Levantamento feito pelo Cepea mostra que as enchentes no Rio Grande do Sul vêm dificultando os transportes de suíno vivo para abate, de carnes aos mercados atacadistas e também de insumos utilizados pela atividade.
Como resultado da queda de pontes e destruição de estradas que interligam importantes regiões produtoras, o ritmo de negócios dentro e fora do estado está bastante lento.
É importante ressaltar que alguns municípios não abrangidos pela pesquisa do Cepea foram atingidos com maior intensidade, com relatos de perda de animais e estragos mais graves.
Em 2023, o Rio Grande do Sul foi o terceiro estado com o maior abate de suínos, equivalente a 19,87%, em termos percentuais, sendo 9,2 milhões de cabeças abatidas naquele período. Além disso, o estado gaúcho representou 23,1% do total exportado de carne suína no ano passado.
Um robô que faz a distribuição de ração é um dos benefícios da automação na suinocultura brasileira, cujos resultados positivos já podem ser fortemente sentidos na realidade atual das propriedades rurais. Além de possibilitar uma economia superior a 37 toneladas de ração por ano, a novidade digital economiza tempo e esforço físico dos criadores, possibilitando que se dediquem à gestão das granjas. O robô é um dos resultados da parceria entre a Embrapa Suínos e Aves (SC) e a empresa Roboagro e comprova que a digitalização no campo não tira o lugar de pessoas, mas, pelo contrário, agrega conhecimento intelectual às suas rotinas, permitindo que se dediquem mais ritmo ao desenvolvimento da produção animal.
O robô é responsável pela distribuição de ração em instalações de suínos em terminação, tarefa que se repete de três a cinco vezes ao dia. Ele não substitui as pessoas que trabalham na criação, uma vez que o olhar humano é fundamental no acompanhamento do funcionamento da máquina. “A diferença é que agora temos tempo para observar, analisar e agir, quando é necessário. Sem o trabalho de colocar a ração nos comedouros, sobra tempo para ver o que está acontecendo em cada baia”, conta Bruna Brandão, que trabalha em uma granja de suínos em Missal, região oeste do Paraná.
Ela e o esposo, Carlos, começaram a operar o robô em 2023. O casal é responsável por gerenciar mais de 3 mil suínos em terminação, distribuídos por três galpões diferentes, em uma granja integrada da Frivatti (frigorífico de suínos). As mudanças provocaram a novidade de Bruna e Carlos e desenvolveram uma série de adaptações. “Tivemos que aprender a programar o robô, o que não foi difícil. O que mais mudou, eu acredito, é a atenção que temos que ter na observação dos suínos e no funcionamento da máquina. Tudo tem que estar bem ajustado para que o robô faça aquilo que está planejado e nós podemos alcançar os resultados esperados”, afirma Bruna Brandão.
Integração entre homem e máquina aumenta a precisão
Essa observação pode ser sintetizada na palavra “precisão”. O robô distribuidor de ração aumenta a eficácia de um dos pontos mais críticos da criação de suínos, permitindo que possa ser controlado e medido diariamente. “Nós sabemos que perder ou ganhar dinheiro com suínos está muito vinculado à forma como o produtor maneja a ração. O robô garante que essa tarefa seja feita da forma mais eficiente possível dia após dia, sem oscilações de manejo, já que o produtor percebe que precisa trabalhar de forma complementar à máquina”, enfatizam o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves Osmar Dalla Costa .
Trabalhar complementarmente à máquina significa, com justiça, observar o que está acontecendo nas instalações, analisar se algo não está dentro do esperado e agir para corrigir o que está fora do padrão aplicado. É assim que produtor e máquina podem alcançar precisão. “Nós temos em torno de mil robôs já atuando no campo. A partir dessa experiência, posso afirmar que estamos ajudando o produtor a alcançar um nível de precisão na gestão da granja que antes não era possível”, conta Giovani Molin, da Roboagro. Segundo ele, o robô faz com que o produtor deixe de ser um “tratador de animais” e se transforme em um verdadeiro gestor de granjas de porcos.
Estudos de inovação recentes da Embrapa Suínos e Aves sobre a introdução de robôs na produção de suínos apontam uma janela interessante para vislumbrar como a automação ajuda a construir um novo mundo rural. “A lógica que sustenta essa mudança é que já estamos vendendo os robôs em. Eles evitam a carga de esforço físico dos produtores e permitem que as pessoas envolvidas com a produção animal observem e pensem mais sobre o que está acontecendo nas instalações”, acrescenta Dalla Costa.
Economia de ração pode chegar a 37 toneladas
Os estudos mostram também que os robôs ajustados para servirem a ração em comedouros lineares com trato na parte inferior das baias podem economizar até 37,6 toneladas de ração por ano em três lotes de mil suínos em terminação. “Apuramos que cada animal consome 12,5 kg a menos de ração para atingir o mesmo peso de abate quando o robô é ligado para servir a ração de forma controlada em comedouros lineares com trato na parte inferior, quando comparado com o sistema de alimentação à vontade nos comedouros tulha”, revela o pesquisador.
A economia, de acordo com Dalla Costa, está relacionada, principalmente, à redução do desperdício e à melhoria na conversão alimentar dos suínos. “Comparamos o sistema de ração fornecido com robô e comedouros lineares com trato na parte inferior e ração controlada com outros quatro sistemas de distribuição”, explica. Os outros quatro tipos de ração adequada foram: sistema linear automatizado com comedouro tipo gota e ração controlada; tratamento com sistema linear tipo manual e ração controlada; comedouros lineares com trato na parte superior alimentados com robô e ração controlada; e sistema automatizado com comedouro tipo tulha e ração à vontade. “O robô distribui a proporção por peso, diferentemente de outros sistemas automatizados, que fazem a distribuição por quantidade. Além disso, em comparação com o manual, o robô alcança maior homogeneidade na distribuição. Com isso, os suínos recebem apenas a ração necessária em cada baía, o que reduz o desperdício e melhora a conversão alimentar”, pontua o pesquisador.
Os robôs também otimizam o uso da ração por mais dois motivos. Primeiro, eles facilitam a distribuição controlada da ração durante o dia. Tratar os animais na hora certa e nos descontos recomendados aumenta a conversão alimentar (calculada a partir da quantidade de ração consumida para cada quilo de carne adquirido pelo animal), fator decisivo para alcançar bons resultados na suinocultura. “Em média, a distribuição controlada pelo robô reduz em 5% o consumo de ração na comparação com a distribuição à vontade”, observa Molin. Além disso, a distribuição controlada pelo robô permite diferenciar, sem dificuldades, o peso de ração levado para cada baia. Ou ainda oferecer porções específicas para os animais dependendo do horário (em períodos mais quentes, os animais, geralmente, comem menos).
Segundo, os robôs se registram e disponibilizam todas as informações necessárias para gerenciar a ração servida aos animais. A emissão de relatórios diários do consumo de ração ajuda ainda a adotar uma postura preventiva no gerenciamento dos lotes de suínos. “O consumo de ração revela se o lote está evoluindo como o esperado. Qualquer anomalia apontada nos relatórios diários pode ser resolvida antecipadamente”, complementa Dalla Costa. Para Bruna Brandão, os relatórios diários fornecidos pelo robô também servem para confirmar se o trabalho está sendo bem feito dentro da granja. “Depois que entendemos como interagir com o robô, ficou melhor pra todo mundo”, comemora.
Um robô sobre trilhos
Foto: Osmar Dalla Costa
O robô distribuidor de ração, continuamente aprimorado pela Embrapa e a Roboagro, funciona, na prática, como um “vagão com baterias sobre trilhos”. Os trilhos são colocados nos corredores dos galpões onde estão os suínos e permitem que o robô entre e saia das instalações sem dificuldades. Um único equipamento pode tratar até quatro galpões, com um ou mais pontos de abastecimento de ração. “Mesmo instalações já existentes podem receber o robô. Claro que serão necessárias adaptações, de acordo com a realidade de cada uma, mas o equipamento não serve somente para galpões novos”, complementa Molin.
“No caso da Embrapa, onde temos um robô em nossas fazendas experimentais, foram feitas obras de adaptação. Mas o importante é que o uso de um equipamento inteligente para distribuição de ração esteja ao alcance de praticamente todo o mundo do ponto de vista estrutural”, defende Dalla Costa. Para quem vai construir um novo galpão, há um manual de construção indicado pela Roboagro, que permite que o robô trabalhe melhor e alcance maior durabilidade. Em média, um único equipamento pode alimentar até 3 mil animais diariamente. Mesmo que haja certa flexibilidade de adaptação do robô às necessidades de cada fazenda, a indicação é que as plantas maiores recebam mais de um equipamento.
Apesar da facilidade de instalação que o robô apresenta, há um aspecto ainda mais importante para determinar se vale a pena adotar essa solução. A própria Roboagro recomenda que somente propriedades com, no mínimo, 400 animais recebam o robô distribuidor de ração. “Segundo nossos estudos, essa é a quantidade ideal de animais para que o produtor alcance, em médio prazo, retorno financeiro esmagador em relação ao investimento”, destacou o representante da empresa.
A Roboagro oferece duas opções para quem quer adquirir os robôs. Uma das possibilidades é a compra, na qual o preço inicial parte de aproximadamente R$ 70 mil por robô e aumenta de acordo com a quantidade de animais e acessórios. A outra é a locação, na qual o produtor não precisa fazer investimentos e pagar um valor por animal alojado na granja mensalmente. Do ponto vista do seu uso no dia a dia, a experiência da Embrapa Suínos e Aves com o robô distribuidor de ração é positiva. Como o robô possui baterias, ele não é suscetível à falta de energia elétrica no momento em que os animais precisam receber a ração. Além disso, há um modelo já implantado de treinamento para uso do robô e para assistência técnica em caso de falhas de operação.
Nova rotina de trabalho
Foto: Osmar Dalla Costa
O uso de robôs institui uma nova rotina de trabalho dentro das granjas especializadas na criação de porcos. Por um lado, tarefas que antes duravam várias horas deixavam de ocupar tão significativamente o dia do produtor. Por outro lado, novas ações passam a compor a lista de ações do dia a dia. Um exemplo de rotina trazida pelos robôs é o cumprimento do planejamento detalhado da distribuição de ração. Para que o robô traga os resultados esperados, é preciso reprogramá-lo constantemente, adequando a distribuição de ração à curva de crescimento dos animais. Essa nova rotina exige que os produtores associem conhecimentos de informática (para calibrar o robô) com padrões de manejo (para entender as necessidades dos animais de acordo com pesos e idades).
Na prática, as horas de trabalho economizadas pelo robô precisam ser direcionadas para outros esforços, como o da aprendizagem constante. Em média, os robôs distribuidores de ração economizaram duas horas de trabalho braçal por dia dos produtores. Tempo que passa a ser dedicado ao seu aprimoramento. “Temos acompanhado, nos campos experimentais da Embrapa, as novas rotinas que o robô traz para a suinocultura. A maior parte das mudanças é positiva. Além disso, o uso de robôs na produção de suínos abre uma perspectiva de atração de um novo tipo de mão de obra para atividade, o que é fundamental pensar no futuro”, completa Dalla Costa.
Recentes dados indicam uma movimentação contrastante nos preços da carne de frango e suína no atacado da Grande São Paulo, refletindo mudanças significativas no mercado de proteínas. De acordo com pesquisas realizadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), enquanto os preços da carne de frango apresentaram uma redução comparando a média parcial de abril com a de março, os valores da carne suína registraram uma variação positiva.
Esse cenário tem como resultado um novo ganho de competitividade para a proteína avícola, conforme apontado pelas análises do Cepea. No entanto, o panorama é diferente quando se trata da carne bovina, que também registrou quedas nos preços no atacado da Grande São Paulo. Nesse caso, observa-se uma perda de competitividade da carne de frango em relação à concorrente bovina.
Segundo os pesquisadores do Cepea, a pressão sobre as cotações da carne de frango é atribuída à baixa demanda ao longo da maior parte do mês. Essa redução na procura levou os agentes atacadistas a realizarem ajustes negativos nos preços, com o objetivo de evitar o acúmulo excessivo de estoques.
Essas dinâmicas no mercado de proteínas destacam a sensibilidade do setor às flutuações na demanda e na oferta, influenciando diretamente nos preços e na competitividade entre os diferentes tipos de carne. A análise detalhada desses movimentos é essencial para compreender as tendências do mercado e tomar decisões estratégicas no setor de alimentos.
Os preços do suíno vivo e da carne caíram nos últimos dias, conforme apontam levantamentos do Cepea. Para o animal, pesquisadores deste Centro explicam que a pressão vem da demanda interna enfraquecida e da oferta elevada.
No atacado, o movimento de baixa foi observado para a maioria dos produtos acompanhados pelo Cepea e decorre da oferta oriunda da região Sul do Brasil (maior polo produtor) a valores competitivos.
Esse cenário, segundo pesquisadores do Cepea, força frigoríficos paulistas a reajustarem negativamente o preço negociado, em busca de maior liquidez e de evitar o aumento dos estoques.
Diante da retração dos valores pagos pelo vivo no mercado independente em abril, o poder de compra do suinocultor paulista caiu frente ao farelo de soja; já em relação ao milho, cresceu, uma vez que o cereal registra desvalorização mais intensa que a verificada para o animal.
Após uma queda na primeira metade de março, os preços do suíno vivo e da carne suína registram um avanço na segunda quinzena do mês. Contudo, de acordo com análises do Cepea, enquanto algumas regiões observam um aumento na média de março em comparação com fevereiro, outras enfrentam uma baixa devido à desvalorização mais intensa no início do período.
Durante as primeiras semanas de março, a oferta de animais superou a demanda, exercendo pressão sobre os preços tanto do suíno vivo quanto da proteína suína. No entanto, na segunda parte do mês, essa dinâmica começou a se ajustar, com a oferta mais equilibrada em relação à procura, o que resultou em um leve aumento nos preços.
Apesar do recente movimento de alta, nos últimos dias, os compradores demonstraram menor interesse em adquirir novos lotes de animais. Esse comportamento está relacionado ao período da Quaresma, quando a demanda por carne de peixe aumenta em detrimento da carne suína e de outras carnes vermelhas.
Essas flutuações no mercado de suínos e carne suína destacam a sensibilidade do setor às mudanças sazonais na demanda e na oferta, evidenciando a necessidade de os produtores e agentes do mercado estarem atentos aos movimentos do mercado para se adaptarem às condições em constante evolução.
O poder de compra de suinocultores paulistas tem caído em relação ao milho, mas avançado frente ao farelo de soja, conforme apontam pesquisas do Cepea.
Conforme apurado pelos pesquisadores, isso ocorre porque, enquanto os preços do suíno vivo posto frigorífico no mercado independente apresentam leves quedas em março, os do cereal seguem firmes e os do derivado da oleaginosa caem com força.
Os pesquisadores do Cepea indicam que, apesar das recentes valorizações do animal, a menor procura por parte da indústria no início do mês pressionou a cotação média mensal do suíno.
Para o milho, de acordo com a Equipe Grãos/Cepea, o baixo volume de estoques e as valorizações externas vêm sustentando os preços em regiões paulistas; já no caso do farelo, consumidores estão se abastecendo aos poucos, fundamentados na possível maior oferta do derivado diante do aumento na demanda por óleo de soja.
O mercado do suíno vivo tem mostrado uma dinâmica diversificada neste início de março, revelando variações nos preços de acordo com as condições locais de oferta e demanda. De acordo com análises do Cepea, em algumas regiões onde o volume de suínos represados é menor, observou-se uma reação nas cotações, impulsionada pela melhoria na procura por animais neste período inicial do mês. No entanto, em áreas onde a oferta supera ligeiramente a demanda, os preços registraram queda.
Essa disparidade nos preços reflete as diferentes condições do mercado em todo o país. Enquanto algumas regiões enfrentam uma escassez relativa de suínos disponíveis para venda, outras lidam com um excedente que pressiona as cotações para baixo. Essa variedade de situações locais contribui para a complexidade do cenário e influencia diretamente a dinâmica de preços.
Além disso, no mercado atacadista, as movimentações dos cortes suínos também têm sido heterogêneas, refletindo as diferentes condições de estoque e demanda em cada produto. Essa diversidade de condições evidencia a necessidade de análises específicas para cada segmento do mercado suinícola, a fim de compreender os fatores que impactam os preços e orientar as estratégias dos produtores e comerciantes.
O mercado do suíno vivo neste começo de março apresenta uma variedade de cenários regionais, com impactos diretos sobre as cotações. A análise cuidadosa das condições locais de oferta e demanda se mostra essencial para compreender as tendências de preço e tomar decisões informadas no setor.
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) afirmam que os preços do suíno vivo e da carne apresentaram declínio em janeiro. Esta redução é resultado do lento ritmo de exportações da proteína e da demanda interna enfraquecida.
Nos primeiros 19 dias úteis do mês, a média diária de carne suína exportada foi de 3,7 mil toneladas, representando uma queda significativa de 22,7% em relação ao desempenho de dezembro de 2023, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
No mercado interno, as vendas mais fracas estão associadas ao menor poder de compra da população no final do mês, ao período de recesso escolar e à elevada oferta de suínos.
Este cenário revela um contexto desafiador para o setor, com pressões tanto no mercado internacional quanto no mercado doméstico, impactando diretamente nos preços desses produtos.
O ano de 2023 encerrou com uma perspectiva positiva para os produtores de suínos e frangos de corte, com uma redução significativa nos custos de produção. Segundo a Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa, o custo por quilo de suíno vivo atingiu R$ 6,20, enquanto para frangos de corte ficou em R$ 4,41. Esses números refletem uma queda de 23,16% nos custos de produção de suínos e 20,33% para frangos de corte ao longo de 2023.
Destaca-se que a mudança nos coeficientes técnicos realizada em janeiro de 2023 contribuiu significativamente para essa redução, proporcionando uma diminuição de 16,2 pontos percentuais no Índice de Custo de Produção de Suínos (ICPSuíno) e de 7,1 pontos percentuais no Índice de Custo de Produção de Frangos de Corte (ICPFrango). Os preços respondem pelo restante da variação acumulada ao longo do ano.
Em dezembro, o aumento do ICPSuíno foi influenciado principalmente pelo custo da alimentação dos animais, que teve uma alta de 1,61% e representou 74,83% do custo total. Assim, o custo de produção por quilo de suíno vivo em Santa Catarina atingiu R$ 6,20, um aumento de R$ 0,08 em relação a novembro.
Para o ICPFrango em dezembro, o aumento foi provocado pela variação de 1,65% no custo da alimentação das aves, que representa 67,83% do custo total, e na aquisição dos pintos de um dia, com aumento de 2,44% e peso de 14,97%. O custo de produção por quilo do frango de corte vivo no Paraná, em aviário climatizado em pressão positiva, atingiu R$ 4,41, um acréscimo de R$ 0,06 em comparação a novembro.
É importante salientar que os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos da CIAS, por serem os maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.
A Embrapa destaca a disponibilidade do aplicativo Custo Fácil, que permite gerar relatórios dinâmicos das granjas, do usuário e das estatísticas da base de dados. O aplicativo está disponível gratuitamente para aparelhos Android, na Play Store do Google. Além disso, os produtores integrados podem fazer uso da planilha eletrônica disponibilizada pela Embrapa para a gestão da granja, que pode ser baixada gratuitamente no site da CIAS.
Os preços do suíno vivo e da carne suína registraram uma queda no início do ano, de acordo com análises de pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Essa pressão de baixa é atribuída à menor demanda característica do período, marcado por renda limitada e férias escolares.
Tendências no Mercado Doméstico
A demanda sazonalmente reduzida, comum durante o início do ano, impactou negativamente os preços do suíno vivo e da carne suína no mercado interno. O período de férias escolares e a renda limitada dos consumidores contribuíram para essa diminuição na procura.
Desempenho Recorde nas Exportações
Em contrapartida, as exportações brasileiras de carne suína apresentaram um desempenho notável em 2023. O volume exportado alcançou um recorde, considerando-se a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que teve início em 1997. No acumulado do ano passado, foram embarcadas 1,2 milhão de toneladas da proteína, representando um aumento de 10,3% em relação a 2022 e um aumento significativo de 8,4% em comparação com o maior volume registrado anteriormente em 2021.
Resultados de Dezembro
No mês de dezembro, especificamente, as exportações totalizaram 109,6 mil toneladas de carne suína, considerando produtos in natura e processados. Esse volume estabeleceu um novo recorde para o mês, apresentando incrementos de 4,7% em relação a novembro e 8,3% em comparação com dezembro de 2022.
Perspectivas Futuras
As oscilações nos preços no mercado interno são influenciadas por diversos fatores, incluindo sazonalidade, demanda doméstica e condições econômicas. Para os produtores e participantes do setor suinícola, é crucial monitorar essas variáveis e adaptar estratégias de produção e comercialização conforme as mudanças no ambiente de negócios.
As exportações robustas indicam a importância crescente do mercado internacional para o setor suinícola brasileiro. A busca por oportunidades nos mercados globais e a compreensão das dinâmicas internacionais continuam sendo elementos-chave para impulsionar o crescimento e a competitividade da indústria suinícola nacional.