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  • Senado avança em projeto que regulamenta transporte de cargas perigosas por produtores rurais

    Senado avança em projeto que regulamenta transporte de cargas perigosas por produtores rurais

    A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado aprovou nesta quarta-feira (7) o Projeto de Lei 1.740/2024, que regulamenta o transporte de cargas perigosas por produtores rurais. A proposta, de autoria do senador Dr. Hiran (PP-RR), segue agora para análise final na Comissão de Infraestrutura (CI), com tramitação em caráter terminativo — ou seja, se aprovada, poderá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados, sem passar pelo Plenário do Senado.

    O PL modifica a Lei nº 10.233/2001, atribuindo à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a competência de regulamentar e fiscalizar o transporte próprio de produtos perigosos utilizados em atividades agrícolas, como o diesel transportado por produtores para abastecimento de tratores e máquinas no campo. A iniciativa busca adaptar a legislação à realidade de áreas rurais, principalmente das regiões Norte e Centro-Oeste, onde faltam estruturas de armazenamento ou transportadoras especializadas.

    A Confederação Nacional do Transporte (CNT) participou ativamente do debate legislativo e teve duas sugestões acolhidas pelo relator do projeto. As propostas garantiram a manutenção da fiscalização pela ANTT e a preservação dos requisitos de segurança no transporte dessas substâncias, mesmo em trajetos de pequeno porte realizados por produtores.

    A proposta nasce da necessidade de evitar penalizações a agricultores que transportam volumes reduzidos de combustíveis e outros materiais perigosos por longas distâncias, muitas vezes sem alternativa legal ou viável de logística. Hoje, o transporte próprio desses insumos pode ser interpretado como irregular por não atender exigências pensadas para o transporte comercial em grande escala.

    Com o avanço da matéria na CRA, a expectativa é de que a Comissão de Infraestrutura conclua a tramitação no Senado, permitindo que a proposta siga para a Câmara dos Deputados ainda neste semestre. A medida é considerada estratégica para dar segurança jurídica a produtores e evitar prejuízos à produção agropecuária em áreas remotas.

  • Aprosoja MT critica Moratória da Soja e defende a livre iniciativa dos produtores rurais em audiência pública no Senado

    Aprosoja MT critica Moratória da Soja e defende a livre iniciativa dos produtores rurais em audiência pública no Senado

    Nesta quarta-feira (23.04), a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) destacou os impactos econômicos, sociais e jurídicos da Moratória da Soja durante audiência pública realizada no Senado Federal, em Brasília (DF). A audiência foi convocada pelo senador Wellington Fagundes (PL/MT) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal, em resposta à recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a Lei nº 12.709/2024, do Estado de Mato Grosso, que buscava retirar incentivos fiscais das empresas signatárias ao acordo.

    Durante seu pronunciamento no segundo bloco da audiência, o presidente da Aprosoja MT e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Lucas Costa Beber, afirmou que a Moratória da Soja é uma medida ultrapassada e injusta, que compromete a soberania do país e impede o produtor de exercer a livre iniciativa, mesmo quando cumpre todas as exigências legais. Ele também lembrou da mobilização realizada por mais de 100 prefeitos e 120 câmaras municipais que se manifestaram contra a moratória, reforçando que este acordo privado prejudica o desenvolvimento econômico e social dos pequenos produtores e dos municípios do estado de Mato Grosso.

    “A proposta que a ABIOVE falava lá atrás são os tais dos polígonos, que nós também não aceitamos, porque sobrepõe a nossa legislação. Deixo claro aqui que a ABIOVE e a ANEC alegam a livre iniciativa e eu alego para eles ferem a livre iniciativa dos produtores, porque eles não têm a opção de escolher a cultura mais rentável. Quem desmatou, mesmo que legalmente, após 2008, que estava usando áreas para pecuária, hoje se quer pode ingressar na soja, pois não tem como vender, já que as empresas signatárias da Moratória correspondem a mais de 94% do mercado comprador de soja aqui do nosso país”, destaca.

    A Aprosoja MT reforçou, durante a audiência, que os produtores brasileiros já atendem à legislação ambiental mais rigorosa do mundo e que qualquer medida adicional imposta fora da legislação brasileira constitui uma violação da soberania nacional. A entidade citou exemplos de produtores que, mesmo tendo desmatado legalmente áreas autorizadas, estão sendo impedidos de comercializar sua produção de soja devido aos critérios arbitrários.

    “A Moratória é uma medida famigerada e vencida, porque foi feita em 2006 e em 2012 nós aprovamos o Código Florestal mais restritivo do mundo. Hoje nós temos que lembrar que há 30 milhões de pessoas que moram na Amazônia. Em medidas como a Lei Antidesmatamento Europeia e a Moratória parece que querem fazer uma cerca na Amazônia e retirar o direito a produzir, utilizar suas terras, respeitando esse Código Florestal”, declara.

    O presidente reforça que as pessoas que vivem na região não podem ser excluídas da atividade econômica por exigências externas que não dialogam com a legislação brasileira. Ele alertou que os efeitos colaterais da medida também atingem a indústria nacional. “A Moratória não só prejudica o bioma amazônico, como toda a indústria nacional, já que as máquinas agrícolas têm um valor muito maior que carros e outros bens de consumo, e são produzidas no sul e sudeste do nosso país, ou seja, a Moratória está tornando o Brasil mais pobre, está deixando o Estado de arrecadar e oferecer serviços públicos para toda a população”, salienta.

    O diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, também a classificou como uma afronta à soberania brasileira e destaca os prejuízos econômicos que ela pode causar ao estado e aos municípios. “São R$ 20 bilhões em receita que deixam de ser geradas em função da Moratória, com impacto econômico e social para todos esses municípios. Mas nós sabemos muito bem que, numa matriz insumo e produto, nós não temos só o que é gerado dentro da propriedade, mas para cada R$ 1,00 que é investido dentro da propriedade, outros R$ 3,00 são gerados fora. Portanto, nós estamos falando de um impacto potencial de mais de R$ 60 bilhões, que deixam de ser gerados de receita no estado do Mato Grosso, em função desse impedimento causado pela moratória”, frisa.

    Além disso, o presidente da Aprosoja MT lembrou da recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a Lei nº 12.709/2024, aprovada em Mato Grosso, que previa a retirada de incentivos fiscais das empresas signatárias da moratória. “Nada impede essas empresas, que correspondem a 94% do mercado comprador de atenderem o mercado europeu exportando produtos provenientes das áreas desmatadas anterior a 2008, desde que eles façam todo o caminho logístico de rastreabilidade separado e passem os custos aos compradores. O que não é justo é eles penalizarem de forma organizada várias empresas, simplesmente restringindo a compra de todas as áreas desses produtores”, finalizou o presidente da Aprosoja MT e vice-presidente da Aprosoja Brasil, Lucas Costa Beber.

  • Audiência no Senado reacende debate sobre a Moratória da Soja e suspensão de lei estadual em MT

    Audiência no Senado reacende debate sobre a Moratória da Soja e suspensão de lei estadual em MT

    A Moratória da Soja e a recente suspensão da Lei nº 12.709/2024, do Estado de Mato Grosso, estiveram no centro das discussões durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (23), no Senado Federal. Presidida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT), a sessão reuniu lideranças do setor agropecuário, parlamentares e representantes institucionais que denunciaram o impacto de medidas que, segundo eles, comprometem a segurança jurídica no campo, penalizam produtores e afrontam a soberania nacional.

    Em um dos discursos mais enfáticos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, defendeu os produtores mato-grossenses e o cumprimento do Código Florestal Brasileiro. Ele destacou que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e que, mesmo assim, o setor produtivo tem sido alvo de políticas que restringem sua atuação, como é o caso da Moratória da Soja.

    “O produtor rural é o maior preservador do meio ambiente. Quase 40% da proteção ambiental de Mato Grosso está dentro de propriedades rurais. E ainda querem impor mais restrições a quem cumpre a lei? Isso é uma afronta ao Estado de Direito”, criticou Tomain, ao afirmar que a moratória fere o direito de comercialização de produtores legalmente amparados.

    A Moratória da Soja é um acordo voluntário firmado entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que veta a compra de soja oriunda de áreas desmatadas no bioma Amazônia após julho de 2008 — ainda que o desmatamento tenha ocorrido dentro dos limites legais. Para os representantes do setor agropecuário, essa prática tem causado prejuízos a produtores que operam em conformidade com a legislação ambiental.

    Outro ponto de destaque na audiência foi a suspensão da Lei nº 12.709/2024 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A norma estabelece critérios para a concessão de incentivos fiscais e cessão de terrenos públicos a empresas do setor agroindustrial em Mato Grosso. A suspensão da lei acendeu o alerta sobre a autonomia dos estados para implementar políticas de desenvolvimento regional.

    “O setor produtivo não pode ser penalizado por decisões unilaterais de grandes empresas. Os acordos firmados por essas companhias não podem ditar os rumos da economia de Mato Grosso”, argumentou o deputado estadual Gilberto Cattani, ao defender a legalidade da lei e sua importância para a geração de empregos e renda nos municípios mato-grossenses.

    O deputado Maxi Russi também se posicionou em defesa da norma estadual, ao afirmar que incentivos fiscais devem ser concedidos apenas a empresas que atuem dentro da legalidade. “Nosso estado não pode fornecer benefícios a quem não respeita a legislação ambiental ou trabalhista. Precisamos garantir segurança jurídica para quem quer produzir com responsabilidade”, reforçou.

    A audiência pública contou ainda com a presença do superintendente da Famato, Cleiton Gauer, do diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Fabrício Rosa, além de deputados estaduais, federais, senadores e lideranças de outros estados brasileiros. Todos foram unânimes em ressaltar a importância de se proteger o direito de produzir, respeitando o meio ambiente e valorizando quem age dentro da lei.

    “O campo exige respeito. Respeito ao Código Florestal, à legalidade, à propriedade e ao produtor que alimenta o Brasil e o mundo com responsabilidade ambiental”, concluiu Fabrício Rosa.

  • Após caso Joca, Senado aprova regras para transporte aéreo de animais

    Após caso Joca, Senado aprova regras para transporte aéreo de animais

    O Senado aprovou nesta quarta-feira (23) novas regras para o transporte aéreo de animais domésticos. A proposta, que volta para análise da Câmara dos Deputados, obriga as companhias aéreas a oferecerem opções de transporte de cães e gatos adequados ao porte e às funções do animal.

    O substitutivo da senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) ao PL 13/2022 determina que as empresas publiquem informações atualizadas e completas sobre o serviço e mantenham equipes treinadas e equipamentos específicos para o trabalho. Os cães-guias continuam com o direito garantido de voar com seus tutores.

    O projeto foi chamado de Lei Joca, lembrando o episódio do cachorro Joca (foto) que morreu após erro no destino e transporte inadequado.

    Após a aprovação, a senadora comemorou dizendo que, pela primeira vez, o Brasil terá uma legislação sobre o tema.

    “Agora as companhias aéreas vão poder ofertar o transporte dos pets nos aviões mas de uma forma segura para os animais e para os passageiros”.

    Em outubro do ano passado, o Ministério dos Portos e Aeroportos anunciou o Plano de Transporte Aéreo de Animais (Pata), com regras mais rígidas para o transporte de animais em voos.

    *Com informações da Agência Senado

  • PEC do fim da reeleição para chefes do Executivo avança no Senado

    PEC do fim da reeleição para chefes do Executivo avança no Senado

    A proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos foi lida nesta quarta-feira (23) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Um pedido de vista adiou a votação para o dia 7 de maio.

    A PEC prevê uma regra de transição com o fim da reeleição apenas para quem for eleito em 2034; prorroga os mandatos do Executivo de 4 para 5 anos, incluindo os vereadores e deputados federais, estaduais e distritais, e unifica todas as eleições para o mesmo ano. Em vez de eleições a cada 2 anos, o Brasil teria eleições a cada 5 anos. Prefeitos e vereadores eleitos em 2028 teriam mandato de 6 anos, sem direito à reeleição. Já os senadores teriam os mandatos ampliados de 8 para 10 anos.

    Nenhum senador se manifestou contra o fim da reeleição na CCJ, sugerindo consenso para a proposta. Porém, a regra de transição foi criticada com um pedido para o fim da reeleição para os eleitos já em 2026.

    O relator da matéria, senador Marcelo Castro (MDB-PI) (foto), justificou a medida argumentando que a reeleição fez mal ao Brasil.

    “Ao invés de possibilitar aos eleitores a opção pela recondução de mandatários de sucesso, contribuindo para aprimorar a qualidade dos mandatos, a reeleição resultou num viés pernicioso, de estímulo aos chefes do Poder Executivo pela opção de agendas imediatistas, de fácil retorno eleitoral, em prejuízo de projetos estruturantes, de longa maturação, apesar de preferíveis”, explicou Castro.

    A possibilidade de reeleição foi incluída no país no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, mudança que permitiu a reeleição do político em 1998.

    O senador Omar Aziz (PSD-AM) sustentou que é melhor acabar logo com a reeleição porque até 2034 novos legisladores podem mudar a regra novamente.

    “Se a gente for esperar 2034, ninguém sabe se a gente vai estar aqui ainda. A reeleição no país foi a pior coisa que a gente poderia ter feito para o Brasil, para os brasileiros, para os governos, porque o cara vai para uma reeleição, e faz loucura para se reeleger. Caso ele perca, ele entrega o governo estraçalhado para o sucessor”, avalia.

    O relator Marcelo Castro sugeriu a possibilidade de um acordo para antecipar o fim da reeleição para os eleitos em 2028.

    “Podemos chegar a um entendimento e encurtar um pouco [a regra de transição]. O princípio que tracei foi o de não ferir o direito adquirido, e até mesmo a expectativa de direito. Mas podemos chegar a um acordo”.

    Foram apresentadas emendas à PEC para reduzir o número de senadores para dois por unidade da federação. Atualmente, são três por estado. Outra emenda pediu a redução dos mandatos de senadores de 10 para 5 anos. Mas as propostas foram rejeitadas pelo relator, argumentando que não há consenso e debate suficiente para reduzir o tempo dos mandatos ou o número de senadores.

    “O debate a respeito da redução dos mandatos dos senadores é insuficiente para construir um acordo mínimo sobre a matéria”, disse.

  • Relator da segunda etapa da reforma tributária apresenta cronograma

    Relator da segunda etapa da reforma tributária apresenta cronograma

    O relator da segunda parte da reforma tributária, senador Eduardo Braga, apresentou na manhã desta quarta-feira (2), o cronograma de trabalho da comissão. A segunda parte da reforma cria o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

    Segundo ele, a intenção é ter o texto apreciado ainda neste primeiro semestre, embora não haja ainda uma data para isso. Ao longo do semestre, a ideia é realizar audiências públicas com temas específicos como a organização do Comitê Gestor, sobre Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação e sobre o Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis.

    Eduardo Braga foi o relator da emenda da Reforma Tributária e do primeiro projeto de regulamentação do assunto, que unificou tributos e simplificou a arrecadação.

    O cronograma de trabalho foi submetido aos senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e deverá ser votado na semana que vem.

  • Votação do orçamento de 2025 em Comissão é adiada para sexta-feira

    Votação do orçamento de 2025 em Comissão é adiada para sexta-feira

    A votação do orçamento da União de 2025 na Comissão Mista de Orçamento (CMO), inicialmente prevista para esta quarta-feira (19), foi adiada para a sexta-feira (21).

    Para entrar em vigor, o projeto ainda precisa passar por votação conjunta dos plenários da Câmara e do Senado, além de ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Já a conclusão da votação do orçamento pelos plenários do Congresso Nacional pode ficar para abril por causa de uma viagem programada ao Japão dos presidentes da Câmara, deputado Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolubre, que devem acompanhar o presidente Lula.

    O presidente da CMO, deputado federal Júlio Arcoverde (PP-PI), justificou que o atraso na votação se deve aos “inúmeros ofícios” enviados desde a última sexta-feira (14) pelo Ministério do Planejamento sugerindo mudanças no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).

    “As alterações levam os técnicos da consultoria de Orçamento a praticamente rever todo o texto do relatório final do senador Ângelo Coronel (União-BA). Mas o importante é  que agora estamos prontos para concluir nossa missão”, afirmou em nota.

    Em entrevista nesta terça-feira (18), o senador Coronel, relator da PLOA 2025, explicou que ainda aguarda um ofício do Executivo.

    “Ontem surgiu um novo ofício do Banco Central para atender questões do Pix. A Casa Civil do Governo também pediu para aguardar mais um pouco para enviar um novo ofício no dia de hoje. Então, estou esperando para enviar para consultoria para fechar o orçamento. Isso vai depender da demora do governo”, disse em entrevista à Rádio Senado.

    O novo cronograma prevê uma reunião de líderes da CMO na quarta-feira (19), seguida pela apresentação e leitura do parecer do relator Ângelo Coronel, na quinta-feira (20), quando será aberto o prazo para apresentação de destaques com pedidos de alterações no projeto pelos partidos.

    Assim, a votação da PLOA na CMO ficou marcada para a sexta-feira (21).

    Abril

    A mudança das datas tende a transferir a votação nos plenários para a próxima semana, mas o relator avalia que a votação final deve mesmo ficar para a primeira semana de abril.

    Na última quinta-feira (13), o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), revelou que o acordo com o governo é para o orçamento ser concluído até, no máximo, o dia 28 de março, final da próxima semana.

    O senador Coronel, porém, apresentou dúvidas sobre se será possível fechar o orçamento na próxima semana, uma vez que há a expectativa da viagem ao Japão dos presidentes das Casas legislativas.

    “Provavelmente, nós vamos pular a semana que vem e deixar para votar a partir do dia 30 com o retorno do presidente Hugo Motta e do presidente Davi Alcolumbre”, completou o relator.

    O Orçamento de 2025 deveria ter sido votado no fim do ano passado, segundo determina a Constituição Federal. Porém, por falta de acordo, a votação da peça orçamentária foi adiada para este ano.

  • Congresso promete ao STF identificar todos os padrinhos de emendas

    Congresso promete ao STF identificar todos os padrinhos de emendas

    As mesas diretoras da Câmara e do Senado enviaram ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), um documento em que se comprometem a identificar todos os parlamentares responsáveis por indicar a destinação de emendas ao Orçamento da União, bem como os beneficiários dos repasses.

    Ambas as casas legislativas prometeram que, do exercício financeiro de 2025 em diante não será mais possível empenhar emendas sem a identificação de padrinho e beneficiário final, principal problema apontado pelo Supremo na execução de emendas orçamentárias.

    A falta de transparência na liberação de emendas levou a um impasse com o Supremo, que impôs critérios mais rígidos para que os repasses pudessem ser feitos. Diante do impasse, a Lei Orçamentária Anual de 2025 (LOA) ainda não foi aprovada pelo Congresso.

    O plano conjunto foi apresentado a Dino, relator do tema no Supremo, na véspera de uma audiência de conciliação convocada pelo ministro para avaliar a execução das medidas de controle e transparência determinadas por ele, e pelo plenário da Corte, desde 2022.

    O Plano de Trabalho Conjunto foi enviado ao Supremo após acordo com o governo federal. A Advocacia-Geral da União (AGU) também informou ao ministro Flávio Dino sobre medidas para aprimorar a transparência em sistemas mantidos pela União para divulgar a execução do Orçamento, com a inclusão do nome dos parlamentares responsáveis por cada emenda liberada.

    Segundo a AGU, o plano conjunto tem como objetivo “aprimorar a interface entre os sistemas dos poderes Executivo e Legislativo na execução das emendas, aprimorando o trâmite administrativo e facilitando o controle social e o acesso público às informações”.

    O governo federal também prometeu empenho na fiscalização da execução orçamentária.

    Mudança de regra

    O plano aborda, em especial, as emendas individuais de transferência, as chamadas emendas Pix – identificada nos sistemas orçamentários pela sigla RP6 -, de bancada estadual (RP7), de comissão (RP8) e as emendas de relator, que deram origem à expressão “orçamento secreto” (RP9).

    As duas Casas prometeram aprovar uma mudança na resolução que disciplina a proposição de emendas parlamentares, de modo a adequar as regras e cumprir a determinação do Supremo de identificar cada congressista responsável por indicar emendas, incluindo as de comissão e de bancada.

    Segundo o plano, a indicação de cada emenda precisará obrigatoriamente ser acompanhada de ata de deliberação na respectiva comissão ou bancada partidária e estadual, bem como de planilhas indicando quem propôs cada destinação dos recursos e o beneficiário.

    A medida visa impedir o chamado “rateio” de emendas em comissões, quando uma emenda genérica acaba sendo dividida entre diferentes destinos sem que seja identificado o parlamentar que fez a indicação.

    De acordo com as informações da Câmara e do Senado, as emendas apresentadas ao Orçamento de 2025 já foram feitas sob o novo modelo, mesmo antes da mudança na regra.

    Restos a pagar

    Em relação aos restos a pagar de 2024, cada comissão permanente do Congresso deverá novamente deliberar sobre cada empenho de emendas de comissão, ratificando ou não a destinação dos recursos, até o dia 31 de março.

    O resultado das deliberações deverá ser divulgado em cinco dias pela Comissão Mista do Orçamento (CMO), informaram a Câmara e o Senado.

    Os restos a pagar de 2023 e anos anteriores também devem ter seus padrinhos e beneficiários identificados, por meio de atualizações no Registro de Apoio às Emendas Parlamentares, sistema que deverá ser aprimorado em 30 dias, a partir da homologação do plano de trabalho pelo Supremo.

    Em dezembro, o ministro Flávio Dino bloqueou, por exemplo, a execução de ao menos R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão que não teriam cumprido critérios de transparência para sua execução, por não permitirem identificar o político que indicou a emenda ou o beneficiário final da transferência de recursos.

    O total destinado a emendas parlamentares no Orçamento de 2025 chega a R$ 52 bilhões, uma alta em relação a 2024, quando a cifra foi de R$ 49,2 bilhões. Há dez anos, em 2014, esse valor era de R$ 6,1 bilhões.

  • Senado aprova liberação de até R$ 4,6 bi em emendas bloqueadas

    Senado aprova liberação de até R$ 4,6 bi em emendas bloqueadas

    Na primeira sessão presidida por Davi Alcolumbre, o Senado aprovou nesta quarta-feira (19) um projeto que libera até R$ 4,6 bilhões de emendas parlamentares bloqueadas em dezembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Aprovado por 65 votos favoráveis e um contrário, o texto segue para a Câmara dos Deputados.

    Relatado pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), o projeto foi apresentado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). O texto trata da liberação de restos a pagar não-processados, verbas de anos anteriores empenhadas (autorizadas), mas não liquidadas, sem a verificação se o serviço foi executado.

    De acordo com a justificativa do projeto, a liberação deverá acelerar a conclusão de obras inacabadas até o fim de 2026, com restos a pagar inscritos desde 2019. Atualmente, o Tesouro Nacional bloqueia o resto a pagar se a liquidação não ocorrer até 30 de junho do segundo ano subsequente à inscrição, com a possibilidade de cancelamento se o recurso não for desbloqueado.

    Segundo o parecer de Portinho, a liberação ocorrerá para projetos com licitação já iniciada. Os restos a pagar deverão ser revalidados conforme as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal e da lei complementar sobre as emendas parlamentares aprovadas no ano passado. A liberação será proibida apenas para obras e serviços sob investigação ou com indícios de irregularidades.

    Os gastos também entrarão no arcabouço fiscal, estando sujeitos ao teto de crescimento da despesa de 70% do crescimento real (acima da inflação) da receita no ano anterior, dentro de um limite de 0,6% a 2,5% de alta real.

    A aprovação ocorre num momento de tensões entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) em torno da transparência na execução de emendas parlamentares. Caso o projeto seja aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, verbas remanescentes do orçamento secreto, bloqueados desde o fim de 2022, e das emendas de comissão, bloqueadas no fim do ano passado, podem ser liberadas.

  • Alcolumbre: decisões do STF devem ser respeitadas, mas sem cerceamento

    Alcolumbre: decisões do STF devem ser respeitadas, mas sem cerceamento

    O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defendeu que as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) sejam acatadas, mas não quer “cerceamento” ao parlamento quanto à destinação de recursos do Orçamento da União.

    “A recente controvérsia sobre as emendas parlamentares ao orçamento ilustra a necessidade de respeito mútuo e diálogo comum. As decisões do Supremo Tribunal Federal devem sim ser respeitadas, mas é igualmente indispensável garantir que este Parlamento não seja cerceado em sua função primordial de legislar, de representar os interesses do povo brasileiro, inclusive levando recursos e investimentos a todas as regiões do Brasil”, disse Alcolumbre no discurso de abertura do ano legislativo.

    De acordo com o senador, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário não são adversários. “São pilares que sustentam a nossa nação. Conclamo a harmonia ao equilíbrio, pois somente assim resguardaremos os direitos e as prerrogativas constitucionais do Congresso Nacional.”

    Alcolumbre promete “trabalhar em harmonia com o Executivo e o Judiciário”, mas pontua que “é essencial que cada Poder respeite suas funções e seus limites.” Segundo o senador, “o Congresso tem a sua autonomia e as suas prerrogativas.”

    O presidente do Congresso Nacional defende um legislativo forte, autuante e, sobretudo, respeitado. “Um Congresso que fiscaliza, que propõe, que debate, que faz acontecer. Um legislativo forte é indispensável à estabilidade democrática.”

    Trabalho conjunto

    Ao marcar posição, Davi Alcolumbre não deixou de pregar diálogo, união, pacificação, negociação, mediação, cordialidade e respeito mútuo.

    Essa foi a tônica do discurso do presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB). “O trabalho conjunto dos Três Poderes, independentes e harmônicos entre si, está no cerne do regime político do País, está no cerne da democracia que devemos todos venerar e defender”, disse Motta.

    Para o presidente da Câmara, “essa independência e essa harmonia pressupõem o desvelo obstinado no cumprimento das atribuições constitucionais e o respeito às competências dos demais Poderes, norteados sempre pelo interesse público.”

    Em tom menos institucional do que de costume, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse que os Poderes têm “conversa direta, aberta e franca de pessoas que se querem bem e que se ajudam e, quando eventualmente divergirem, vamos ser capazes de sentar numa mesa e institucionalmente absorvermos a divergência.”

    Ele salientou que “mais do que a presença formal do presidente do Supremo aqui, na verdade está o compromisso do Poder Judiciário de sermos parceiros em tudo aquilo que, à luz da Constituição, seja bom para o Brasil.”

    O Supremo Tribunal Federal declarou em 2022 a inconstitucionalidade do chamado orçamento secreto – a prática do Legislativo de destinar recursos públicos da União sem explicitar o parlamentar que apresenta a emenda e sem identificar a destinação. O relator de uma ação que questiona na Suprema Corte a modalidade de emendas, o ministro Flávio Dino, já suspendeu em mais de um momento o pagamento de emendas por causa da falta de transparência.

    Comissões

    Com a retomada dos trabalhos legislativos, após a escolha da novas mesas diretoras de Câmara e Senado, o próximo passo é definição dos presidentes das comissões temáticas das duas Casas, que deve seguir a proporcionalidade do tamanho de cada bancada.

    No Senado, alguns líderes já indicaram o comando das comissões escolhidas. A Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante, deve ficar com PSD, com senador Otto Alencar, da Bahia. O partido também deve indicar Nelsinho Trad, do Mato Grosso do Sul, para Relações Exteriores.

    O MDB deve indicar o senador Renan Calheiros, de Alagoas, para a Comissão de Assuntos Econômicos, e Marcelo Castro, do Piauí, para Assuntos Sociais.

    O PL também deve ficar com duas comissões. A de Segurança Pública, com Flávio Bolsonaro, do Rio de Janeiro, e a de Infraestrutura, com Marcos Rogério, de Rondônia.

    Na Câmara dos Deputados, a divisão das comissões ainda está em discussão.

    A outra prioridade deste começo do ano será a votação do Orçamento. A Comissão Mista sobre o tema deve analisar a proposta do governo até o dia 10 de março, após o carnaval.

    De acordo com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o governo em adaptações do Orçamento para se adequar às medidas de ajuste fiscal aprovadas no fim do ano passado, como as regras de reajuste do salário mínimo.