O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, visitou nesta terça-feira (18/3) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nova fábrica da empresa automotiva Toyota, em Sorocaba (SP). Na cerimônia, foram anunciados investimentos de R$ 11,5 bilhões na expansão da unidade, até 2030, para a produção de veículos modelos híbridos-flex.
“O investimento de hoje vai gerar mais 2 mil empregos diretos, fora os empregos indiretos”, disse Alckmin, lembrando que a indústria brasileira vem apresentando recuperação, impulsionada por programas desenvolvidos pelo governo federal. “A indústria, que vinha encolhendo, nos últimos dez anos, perdendo emprego, diminuindo, com o presidente Lula voltou”, afirmou o vice-presidente lembrando que em 2024 a indústria de transformação cresceu 3,8% com a Nova Indústria Brasil (NIB).
Em seu discurso, o presidente Lula ressaltou a importância da relação entre Brasil e Japão, referindo-se à origem da montadora Toyota, e disse que conhece o “Toyotismo” desde os anos 1980, quando trabalhava como metalúrgico. “Eu saio daqui para o Japão. E posso dizer que a Toyota tem os trabalhadores brasileiros e japoneses que fabricam um carro de melhor qualidade que o mundo fabrica”, afirmou Lula, lembrando da visita oficial que fará ao Japão na próxima semana. “E nós queremos mais, mais investimento e mais desenvolvimento”, acrescentou o presidente.
A fábrica de Sorocaba, construída há 67 anos, foi a primeira unidade da montadora fora do Japão. Prevista para começar a operar em 2026, a nova fábrica terá 160 mil m² e capacidade produtiva de 100 mil carros por ano, um aumento de 50% em relação ao atual parque fabril de Sorocaba.
Os investimentos, que envolvem a promoção da descarbonização e novas tecnologias de eletrificação, estão em linha com a NIB e com o Programa de Mobilidade Verde (Mover), coordenados pelo Mdic. Lançado pelo governo federal em 2023, o Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.
“Vale ressaltar que estamos alinhados com as diretrizes dos programas do Combustível do Futuro e do Mover, já que somos pioneiros no desenvolvimento e fabricação da tecnologia híbrida-flex. Reconhecemos também a importância dos programas Mover e Nova Indústria Brasil, que trazem diretrizes fundamentais para a reindustrialização verde de nosso país”, afirmou o presidente da Toyota, Evandro Maggio.
As atividades da indústria dirigidas para a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias exerceram papel fundamental para os resultados apurados do desempenho geral da indústria, ao crescer 12% em julho deste ano em comparação a julho do ano passado.
“Os automóveis foram determinantes para esse resultado. As autopeças, em menor grau, mas também ajudaram o setor”, disse o gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.
Segundo Macedo, o desempenho negativo da produção industrial em julho, que recuou 1,4%, ocorre após um intenso crescimento verificado em junho, quando a produção cresceu 4,3%, sendo influenciada pelo retorno à produção de unidades produtivas que foram, direta ou indiretamente, afetadas pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul em maio. Indústrias automotivas como Scania e Volks, afetadas pela falta de componentes vindos de fábricas do Rio Grande do Sul, chegaram a conceder férias coletivas.
“Grande parte do recuo registrado neste mês tem resultado com o avanço visto no mês anterior, mas também se observa que importantes plantas industriais realizaram paralisações, mesmo assim estamos numa trajetória ascendente”, afirmou.
PIB
Ontem, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento de 1,4% no segundo trimestre, superando as expectativas. A indústria e o setor de serviços foram fundamentais para o resultado positivo.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), comemorou o desempenho geral.
“São três boas notícias. A primeira é o crescimento do PIB. O mercado esperava 0,9% e ele cresceu 1,4%. A segunda boa notícia é que fomos o terceiro maior crescimento entre todos os países do G20 e, finalmente, a qualidade desse crescimento. A indústria cresceu, os investimentos cresceram e isso é uma boa notícia para o Brasil e para os brasileiros”, disse Alckmin.
Confira resultados do PIB dos países do G-20 no segundo trimestre de 2024:
O setor automotivo brasileiro deverá receber cerca de R$ 100 bilhões em investimentos nos próximos anos. O número, apresentado por representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, foi divulgado nesta quarta-feira (7) pelo ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, veiculado pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Alckmin se reuniu na terça-feira (6) com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima. Durante o encontro, o dirigente disse que o total a ser investido na indústria automotiva brasileira será maior do que os R$ 41,2 bilhões anunciados na semana anterior.
“Na reunião que tive com representantes da Anfavea, foi anunciada a expectativa de um total de R$ 100 bilhões nos próximos anos, provavelmente até 2028 ou 2029. Tanto em veículos leves como pesados, como ônibus e caminhões. Tanto em motores à combustão como etanol, total flex, híbridos e elétricos”, disse Alckmin.
Segundo Alckmin, “será um investimento recorde”, que resultará na construção de, pelo menos, quatro fábricas.
“Já temos fábrica de ônibus elétrico. Teremos também duas fábricas de carros elétricos. São duas montadoras. A BYD [empresa chinesa que assumiu o complexo industrial que pertenceu à Ford] em Camaçari [BA]; e a GWM [Great Wall Motors, também chinesa], em São Paulo. Mas outras virão”, acrescentou.
O ministro lembrou que o setor automotivo tem, entre suas vantagens, a de estimular uma cadeia longa de produtos que favorecem desde as indústrias do aço e de vidro, até de pneus e autopeças, “gerando muito emprego e agregando muito valor”.
“Isso será facilitado pela retomada da economia”, disse o ministro ao destacar que esses investimentos são estimulados por iniciativas como a do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que ampliou as exigências de sustentabilidade para a frota automotiva nacional, de forma a viabilizar a descarbonização dos veículos por meio de incentivos fiscais.
“Duas boas notícias vão aumentar a venda da indústria automotiva. A primeira é a queda da Selic [taxa básica de juros], que deve se manter. A outra é o Marco de Garantia, aprovado pelo Congresso Nacional. Ou seja, se [uma empresa] vende um carro e a pessoa não paga, agora com o Marco de Garantia pode-se pegar o carro de volta”, argumentou Alckmin.
Reoneração gradual
Na entrevista, Alckmin reiterou as justificativas do governo para a reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia. Segundo ele, a preocupação do governo é com a responsabilidade fiscal, visando a meta de déficit primário zero.
“Há um tripé importante para economia: juros, câmbio e imposto. A reforma tributária trouxe eficiência econômica para o país. O câmbio, a R$ 5, está bom para a exportação. Precisamos ainda baixar os juros, que já estão caindo 0,5 ponto percentual ao mês”, disse.
“A preocupação do [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad, de não fazer déficit, está, portanto, correta. Eram 17 setores, mas incluíram os municípios. Então dobrou o custo de R$ 9 bilhões para R$ 18 bilhões. É uma questão de constitucionalidade. Para abrir mão de R$ 9 bilhões, tem de informar o que será cortado ou que imposto será aumentado. A preocupação é fiscal e jurídica”, argumentou.
O ministro disse acreditar que tudo se resolverá com diálogo, e que as negociações voltarão após o carnaval. “Nossa expectativa é de diálogo, e nisso o presidente Lula é mestre”, acrescentou ao sair da entrevista.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou nesta sexta-feira (02/02), do evento de anúncio do Novo Ciclo de Investimentos da Volkswagen do Brasil, na sede da montadora em São Bernardo do Campo (SP). A fabricante pretende aportar R$ 16 bilhões no país até 2028, com foco em descarbonização, para lançar 16 novos veículos, incluindo modelos híbridos, 100% elétricos e total flex.
“Eu fico extremamente feliz de vir à Volkswagen ouvir o anúncio de um investimento de R$ 16 bilhões até 2028. Mas não é só a Volkswagen, o setor automotivo do país está anunciando R$ 41 bilhões em investimentos porque as pessoas voltaram a acreditar nesse país”, afirmou o presidente Lula durante a cerimônia na fábrica Anchieta.
A Volkswagen já havia anunciado um aporte de R$ 7 bilhões na América Latina para o ciclo de 2022 a 2026. A esse valor serão somados mais R$ 9 bilhões até 2028. Num primeiro momento, o novo investimento contempla o desenvolvimento e a produção de projetos inovadores para as quatro fábricas da Volkswagen do Brasil.
“Esse é o maior investimento pós-pandemia de uma montadora no país. É um investimento que reforça a confiança da nossa marca no Brasil, o respeito pelos nossos colaboradores e a nossa excelente relação com os sindicatos”, destacou o CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom.
O executivo agradeceu ao BNDES pela parceria no financiamento dos projetos inovadores e sustentáveis da marca e comemorou os resultados obtidos pela empresa. “Em 2023, fomos a marca que mais cresceu no país em vendas. O Polo foi o carro de passeio mais vendido do Brasil, com mais de 111 mil unidades comercializadas”, afirmou.
O presidente Lula também abordou a queda na venda de carros no país e os esforços da atual gestão para oferecer um ambiente favorável para o avanço da indústria nacional. “Quando eu deixei a presidência, em 2010, a indústria automobilística vendia 3,7 milhões de carros por ano. Eu voltei para a presidência em 2023 e a indústria automobilística vende 2 milhões de carros. Ou seja, perdeu quase 50%. Por quê? Porque não tinha poder de compra, não tinha consumo, as empresas não acreditavam no Brasil”, contou.
“E o nosso papel é fazer com que a gente garanta estabilidade política, econômica, fiscal, jurídica e que a gente tenha previsibilidade do que a gente quer nesse país. Esses são os ingredientes do sucesso”, completou Lula.
RETORNO — Em 2003, o presidente Lula e o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atual vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, visitaram a Volkswagen do Brasil no ABC paulista e participaram de uma cerimônia que marcou os 50 anos da fábrica no país. Lula visitou a linha de produção do automóvel Polo e, durante a visita, ambos reeditaram uma foto histórica, tirada durante a inauguração da fábrica em 1959. Na ocasião, o presidente Juscelino Kubitschek e o governador Carvalho Pinto posaram para os fotógrafos em um Fusca conversível, que foi um símbolo da fase industrial da história brasileira.
POLÍTICA INDUSTRIAL — Os novos investimentos da Volkswagen vêm ao encontro das iniciativas de reindustrialização que têm norteado o governo brasileiro, a exemplo dos programas Nova Indústria Brasil e do Novo PAC, e se somam a investimentos recentes anunciados por outras montadoras, como a General Motors e a BYD.
Em 22 de janeiro, o presidente Lula recebeu o plano para uma nova política industrial para o Brasil, chamada de Nova Indústria Brasileira e elaborada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). A iniciativa prevê investimentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026 para promover a reindustrialização do país, com foco na sustentabilidade e inovação, além da geração de empregos.
“A nova indústria são quatro coisas: inovação, descarbonização, exportação e competitividade. O presidente Lula lançou 4% TR para pesquisa, desenvolvimento e inovação. São R$ 102 bilhões. BNDES, Finep e Embrapii. Então, estimular a inovação, veículos melhores, emitindo menos carbono, com mais eficiência energética e mais competitivo”, afirmou Alckmin.
OUTROS APORTES — A General Motors anunciou um plano de investimentos de R$ 7 bilhões no Brasil até 2028. O presidente da General Motors International, Shilpan Amin, e o presidente da empresa para a América do Sul, Santiago Chamorro, foram recebidos pelo presidente Lula no Palácio do Planalto, em 24 de janeiro. No fim do mesmo mês, a empresa completou 99 anos de presença no país.
Os recursos serão empregados em melhorias significativas na capacidade e nas condições de produção da GM, além do desenvolvimento tecnológico, em particular nas áreas de veículos elétricos, energias renováveis e controle de poluentes. O montante anunciado deverá ser seguido de investimentos adicionais em próximas fases de investimentos.
Já a BYD trabalha na instalação de três novas unidades fabris em Camaçari, na Bahia, para produção de caminhões elétricos, carros elétricos e híbridos e chassis de ônibus, totalizando investimentos de R$ 3 bilhões. Será a primeira fábrica de automóveis da empresa chinesa fora da Ásia. Também será instalado em Salvador (BA) um centro de pesquisa para o desenvolvimento de tecnologia de um motor híbrido flex, para combinar o etanol com o motor elétrico.
O presidente da BYD Brasil, Tyler Li, entregou em janeiro um carro totalmente elétrico para o presidente Lula, que está disponível para uso em comodato pela Presidência da República durante o prazo de um ano. Na ocasião, o executivo também apresentou um relatório detalhado do plano de investimentos no Brasil, com a previsão de que o complexo de Camaçari tenha capacidade inicial de produzir 150 mil carros por ano. Estima-se uma geração de 10 mil postos de trabalho diretos e indiretos, com prioridade para mão de obra local.
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, participou, em outubro do ano passado, da cerimônia de lançamento da pedra fundamental das futuras unidades da BYD na Bahia. Anteriormente, em abril de 2023, o presidente Lula se reuniu com o CEO da BYD, Wang Chuanfu, em Xangai, na China, para discutir os investimentos da empresa no Brasil e a indústria de veículos elétricos.
Também anunciaram novos recursos no Brasil até 2032 as montadoras Great Wall (R$ 10 bilhões entre 2023 e 2032); Renault (R$ 5,1 bilhões de 2021 a 2027); CAOA (R$ 4,5 bilhões entre 2021 e 2028); e Nissan (R$ 2,8 bilhões de 2023 a 2025).
Especialistas convocados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), promovem até sexta-feira (22/09), em Brasília (DF), a análise dos projetos de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) das empresas habilitadas no Programa Rota 2030. A iniciativa do governo federal voltada ao desenvolvimento do setor automotivo prevê benefícios tributários a companhias que comprovem anualmente ações de PD&I.
Os 15 consultores são especialistas em áreas ligadas à mobilidade, mecânica e logística vindos de diferentes universidades do país com as melhores notas na Capes. Serão analisados até 2,2 mil projetos de 93 empresas, referentes aos anos de 2018 a 2021. O Rota 2030 possui gestão do MDIC, e o MCTI é o responsável por verificar e confirmar o cumprimento das obrigações em PD&I.
Entre 2019 e 2021, as empresas já destinaram quase R$ 12 bilhões em investimentos em pesquisa e desenvolvimento: R$ 3,48 bilhões em 2019; R$ 3,6 bilhões em 2020; e R$ 4,87 bilhões em 2021.
O coordenador-geral de Instrumentos de Apoio à Inovação do MCTI, José Afonso Cosmo Júnior, afirma que o método de análise dos projetos do Rota 2030 segue o modelo eficiente que a pasta utiliza para a Lei do Bem. Trata-se do Apoio Técnico, em que a MCTI seleciona especialistas de diferentes áreas, todos de programas de pós-graduação de universidades com melhores notas na Capes, para comprovar os investimentos em inovação.
“A gente já conta com um modelo bem-sucedido de apoio técnico realizado para as análises da Lei do Bem que foi repassado ao MDIC. Nesse modelo, já existe uma base de consultores e professores formada. A partir dessa base, foi montado um segundo grupo de especialistas na área de mecânica e transporte, para elaborar as análises dos projetos do Rota 2030”, afirma.
A expectativa do MDIC e do MCTI é que ao final da semana de trabalho seja concluída a análise em primeira instância de todos os projetos do Rota 2030 referentes aos anos de 2018 a 2021.
Por: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com edição da Agência Gov
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