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  • Saúde investe mais de R$ 40 milhões na prática de atividades físicas

    Saúde investe mais de R$ 40 milhões na prática de atividades físicas

    No município de Nova Olinda do Norte (AM), cerca de 200 pessoas de um total de 35 mil habitantes participam assiduamente do Programa Academia da Saúde. O grupo envolve idosos e pacientes encaminhados por unidades de saúde e centros de reabilitação locais. Há ainda os que participam de atividades fora do circuito do programa, como caminhadas e ciclismo. Desde 2016, quando a iniciativa foi implementada na cidade, a busca pela atividade física aumentou consideravelmente. O município hoje contabiliza, por exemplo, cinco academias particulares, além de grupos organizados de ciclistas.

    “Tem um impacto importante na população, com certeza. A gente trabalha muito a questão da educação em saúde, por meio de orientações, palestras educativas nas unidades de saúde. Sempre orientando sobre a importância da atividade físicapara as pessoas saírem do sedentarismo. Com a pandemia, infelizmente, aumentou muito o sedentarismo e os problemas relacionados, como obesidade, hipertensão ediabetes. A atividade física ajuda a ter o controle da pressão arterial, da glicemia e também uma qualidade de vida melhor”, explicou a coordenadora do programa, Lucélia Lima.

    Segundo a coordenadora, o programa tem três pilares:saúde mental, alimentação saudável e atividade física.“Nossa equipe defendemais investimento na prática de atividades físicas, a adesão de mais profissionais. No nosso município, temos 12 unidades de saúde. Mas, no Academia de Saúde, um profissional. Se houvesse essa abertura paramais profissionais de educação física nas unidades de saúde, era mais prevenção e mais promoção da atividade física. A gente conseguiria ter um êxito ainda melhor”, completou.

    Em 2023, o Ministério da Saúde informou ter investido mais de R$ 40 milhões no fortalecimento da prática de atividades físicas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O valor, segundo a pasta, representa 70% a mais do que o total gasto em 2022, quando foram repassados R$ 24 milhões para essa finalidade. “Com o incentivo, mais de 3 milhões de pessoas foram beneficiadas, de janeiro a junho deste ano, um aumento de 41% com relação ao mesmo período do ano passado, quando 2,2 milhões de pessoas utilizaram os serviços de profissionais da área”.

    Os valores investidos, de acordo com o ministério, foram direcionados, em parte, aos polos credenciados do Programa Academia da Saúde, como é o caso de Nova Olinda do Norte. O programa é uma estratégia de promoção da saúde e produção do cuidado que funciona com a implantação de espaços públicos conhecidos onde são ofertadas atividades físicas para população. Esses polos fazem parte da rede de Atenção Primária à Saúde e são dotados de infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados.

    Outra parte dos recursos, segundo a pasta, foi destinada ao Incentivo de Atividade Física, programa responsável por contratar profissionais de educação física, adquirir materiais e qualificar os ambientes relacionados à prática de atividades corporais.

    Números

    Atualmente, o Programa Academia da Saúde conta com 3.383 polos distribuídos em todas as regiões do país, sendo 311 no Norte, 1.471 no Nordeste, 764 no Sudeste, 534 no Sul e 303 no Centro-Oeste. A iniciativa conta com 2.235 profissionais de educação física, que fazem parte do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde na atenção primária. Esses profissionais também trabalham em outros pontos além das academias, como postos e centros de saúde, unidades básicas de saúde da família, unidades móveis fluviais e centros de apoio à saúde da família.

    Em maio, o ministério começou a implementar as chamadas equipes multiprofissionais, com um investimento de mais de R$ 870 milhões. Elas preveem a inserção de profissionais de educação física em equipes nas unidades básicas de saúde. Dentre os trabalhadores habilitados, há mais de 2.500 profissionais de educação física atuando de forma multiprofissional e interdisciplinar nas unidades básicas de saúde (UBS).

    Arte Programa Academia da Saúde Arte Programa Academia da Saúde

    Edição: Carolina Pimentel
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  • Obesidade entre jovens de 18 a 24 anos subiu 90% em um ano

    Obesidade entre jovens de 18 a 24 anos subiu 90% em um ano

    Em 2022, 9% dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 24 anos tinham índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30, o que configura obesidade. Já em 2023, esse percentual saltou para 17,1% – um aumento de 90%.

    Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a organização global de saúde pública Vital Strategies.

    Os números mostram que, nessa mesma faixa etária, 31,6% dos jovens já receberam diagnóstico médico de ansiedade e 32,6% relatam episódio de consumo abusivo de álcool (quatro doses ou mais para as jovens e cinco doses ou mais para jovens em uma mesma ocasião) nos 30 dias antes da entrevista.

    O grupo é também o que menos consome frutas, verduras e legumes de maneira regular – apenas 33,5% e 39,2%, respectivamente, incluem esses alimentos na dieta cinco vezes ou mais na semana.

    Já o consumo de refrigerantes e sucos artificiais, considerado um marcador de alimentação não saudável, também se destaca nessa faixa etária – 24,3% dos jovens acusaram consumo frequente (cinco vezes ou mais na semana).

    Além disso, apenas 36,9% deles praticam os 150 minutos semanais de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, ao mesmo tempo, lideram o chamado tempo de tela, com 76,1% utilizando dispositivos como celulares, tablets ou televisão por três horas ou mais por dia para lazer.

    O sono na população com 18 a 24 anos, de acordo com a pesquisa, também está comprometido, com apenas 54,2% deles dormindo a quantidade de horas recomendadas para a idade (de sete a nove horas por dia, de acordo com a National Sleep Foundation).

    A falta de sono pode impactar em alguns quadros crônicos – 8,2% desses jovens já tiveram diagnóstico médico de hipertensão arterial, enquanto 14,1% da população nessa faixa etária já recebeu diagnóstico médico de depressão.

    O levantamento ouviu 9 mil brasileiros com 18 anos ou mais, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023.

    Edição: Denise Griesinger

  • Pesquisa revela que 52% dos brasileiros não fazem atividades físicas

    Pesquisa revela que 52% dos brasileiros não fazem atividades físicas

    A Pesquisa Saúde e Trabalho, feita pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), divulgada nesta segunda-feira (26), em Brasília, conclui que 52% dos brasileiros raramente ou nunca praticam atividades físicas. Entre os que fazem atividades físicas, 22% se exercitam diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana e 8% pelo menos duas vezes semanais.   

    O levantamento foi realizado entre 10 e 14 de março de 2023. Em todos os estados, foram entrevistadas 2.021 pessoas com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

    A prática regular de atividades físicas é considerada por especialistas como um dos principais meios de promoção e cuidado com a saúde. A professora de Educação Física do Rio de Janeiro, Alessandra Almeida, concordou.

    “O corpo humano foi feito para estar em movimento. Diante dessa realidade, minha aposta é que cada vez mais as pessoas precisarão trocar medicamentos por treinos. Tenho certeza que a atividade física é a mais eficaz prescrição médica, uma vez que tem como benefícios, não só tratar, mas prevenir muitas doenças”, enfatizou.

    Atividades físicas e saúde

    Além da frequência da prática de atividades físicas, o estudo fez a associação entre a prática delas e o adoecimento. Segundo o levantamento do Sesi, 72% das pessoas que praticam exercícios com frequência não tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses. Porém, entre os que nunca praticam atividades físicas, 42% sofreram problemas de saúde em 2022.

    O diretor superintendente do Sesi, Rafael Lucches, destacou que “a promoção da saúde e de comportamentos preventivos é fundamental para a redução de problemas na vida das pessoas. Com a prática de atividades físicas, temos pessoas mais saudáveis e dispostas para encarar os desafios do dia a dia”.

    O personal trainer de Minas Gerais, Fernando Carlos de Oliveira, o Nando ENoix, viralizou na internet com o vídeo de uma aluna de 100 anos de idade que faz atividades físicas com cargas adaptadas que possibilitaram ganho de força muscular e equilíbrio.

    O professor, que trabalha com o público da terceira idade, defende a prática regular de exercícios físicos, principalmente, a musculação com orientação de um profissional da área. “A musculação pode ajudar a manter a massa muscular, aumentar a força, melhorar a flexibilidade e a coordenação, além de contribuir para a saúde óssea”, declarou.

    A funcionária pública de Recife, Ivete Souza, de 50 anos, conhece bem essa realidade. Ela convivia, desde os 21 anos, com a depressão ferrenha, como ela mesma define. Estava sem disposição para brincar com os três filhos, sobrepeso e déficit de cálcio que poderiam lhe causar problemas no futuro.

    Há cinco anos, ela levantou do sofá, calçou o tênis e assumiu um estilo de vida mais saudável, com reeducação alimentar e rotina de treinos, que começaram em casa e seguiram para a academia.

    Como resultado, a vida dela mudou: Ivete perdeu 27 quilos, diminuiu estresse, ansiedade e a depressão e tem outra relação com os filhos Miguel, de 14 anos, Jordana, 13, e Letícia, 6. Colocou até o marido Denilson para se exercitar. Os dois vão juntos para musculação pelo menos três vezes por semana. “Minhas prioridades de vida são ter qualidade de vida física e mental, não depender de ninguém e ter autonomia”,  preconizou.

    Há dois anos, ela ainda encarou o tratamento de um câncer de mama considerado agressivo. A funcionária pública percebeu que a nova vida mais saudável a ajudou a passar pelas sessões de quimioterapia do tratamento.

    “Quando eu me deparei o diagnóstico [do câncer] já estava no ritmo de uma pessoa saudável e isso me ajudou muito mesmo no tratamento”, recordou.  Mas, Ivete não parou por aí. Escreveu dois livros com histórias de superação de mulheres e dela própria. Ivete ainda criou – em uma rede social – uma conta voltada ao público de 40 e 50 anos, mostrando os resultados das mudanças de hábito. Agora, no mundo digital, Ivete é a Iva Fit 40/50 Mais e divulga os benefícios de ter largado o sedentarismo.

    Outro caso de superação é do contador Felippe Ornellas, de 39 anos, morador de São Paulo. Ele chegou a pesar 176 kg. Em 2016, fez cirurgia bariátrica para enfrentar a obesidade mórbida e perdeu 72 quilos. E hoje, mantém a saúde e peso com musculação.

    “A prioridade do meu dia é a minha atividade física. Eu levanto, tomo o meu café e vou treinar para começar o meu dia. Quando eu vou treinar à noite, parece até que está faltando alguma coisa. A musculação me trouxe de volta à vida. Não foi só uma vez. Mas, toda a semana”, confessou.

    O Ministério da Saúde também disponibiliza o Guia de Atividade Física. Ele tem orientações para públicos de todas as idades, além de gestantes e pessoas com deficiência.

    Para estimular mais pessoas a terem o hábito se exercitar, o Ministério da Saúde tem, desde 2011, o Programa Academia da Saúde (PAS), que desenvolve ações em polos construídos com recursos federais e mantidos com repasses mensais. Atualmente, o PAS atende 1.829 estabelecimentos e os recursos somam R$ 51 milhões, informou o ministério.

    Saúde no trabalho

    A relação entre trabalho e qualidade de vida também foi abordada pela pesquisa do Sesi. Nesse aspecto, 94% concordaram que um profissional com a saúde física e mental em dia é mais produtivo no seu trabalho. A pesquisa também apontou que 12% dos entrevistados têm hábito de realizar consultas regulares com psicólogo.

    O professor de Educação Física, Welson Araújo, entende que a prática frequente está diretamente relacionada à saúde mental. “Dentre os benefícios para a mente, estão a diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade e a melhoria da memória.”

    E para a grande maioria ouvida pelo Sesi, saúde não é somente a ausência de doenças ou enfermidades. Para 88% dos entrevistados, a saúde é um estado completo de bem-estar físico, mental e social.

    Sobre ambientes saudáveis para o trabalho, 66% dos trabalhadores disseram que as empresas em que trabalham estabelecem limites de horas de trabalho ou número de turnos e 55% permitem flexibilidade e pausas para descanso ou prática de exercícios. E mais: 49% têm estrutura para prevenir violência, assédio e discriminação, ambiente livre do fumo e política de jornada de trabalho flexível, como home office.

    Edição: Kleber Sampaio

  • Sedentarismo e má alimentação contribuem para avanço da hipertensão

    Sedentarismo e má alimentação contribuem para avanço da hipertensão

    Cardiologista Juliana Tranjan explica que aumentou o tempo de lazer em frente à TV e estimativas mostram que mortes por doenças cardiovasculares já beiram 150 mil só em 2022. Para nutricionista Tatiana Pontes, alimentação também tem papel fundamental na prevenção.

    Dia Mundial da Hipertensão Arterial, lembrado em 17 de maio, tem mais motivos para existir em 2022. Isso porque o lazer sedentário ganhou ainda mais espaço durante a pandemia do novo coronavírus e, com isso, o risco de doenças cardiovasculares como a hipertensão arterial também cresceu. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), essas doenças representam a principal causa de mortes no País atualmente, com o “cardiômetro” estimando quase 150 mil mortes até aqui.

    Ao mesmo tempo, a médica cardiologista Juliana Coragem, membro da Singulari Medical Team, ressalta que os casos de hipertensão vêm aumentando ano após ano. Já a nutricionista Tatiana Pontes reforça a importância da alimentação nesse quadro.

    Lazer sedentário e pandemia

    De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, os óbitos motivados por hipertensão arterial saltaram de 47.288 em 2015 para 53.022 em 2019. Além disso, no último levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40,3% da população com mais de 18 anos de idade foi classificada como “insuficientemente ativos”. Isso significa que toda essa parcela de brasileiros não pratica nenhuma atividade física ou fica abaixo de 2h30 semanais, incluindo lazer, trabalho e deslocamento.

    Segundo a cardiologista, esse quadro se agravou ainda mais ao longo da pandemia. “As pessoas, com medo de se contaminarem com o novo coronavírus, deixaram de fazer atividades físicas e passaram mais horas em casa. Com isso, as horas de lazer sedentário aumentaram”, pontua a especialista.

    Como explica a médica, estudos apontam que, no Brasil, o tempo na frente da TV aumentou de duas horas e 12 minutos para três horas e 15 minutos entre pessoas com idade 50 e 59 anos, por exemplo. “Quanto maior o tempo de lazer sedentário, seja em frente à TV ou de qualquer outro tipo, maior também o risco para doenças cardiovasculares”, ressalta.

    Com base na avaliação de registro da saúde e estilo de vida no Canadá, os pesquisadores da Universidade de Calgary descobriram que adultos com menos de 60 anos que gastam oito ou mais horas do dia em lazer sedentário têm sete vezes mais chance de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo. Por aqui, ainda de acordo com os números da SBC, estima-se que mais de 11 mil dos óbitos goianos em 2020 tenham sido motivados por doenças cardiovasculares.

    Inimigo oculto

    Além da falta de exercícios, a nutricionista Tatiana Pontes explica que a presença excessiva de sódio em uma série de alimentos também é um dificultador. “Existem muitos alimentos que têm o sódio ‘escondido’ em sua composição. São principalmente alimentos industrializados como molhos prontos, queijos amarelos, embutidos são produtos que têm muito sal em sua composição e devem ser evitados”, recomenda.

    Para a cardiologista Juliana Tranjan, quando combinado à falta de sintomas comum à hipertensão pode ter resultados mais graves. Diante disso, ela reforça a importância da adoção de hábitos saudáveis. “A pessoa que é sedentária deve iniciar uma atividade física de forma rotineira e regrada, pessoas obesas ou com sobrepeso devem perder peso, pois isso ajuda muito no controle da hipertensão”, aconselha.

    Já Tatiana Pontes reforça a necessidade de controlar a ingestão de sódio. “É fundamental evitar alimentos processados e reduzir a ingesta de sal. A ingestão recomendada é de 2 gramas ao dia, o que é equivalente a uma colher de chá aproximadamente”, completa.

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  • Cinco horas de exercícios moderados por semana reduzem o risco de câncer

    Cinco horas de exercícios moderados por semana reduzem o risco de câncer

    Após dois anos de pandemia, foi possível perceber um aumento da taxa de sedentarismo, que pode impactar em diversos problemas de saúde, como dores pelo corpo, e até mesmo contribuir no aparecimento do câncer. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 47% dos brasileiros adultos não chegam a praticar os níveis de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto o periódico científico Cadernos de Saúde Pública indica que 72,5% das pessoas diagnosticadas com câncer no Brasil relataram possuir uma vida sedentária – e tal afirmação se mostrou mais evidente no recorte por gênero e idade, sendo mais comum entre as mulheres de 40 e 59 anos e em homens após os 60.
    Para Carlos Gil Ferreira, diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas, é possível que observemos um cenário de constante aumento do número de doenças oncológicas, agravado ainda a curto prazo em consequência dos efeitos da pandemia nos hábitos de vida da população.

    “Análises prévias já apontam que o isolamento social provocou uma piora na qualidade de vida dos brasileiros, sobretudo nos meses das fases mais agudas de restrições. Entre os relatos, o consumo mais frequente de bebida alcoólica e de alimentos processados e ultraprocessados, somados à dificuldade em realizar atividades físicas, provocaram mudanças na saúde dos brasileiros e teremos que lidar com os desafios para reverter os prejuízos causados”, aponta o especialista.

    Em linha com essa percepção, desde 8 de abril, data que marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer, o Grupo Oncoclínicas lançou sua campanha de conscientização para alertar sobre a importância dos exercícios físicos na prevenção do câncer e na qualidade de vida da população geral e do paciente oncológico. Ao longo de todos mês serão realizadas ações de ativação, engajamento e fomento à disseminação de informações com respaldo de especialistas disponibilizadas nas páginas oficiais da Oncoclínicas nas mídias sociais e por meio do site.

    “Campanhas de alerta sobre os malefícios do consumo de cigarros levaram a uma redução efetiva do tabagismo no país, fato que pode ser considerado uma das maiores conquistas da Oncologia nos últimos 20 anos para além dos avanços no desenvolvimento de novas medicações. Agora é o momento de redobrar nossos esforços para maximizar a disseminação de informações sobre os cuidados quando o assunto é sedentarismo e hábitos alimentares, em especial diante dos desafios adicionais que surgiram com consequência da pandemia”, reforça Carlos Gil .

     

    No Brasil, segundo uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 625 mil novos casos são diagnosticados todos os anos. No entanto, apesar da doença ocorrer em parte pelo aumento da expectativa de vida, há um volume considerável de diagnósticos ligados a fatores de risco evitáveis. “A falta de atividade física e dietas desbalanceadas, com baixo consumo de fibras e excesso de gorduras, podem estar relacionadas a 50% dos casos de câncer de endométrio, 37% de câncer de esôfago, 25% dos tumores malignos do cólon e 20% das ocorrências de câncer de mama, apenas para citar algumas estimativas trazidas por estudos feitos dentro e fora do país”, diz o oncologista.
    Sob a ótica global, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, sigla do inglês), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que nas duas últimas décadas o número total de novos casos de câncer quase dobrou, saltando de 10 milhões estimados em 2000 para 19.3 milhões em 2020. As projeções do relatório Globocan 2020, divulgado pela entidade, indicam ainda que nos próximos anos há uma tendência de elevação dos índices de detecção do câncer, chegando ao patamar de quase 50% a mais em 2040 em comparação ao cenário atual, quando o mundo deve então registrar algo em torno de 28.4 milhões de novos casos de câncer.

     

    O número de mortes por câncer, por sua vez, subiu de 6,2 milhões em 2000 para 10 milhões em 2020 – uma equação que aponta que a cada seis mortes no mundo uma acontece em decorrência do câncer.

     

    De olho no corpo

    Diferentes estudos científicos recentemente divulgados contribuem para reforçar o alerta sobre a importância de hábitos de vida pautados pelo equilíbrio alimentar e da movimentação do corpo como parte das medidas de saúde pública essenciais para frear a incidência do câncer no Brasil. Um deles, publicado em janeiro de 2022 na “Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical”, aponta que de 1999 até 2019, o aumento do sedentarismo e do índice de obesidade entre a população, derivado em grande parte ao crescente consumo de alimentos ultraprocessados e da ingestão alcoólica (que subiu 41%), contribuiu na elevação dos fatores de risco oncológicos.

     

    O diretor médico do Grupo Oncococlínicas complementa ainda que se exercitar impacta em um menor risco de desenvolver neoplasias. “Quando somos fisicamente ativos, estudos mostram que é possível reduzir os riscos de, pelo menos, 13 tipos de câncer, como o de reto, bexiga, mama, sangue, entre outros”.

     

    A mudança provocada por ajustes simples de hábitos de vida é de fato efetiva, conforme sinaliza análise veiculada em outubro de 2021 na Medicine & Science in Sports & Exercise. Realizada nos Estados Unidos, a pesquisa indica que uma caminhada rápida, de 45 minutos ao dia – totalizando cinco horas de exercícios moderados por semana – podem efetivamente reduzir o risco de câncer, além de ter um impacto positivo na qualidade de vida da população geral, prevenindo ainda uma série de outras doenças.
    E esses são apenas alguns dos exemplos práticos que reforçam o papel protetivo do combate ao sedentarismo como ferramenta de redução de riscos de surgimento de tumores malignos. Como uma alternativa de melhorar o cenário, Carlos Gil reforça que a rotina deve ser mudada de forma gradual e com adaptações.
    “É importante encontrar atividades que realmente goste e começar por exercícios mais leves e moderados, podendo aumentar a intensidade com o tempo. Até mesmo atividades simples do dia a dia, como subir escadas, passear com o cachorro ou levar os filhos à pé até a escola são maneiras de trazer movimento ao corpo. Além de uma rotina de exercícios, é muito importante que a população em geral adote uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, proteínas e verduras e mantenha a hidratação sempre em dia”, comenta.

    Exercícios também são relevantes para quem já foi diagnosticado com câncer

    Para os pacientes oncológicos, a prática de exercícios físicos também pode trazer diversos benefícios. “Eles aumentam a atividade de algumas células do sistema imunológico, que podem atingir as células cancerígenas”, explica Carlos Gil.

     

    “No caso das pessoas sedentárias, além do câncer, é bastante provável que ela possa desenvolver problemas metabólicos, diabetes, entre outros. Por isso, quando o organismo está fragilizado, ele sofre impactos no combate à neoplasia”, enfatiza.

     

    Além disso, a prática de atividades físicas traz também uma sobrevida maior aos pacientes, além de reduzir o risco de metástases, pois há um aumento de substâncias inflamatórias no corpo que impactam diretamente no desenvolvimento descontrolado das células cancerígenas.

     

    A somatória destes dados apontados resulta em um alerta importante: é preciso rever nossos hábitos de vida — ou a falta deles — para frear as estatísticas.
    “O incentivo à prática constante de exercícios físicos, dieta equilibrada, consumo moderado de bebidas alcoólicas e outras medidas simples surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os índices aumentados do câncer, como uma maneira de promoção à qualidade de vida e bem estar geral. Essas medidas contribuem também para a potencialização do processo de tratamento para pessoas diagnosticadas com a doença e outras condições como diabetes e hipertensão”, finaliza Carlos Gil.


    SOBRE A ONCOCLÍNICAS

    Fundado em 2010, o Grupo Oncoclínicas (ONCO3) é a maior instituição privada no mercado de oncologia clínica do Brasil em faturamento. A Oncoclínicas conta com 91 unidades, entre clínicas, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros integrados de tratamento de câncer, estrategicamente localizadas em 25 cidades brasileiras. Desde sua fundação, passou por um processo de expansão com o propósito de se tornar referência em tratamentos oncológicos em todas as regiões em que atua.

     

    O corpo clínico da Companhia é composto por mais de 1.000 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil com o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston, EUA.