Tag: SOJA

  • Produtores mato-grossenses avançam no plantio da safra de soja 2023/24

    Produtores mato-grossenses avançam no plantio da safra de soja 2023/24

    Avançou, na última semana, o plantio da safra de soja 2023/24 em Mato Grosso. Dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram a área semeada já ocupa 14,25% dos 12,2 milhões de hectares destinados para a cultura.

    No entanto, apesar do crescimento da extensão plantada na variação semanal, os trabalhos da safra atual estão 4,37 pontos percentuais atrasados em relação ao período da safra anterior. Segundo o Imea, o motivo é o menor volume de chuvas neste início de temporada aliado às altas temperaturas observadas.

    Outra situação que tem preocupado o produtor é o custo do plantio em comparação ao preço atual da oleaginosa.

    Apesar do atraso em relação à safra passada, ao se comparar ao ritmo das máquinas na média dos últimos cinco anos, este está em 12,24%.

    Conforme o Imea, a região oeste, com 23,20%, é a que está mais avançada na semeadura da safra 2023/24. A médio norte, com 20,27%, a norte com 16,35%, aparecem logo em seguida. O relatório do instituto mostra que produtores da região centro-sul já plantaram 14,33%, os da região noroeste 10,35%, enquanto a sudeste 10,12% da área destinada a soja. Já a região nordeste de Mato Grosso está com 5,40% da área plantada.

  • Produtores de soja devem estar atentos a nova onda de calor

    Produtores de soja devem estar atentos a nova onda de calor

    Os produtores de soja devem estar atentos a uma possível nova onda de calor neste mês de outubro. É possível que ela possa ser ainda mais quente do que o normal, devido à presença do fenômeno El Niño. Essa situação pode prejudicar o desenvolvimento das sementes de soja recém-semeadas, afetando significativamente a produtividade e a saúde das plantações. Por isso, é recomendável adiar a semeadura para o final da onda de calor ou reduzir a área de semeadura e planejar o processo de forma escalonada, visando minimizar os impactos do calor intenso no desenvolvimento das plantas.

    O estado do Paraná lidera o ritmo do plantio de soja no Brasil, mas pode enfrentar desafios climáticos neste mês, já que as previsões meteorológicas apontam para uma elevação significativa das temperaturas, atingindo níveis “extremamente altos”. Isso ocorrerá em diversas regiões, abrangendo desde o Paraguai até o oeste do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Vale ressaltar que a maior preocupação recai sobre os estados de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, onde os termômetros podem facilmente ultrapassar os 45º a 46º.

    Além disso, a previsão indica que a semana será marcada por uma quase ausência de chuvas na região central do Brasil. Essa condição climática contribuirá para elevar a temperatura do solo a valores extremamente elevados, podendo superar os 60º.

    Essa combinação de altas temperaturas e escassez de chuvas representa um desafio adicional para os agricultores, podendo afetar o desenvolvimento das lavouras de soja e exigindo medidas preventivas para proteger as plantações. É essencial enfatizar a importância da precaução e do cuidado com as lavouras neste momento, já que as condições climáticas adversas podem afetar significativamente a produtividade e a saúde das plantações, com consequências diretas para a agricultura brasileira.

  • Produtores rurais de todo o país se reúnem em MT para o início do plantio da soja no Brasil

    Produtores rurais de todo o país se reúnem em MT para o início do plantio da soja no Brasil

    Foi dada a largada e as plantadeiras já estão a todo vapor no trabalho para a safra 23/24 de soja. O evento que marcou a Abertura Nacional do Plantio, na 12ª temporada do Soja Brasil, foi realizado em Jaciara (142 km de Cuiabá), na fazenda Aymoré, nessa sexta-feira (29).

    Essa foi a segunda vez que Mato Grosso recebeu o evento, já tendo sido o anfitrião na primeira edição. Fernando Cadore, presidente da Aprosoja-MT (Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), comentou que esse é um evento simbólico para o início da semeadura da cultura da soja no Brasil.

    “Isso representa o início de um novo ciclo, que se inicia no plantio, com muito investimento, muito trabalho por parte do produtor e todos esperam que o resultado chegue na colheita. É de uma importância simbólica porque se deposita esperança no que será feito, nas tecnologias”, disse Cadore.

    Proprietário da fazenda Aymoré e associado da Aprosoja-MT, Jorge Giacomelli, avaliou que o evento coloca Jaciara no mapa brasileiro da soja, mostrando o potencial da terra para a produção de grãos.

     

    “Aqui é uma região privilegiada por Deus, a cidade tem clima excelente, solos férteis, um povo trabalhador, belezas naturais incríveis. Nós, da fazenda Aymoré, ficamos muito felizes de receber vocês aqui, mostrando o nosso município, o nosso trabalho para o país”, agradeceu Giacomelli.

    A importância de Mato Grosso para o agronegócio foi reforçada pelo vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, que lembrou que o Estado é consolidado como o maior produtor de soja mundial e garantiu que a Aprosoja-MT apoiará o produtor nessa nova safra.

    “Estamos muito felizes em receber os representantes de outros estados aqui em nossa casa, nós também que já prestigiamos o evento em outras edições e localidades. Claro que continuaremos com o nosso trabalho fora da porteira, dando o suporte necessário ao produtor rural, que realiza devidamente a sua atividade porteira adentro”, afirmou.

    evento plantio de soja jaciara

    Assim como a Aprosoja-MT, representantes de Associação de  outros estados estiveram em Jaciara para prestigiar o evento. Ireneu Orth, vice-presidente da Aprosoja do Rio Grande do Sul, destacou que o momento não é apenas a comemoração do plantio, mas também a oportunidade de trocar experiências e expor o agronegócio para uma população que não conhece essa atividade.

    “A soja é a maior commoditie do país, logo, é importante fazermos esse evento para comemorar o início do plantio, em todo o país. Através de iniciativas como essa conseguimos chegar nas pessoas de grandes centros, grandes cidades e conseguimos mostrar a importância da agricultura brasileira, especialmente, a soja”, salientou.

     

    O evento foi organizado pela Aprosoja Brasil, representada pelo presidente Antônio Galvan, e o Canal Rural, com parceira local da Aprosoja-MT e teve também o momento de discussão sobre o “Desafio da armazenagem de grãos” e o “Mercado de Soja”.

    A abertura do plantio foi prestigiada também pela prefeita de Jaciara, Andréia Wagner, e o deputado estadual Max Russi, além de vereadores e representantes das entidades sindicais.

  • Em fase inicial, plantio de soja da safra 2023/24 chega a 1,82% em MT

    Em fase inicial, plantio de soja da safra 2023/24 chega a 1,82% em MT

    O plantio de soja da safra 2023/2024 está em sua fase inicial em Mato Grosso e na sexta-feira, 22 de setembro, a semeadura alcançou 1,82% no estado. Para esta safra, estima-se que a plantação seja feita em uma área de 12 milhões de hectares. Os dados foram divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

    Dentre as sete regiões de Mato Grosso, que estão semeando a soja, compostas por centro-sul, médio norte, nordeste, noroeste, norte, oeste e sudeste, quem registra a maior área plantada até o momento é a região oeste, a que mais semeou a oleaginosa no estado até então.

    A região oeste semeou 5,57% de sua área. Quem aparece na sequência é a região noroeste, com 2,51% semeados. Na terceira colocação, a região centro-sul aparece com 1,88% semeados.

    Na quarta colocação, quem mais semeou soja no estado foi a região sudeste. A região tem 1,70% de sua área semeada. Não muito distante aparece a região norte, com 1,27% plantado.

    Em penúltimo lugar está a região médio-norte. No local, 1,21% foram plantados. Por último, a região nordeste foi quem menos semeou no estado até então, com 0,74% plantado.

    A estimativa, segundo o Imea, é de que Mato Grosso produza 44 milhões de toneladas de soja nesta safra. No estado, os produtores rurais devem ter em média uma produtividade de 60 sacas por hectare.

  • Seminário debate temas importantes para o aperfeiçoamento da cadeia da soja

    Seminário debate temas importantes para o aperfeiçoamento da cadeia da soja

    Cerca de 150 profissionais, entre pesquisadores, técnicos, agentes governamentais, especialistas e representantes das indústrias e produtores rurais, se reuniram para debater os desafios e as oportunidades para a manutenção do protagonismo brasileiro no mercado mundial de soja. Eles participaram do V Seminário Desafios da Liderança Brasileira no Mercado Mundial da Soja, realizado nos dias 19 e 20 de setembro, na Embrapa Soja, em Londrina (PR).

    O evento foi promovido pela Embrapa Soja, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), a Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), a Associação das Supervisoras e Controladoras do Brasil (ASCB), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

    O pesquisador Marcelo Álvares de Oliveira, da Embrapa Soja, entende que o Seminário é relevante para conectar os diferentes elos da cadeia e promover debates sobre temas atuais com impacto positivo. “Procuramos trazer temáticas de interesse tanto para os produtores quanto para a indústria”, explica. “Também conseguimos balizar nossas demandas de pesquisa em cima do que realmente a cadeia da soja necessita da ciência”, avalia.

    A programação técnica teve como temas prioritários as vantagens e os desafios da agricultura de baixo carbono, a nova legislação da União Europeia contra o desmatamento, e a importância da soja como matéria-prima de qualidade para a produção de óleo, farelo e biodiesel.

    As discussões quanto à formulação da legislação para os bioinsumos e suas práticas no campo também tiveram destaque, assim como o debate sobre as aplicações práticas das ferramentas digitais, onde pesquisa e treinamento no campo são fundamentais para uma agricultura de precisão com racionalização dos insumos, eficiência dos processos, e a necessidade de ampliar a conectividade no campo.

    Para Daniel Amaral, diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da ABIOVE, o Seminário está consolidado como um dos mais importantes fóruns da cadeia produtiva da soja no Brasil. “É válido mencionar o elevado nível técnico, conhecimento e experiência dos palestrantes, moderadores e panelistas do encontro, tal como a profundidade das discussões acerca de temas imprescindíveis para o aperfeiçoamento da nossa cadeia, temas de fronteira, de tendências científicas e tecnológicas até a aplicação de uma Agricultura 5.0”, comenta Amaral.

  • Impactos da onda de calor no plantio da soja na safra 23/24

    Impactos da onda de calor no plantio da soja na safra 23/24

    O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) divulgou, no começo desta semana, um aviso de onda de calor. O alerta destaca os riscos para a saúde, mas também é importante considerar os impactos negativos que as consequências podem causar na atividade agrícola. O alerta destaca a elevação da temperatura iniciada nesta segunda-feira, 18 de setembro e com término previsto na segunda-feira, 25 de setembro. A previsão indica possibilidade de temperatura 5ºC acima da média, podendo variar por período de três a cinco dias.

    Desde o fim do vazio sanitário em 15 de setembro, os agricultores estão aptos para o período de semeadura da soja que, no Mato Grosso do Sul, vai de 16 de setembro a 24 de dezembro. Porém, o episódio excepcional de calor em grande parte do Brasil nos próximos dias, com destaque para Mato Grosso do Sul, exige atenção e cuidados redobrados para a implantação das obras.

    O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia enfatiza que vale a pena esperar um pouco mais para semear, assim o produtor terá mais segurança para garantir um estado de plantas adequadas e uniformes. E complementa que “o calor excessivo no solo pode ter um efeito negativo no desenvolvimento em sementes de soja recém-semeadas, pois temperaturas extremas do solo podem causar danos às sementes, impedindo-as de germinar ou se desenvolver melhor”.

    “A recomendação mais adequada para o momento é prudência. Dentro do possível, o ideal seria adiar a semana para o fim da onda de calor. Do contrário, opte por reduzir a área, escalando o processo de semadura”, informa Rodrigo.

    Diante desta situação, Rodrigo chama atenção ainda para a relevância do plantio direto, com destaque à cobertura com palhada e explica “além dos benefícios que os produtores já conhecem, o solo coberto com palhada representa um grande aliado do produtor, pois diante de um cenário climático desfavorável contribui com a redução dos impactos da amplitude térmica, mantendo as sementes e a plântula de soja mais protegidas”.

    O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Éder Comunello destaca que a temperatura do solo costuma ser bem mais intensa do que a do ar porque o solo absorve o calor do sol e o retém por mais tempo, especialmente, nos horários mais quentes do dia e informa que “temperaturas acima de 40ºC podem facilmente superar os 50°C no solo”.

    El-Niño

    Éder informa ainda que a publicação do valor da anomalia de temperatura do último trimestre (Junho-Julho-Agosto) confirmou que a próxima safra de verão será sob os efeitos do El Niño e acrescenta “desde 2001, esta será a oitava safra de verão cultivada sob efeitos do El Niño. O conceito de El Niño foi definido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que estabelece que são necessários três trimestres consecutivos com anomalia acima de 0,5 °C para declarar oficialmente El Niño”.

    Já em relação à onda de calor, Eder explica que esse fenômeno é comum na Região Centro-Oeste, mas que costuma ser intensificado sob condições de El Niño. “O que é incomum são as altas temperaturas previstas para os próximos dias”.

    O artigo intitulado ‘El Niño na agricultura: Estratégias para enfrentar um velho conhecido’, escrito pela equipe de pesquisadores de agrometeorologia da Embrapa Agropecuária Oeste reúne mais informações sobre o assunto. O Artigo faz um levantamento histórico dos resultados de produtividade das atividades em safras sobre o efeito do El Niño. Além disso, o artigo reúne algumas estratégias de manejo que podem contribuir com a redução do impacto do calor excessivo nas atividades.

    Guia Clima

    Diante da importância de dados agroclimáticos em tempos reais, tanto para tomada de decisão quanto para busca de informações em tempo real sobre específicos extremos locais, a Embrapa Agropecuária Oeste conta com o serviço gratuito Guia Clima .

    Grande parte dos acessos às informações do Guia Clima são feitas pelo público urbano, pois além dos danos potenciais das ondas de calor à agricultura, eles também podem causar danos potenciais à saúde e ao bem-estar tanto da população quanto dos animais”, acrescenta Eder .

  • Especialista traça cenário do clima para a safra de soja 2023/24

    Especialista traça cenário do clima para a safra de soja 2023/24

    Com o fim do vazio sanitário na última semana, produtores de Mato Grosso voltaram suas atenções para o volume de chuvas antes de iniciar o plantio de soja. Para o professor e PhD em Meteorologia, Luiz Carlos Molion, o cenário do clima para a safra 2023/24 ainda não está claro em razão de uma indefinição sobre o fenômeno El Niño.

    Durante live realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Molion destaca que o Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos (CPC) não aponta para um cenário claro. O CPC indica para probabilidades entre 40% e 66% de chances de um “Super El Niño”, com temperatura do oceano 1,5°C acima da média.

    O que significa isso em termos de probabilidade? Imagine uma moeda com duas faces, ‘cara’ e ‘coroa’, se der ‘cara’, temos um ‘Super El Niño’, se der ‘coroa’, não teremos”, exemplifica Molion. O especialista ainda cita que a atmosfera não se “acoplou” ao oceano, portanto, esse cenário se mantendo, a tendência é que as águas quentes se dissipem para o Pacífico Norte.

    Crítico dos modelos climáticos globais, Molion usa o método de ‘similaridade’, onde avalia o cenário global do clima e encontra um ano anterior semelhante. Segundo ele, o ano que melhor se assemelha ao de 2023 é 2008. Para chegar à previsão, Molion considera os desvios de precipitação de 1991 a 2020, conforme indicação da Organização Meteorológica Mundial.

    Prever clima não é fácil, fica mais fácil quando a gente tem uma situação muito clara, como por exemplo, o El Niño bem estabelecido, como foi em 2015 e 2016, assim fica muito mais claro, nós sabemos como o as chuvas se comportam. Agora, numa situação como essa, que você tem água quente, a atmosfera não se acoplou, a previsão é muito difícil”, destaca Molion.

    O professor ainda pontua que é necessário permanecer atento ao cenário para identificar eventuais mudanças de tendências. No entanto, a leitura do especialista no momento é que as chances de El Niño forte são pequenas. Por outro lado, há a possibilidade de um veranico no mês de janeiro, com redução de até 65% de chuvas no comparativo com o ano referência.

    A previsão de Molion, que usa o município de Diamantino como referência, é que o trimestre julho-agosto-setembro vai encerrar com um volume de chuvas 60% inferior ao mesmo período de 2008, em 40 milímetros. Já no trimestre seguinte, outubro-novembro-dezembro, terá 10% a menos de precipitação, na casa dos 630 mm.

    Para primeiro trimestre de 2024, a previsão é de um volume de chuvas 10% maior, em 930 mm, porém, em janeiro pode ter redução de até 65%. Mas, segundo Molion, esse veranico será compensado pelos meses de fevereiro e março, com aumento de 25% e 50%, respectivamente. Portanto, alerta ele, a colheita da oleaginosa pode ser afetada pelo excesso de chuvas.

    Já o período ideal para o plantio, na avaliação do professor, seria no início de novembro.

    Contando com essas chuvas que vão acontecer e as que caíram agora, elas podem melhorar um pouco a umidade do solo. Então, eu estou vendo que a gente poderia começar a plantar já no início de novembro, pois mesmo que haja uma redução de chuvas em dezembro, ainda é um mês que chove muito, então, não vejo grandes problemas”, disse.

  • Produtores de Mato Grosso podem iniciar o plantio da soja a partir deste sábado (16)

    Produtores de Mato Grosso podem iniciar o plantio da soja a partir deste sábado (16)

    Agricultores podem iniciar o plantio da soja a partir deste sábado (16), com o fim do vazio sanitário nesta sexta (15). Nesta safra, porém, a produção deve ser menor que nas anteriores. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima inicialmente que a safra 2023/24 deve ser de 44,78 milhões de toneladas contra 45,31 milhões na safra 2022/23.

    A gerente da Comissão de Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Jerusa Rech, destaca que o produtor precisa estar atento as datas para o plantio, que nesse ano foi reduzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O período para plantio inicia no dia 16 de setembro e vai até o dia 24 de dezembro.

    Em razão disso, alerta Jerusa, o produtor que queira produzir a própria semente precisa estar atento aos prazos.

    “O produtor deve aguardar as chuvas em volume suficiente e iniciar o plantio, o que é de praxe do produtor, já cumprimos o período de vazio sanitário, que é fundamental para manutenção da cultura e reduzir a fonte de inóculos, principalmente da ferrugem asiática, mas de outras doenças também”, enfatiza Jerusa Rech.

    Já o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, ressalta que os produtores precisam observar para o insumo mais importante desta safra, a viabilidade. Isso porque a safra 2022/23 foi plantada com custos altos de fertilizantes e corretivos, sementes e defensivos. Por outro lado, o preço da saca caiu de R$ 162 para R$ 118 de setembro de 2022 a setembro de 2023.

    “Isso traz uma cautela para nós produtores, que muitas vezes vem reduzindo investimento, alguns casos onde é possível otimizar os recursos que estão no solo, onde já se tem uma fertilidade construída. A orientação que a gente tem deixado para os nossos produtores é para viabilidade, […] o principal insumo é a viabilidade”, reforça Cadore.

    CUSTO DE PRODUÇÃO

    De acordo com o Imea, o custo de produção de um hectare de soja na safra 2021/22 foi de R$ 5,19 mil, sendo que fertilizantes e corretivos correspondiam a R$ 1,14 mil. Já os defensivos correspondiam a R$ 1,08 mil, acompanhado do custo de oportunidade, com R$ 830.

    Já na safra 2022/23 o custo de saltou para R$ 7,62 mil por hectare, aumento de quase 47%. Na temporada 2022/23, o custo de fertilizantes e corretivos saltou para R$ 2,42 mil, acompanhado dos defensivos, que saltou para R$ 1,37 mil. Já o custo de oportunidade era de R$ 1,06 mil.

    Para a safra 2023/24 os custos apresentaram recuo de pouco mais de 2% em relação à safra 2022/23, saindo de R$ 7,62 mil para R$ 7,45 mil. Porém, em relação à safra 2021/22, o custo de produção desta safra continua 43% mais caro, com os fertilizantes e corretivos respondendo por R$ 1,86 mil, defensivos, R$ 1,36 mil, e custo de oportunidade, R$ 1,17 mil.

  • Vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em MT

    Vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em MT

    O vazio sanitário da soja termina nesta sexta-feira (15) em Mato Grosso. Nesse período é proibido plantar ou manter viva uma planta da soja. Ele começou em 15 de junho. Na região de Lucas do Rio Verde, o Indea avalia como positivo o trabalho de fiscalização realizado junto às propriedades rurais.

    O engenheiro agrônomo Leandro Oltramari acredita que o cumprimento das medidas fitossanitárias contidas em decreto estadual é resultado do trabalho que vem sendo realizado ao longo dos anos pelo Indea. “Também é fruto também do trabalho de conscientização que é feito junto aos produtores da importância da soja na geração de empregos diretos e indiretos”, pontuou.

    O vazio sanitário é uma das principais ferramentas adotadas para reduzir a infestação de pragas e doenças nas lavouras. No caso da soja, a principal é a ferrugem asiática, responsável por prejuízos aos produtores rurais.

    Este ano, uma decisão do Ministério da Agricultura permitiu que produtores antecipassem em 15 dias o início da semeadura de soja. Porém, para realizar o plantio antecipado de forma excepcional, o produtor deveria obter a autorização. “Nosso corpo técnico de fiscais identificou algumas poucas irregularidades em que o produtor iniciou o plantio sem autorização. Neste caso, foram tomadas as a todas as medidas legais cabíveis”, informou Oltramari.

    A decisão de antecipar o plantio atendeu pedido da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA). O Indea e entidades, como a Aprosoja, se mostraram contrários a decisão do Ministério da Agricultura.

    Importância vazio sanitário

    O engenheiro agrônomo do Indea observou que o vazio sanitário é essencial para o controle de pragas como a ferrugem asiática. Como é proibido manter plantas vivas nas propriedades por 90 dias, a medida reduz a presença das chamadas ‘fontes de inóculo’ de todos os complexos de pragas e doenças que existem da soja. “Ele proporciona a redução bastante grande da fonte de inóculo dessas principais pragas e doenças e, principalmente, da ferrugem asiática da soja”.

    Leandro Oltramari analisa ainda que o uso indiscriminado de fungicidas ao longo dos anos proporciona até a redução da efetividade de muitos ingredientes ativos. “Hoje não funciona mais. Ao longo dos anos surgem os chamados biótipos resistentes. Então é mais um motivo da importância do vazio sanitário da soja, mais uma ferramenta para o controle da ferrugem asiática da soja”.

    O período liberado para semeadura da soja este ano sofreu mudança. Nos anos anteriores o período iniciava em 16 de setembro e se estendia até 31 de dezembro. Este ano ele se encerra uma semana antes, em 24 de dezembro.

    O engenheiro agrônomo observa que o produtor deve ter em mente a necessidade de alguns cuidados com o clima para o início do plantio. “É fundamental ter um mínimo de umidade do solo. Nesse primeiro momento vai ser realizado o plantio para aqueles que têm sistema de irrigação, sistema de pivô central, porque para que a cultura se estabeleça de uma forma adequada, é fundamental a presença de umidade”, orienta.

  • Olhar voltado para a Amazônia ameaça sobrevivência do Cerrado

    Olhar voltado para a Amazônia ameaça sobrevivência do Cerrado

    O dia 11 de setembro marca o dia da savana mais biodiversa do planeta: o Cerrado brasileiro. O bioma ocupa 24% do território nacional e está presente em 11 estados e no Distrito Federal, indo do Paraná até Rondônia, passando por São Paulo, Bahia e Maranhão.

    Apesar da grande importância do bioma para a preservação da fauna, da flora e dos povos originários, especialistas ouvidos pela Agência Brasil que estudam o Cerrado fazem um alerta: o avanço da agropecuária de exportação junto com a tese do Bioma de Sacrifício têm colocado em risco o futuro da savana brasileira.

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    Estudos indicam que a maior parte do desmatamento do Cerrado ocorre na região do Matopiba, área de fronteira agrícola que engloba os estados do Maranhão, de Tocantins, do Piauí e da Bahia – o termo surge da junção da primeira sílaba desses estados.

    Dia Nacional do Cerrado. Arte 1Dia Nacional do Cerrado. Arte 1

    Entre janeiro e julho de 2023, 85% do desmatamento do bioma ocorreu no Matopiba, segundo análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) que, apesar do nome, também tem o Cerrado como objeto de estudo.

    A pesquisadora do Observatório do Matopiba Patrícia da Silva destacou que o Cerrado tem sido considerado por estudiosos como uma zona de “sacrifício”.

    “A gente tem costume de olhar muito para a Amazônia e vai sendo mais permissivo com o que acontece no Cerrado, embora o Cerrado seja o berço das águas do Brasil e onde nascem oito das 12 bacias hidrográficas mais importantes do país”, destacou.

    Desmatamento

    Enquanto o desmatamento na Amazônia diminuiu 42,5% entre janeiro e julho deste ano, no Cerrado ele cresceu 21,7% em relação ao mesmo período de 2022. Ou seja, foram desmatados 582 mil hectares de Cerrado até julho deste ano, uma área semelhante ao tamanho do Distrito Federal. Cada hectare equivale a um campo de futebol.

    Para o geógrafo e doutor em Ciências Florestais Yuri Salmona, diretor-executivo do Instituto Cerrados, o desmatamento vem crescendo nos últimos anos porque o Cerrado é um bioma desprotegido, onde a governança ambiental foi deixada nas mãos do setor privado e dos governos estaduais.

    Para Salmona, existe uma ideia, difundida inclusive internacionalmente, de que a Amazônia resolve a agenda ambiental brasileira.

    “Em contrapartida, o Estado brasileiro e a sociedade brasileira construíram o ideário de que o Cerrado é um bioma de sacrifício. Então, vamos sacrificar esse bioma em nome do agronegócio e em nome da própria preservação da Amazônia. Daí você vê uma dinâmica de que o desmatamento que iria para Amazônia vem para o Cerrado”, explicou.

    O diretor do Instituto Cerrados acrescentou que essa visão não faz sentido porque o Cerrado abastece as bacias amazônicas por meio do rio Xingu e da bacia Tocantins-Araguaia,. “A água que corre no rio Amazonas e abastece a bacia amazônica, em boa parte, provém do Cerrado”, concluiu o especialista que defendeu que Amazônia e Cerrado são “biomas irmãos”.

    Agronegócio

    Atualmente, metade da área do Cerrado é ocupada pela produção de animais e grãos. Em 1985, a agropecuária ocupava pouco mais de um terço (34%) do bioma, segundo estudo do MapBiomas. O levantamento feito com dados de satélites revelou que, entre 1985 e 2022, a savana brasileira perdeu 25% da sua vegetação nativa para o desmatamento.

    E a tendência é de que o desmatamento continue, uma vez que há previsão de expansão da agropecuária no Cerrado nos próximos anos, segundo pesquisa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A pasta prevê um aumento de 37% na produção de grãos no Matopiba em dez anos. Com isso, o setor deve aumentar a área explorada em 17%, o que representa uma expansão da fronteira agrícola de 1,6 milhão de hectares no período.

    Dia Nacional do Cerrado. Arte EBC 2.

    A produção agropecuária que predomina no Matopiba é realizada por grandes empresas, com investimentos internacionais, que produzem grãos em larga escala, com produção altamente mecanizada, e voltada para exportação das chamadas commodities, que são matérias-primas em estado bruto, segundo a pesquisadora Patrícia da Silva.

    Desafios

    O diretor-executivo do IPAM, André Guimarães, considera que o elevado grau de desmatamento do Cerrado coloca o bioma em “altíssimo risco”. Segundo ele, diferentemente da Amazônia, onde o desmatamento se concentra em terras públicas, no Cerrado a maior parte é em fazendas privadas, o que exige outro tipo de ação do Estado.

    “Nós estamos falhando enquanto Estado brasileiro ao não regulamentar os artigos do Código Florestal que geram incentivos para que o proprietário privado desista do seu direito de desmatar”, destacou.

    O Código Florestal, enquanto limita o desmatamento a 20% da propriedade privada na Amazônia, no Cerrado ele permite um desmatamento de até 80% da propriedade. “Isso traz uma dificuldade para reduzir o desmatamento. No Cerrado, eles podem desmatar legalmente”, destaca Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Cerrado.

    “No Cerrado, a questão vai muito além de ser só uma questão legal, passa por uma questão de boas práticas, de incentivo ao melhor reaproveitamento das áreas já desmatadas e de maior eficiência na produção dessas áreas. Então, é um desafio bem maior do que na Amazônia”, afirma.

    Por outro lado, a pesquisadora Patrícia da Silva pondera que mesmo os desmatamentos tidos como legais estão com irregularidades.

    “As pesquisas que a gente tem feito apontam que, embora tenha uma boa parte desse desmatamento que sejam “legais”, ou seja, possuam Autorização de Supressão de Vegetação (ASV), essas autorizações apresentam problemas e irregularidades na sua expedição”.

    MMA

    Em audiência pública no Senado no final de agosto, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva informou que a pasta está preparando um novo plano contra o desmatamento do Cerrado que deve ser colocado para consulta público neste mês de setembro.

    Ao mesmo tempo, Marina destacou que o plano não terá sucesso sem participação dos estados:

    “Considerando que mais de 70% dos desmatamentos que estão acontecendo no Cerrado têm a licença para desmatar, o que nós vamos precisar é, digamos, revisitar essas licenças para saber o nível de legalidade delas”.

    Nossa reportagem procurou a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para se posicionarem sobre o desmatamento do bioma para a produção agrícola, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

    Edição: Denise Griesinger
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