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  • Selma se mostra incomodada com PSL e diz que não é Bolsonaro ‘até debaixo d’água’

    Selma se mostra incomodada com PSL e diz que não é Bolsonaro ‘até debaixo d’água’

    Em seus últimos dias como senadora pelo PSL, Selma Arruda concedeu entrevista ao Estadão expondo pontos polêmicos da ainda curta trajetória em Brasília. A ex-juíza afirmou que o PSL é um partido que a incomoda, explicou que não é Bolsonaro “até debaixo d’água”, classificou a reforma da previdência defendida pelo governo Federal como “a coisa mais cruel dos últimos tempos” e finalizou expondo desprendimento do atual cargo, caso sua cassação seja mantida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Se não der certo, eu faço a mala e volto pra casa, rindo”, ironizou.

    Confira a reprodução da entrevista:

    Sob a vista de um quadro de Jesus, de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, e de uma escultura de um Cristo crucificado – nas paredes de seu gabinete –, a senadora de primeiro mandato Selma Arruda (MT), juíza aposentada também conhecida como “Moro de saias”, disse ao Estado que decidiu sair do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. “São coisas graves, é uma pressão que vem de todo lado – e é por isso que eu vou sair do PSL”, afirmou. “Na próxima quarta—feira vou me filiar ao Podemos”.

    Não explicitou as “coisas graves”, mas disse que foi “pressionada por membros do PSL” para retirar sua assinatura do pedido para a instalação da CPI da Lava Toga. O único nome que citou foi o do senador Flávio Bolsonaro, igualmente do PSL e filho do presidente da República. Também alegou, entre os motivos da saída, a “falta de solidariedade” do PSL em relação ao processo de cassação de seu mandato, em andamento no Tribunal Superior Eleitoral.

    Selma Arruda – 56 anos, 22 deles como juíza – fez a campanha com as bandeiras do candidato Bolsonaro e da operação Lava Jato. Foi eleita em primeiro lugar com 678.542 votos (24,65% dos válidos). Nem tinha assumido o mandato quando, em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso desaprovou suas contas de campanha por unanimidade. Uma segunda decisão unânime do mesmo TRE, em abril, cassou seu mandato e o de seus suplentes, por abuso de poder econômico e caixa 2.

    Negando todas as acusações, a senadora recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – onde o processo tramita, sob a relatoria do ministro Og Fernandes. No começo da semana foi divulgado o parecer da procuradora geral da República, Raquel Dodge, favorável à cassação do mandato. A qualquer momento o relator pode levar o caso a julgamento no plenário.

    Também aguarda julgamento, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um Procedimento Administrativo Disciplinar (PDA) em que é acusada de usar o cargo de juíza para aproveitamento político e midiático. Está nas mãos do corregedor do CNJ, ministro Humberto Martins, aguardando data de julgamento. Não é a primeira vez que ela passa pela corregedoria do CNJ. Foi advertida, em 2008, por ter admitido seu marido, advogado e policial rodoviário federal aposentado, como voluntário na vara em que era juíza, sem nenhuma formalidade legal. Mesmo punida com a advertência, não admite que tenha errado. “Eu estava certa”, afirmou. Sobre o PDA que ainda vai a julgamento, disse que o Tribunal de Justiça do Mato Grosso “opinou favoravelmente” a ela, e que “a tendência é ser arquivado pelo CNJ”.

    A senadora recebeu o Estado na tarde da última quinta-feira, no gabinete 15 da ala Teotônio Vilela do Senado. Aparentava tranquilidade. “Quando você não deve, é difícil ficar preocupada”, afirmou, antes de ligar sua metralhadora verbal. A munição é farta de teorias conspiratórias, sem nenhuma prova, principalmente contra os juízes do TRE/MT que cassaram seu mandato por unanimidade. A assessoria do Tribunal disse ao Estado, em nome deles, que “as decisões foram tomadas em cima das provas dos autos”.

    Os olhos verdes de senadora choraram com vontade durante os minutos em que lembrou a morte dramática de sua filha Letícia, advogada de 25 anos, em 2014, vítima de um câncer de pele devastador. “Cada cicatriz é uma vitória”, dizia, segundo a memória da mãe. “É isso que me dá coragem”, afirmou a senadora com a maquiagem borrada. A seguir os principais trechos da entrevista:

    Quais são as suas razões para sair do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro?

    O PSL é um partido que me incomoda, não apenas pela falta de solidariedade em relação a todo esse processo que eu estou enfrentando [de cassação do mandato], mas também em relação a essas pressões de membros do partido para tirar a assinatura do pedido de CPI da Lava Toga. Não tenho mais jeito de permanecer nesse ambiente.

    Quais membros do partido a pressionam para tirar a assinatura?

    O senador Flávio Bolsonaro. Mas não é só ele.

    Quem mais?

    Não é hora de citar mais nomes.

    O senador Flávio falou diretamente com a senhora para retirar a assinatura?

    Sim.

    Foi uma conversa amigável?

    Não. Mas não quero entrar em detalhes.

    Por que a sra. optou pelo Podemos?

    O Podemos faz parte da base do governo, e te deixa livre para seguir as convicções. Eu tenho dito, desde a campanha, que não sou seguidora incondicional do Bolsonaro. Não sou Bolsonaro até debaixo d’água. Casamento homossexual, por exemplo, eu nunca fui contra isso.

    Como o Podemos se posiciona em relação ao processo que ameaça cassar o seu mandato?

    A postura é de amparo. Já estou muito ligada a eles. Outro dia nos reunimos, e me disseram: “O que é que a gente pode fazer para te ajudar? Quer que todo mundo vá pro plenário e bote a boca no trombone?”. Eu me sinto acolhida. Nunca tive isso do PSL.

    Alguma divergência de fundo com o PSL?

    O PSL tem tido alguns posicionamentos que são contrários aos meus princípios. Por exemplo. A reforma da previdência, na minha opinião, é a coisa mais cruel dos últimos tempos.

    E o que isso diz sobre o PSL?

    O partido não tem uma consistência ideológica própria. Não tem um formato de partido. Não é um lugar que tu encontres uma ideologia que não seja mero repeteco de algumas frases prontas. Tudo é culpa da esquerda. Todo mundo é comunista. Eu não dou conta disso. Não tem uma liderança. Não tem envolvimento nem sequer do próprio presidente da República. Ele não consegue se envolver com a gente.

    Algum exemplo?

    Eu, senadora da República, do partido do presidente, estou tentando uma audiência com o ministro da Saúde tem alguns meses. O PSL se deixou dominar muito pelo DEM, no governo. Alcolumbre é DEM. Maia é DEM. Lorenzoni é DEM. Tereza Cristina é uma excelente ministra, mas é DEM. O PSL não tem um comportamento de partido. Você se sente perdido lá.

    Qual tem sido o papel do presidente Bolsonaro em relação ao PSL?

    Uma vez eu e Soraya (Thronicke), a outra senadora do PSL), fomos ao presidente. “Presidente, o sr., por favor, conte conosco para apoiar o governo. Nós somos senadoras do PSL e nós queremos que o sr. nos diga qual é a sua orientação”. Ele respondeu: “Cada uma de vocês vote de acordo com a sua orientação, a sua consciência”. Sabe um trem perdido? É desse jeito. E, além disso, essa atuação por baixo dos panos para minar a instalação da CPI da Lava Toga.

    Quem do Podemos influiu mais para a sua filiação?

    Os senadores Álvaro Dias, Lavoisier Martins, Oriovisto Guimarães, Eduardo Girão. O Álvaro é um grande líder. Eu teria votado nele para presidente se não estivesse no PSL. Todos nomes qualificados, extremamente inteligentes. Girão é um homem espiritualizado. Pessoas que vem com a alma limpa para a política.

    Alguma decepção com o major Olímpio, líder do PSL no Senado?

    Absolutamente. Nem como líder, nem como homem. É íntegro. Um sujeito absolutamente honesto. E também está com um pé fora do PSL.

    E os outros dois senadores do PSL – Soraya e Flávio Bolsonaro?

    A Soraya é uma grande irmã que eu consegui aqui. Quando eu fui cassada, ela correu aqui. Eu chorei no ombro dela.

    E o senador Flávio?

    O Flávio é filho do presidente. É um pouco ausente no Senado.

    Por que a senhora está evitando uma crítica direta?

    Porque essa crítica iria respingar no presidente. Seria uma crise a mais, e a gente pode evitar.

    Alguém do PSL falou com a sra. para não sair do partido – ou todo mundo ficou aguardando a sua saída?

    Ficou todo mundo apreciando a minha saída. Ontem o [Antônio] Rueda, vice-presidente do PSL, me ligou, e perguntou se era verdade. Eu disse: “Ainda estou no PSL, mas por pouco tempo”. Ele não disse nada.

    E o Luciano Bivar, presidente?

    Nada, também. A imprensa inteira publicou que eu estava pensando em sair, e ninguém falou nada.

    É como se estivessem torcendo para a senhora sair?

    É a questão da postura. Se o presidente da República fala que cada um pode agir de acordo com a sua convicção, isso tem que ser uma regra.

    O TRE do Mato Grosso reprovou suas contas de campanha, e cassou o seu mandato. Duas decisões unânimes, do tribunal pleno, envolvendo, ao todo, oito juízes. Não é muita coisa contra a senhora? Ou são todos cegos, equivocados, errados e, manipulados, como a sra. tem dito, genericamente, e sem provas?

    Não são oito juízes. São dois. Os que foram relatores dos respectivos casos, ambos com ligações com poderosos que eu mandei prender. O resto dos juízes foi na onda.

    A senhora não judicializou essas acusações – o que as torna levianas. Não?

    Não.

    Qual é a sua expectativa em relação ao julgamento do TSE, que pode ou não cassar o seu mandato?

    Tenho certeza absoluta que eu não fiz nada irregular. Do ponto de vista técnico, jurídico, estou absolutamente tranquila, e confiante. O meu temor é que não seja um julgamento jurídico, e sim político, de alguma forma influenciado por esse jogo político. Mas ainda assim eu prefiro confiar, porque a composição atual do Tribunal é muito técnica e muito correta.

    A senhora a tem de memória?

    Rosa Weber, Barroso, Fachim, que são tidos como os mais malvados do STF, mas malvados para vagabundos. Se eles são corretos, eles vão ler o processo e vão ver que não tem nada errado. Tem mais o relator, que é o ministro Og Fernandes, e mais dois advogados, não lembro os nomes.

    O parecer da procuradora Raquel Dogge pode pesar na balança?

    Um tribunal superior já não tem mais aquela imaturidade de quando você é juiz novinho e fica achando que promotor tem razão em tudo.

    Recorreria de uma decisão adversa?

    Meu advogado é que vai resolver, mas em princípio não. Eu peguei uma aversão por isso tudo, por esse sistema, por essa nojeira. Em sentido figurado, tenho que tomar um dramim por dia, pra vir ao Senado. Porque dá nojo.

    A senhora está preparada para uma decisão adversa?

    Absolutamente preparada. Confio que não aconteça, mas não descarto que aconteça. Porque eu já sofri dois reveses. Se der certo, parabéns. Se não der certo, eu faço a mala e volto pra casa, rindo.

  • Flávio Bolsonaro desmente grito com Selma: ‘entendo o momento difícil que ela está passando’

    Flávio Bolsonaro desmente grito com Selma: ‘entendo o momento difícil que ela está passando’

    O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que não iria comentar as declarações de Selma Arruda em entrevista, mas garantiu que não gritou com a colega e alfinetou a parlamentar, por conta de seu processo de cassação. Em mensagem divulgada por sua assessoria de imprensa ao mesmo jornal, Flávio disse entender “o momento difícil que ela [Selma] está passando”.

    Confira abaixo a matéria completa da Folha de S. Paulo, assinada pelo jornalista Daniel Carvalho:

    O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse nesta sexta-feira (13) que jamais gritaria ou trataria mal a senadora Juíza Selma (PSL-MT), que disse à Folha de S.Paulo ter sido pressionada, inclusive com grito, pelo filho do presidente Jair Bolsonaro a retirar sua assinatura em apoio a uma CPI para investigar integrantes do Supremo Tribunal Federal.

    “Jamais gritaria ou trataria mal a senadora Selma. Prefiro não comentar. Entendo o momento difícil que ela está passando”, disse Flávio em mensagem encaminhada à reportagem por sua assessoria de imprensa.

    Selma é uma das signatárias do requerimento para criar a comissão batizada de CPI da Lava Toga e disse que foi procurada por Flávio e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para recuar no apoio, o que inviabilizaria a comissão.

    Ela disse que “o que eles argumentam é que uma CPI vai trazer instabilidade para o Brasil porque vai mexer com as instituições, com a integridade delas”.

    De acordo com a senadora, no último dia 21, Flávio ligou para ela e gritou ao telefone.
    “Ele estava um pouco chateado. Alguém disse para ele que nós tínhamos assinado uma CPI que iria prejudicar ele e ele falou comigo meio chateado, num tom meio estranho. Eu me recuso a ouvir grito, então, desliguei o telefone”, disse a senadora, que deve oficializar sua saída do PSL na próxima semana e ingressar no Podemos.

    Ela também afirma que “gente do partido”, que ela não quis identificar, condicionou a retirada da assinatura à tramitação do processo de cassação que existe contra a senadora no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

    O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso cassou o mandato de Selma, em abril deste ano, por caixa dois e abuso de poder econômico.

    O TRE decidiu manter a cassação e, nesta semana, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou favoravelmente à medida.

    A PGR diz que a campanha da senadora deixou de contabilizar R$ 1,232 milhões e omitiu 72% dos gastos. Selma diz que está sendo acusada por algo que fez na pré-campanha.

    “É gente do partido que veio com esta conversa ‘olha, você tem que se aproximar do pessoal porque aí vão te ajudar’. Deste pessoal que está alvo de CPI”, afirmou.

    Ela considera que a manifestação de Dodge foi “o recado mais claro” de resposta à sua decisão de não retirar a assinatura. Ela sustenta a tese mesmo diante da ponderação de que, teoricamente, a procuradora-geral não teria motivos para ajudar Bolsonaro, já que ela foi preterida na escolha para a PGR.

    “A não ser que este parecer já estivesse pronto bem antes, quando ainda havia alguma esperança e, depois, acabou indo por descuido de alguém. Já li também uma outra posição em que alguém diz que é vingança porque ela teria sido preterida, então ela resolveu perseguir os bolsonaristas”, afirmou.

    Na entrevista, Selma afirma que juízes de primeiro e segundo graus defendem a CPI e o impeachment de ministros do STF porque o Supremo os faz “passar vergonha alheia”.

    “Os juízes não aguentam mais ter esta mácula na profissão. As pessoas veem o Judiciário com maus olhos por causa da atitude de um, dois ou três no Supremo. Eles dão retrato para a população de que a magistratura não presta.”

    Ela negou que a criação da CPI seja um ataque ao STF e disse ter “certeza absoluta” de que não há riscos há democracia.

    À Folha de S.Paulo a senadora disse ainda que continuará apoiando o governo de Jair Bolsonaro, mas que, em alguns assuntos, discorda do presidente.

    “Não sou bolsominion. Aquilo que ele faz que eu concordo, vou apoiar. Aquilo que ele faz ou fala que eu não concordo, não vou apoiar”, afirmou.

    “Por exemplo, a questão de casamento gay. Fui juíza a vida inteira e você vê a dificuldade das pessoas quando elas não conseguem regularizar as situações de fato da vida. Um casal de mulheres que moram juntas, adquirem um patrimônio, uma delas morre e a que fica viva perde tudo porque, pela lei, vai para os pais daquela que morreu, se não tiver filhos ou vai para os filhos dela. Um absurdo”, mencionou a senadora.

    A senadora ficou conhecida e se refere a ela mesma como “Moro de saia”, numa alusão ao ministro da Justiça e ex-juiz federal Sergio Moro. Ela diz se sentir honrada e negou que o ministro tenha se desgastado com os vazamentos de mensagens da Vaza Jato.

    “Não vejo desgaste em Vaza Jato. Vejo uma prova ilícita que estão dando credibilidade a um ladrão em contraponto a palavra de um juiz”, afirmou.

    Ao responder sobre o esquema de candidaturas de laranjas investigado no PSL, Juíza Selma diz não ter tido conhecimento da prática em seu estado e se disse contra o estabelecimento de cotas para mulheres nas eleições, tema que voltou a ser discutido neste ano no Congresso.

    “É muito bonito você dizer ‘tem que ter cota para a mulher porque a mulher tem que participar da política’. Ela tem se ela quiser. Você obrigar a ter cota é você pedir para ter laranja. Até porque mulher não gosta de política. Não é uma tradição nossa ter mulheres na política. As pessoas dizem ‘não, política é uma coisa muito suja para mulher, deixa homem’”, afirmou.

    E foi além: “Não acredito em cota para preto, para homossexual. As pessoas têm que ser tratadas iguais. Cota, ela que afasta em vez de integrar.”

    Indagada se o sistema de cotas não seria uma maneira de reparação a grupos que historicamente são preteridos, ela discordou.

    “A maneira de estabelecer uma reparação é tratando igual, é dando escola boa para preto, para pobre, para tudo, para todo mundo”, disse a senadora, que também fez críticas à existência do crime feminicídio.

    “Quer ver uma coisa que acho que separa? Feminicídio. Toda mulher que morre é feminicídio. Não. Não pode ser. Por que tem ter um crime específico de feminicídio? É um homicídio como qualquer outro. Agora, matar mulher tem que ser diferente? Claro que a violência doméstica é grande. Mas por que não ataca a causa, então? Faz campanha educativa, pega esses machos e ‘para de ser machista’”, disse a senadora Juíza Selma.

  • Selma nega disputar eleição e anuncia empresário como pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá

    Selma nega disputar eleição e anuncia empresário como pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá

    A senadora Selma Arruda (PSL) negou a pretensão em entrar na disputa eleitora em 2020 e revelou que um empresário bastante respeitado na Capital já está em negociação com seu partido e que em breve ele será anunciado como o pré-candidato à prefeito de Cuiabá.

    Cogitada como uma das possíveis candidata para a prefeitura, a senadora campeã de votos em 2018 disse que continua sem o desejo de disputar por um cargo no Executivo e afirmou que o partido já trabalha o nome do empresário, que segundo ela, tem chances reais de vencer a disputa pelo Palácio Alencastro.

    “A idéia de ir para o Executivo continua fora dos meus planos. Para eu resolver para o Executivo é só se eu passar muita raiva, mas logo teremos uma surpresa. É um empresário da capital, uma pessoa muito respeitada que tem as condições, inclusive, da gente levar até com chapa pura que vamos ganhar”, disse a senadora em ato de filiação do PSL na tarde deste sábado (17).

    Durante o evento, o presidente estadual do partido, deputado federal Nelson Barbudo, também revelou que nos próximos dias, cerca de 10 prefeitos, além de 30 vereadores do Estado vão migrar para o PSL.

    Fomentado pela onda Bolsonaro, o PSL de Mato Grosso conseguiu eleger em 2018 uma senadora, um deputado federal, além de dois deputados estaduais.

    Para o presidente do diretório do partido em Cuiabá, vereador Wilson Kero Kero, a sigla tem força para eleger no ano que vem, no mínimo três vereadores na Câmara Municipal.

  • Juiz não pode ser um mero homologador das colaborações premiadas, destaca Selma Arruda

    Juiz não pode ser um mero homologador das colaborações premiadas, destaca Selma Arruda

    Durante audiência pública de terça-feira (4) para debater o Projeto de Lei 1.864/2019, que integra o projeto anticrime e altera 13 leis e decretos com medidas contra a corrupção, a senadora Juíza Selma (PSL-MT) defendeu a necessidade de alterações na legislação referente à colaboração premiada. A congressista, que foi juíza por 22 anos, destacou que da forma como tem sido feita a delação premiada tem perdido o seu objeto, uma vez que os acordos promovidos estão muito distantes de equiparar o dolo promovido pelos réus beneficiados.

    A Lei 12.850/2013, lei das organizações criminosas, em seu artigo 4º versa sobre a delação premiada, mas sem dar muita autonomia para atuação efetiva dos juízes, aponta a senadora. “Eu tenho uma preocupação muito grande com esses acordos de delação premiada. Eu vivi isso, essa situação, enquanto juíza. Conseguimos desbaratar duas grandes organizações criminosas. Uma que era formada pelo ex-presidente da Assembleia e pessoas do lado do legislativo. E outra formada pelo governador e seus secretários. Ele foi preso e resolveu fazer um acordo de delação premiada e indicou um ex-ministro como parte dessa organização”, disse a senadora.

    Segundo a Juíza Selma, após a inclusão do ex-ministro, que à época ainda exercia o cargo, o processo foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), corte que julga os processos de pessoas com foro privilegiado. “Os ministros e o Ministério público acabaram concordando com um acordo que foi um verdadeiro absurdo, que foi um dos motivos que me fez sair da magistratura. Acusado de desviar em torno de um bilhão de reais, o sujeito conseguiu fazer um acordo de delação premiada, para devolver R$ 63 milhões, sendo que R$ 43 milhões em quinquilharias e R$ 20 milhões ele levou prazo de 10 anos pra pagar”, destacou a parlamentar.

    Selma Arruda informou que irá propor um projeto para corrigir essa brecha. “Agora ele já está livre e com um império com mais de 70 emissoras de rádio e televisão. Isso tudo por que o acordo de colaboração premiada foi celebrado, ele cumpriu a parte dele em tempo recorde e hoje está nababescamente vivendo. Por isso acredito que deva ter mais participação do judiciário nesses acordos. O juiz não pode ser um mero homologador. A gente precisa ter uma efetiva participação”,  afirmou a senadora.

    A audiência aconteceu na reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) feita a pedido do relator do projeto 1.864/2019, senador Marcos do Val (Cidadania-ES) e teve a participação de profissionais que são referência na área jurídica, sendo eles: procuradora da República, Raquel Branquinho; especialista em Direito Processual Penal, Gustavo Badaró; procurador regional da República, Bruno Calabrich; juiz federal do Rio Grande do Norte, Ivan Carvalho; procurador da República, Douglas Fischer e o representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Eduardo Toledo.

     

    https://www.cenariomt.com.br/2019/06/04/mp-871-nao-e-apenas-combater-fraudes-mas-de-tornar-o-inss-mais-eficiente-afirma-juiza-selma/

  • Após ser cassada no TRE, Selma Arruda responde a críticas de Renan Calheiros em rede social

    Após ser cassada no TRE, Selma Arruda responde a críticas de Renan Calheiros em rede social

    A senadora cassada Selma Arruda (PSL-MT) respondeu as críticas do senador Renan Calheiros neste sábado (14) empregando o Twitter. Na última quarta-feira, 10, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) condenou Selma a perda dos seus direitos políticos por abuso de poder econômico e caixa 2 durante as eleições do ano passado.

    Após saber da decisão, Selma disse que irá recorrer. “A tranquilidade que tenho é com a consciência dos meus atos, a retidão que tive em toda a minha vida e que não seria diferente na minha campanha e trajetória política. Respeito a Justiça e, exatamente por esse motivo, vou recorrer às instâncias superiores, para provar a minha boa fé e garantir que os 678.542 votos que recebi da população mato-grossense sejam respeitados”, afirmou a senadora”.

    O assunto repercutiu logo em seguida. Veja abaixo a íntegra da matéria do Metrópolis, assinada por Isabella Macedo.

    Cassada no TRE, “Moro de saias” bate boca com Renan no Twitter

    “Justo o mais odiado e processado do Brasil“. Foi assim que a senadora Selma Arruda (PSL-MT) reagiu aos comentários do colega Renan Calheiros (MDB-AL) a respeito da sua possível perda de mandato.

    Conhecida como “Moro de saias” em seu estado, a senadora foi condenada em ação pedindo a perda dos seus direitos políticos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso por abuso de poder econômico e caixa 2 durante as eleições do ano passado.

    O mandato de Selma foi cassado por decisão unânime na última quarta-feira (10/4). No mesmo dia, Renan foi ao Twitter comentar o caso. Ele se opôs à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) batizada de “Lava Toga”, que seria usada para investigar eventuais abusos no Judiciário. Ele disse que esse instrumento não pode ser usado para retaliar a decisão do TRE.

    “A gente fazer a CPI da Toga para impedir a cassação da juíza Selma, que infelizmente aconteceu hoje por decisão unânime, não tem nada a ver”, postou em vídeo o parlamentar alagoano. Na quinta-feira (11), ele voltou à rede social. “Contra fatos não há argumentos”, escreveu, ao falar sobre o processo.

    Neste sábado (13), a parlamentar respondeu: “Renan quer minha condenação. Justo o mais odiado e processado do Brasil. Tem gente que quando critica você, soa como elogio”.

    Selma recebeu o apoio do também senador Jorge Kajuru (PSB-GO) Selma. “Sei que os 7 votos foram de Gilmar Mendes do mesmo Mato Grosso”, escreveu Kajuru, em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

    “Tenho visão diferente do senador Kajuru sobre a senadora Selma”, rebateu Renan. Ele prosseguiu afirmando que, caso o Ministério Público Federal (MPF) não comprove a responsabilidade criminal de Selma, ela continuará “no mandato, em liberdade, sem tornozeleira e ainda querendo investigar STF e STJ”.