação ao registrado em março do ano passado.

    No primeiro trimestre, a balança comercial acumula superávit de US$ 11,313 bilhões. Isso representa 37,6% a mais que o registrado de janeiro e março do ano passado (US$ 8,087 bilhões). O saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para 2017, quando o superávit tinha ficado em US$ 13,016 bilhões nesse intervalo.

    No mês passado, o Brasil vendeu US$ 29,095 bilhões para o exterior e comprou US$ 21,711 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em março, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 25% em relação a março do ano passado, pelo critério da média diária. As importações aumentaram 27,1% na mesma comparação.

    Um dos principais responsáveis pela recuperação do saldo comercial foi a valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), que subiram em março em meio ao acirramento das tensões entre Rússia e Ucrânia. A estabilidade de algumas safras, principalmente a de soja, também contribuiu para o resultado.

    No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu apenas 1,8%, enquanto os preços aumentaram 17,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 7,1%, mas os preços médios subiram 29,5%.

    Setores

    Ao comparar o setor agropecuário, o aumento nos preços internacionais pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas caiu 4,5% em março na comparação com o mesmo mês de 2021, enquanto o preço médio subiu 33,4%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 7,2%, com o preço médio aumentando 19,3%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada caiu 7,1%, enquanto os preços médios ficaram estáveis, com leve alta de 0,6%.

    Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram trigo e centeio não moídos (+1.995,5%), café não torrado (+60,7%) e soja (+35%) na agropecuária. O crescimento deve-se principalmente aos preços. O destaque negativo foi o milho, cujas exportações caíram 91,3% de março do ano passado a março deste ano por causa da antecipação de embarques no início do ano.

    Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram registrados em minérios de níquel e seus concentrados (+102,9%) e óleos brutos de petróleo (+21,5%). Na indústria de transformação, os maiores crescimentos ocorreram carne bovina (+69,3%), farelos de soja e outros alimentos para animais (+49%) e combustíveis (+172,2%).

    Em relação às importações, os maiores crescimentos foram registrados nos seguintes produtos: pescados (+114,3%), frutas e nozes não-oleaginosas(+50%) e soja (+81,9%), na agropecuária; carvão não aglomerado (+113,7%), óleos brutos de petróleo (+221,1%) e gás natural (+39,8%), na indústria extrativa; e combustíveis (+82,7%) e adubos ou fertilizantes químicos (+132,6%), na indústria de transformação.

    Em relação aos fertilizantes, a alta deve-se principalmente ao aumento de 132,7% nos preços. A quantidade importada caiu 3,2% em março na comparação com março do ano passado.

    Estimativa

    A valorização das commodities fez o governo revisar para cima a projeção de superávit comercial. Para 2022, o governo prevê saldo positivo de US$ 111,6 bilhões, contra projeção anterior de US$ 79,4 bilhões . As estimativas são atualizadas a cada três meses.

    As previsões estão muito mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 65 bilhões neste ano.

  • Projeto de integração do Rio São Francisco, recorde de beneficiados pelo Auxílio Brasil e renegociação de dívidas do Fies foram destaques nesta semana

    Projeto de integração do Rio São Francisco, recorde de beneficiados pelo Auxílio Brasil e renegociação de dívidas do Fies foram destaques nesta semana

    O Nordeste foi destaque na agenda do Presidente Jair Bolsonaro nesta semana com visitas a estruturas do projeto de integração do Rio São Francisco, que está com os eixos Norte e Leste concluídos e levou a água até o Rio Grande do Norte. Ainda no caminho de proporcionar melhores condições de vida para os brasileiros, o Auxílio Brasil atingiu o recorde de 18,05 milhões de famílias atendidas em fevereiro.

    Na área da educação, foram regulamentadas as regras para a renegociação de dívidas do Fies, com condições facilitadas e reformulado o programa de alfabetização de jovens e adultos para ampliar a efetividade das ações. Houve ainda a convocação de quase mil pessoas com deficiência que foram aprovadas em concurso público da Caixa Econômica Federal.

    Confira estes e outros assuntos que ficaram em evidência na semana:

    Auxílio Brasil já garante renda a 18,05 milhões de famílias

    Neste mês de fevereiro, o programa de transferência de renda Auxílio Brasil bateu um novo recorde ao contemplar 18,05 milhões de famílias. Esse número foi alcançado com a inclusão de mais 556 mil pessoas na folha de pagamento. Novamente, todas as pessoas elegíveis foram selecionadas, mantendo a fila do programa zerada.

    As famílias incluídas na folha de pagamento em fevereiro já começaram a receber as notificações. O valor mínimo do benefício pago pelo programa é de R$ 400. O investimento do Governo Federal no Auxílio Brasil ultrapassou os R$ 7,3 bilhões em fevereiro.

    Água do Rio São Francisco para o Nordeste

    Na terça-feira (08/02) e quarta-feira (09/02) o Presidente Jair Bolsonaro esteve em Pernambuco, Ceará e no Rio Grande do Norte visitando obras do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, que busca garantir água em quantidade e qualidade para a população do semiárido nordestino.

    Ao longo dos dois dias, ele passou pelas cidades de Salgueiro (PE), Jati (CE), Jucurutu (RN) e Jardim de Piranhas (RN). As agendas incluíram visitas a barragens, centro de controle operacional do projeto de integração e liberação de água para o Cinturão das Águas do Ceará. Na quarta-feira, o Presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia que marcou a chegada da água do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte.

    A integração do São Francisco beneficia milhares de pessoas que sofrem com os efeitos da seca no Nordeste.

    Superávit da balança comercial em fevereiro

    O superávit da balança comercial foi de US$ 754 milhões em fevereiro, uma alta de 84,9% em relação a 2021. As exportações no mês cresceram 30,3%, e somaram US$ 4,74 bilhões, e as importações subiram 23,4% e totalizaram US$ 3,99 bilhões.

    O superávit ocorre quando as exportações superam as importações. Isso significa que o país vendeu mais ao exterior do que comprou, ou seja, recebeu mais dinheiro enviando seus produtos do que gastou comprando mercadorias de outros países.

    O resultado foi divulgado na segunda-feira (07/02), pelo Ministério da Economia. No acumulado do ano, até a primeira semana de fevereiro, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 540 milhões.

    Reformulação do Programa Brasil Alfabetizado

    Ampliar a efetividade das ações de alfabetização de jovens e adultos, esse é objetivo da reformulação do Programa Brasil Alfabetizado. O Decreto nº 10.959, que estabelece novos ciclos para o programa, foi publicado no Diário Oficial dessa quarta-feira (09/02), abrindo mais oportunidades de acesso à educação para a população com idade igual ou superior a 15 anos, com prioridade para as regiões ou entes federativos com grandes índices de analfabetismo.

    O programa tem o objetivo de garantir a alfabetização para aquelas pessoas que encontram dificuldades em acompanhar o regime regular de aulas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). As novidades trazidas pela reformulação darão maior efetividade ao trabalho dos alfabetizadores.

    Regulamentada a renegociação de dívidas do Fies

    A partir do dia 7 de março, quem está em débito com o Financiamento Estudantil (Fies) poderá renegociar a dívida com condições facilitadas. Na quinta-feira (10/02), o Governo Federal regulamentou a Medida Provisória nº 1.090 que trata das regras para a renegociação dos contratos do Fies firmados até 2017 e prevê descontos de até 92%.

    Para os estudantes com dívidas com 90 a 360 dias de atraso, a medida prevê desconto de 12% no saldo devedor, isenção de juros e multas e parcelamento em até 150 vezes. Para inadimplência de mais de 360 dias, o desconto é de 86,5% no saldo devedor. Para o estudante inscrito no CadÚnico ou beneficiário do Auxílio Emergencial, o desconto será de 92% e o saldo restante poderá ser parcelado em até dez vezes. O Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, agentes financeiros do Fies, disponibilizarão, por diversos meios, a renegociação das dívidas.

    Caixa convoca pessoas com deficiência

    Na sexta-feira (11/02), o Presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia que marcou a convocação de quase mil pessoas com deficiência (PcD) pela Caixa Econômica Federal. Os novos convocados foram selecionados por meio de concurso público, ocorrido no ano passado, inédito e exclusivo para PcD.

    As novas convocações representam a maior ação de admissão de pessoas com deficiência já realizada por uma empresa brasileira. Em 2018, a Caixa contava com cerca de 1.300 empregados com deficiência, o que representava apenas 1,5% do efetivo do banco. Agora, a instituição chega a cerca de 4,4 mil PcDs e atinge, pela primeira vez, os 5% de empregados com deficiência previstos na Lei Federal nº 8.213, de 1991.

  • Balança comercial bate novos recordes no ano e no mês de outubro

    Balança comercial bate novos recordes no ano e no mês de outubro

    A balança comercial brasileira atingiu novos resultados históricos no ano, (até outubro), com recordes no superávit, na corrente de comércio (soma das exportações e importações) e nas exportações. Segundo dados divulgados na quarta-feira (3/11) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o superávit acumulado de 2021 chegou a US$ 58,58 bilhões, com crescimento de 29,6% em relação a igual período do ano anterior, enquanto a corrente de comércio subiu 37%, atingindo US$ 413,16 bilhões. Já as exportações cresceram 36% e somaram US$ 235,87 bilhões, e as importações aumentaram 38,3%, para US$ 177,29 bilhões.

    Considerando apenas o mês de outubro, também houve recorde nas exportações, que somaram US$ 22,52 bilhões. As importações alcançaram US$ 20,5 bilhões e tiveram média diária acima de US$ 1 bilhão – a melhor para o mês desde o ano de 2015. A corrente de comércio resultante desses números chegou a US$ 43 bilhões, também recorde para o mês. Já o superávit foi de US$ 2 bilhões, com uma redução de 54,5% na média diária em relação ao mesmo mês do ano passado.

    Veja os principais dados da balança comercial

    Em entrevista coletiva à imprensa, o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, lembrou que o Brasil já havia atingido, em setembro, o recorde de superávit anual, com US$ 56,4 bilhões. “O recorde anterior foi de US$ 56 bilhões, em 2017, e agora, de janeiro a outubro, já temos US$ 58,6 bilhões”, acrescentou.

    Ele explicou que a desaceleração no aumento das exportações em outubro se deveu ao menor ritmo do crescimento dos preços dos bens, entre outros fatores. “Tem a desaceleração do crescimento do preço do minério de ferro, a entressafra agrícola – com quebra da produção de alguns produtos, como milho e café – e o menor embarque nas exportações de carne bovina”, citou.

    Mesmo assim, a exportação do mês ainda foi recorde. “É natural, após um crescimento tão acentuado, ocorrer uma desaceleração das taxas de crescimento”, comentou o subsecretário. “A demanda vai se acomodando, muitos fatores conjunturais se alteram e o próprio consumo dos bens se adequa, porque a preços crescentes, em algum momento o próprio preço acaba inibindo um pouco a demanda. Então, é natural que isso ocorra em algum momento”, avaliou.

    No entanto, segundo Brandão, os valores ainda são “extremamente favoráveis” à exportação “Observamos uma trajetória aquecida, próxima a US$ 1,2 bilhão de média diária de exportação, o que está dentro da nossa expectativa para o fechamento do ano”.

    Principais setores

    Entre os setores, no acumulado de 2021, a Indústria Extrativa apresentou crescimento maior de exportações, com alta de 73,1%, sendo que, somente em outubro, houve uma alta de 40% nas vendas externas do segmento. A Indústria de Transformação – que responde pela metade das exportações brasileiras – teve crescimento de 26,4% nas vendas, chegando a US$ 117,452 bilhões. Já a Agropecuária exportou US$ 48,440 bilhões no ano, uma alta de 21% em relação aos dez primeiros meses de 2020.

    De acordo com a Secex, os preços subiram 28,8%, em média, e tiveram maior influência nas receitas de exportação, com destaque para os valores na Indústria Extrativa, que aumentaram 66,1% no ano. Já nas quantidades exportadas, houve um aumento médio de 4,2%, mas a Agropecuária registrou diminuição de 9% nos volumes. Nesse caso, contribuíram para a queda, principalmente, as reduções de volumes exportados de milho (-41,2%).

    Do lado das importações, Brandão salientou o crescimento de 36,4% na Indústria de Transformação, que responde por 90% das compras externas do Brasil, e importou US$ 160,619 bilhões até outubro. O maior aumento nas importações, porém, foi da Indústria Extrativa, com alta de 76,7%, chegando a US$ 9,661 bilhões.

    As quantidades importadas tiveram aumento significativo em todas as categorias. O crescimento médio foi de 25,7%, com destaque para as altas da Indústria Extrativa, 29,2%, e da Indústria de Transformação, de 25,9%. Os preços dos produtos importados também subiram 10,9%, em média. As maiores altas, nesse quesito, foram de itens agropecuários (+22,6%) e da Indústria Extrativa (+19,6%). “Os preços se aceleraram nos últimos meses, com aumentos acima de 20%, principalmente em setembro e outubro”, observou o subsecretário.

    Destinos e origens

    A China se mantém como líder entre os destinos das exportações brasileiras, respondendo por 33,6% das compras, com US$ 79,219 bilhões. Os Estados Unidos (10,7%) compraram US$ 25,269 bilhões em produtos brasileiros neste ano. Já as exportações para a Argentina cresceram 46,3% e atingiram US$ 9,87 bilhões. Para a União Europeia, foram exportados US$ 40,761 bilhões.

    A China também aparece como principal origem dos produtos importados pelo Brasil, com 22% de participação, o que representa US$ 38,965 bilhões em dez meses – uma alta de 36,8% sobre o mesmo período de 2020, pela média diária. Também houve aumento das compras dos Estados Unidos (+33,1%), da Argentina (+45,4%) e da União Europeia (+27,5%).

    Comportamento da economia

    Entre os bens importados, os números da Secex apontam que as compras de bens de capital chegaram a US$ 19,878 bilhões no ano, com crescimento de 4,2%. Herlon Brandão lembrou que a compra de bens de capital é um investimento que dá uma indicação do comportamento futuro da economia. “Os bens de capital, nos primeiros meses do ano, apresentavam queda (nas importações), mas esse comportamento se inverteu e, nos últimos meses, apresentam aumento”, afirmou.

    Também houve aumentos nas compras de bens intermediários, como eletroeletrônicos, produtos químicos, adubos e fertilizantes, com alta de 46,8%. Nos bens de consumo, incluindo automóveis, vestuário, eletrodomésticos, medicamentos e até vacinas, a alta foi de 14,4%. Já em combustíveis e lubrificantes, como petróleo bruto, óleos combustíveis, carvão mineral, gás natural, entre outros, as compras cresceram 70,9%.

    Veja a Coletiva da Balança Comercial de Outubro/2021 

    Com informações do Ministério da Economia