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  • Primeira Unidade de Agricultura e Pecuária é inaugurada em Mato Grosso

    Primeira Unidade de Agricultura e Pecuária é inaugurada em Mato Grosso

    O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, inaugurou, ontem (10) a primeira Unidade Técnica Regional de Agricultura e Pecuária (UTRA) descentralizada, em Sorriso (MT). O escritório do ministério vai disponibilizar serviços da pasta com objetivo de ficar mais próximo o do produtor rural e da agroindústria da região.

    A unidade mato-grossense será responsável pelos serviços de controle de produção, garantia de qualidade e promoção do desenvolvimento regional de 50 municípios, em uma região que se estenderá do Xingu até Sapezal.

    Em entrevista coletiva, o ministro Carlos Fávaro destacou que a escolha de Sorriso para sediar a primeira UTRA deve-se à relevância do município, no cenário do agro brasileiro.  “É uma cidade polo de desenvolvimento sustentável, que representa a essência da agropecuária brasileira, com a integração não só da soja, do milho, mas, para verticalização da nossa produção. A região merece esse apoio mais constante”.

    O ministro revelou que havia a dificuldade de contratação de pessoal para trabalhar na unidade descentralizada, o que inviabilizava a inauguração da UTRA de Sorriso. Mas, que o problema foi superado, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nesse ano, o governo do presidente Lula lançou um concurso para servidores públicos que permitiu, então, que a gente começasse a avançar na descentralização”.

    “Estamos avançando com as descentralizações para levar o ministério mais perto das regiões produtoras, para que os processos sejam mais rápidos, céleres, eficientes, dando mais competitividade à produção agropecuária do país”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

    O ministro da Agricultura e Pecuária adiantou que o governo federal vai continuar descentralizando os serviços do ministério para beneficiar o agronegócio brasileiro, com outras unidade do Mapa no Mato Grosso. “É um processo natural: a gente colocar o ministério mais perto, com agrônomos e veterinários mais perto da produção e, com isso, descentralizar e dar mais agilidade”.

    Durante a inauguração da primeira Unidade Técnica Regional de Agricultura e Pecuária, o prefeito de Sorriso (MT), Ari Lafin, agradeceu a instalação do braço do Ministério da Agricultura e Pecuária no município. “O escritório inaugurado em nosso município trará muito mais velocidade a situações que, às vezes, tinham que ser discutidas em Cuiabá [MT] ou em Brasília. A equipe já apresentada é de extrema competência, com experiência vasta e que atenderá mais de 50 municípios, desta região”, comemorou o prefeito.

    Governo Federal e Agro

    Para reforçar o compromisso do governo federal com o agronegócio, o ministro relembrou que o governo federal lançou no fim de junho, o Plano Safra 2023/2024 com valor recorde de R$ 364,22 bilhões para o financiamento da agricultura e da pecuária empresarial.

    Fávaro disse, ainda, que o slogan do governo federal que prega a “União e reconstrução” é propício ao agronegócio brasileiro, desde 1º de janeiro.

    “A união é de todos aqueles, homens e mulheres, que entendem que a eleição acabou e que, legitimamente, tiveram seu candidato, apoiaram, financiaram dentro dos limites legais, puderam se manifestar. Tudo foi dentro da normalidade. Então, passada a eleição, todos aqueles que quiserem olhar para frente, encontrarão as portas abertas do governo do presidente Lula. Depois, em 2026, cada um poderá escolher, também, seu candidato, apoiar, fazer a eleição fluir, dentro dos limites democráticos. E a reconstrução é fazer políticas, cada vez mais, voltada ao desenvolvimento deste país”.

    “Passada a eleição, todos aqueles que quiserem olhar para frente, encontrarão as portas abertas do governo do presidente Lula”.

    Na outra ponta, o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, defendeu o entendimento. “Uma das minhas marcas sempre foi o bom diálogo, sempre sentar e conversar. Então, peço sempre a todos e à comunidade: o Brasil precisa, nesse momento, selar as mãos e trabalhar unidos”.

    Por fim, o prefeito ainda reivindicou mais apoio do governo federal à melhoria da logística para escoar a produção do agro, com a duplicação da rodovia federal BR-163, a extensão de ferrovia ao município de Lucas do Rio Verde (MT); e a construção do trecho da ferrovia que liga o Porto de Miritituba (PA) a Sinop (MT).

    Edição: Valéria Aguiar

  • Agricultores enfrentam perspectivas de desvalorização da soja com atualização do relatório de oferta e demanda mundial

    Agricultores enfrentam perspectivas de desvalorização da soja com atualização do relatório de oferta e demanda mundial

    A expectativa é de que a soja tenha uma semana de desvalorização, de acordo com o relatório de oferta e demanda mundial que será divulgado pelo USDA na próxima quarta-feira (12/07). O foco estará nas projeções de oferta e demanda da soja norte-americana, que tem sido menos procurada devido à safra abundante no Brasil. Apesar da redução na área plantada, a diminuição da expectativa de demanda pode levar a quedas adicionais nos preços em Chicago, já que haverá equilíbrio entre oferta e demanda.

    Segundo análises da Grão Direto, o clima favorável está proporcionando boas condições de desenvolvimento da soja nos EUA, com previsão de mais chuvas para esta semana. O florescimento da soja é um estágio importante para a formação das vagens e o enchimento dos grãos.

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    Foto: Divulgação | Agricultores enfrentam perspectivas de desvalorização da soja com atualização do relatório de oferta e demanda mundial

    No contexto econômico, os dados de inflação no Brasil e nos EUA irão influenciar as decisões dos bancos centrais em relação às taxas de juros. No momento, há indicações de medidas de aperto monetário nos EUA, o que aumenta as preocupações com a possibilidade de recessão. No Brasil, o andamento da reforma tributária e as taxas de juros definidas pelo banco central são pontos de atenção, com a possibilidade de cortes cautelosos nos próximos meses.

    A desvalorização do dólar também é um fator a ser considerado, pois a expectativa é de uma continuidade na alta das taxas de juros brasileiras no médio prazo. Diante desse cenário, a soja em Chicago pode apresentar uma semana negativa, o que resultará em desvalorização dos preços no mercado interno brasileiro.

  • Berço das águas, Cerrado recebe 600 mi de litros de agrotóxico por ano

    Berço das águas, Cerrado recebe 600 mi de litros de agrotóxico por ano

    Todo ano, são lançados 600 milhões de litros de agrotóxico no Cerrado, bioma que concentrava mais da metade (52%) da área reservada ao plantio de soja de todo o país, na safra 2020/2021, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Naquele período, o monocultivo de soja abrangia 38,5 milhões de hectares. Um hectare corresponde à área de um campo de futebol oficial.

    Essa é uma das informações que constam do documento Vivendo em territórios contaminados: um dossiê sobre agrotóxicos nas águas do Cerrado, que compila trabalhos científicos sobre o assunto. O relatório foi elaborado pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi lançado nesta terça-feira (30), dois dias antes da audiência pública organizada pelo deputado Nilto Natto (PT-SP), com o tema Impactos dos Agrotóxicos em povos e comunidades tradicionais do Cerrado, que acontecerá às 10h desta quinta-feira (1º), na Câmara dos Deputados, no âmbito das atividades da Comissão de Meio Ambiente de Desenvolvimento Sustentável.

    Entre os anos de 1985 e 2021, a extensão das lavouras de soja no bioma aumentou cerca de 1.440%, ocupando o equivalente a 10% de sua área. A soja é a cultura que mais tem demandado o uso de agrotóxicos. Mais de 63% desse tipo de produto vai para o plantio do grão. A forma como o agrotóxico é lançado é outro problema. Somente 32% do volume pulverizado atinge as plantas-alvo, enquanto 49% vão para o solo e 16% são dispersados pelo ar para áreas vizinhas à aplicação. O que se constata, portanto, é que a contaminação é expressiva.

    Mariana Pontes, membro da equipe da secretaria-executiva da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, que reúne mais de 50 organizações e movimentos sociais, alerta que, por trás do discurso de suposto desenvolvimento do bioma, que tem dado respaldo à presença cada vez maior de grandes empreendimentos, da pecuária intensiva e do agronegócio, há um modelo de exploração na natureza das comunidades que vivem na região. “E que traz muita violência, muita usurpação dos territórios e violação dos direitos humanos”, emenda.

    “O Cerrado é uma das regiões mais biodiversas do mundo, chegando a abrigar 5% da biodiversidade do planeta. E essa biodiversidade, toda essa riqueza devido à permanência, ao manejo das paisagens, às lutas que vêm sendo travadas há tantas gerações pelos povos e comunidades tradicionais do Cerrado. O Cerrado existe e resiste hoje devido aos modos de vida, aos saberes tradicionais das comunidades indígenas, quilombolas, geraizeiras, quebradeiras de coco babaçu, raizeiras e várias outras comunidades”, acrescenta.

    O que está em debate, além da oposição ao uso de agrotóxicos, é o protesto contra transgênicos e outras biotecnologias que possam colocar em risco as diversas formas de vida. A campanha reivindica, ainda, a criação de um projeto de lei (PL) que estabeleça a Polícia Nacional de Redução dos Agrotóxicos, que teria por função, paralelamente, o fomento a projetos de agroecologia.

    As organizações que compõem e campanha fazem uma série de recomendações, conforme detalha Mariana, como a criação de um canal oficial para denúncias relacionadas ao uso de agrotóxicos e danos derivados dele; a proibição de pulverização aérea, consolidada, inclusive, no Ceará, por decisão do Supremo Tribunal Federal, há alguns dias; a revisão de parâmetros de contaminação da água, com a ampliação do número de agrotóxicos examinado; o fim da isenção fiscal de agrotóxicos; o endurecimento de ações de fiscalização; mais transparência do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), criado em 2001; a proibição de uso de agrotóxicos barrados em outros países; e a derrubada do PL 1.459/2022, conhecido como PL do Veneno. O PL recebeu críticas da Fundação Oswaldo Cruz e da Abrasco, que chegou a elaborar um dossiê alertando sobre o que o uso de agrotóxicos representa para o meio ambiente e a saúde.

    Áreas plantadas

    O estudo Projeções do Agronegócio, divulgado em julho de 2021, indica que, no Brasil, a área plantada com lavouras deve passar de 80,8 milhões de hectares, patamar da safra 2020/2021, para 92,3 milhões, em 2030/31. A principal responsável por essa expansão é a soja, com um total de 10,3 milhões de hectares. Atrás, vêm a cana-de-açúcar (mais 1 milhão) e o milho (2,1 milhões de hectares. Outras culturas deverão perder espaço, como a mandioca, o café, o arroz, a laranja e o feijão. “Sendo que a área do território é de 851,49 milhões de hectares, a área de lavouras deverá ocupar em 2030, 10,8% do espaço territorial”. Quem assina o levantamento é a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em conjunto com a Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Sire/Embrapa) e o Departamento de Estatística da Universidade de Brasília (UnB).

    A equipe de pesquisadores que assina o Projeções do Agronegócio também sublinha que as regiões Centro-Oeste e Norte são as que deverão ter os maiores aumentos relativos de produção e área e que, entre os estados do Norte, Tocantins e Rondônia deverão liderar a expansão da produção. O Cerrado abrange tanto estes dois estados como a região Centro-Oeste, os estados de Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Paraná, São Paulo e partes do Amapá, Roraima e Amazonas.

    O pesquisador André Pereira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) afirma que o processo pelo qual o bioma passa agora é também resultado de uma decisão de anos atrás, de se ocupar o centro do Brasil, “tanto é que se fez a construção de Brasília no Cerrado”. Ele explica que, antes, havia uma perda grande de solo, que foi sendo contornada com o aprimoramento de conhecimentos. Técnicas como a calagem, por exemplo, que consiste em aplicar no solo rocha moída, para corrigir o pH e garantir a nutrição devida de plantas, têm sido aliadas.

    “A elevação da produtividade é algo muito importante para a gente reduzir a pressão sobre o bioma”, diz Pereira. “A gente espera que, daqui pra frente, nenhum hectare a mais, no Cerrado, seja desmatado para área de cultivos. Vamos avançar em produtividade e produção em áreas já cultivadas, pastagens degradadas. A ciência evolui justamente para isso, para que façamos agricultura em área de pastagem degradada. Nosso grande desafio, enquanto humanidade, é conservar esse resto de Cerrado que está presente, aumentar a produtividade nessas áreas que já são cultivadas e avançar também em produção em área de pastagem degradada.”

    O estado atual do Cerrado exige um conjunto inadiável de ações, segundo a vice-presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Maria do Socorro Lima. “A fauna e a flora se acabaram com o fogo, a derrubada e o uso indiscriminado de agrotóxico pelas grandes empresas. Essa é a verdade”, diz ela, que também integra a Rede Cerrado.

    “O Cerrado e a Amazônia, eu digo que são um casal muito importante nas nossas vidas, porque um depende do outro. A Amazônia sem o Cerrado não é a Amazônia e nem o Cerrado sem a Amazônia é o Cerrado, O Cerrado precisa de chuva para juntar e estocar água. Da Amazônia nós precisamos porque é ela quem faz chover”, resume Maria sobre a dinâmica de interdependência que se estabelece, entre os dois biomas, na prática.

    A Agência Brasil solicitou posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre as medidas que têm adotado para controle dos agrotóxicos e sobre a liberação do uso de produtos proibidos em outros países e aguarda resposta. Os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura e Pecuária também foram procurados pela reportagem e também não deram retorno.

    Edição: Kelly Oliveira

  • Vazio da soja inicia em junho e Indea alerta produtores sobre evitar surgimento de plantas guaxas

    Vazio da soja inicia em junho e Indea alerta produtores sobre evitar surgimento de plantas guaxas

    De 15 de junho a 15 de setembro deste ano acontece o vazio sanitário da soja, período em que não é permitida a presença de plantas vivas nas propriedades rurais. Para evitar o surgimento inclusive de plantas guaxas, que surgem nas proximidades de armazéns e acessos às propriedades, o Instituto de Defesa Animal de Mato Grosso (Indea-MT) vem alertando os produtores sobre o período proibitivo.

    O vazio sanitário tem como objetivo combater o surgimento da ferrugem asiática, uma das principais doenças que atacam as lavouras de soja. Por isso, as ações neste período são de exterminar restos de soja nas propriedades e no entorno. Essa destruição deverá ser feita pelo produtor. Na safra 2022/23, Mato Grosso registrou 16 ocorrências de ferrugem asiática sendo uma delas em Lucas do Rio Verde.

    O Indea publicou instrução normativa orientando sobre as medidas fitossanitárias para o período. Caso alguma propriedade vir a ser encontrada com plantas guaxas o produtor pode ser penalizado. “Para aqueles que ainda têm planta guaxa de soja que faça o seu trabalho, ou seja destrua essa soja guaxa na sede, na sua propriedade, na lavoura, próximo às estradas para que se evite a multa”, reforça o engenheiro agrônomo do Indea em Lucas do Rio Verde, Leandro Oltramari.

    De acordo com a publicação do Indea, a multa é de 30 UPF (Unidade Padrão Fiscal) mais 2 UPF por hectare. Em maio, cada UPF foi estipulada em R$ 227,84.

    Prejuízos

    Além da multa, a presença de ferrugem asiática nas lavouras representa prejuízos aos produtores. Quando em contato com a lavoura de soja, o patógeno causador da ferrugem provoca a desfolha precoce. Isso impede a realização de fotossíntese e a formação dos grãos. O resultado é a perda de rendimento e qualidade menores.

    “É a principal doença da soja e é disseminada através do vento. Então todos têm que fazer a sua parte, destruir a soja guaxa para justamente quando nós começarmos um novo ciclo na safra 23/24, reduzir ao máximo a fonte de inóculo da ferrugem asiática”, orienta Oltramari.

    Nos próximos dias, as equipes de fiscalização do Indea vão reforçar os trabalhos a campo relacionados ao vazio sanitário da soja. Os fiscais também atuam atendendo solicitações e denúncias, que podem ser feitas de forma anônima. O telefone do escritório local do Indea é (65) 3549-1507. Outra forma de manter contato é pelo e-mail ule_lucasrioverde@indea.mt.gov.br. A preocupação em manter a ferrugem asiática é grande, principalmente pelo potencial produtivo regional. “A soja é responsável pela geração de muitos empregos diretos e indiretos em Lucas Rio Verde e em toda a região”, reforça.

  • Produção de grãos deve ter alta de 15% na temporada 2022-23

    Produção de grãos deve ter alta de 15% na temporada 2022-23

    A produção de grãos no Brasil no ciclo 2022/23 está estimada em 312,5 milhões de toneladas, acréscimo de 40,1 milhões de toneladas quando comparada com o período 2021/22. A alta é de 15%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Nesta quinta-feira (13), o órgão divulgou, em Brasília, o 7º Levantamento da Safra de Grãos, momento em que os produtores entram na fase final da colheita das culturas de primeira safra. Em relação à área plantada, a Conab espera um crescimento de 3,3%, com a incorporação de 2,5 milhões de hectares, chegando a 77 milhões de hectares utilizados.

    “O bom desempenho é explicado não só pelo aumento de área, como também pela melhoria da produtividade de culturas como soja, milho, algodão, girassol, mamona e sorgo. No entanto, o resultado consolidado ainda depende do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas de segunda e terceira safras”, explicou a Conab.

    A soja ainda é o produto com maior volume colhido no país, com uma produção estimada em 153,6 milhões de toneladas. Segundo a companhia, com o progresso da colheita em 78,2%, a boa produtividade nas lavouras segue sendo confirmada e está estimada em 3.527 quilos por hectare.

    Milho

    Para o milho, a Conab também aponta um aumento tanto em área como em produção. O cultivo do cereal é feito em cerca de 21,97 milhões de hectares pelo país, acréscimo de 1,8%, com aumento para a área semeada na segunda safra e redução na primeira. Já a colheita total do grão está calculada em 124,88 milhões de toneladas, influenciada pelo aumento da produção em 8,8% na primeira safra e 11% na segunda, podendo chegar a 27,24 milhões de toneladas e 95,32 milhões de toneladas, respectivamente.

    “Outro produto que apresenta crescimento é o sorgo, influenciado pela perda da janela ideal de plantio do milho em algumas regiões produtoras e por ser um produto mais resistente à estiagem”, explicou a Conab. A produção do grão pode ultrapassar 3,7 milhões de toneladas nesta safra.

    Já para o arroz, a produção caiu e é estimada em 9,94 milhões de toneladas. “O menor volume produzido é explicado pela queda na área destinada ao produto, aliada às condições climáticas adversas registradas no desenvolvimento da cultura, sobretudo no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão”, afirmou a companhia.

    Houve queda também na área total semeada de feijão, estimada em 2,76 milhões de hectares. Somando as três safras, a produção do grão deve ficar em 2,95 milhões de toneladas.

    Comércio

    Neste levantamento, houve aumento das projeções de exportação de soja da safra 2022/23, que deve atingir  94,35 milhões de toneladas. Da mesma forma, a Conab também alterou os cálculos de consumo interno para o óleo de soja, que passaram de 9,15 milhões de toneladas para 8,29 milhões de toneladas.

    Segundo o órgão, as reduções são explicadas pela menor demanda doméstica após a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de aumento do percentual de biodiesel ao diesel de 10% para 12%, e não para 15% como utilizado nas estimativas anteriores.

    Com a queda, as expectativas para a exportação de óleo subiram para 2,6 milhões de toneladas. “A alta é motivada pela maior venda do produto para o mercado externo no primeiro trimestre de 2023, com elevação de 42,74% quando comparado com o mesmo período do ano passado. Este aumento é motivado pela quebra da safra da oleaginosa na Argentina. A menor colheita pelos agricultores argentinos também deve influenciar nos embarques de farelo de soja para o mercado externo, podendo chegar a 20,74 milhões de toneladas”, explicou a Conab.

    Os boletins das safras de grãos estão disponíveis no site da Conab.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Entidade defende fomento para reduzir déficit de armazenamento para a produção mato-grossense

    Entidade defende fomento para reduzir déficit de armazenamento para a produção mato-grossense

    Um dos graves problemas encontrados nas pequenas e médias propriedades rurais de Mato Grosso é a falta de local para armazenamento da produção de grãos. O estado é o maior produtor de soja e milho do país e tem dificuldade para estocar a produção a cada safra.

    Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que o déficit de armazenagem do estado permanece em patamar próximo a metade de tudo aquilo que é produzido.

    Por isso, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) protocolou junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAP) contribuições para o Plano Agrícola Pecuário PAP 2023/2024. Entre elas estão o direcionamento de recursos para o Programa de Construção de Armazéns (PCA), e volume total para custeio, comercialização e industrialização na ordem de R$ 450 bilhões.

    Na sugestão encaminhada, a Aprosoja indicou um montante de 5 bilhões para armazenagem, limitados a 15 milhões por tomadores de pequeno e médio porte, à taxa de 5% a.a. Um valor de R$ 25 milhões seria para tomadores de maior capacidade, à taxa de 7,5% a.a. A limitação consolida o cumprimento dos objetivos do PCA, especialmente de atender pequenos e médios produtores na construção de armazéns até 6 mil toneladas nas propriedades rurais, de modo que não ocorra concentração de financiamento ao longo do tempo em um grupo reduzido de empresas de grande porte.

    Segurança alimentar

    O presidente da Aprosoja, Fernando Cadore, entende que com a medida se ampliará o alcance do Plano de Construção de Armazéns e com a pulverização do acesso ao crédito atenderá um contingente maior de produtores. “É fundamental que o governo adote mecanismos para elevar os níveis de estocagem dentro das propriedades rurais, a situação atual representa séria ameaça à segurança alimentar e ao abastecimento do País”, enfatiza Cadore.

    Estratégias como a de participação do Tesouro Nacional na constituição de fundos multimercados, com finalidade específica de financiamento agropecuário, devem ser estudadas para ampliação do impacto positivo dos recursos públicos nas políticas agrícolas nacionais. A desburocratização, noutra ponta, independente da estratégia de governo, deve ser perseguida diuturnamente.

    As medidas sugeridas pela entidade ao MAP buscam ampliar a eficácia da ação governamental contida no Plano Safra, que deverá ser lançado no final de junho para vigorar entre julho/23 a junho/24. “Planejamento e direcionamentos dados ao próximo Plano Agrícola serão fundamentais para enfrentamento dos desafios ligados à produção de alimentos no país”, conclui Cadore.

  • IMEA reavalia índices e prevê aumento de quase 4% na produtividade em comparação à safra passada

    IMEA reavalia índices e prevê aumento de quase 4% na produtividade em comparação à safra passada

    O IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) divulgou relatório atualizando os índices de produtividade alcançados na safra 2022/23. A reavaliação das condições das lavouras e do rendimento da safra acontece quando a colheita da soja alcança 88,12% das áreas finalizadas em Mato Grosso.

    Segundo o instituto, a projeção de produtividade foi reajustada para 61,59 sc/ha, alta de 1,92% em relação ao último relatório e 3,80% ante a safra passada. O estudo indica que os bons volumes de chuva no mês de dezembro foram fundamentais para esse avanço. Também foi citado o longo período de luz nesse período, o que auxiliou na recuperação fisiológica das plantas e no desenvolvimento do potencial produtivo das áreas precoces.

    O relatório apresenta que as regiões sudeste, norte e médio-norte apresentaram os maiores rendimentos, de 62,54 sc/ha, 62,50 sc/ha e 62,27 sc/ha, respectivamente.

    Conforme o IMEA, a colheita começa a entrar nas áreas mais arenosas, com menor investimento, ou estando no primeiro ano de cultivo. Isso será um ponto de atenção para a consolidação da produtividade aguardada no Estado.

    Aumento da área

    O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária também revisou a área e produção para a temporada 22/23. A área de soja foi reajustada para 11,99 milhões de hectares, aumento de 4,50% ante à safra passada.

    O relatório indica que a alta continua pautada pela valorização do preço da oleaginosa nos últimos anos, a demanda aquecida no mercado e o cenário favorável para as cotações dos subprodutos.

    Com os incrementos nos indicadores de área e produtividade, a produção da safra 2022/23 foi projetada para 44,30 milhões de toneladas de soja, representando um aumento de 3,46% ante o relatório passado e 8,35% no comparativo com a safra 21/22, caracterizando mais uma safra recorde para o agro mato-grossense.

    Com a produção volumosa de Mato Grosso, o IMEA estima que as exportações da temporada devem aumentar 9,48% em relação à safra passada, alcançando o recorde de 27,11 milhões de toneladas. O volume representa 61,20% na participação da produção aguardada para o Estado.

  • Previsão de safra de grãos é 310,6 milhões de toneladas, diz Conab

    Previsão de safra de grãos é 310,6 milhões de toneladas, diz Conab

    A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê a safra de grãos brasileira em 310,6 milhões de toneladas. Os dados constam do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023, divulgado hoje (8). De acordo com a companhia, o resultado sinaliza um incremento de 38,2 milhões de toneladas em relação à temporada anterior. Em relação à previsão estimada no mês passado, o volume teve ajuste de 0,1% milhões de toneladas.

    “O início da colheita de milho e soja, no estado gaúcho, confirmam as previsões de queda de produtividade acentuada devido às baixas precipitações ocorridas durante o ciclo da cultura. Por outro lado, o desempenho das lavouras no Centro-Oeste foi beneficiado pelo clima favorável. Em Mato Grosso as produtividades obtidas para a soja, por exemplo, têm sido superiores às previstas”, disse o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

    O levantamento mostra que a soja, o principal produto cultivado no país, está com o plantio quase finalizado, com o início da colheita em várias regiões do país. Segundo a companhia, o ritmo é lento com apenas 8,9% da área colhida em todo o Brasil, atrás dos 16,8% registrados na safra passada. A expectativa de produção para a oleaginosa é 152,9 milhões de toneladas.

    A companhia disse que o plantio do milho na segunda safra sofreu atraso em razão das chuvas que atingiram as principais regiões produtoras, com apenas 10,7% de área plantada. Ainda assim, a Conab espera um aumento tanto na área quanto na produtividade, o que deve resultar numa colheita na segunda safra de 95 milhões de toneladas, com variação positiva de 10,6%.

    Em relação à primeira safra do cereal, a companhia estima um incremento de 5,7% na produção em relação ao volume obtido na safra 2021/22, podendo chegar a 26,5 milhões de toneladas. A Companhia disse que os ganhos só não são maiores em virtude dos problemas climáticos do estado do Rio Grande do Sul.

    Para o feijão, a produtividade obtida nas lavouras na primeira safra compensou a menor área cultivada e a produção dos três tipos da leguminosa está estimada em 994,2 mil toneladas.

    Os estados de Santa Catarina e do Paraná já iniciaram o plantio da segunda safra, e a semeadura da terceira deve ter início no final de abril. Com isso, a produção total de feijão deve se manter estável em relação ao ciclo passado, próximo a 3 milhões de toneladas.

    Em relação ao arroz, a companhia prevê que a colheita atinja 10,2 milhões de toneladas, em razão do ajuste no volume devido aos impactos do clima nas lavouras gaúchas, que refletiram na produtividade da cultura.

    Para o algodão, a estimativa é uma elevação de 19,2%, com uma produção estimada, apenas da pluma em 3 milhões de toneladas. Se confirmado o resultado, a colheita retorna ao patamar de volume produzido antes do período da pandemia.

    O trigo apresentou um ajuste na produção da safra de 2022 após a conclusão do levantamento objetivo de produtividade da cultura. A nova estimativa para a colheita do cereal é 10,6 milhões de toneladas, crescimento de 37,4% em relação à safra de 2021.

    Edição: Valéria Aguiar

  • Pesquisadores trabalham para descobrir causa da anomalia das vagens da soja em Mato Grosso

    Pesquisadores trabalham para descobrir causa da anomalia das vagens da soja em Mato Grosso

    Uma doença que vem tirando o sono dos produtores de soja de cidades do eixo da BR 163 é objeto de estudo de pesquisadores já há alguns meses. A anomalia das vagens da soja foi detectada na região de Lucas do Rio Verde, norte de Mato Grosso, e as perdas em algumas propriedades chegaram a até 45% da produção.

    A pesquisadora da área de fitopatologia da Fundação Rio Verde, Luana Belufi, explicou a reportagem do CenárioMT, que a Embrapa de Sinop vem liderando várias linhas de pesquisa pra chegar a identificação da causa dessa anomalia. A Fundação Rio Verde integra o grupo de pesquisa. Além das cidades mato-grossenses há relatos da anomalia em outro Estado. “Além de Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sinop agora temos o relato da ocorrência em Rondônia. Lá há alguns trabalhos de pesquisa em andamento porque também foi identificada a anomalia das vagens”, informa.

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    A anomalia que atacou lavouras em Mato Grosso e Rondônia tem os primeiros sintomas internos. A doença ataca o grão na fase de formação, apresentando deterioração. Somente quando o ciclo da cultura vai avançando é que produtores ou técnicos agrícolas conseguir identificar as plantas doentes. “O sintoma mais evidente é visível na hora da colheita e o grão está todo comprometido”, explica. “Afeta diretamente a qualidade desse grão”.

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    Prejuízos

    Na safra passada as perdas em produtividade e qualidade em algumas propriedades foram bastante expressivas. A pesquisadora informa que depois de colhida, a soja é levada para classificação. E parte da produção é rejeitada. “Esse grão, com esse sintoma, é considerado um grão avariado, um grão com problema que o armazém considera como descarte. Entra na classificação como um grão fora do padrão de recebido e aí há o desconto”, detalha.

    No campo experimental da Fundação Rio Verde os pesquisadores mantém a atenção para identificar o comportamento das plantas, se em algum momento haverá a manifestação de sintomas da anomalia. “Se há alguma característica de que ela está acometida pelo problema. A gente observou que as plantas que estão mais próximas da colheita o sintoma de anomalia. Não está havendo tanto relato de produtor falando do problema, mas todos estão observando nas áreas pouca incidência. Talvez não chegue no nível que foi na safra passada”, observa Luana. Ela cita que na safra 2021/22, além da anomalia, foi registrado índice maior de chuvas nas regiões afetadas. “Um dezembro e janeiro muito chuvosos e isso acabou acentuando ainda mais o problema”.

    As pesquisas mantidas pelas instituições vão desde a investigação sobre cultivares, nutrição, uso de fungicidas, além de isolar quais fungos podem estar associados. “Se for doença ou algum outro fator fisiológico da planta também está sendo investigado por esse grupo de pesquisadores”, explicou a pesquisadora da Fundação Rio Verde.

  • Em três meses, Indea promoveu 5,7 mil fiscalizações na cultura da soja em Mato Grosso

    Em três meses, Indea promoveu 5,7 mil fiscalizações na cultura da soja em Mato Grosso

    A fim de acompanhar o controle fitossanitário contra o fungo causador da ferrugem-asiática de soja em Mato Grosso, o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) promoveu a fiscalização de 5.728 unidades de produção de soja, no período que compreende o vazio sanitário, entre 15 de junho e 15 de setembro. Ao todo foram emitidos 47 autos de infração por descumprimento da determinação, sendo encontradas plantas vivas de soja em cerca de 5 mil hectares.

    Nos locais onde foram constatadas as plantas vivas, os agentes e fiscais do Indea realizaram coleta de amostras de folhas para análise laboratorial, sendo detectada a incidência da ferrugem-asiática em 7 amostras.

    “O Indea também já está realizando fiscalizações da safra de soja 2022/2023, que iniciou em 16 de setembro, e realizará o monitoramento da ocorrência da doença durante todo o decorrer da safra, realizando as coletas e as análises laboratoriais para detecção do agente causal da ferrugem asiática da soja”, apontou o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.

    O vazio sanitário da soja foi instituído em Mato Grosso em 2006, como medida fitossanitária para prevenção contra o fungo causador da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, que é biotrófico, ou seja, precisa do hospedeiro vivo para sobreviver e se multiplicar.

    Durante o vazio sanitário é proibido o plantio e a presença de plantas vivas de soja, cultivadas ou guaxas (germinação voluntária), visando a redução da sobrevivência do fungo na entressafra, e assim atrasando a ocorrência da doença durante a safra seguinte.