Tag: Sebrae

  • Micro e pequenas empresas lideram geração de empregos em julho

    Micro e pequenas empresas lideram geração de empregos em julho

    As micro e pequenas empresas (MPEs) são o carro-chefe da criação de empregos com carteira assinada no país. Em julho, 79,8% das vagas abertas no Brasil foram absorvidas pelos pequenos negócios. Isso representa 113,8 mil postos de trabalho de um total de 142,7 mil. O levantamento foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e obtido em primeira mão pelaAgência Brasil. Esse montante representa uma média de 3.670 vagas formais geradas a cada dia.

    O volume total criado pelas MPEs é quase seis vezes maior que o número de contratações das médias e grandes empresas (MGEs), que concentraram 13,5% das vagas criadas (19.229). Os demais segmentos são instituições sem fins lucrativos (3.813), pessoas físicas (6.032) e administração pública (-200).

    No levantamento do Sebrae, são consideradas microempresas as firmas com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).

    Sete meses seguidos

    O estudo leva em conta dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo de julho foi o sétimo resultado positivo seguido. A última vez que as MPEs tiverem um mês com mais demissões que admissões foi em dezembro, mês em que a economia costuma ter perda de emprego, por concentrar o término de contratos temporários relacionados àdemanda das festas de fim de ano.

    O índice alcançado pelas MPEs em julho só é inferior, em 2023, ao registrado em janeiro, quando elas foram responsáveis por 81% das contratações.

    Os principais motores da abertura de trabalho nas MPEs, em julho, foram os setores de serviços (46,7 mil vagas), construção (26,1 mil vagas) e comércio (25 mil vagas). As atividades que mais se destacaram foram construção de edifícios (8,6 mil vagas), restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas (5,8 mil), e transporte rodoviário de carga (4,4 mil).

    A abertura de ocupação com carteira assinada nas MGEs se concentrou principalmente na indústria de transformação (6,5 mil), serviços (5,8 mil) e agropecuária (4,7 mil).

    Acumulado do ano

    No acumulado de 2023, a participação proporcional das MPEs na geração de ocupação formal é menor, mas elas seguem na liderança. São 825,4 mil empregos do total de 1,1 milhão criados no Brasil. Isso representa 70,8%, contra 16,4% das MGEs.

    Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, os números são um reflexo da confiança dos pequenos empreendedores no aquecimento da economia. “A partir de indicadores cada vez mais positivos, somados ao controle da inflação e à perspectiva de continuidade na queda da taxa de juros, os donos de pequenos negócios estão retomando o otimismo. É a confiança de que o país é capaz de acelerar o ritmo de crescimento que faz os empreendedores criarem vagas de emprego”, avalia.

    Em julho e no acumulado do ano, todos os estados e o Distrito Federal apresentam saldo positivo de empregos formais em MPEs.

    Edição: Juliana Andrade
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  • Iniciativa quer estimular potencial empreendedor das mulheres luverdenses

    Iniciativa quer estimular potencial empreendedor das mulheres luverdenses

    O programa lançado pelo Sebrae nesta terça-feira (29) quer estimular o potencial empreendedor de mulheres luverdenses. O Sebrae Delas vai prestar consultoria e mentoria de forma gratuita às mulheres que participaram do lançamento do programa.

    Pra receber o público, que compareceu em bom número, a unidade local do Sebrae foi especialmente preparada com flores e um ambiente bastante agradável. Artesãs foram convidadas para expor seus produtos, gerando oportunidades de negócios.

    De acordo com analista da unidade local, Célia Mascarenhas, tudo foi pensado para ir de encontro ao programa nacional, que tem o objetivo de estimular o empreendedorismo feminino. “O programa em si ele vai acontecer durante 4 meses”, informou Célia. “O Sebrae tem uma trilha específica para desenvolver nessas mulheres o potencial delas de empreender, ajudar elas a encontrar uma oportunidade de negócio, estimular para que elas tenham o primeiro passo de abrir um negócio”.

    A mentoria ou consultoria será desenvolvida neste período às mulheres, independente da área de atuação. “Não importa qual o segmento Sebrae vai apoiar qualquer mulher que quiser empreender”, disse Celia.

    As participantes ainda acompanharam uma palestra com Márcia Dario. Ela observa que a comunicação é essencial em qualquer tipo de negócio, por isso a preocupação em capacitar as mulheres em processos de gestão. Por meio dessa atuação, a ideia é ajudar as mulheres a manterem a sua marca no mercado, além de ajudar na questão do marketing digital. “Para o pequeno empreendedor e empreendedora ainda é uma caixinha de surpresa que ele vai aprendendo a cada dia”.

    Dados apresentados pela palestrante mostram que 45% dos empreendimentos brasileiros têm a frente mulheres, totalizando mais de 19 milhões de empreendedoras. Porém, o número pode ser ainda maior, pois muitas pessoas estão atuando de modo informal, sem a abertura de MEI para facilitar sua atividade.

    Por fim, Márcia Dario identificou 3 problemas que deverão ser ultrapassados pelos empreendedores na atualidade. Um deles é relacionado a mão de obra. Outro é o marketing digital, ferramenta imprescindível graças ao avanço tecnológico. O planejamento financeiro é o terceiro desafio, tendo em vista que é comum haver uma mistura de valores financeiros de empresas com despesas pessoais.

    “O Sebrae já tem várias ferramentas, inclusive eu usufruí de uma agora chamada ‘up digital’, que ajuda o pequeno a entender esse mundo digital. E ele acompanha inclusive com mentorias passo a passo, para que a empreendedora possa entender esse contexto. E eu brinco assim: ‘se eu fiz qualquer um faz’”, brincou a palestrante.

  • Campeão olímpico palestra sobre alto desempenho durante visita a Lucas do Rio Verde

    Campeão olímpico palestra sobre alto desempenho durante visita a Lucas do Rio Verde

    É possível comparar a vida de um atleta de alto desempenho e a de um empreendedor no Brasil. Sim. Isso pode ser feito. Esse foi um dos objetivos do campeão olímpico de natação Cesar Cielo durante passagem por Lucas do Rio Verde. A convite do Sebrae-MT, Cielo visitou o município para divulgar a Feira do Empreendedor que acontecerá em Cuiabá no início de outubro próximo.

    Antes da palestra, Cielo falou à imprensa a respeito de sua jornada por Mato Grosso. O ex-atleta está visitando várias cidades com a palestra Princípios da Alta Performance. Ele comentou que uma de suas metas é aproximar empreendedores e instituições financeiras. “A gente sabe da dificuldade que é ser empreendedor, trabalhar com crédito no Brasil e o Sebrae faz um trabalho muito legal. A gente está tentando ligar o útil ao agradável”, explicou.

    Em relação à comparação do início do texto, o ex-atleta diz que há muitas semelhanças, principalmente com o pequeno empreendedor. Ambos têm uma rotina ‘pesada’, seja nos treinos ou nas atividades cotidianas. Cesão, como é conhecido, cita que o empreendedor acorda cedinho e, ao longo do dia, mesmo estando longe de seu empreendimento, busca mecanismos para melhorar sua atividade comercial. “É como atleta. Quando eu não estava treinando, eu ficava pensando nos treinos, cuidando da minha nutrição, do meu sono. É superimportante ter noção de tudo o que envolve a sua performance. E vamos falar do resultado da empresa com a performance do atleta. É superimportante ter esse cenário na cabeça, trabalhar tudo isso aí”, destacou o agora empresário.

    Cielo disse que os centésimos de segundo fazem diferença numa prova de natação. Para o empresário, os percentuais de ganho ajudam a encerrar o mês sem prejuízos. “A vida do atleta com a do empreendedor é muito parecida. A do empreendedor é um pouco mais difícil”, reconhece.

    Superando obstáculos

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    Cesar Cielo faz a divulgação da Feira do Empreendedor com palestra sobre alto desempenho

    Para quem encarou os maiores nadadores de sua época e conseguiu sair vencedor da piscina, Cielo diz que nada é impossível para o empreendedor mato-grossense, mesmo estando longe dos grandes centros consumidores ou de desenvolvimento. Ele citou o próprio agronegócio de Mato Grosso que está na vanguarda, sendo referência para outros países. “Eu nasci no interior de São Paulo, cresci ouvindo falar que era difícil superar os nadadores norte-americanos e europeus. Eu acredito que aqui alguém ouça falar que é impossível superar empresários de São Paulo. Ser empresário de pequeno porte a gente passa por, digamos, muitos jargões culturais e não tem porquê não dar certo. No final das contas vê empresas que são pequenas, não tem uma trajetória definida, mas acabam chegando em resultados diferenciados, assim como atletas”, pontuou.

    Cesar Cielo diz que nasceu numa cidade que não tinha piscinas públicas, nasceu numa família que não tinha nadadores, porém acabou disputando e conquistando provas olímpicas. “A gente tem que ter muito claro onde quer chegar, de uma estratégia muito eficiente e, principalmente e mais importante, pessoas. A gente não chega a lugar nenhum sem pessoas perto, sem apoio. Muito mais que ser ambicioso, temos tem que ter gente que ‘compra’ o nosso plano”, ressaltou.

    O gerente regional do Sebrae, Renato Ícaro, destacou a importância que o exemplo do campeão olímpico pode trazer para os negócios, tendo em vista a necessário de superar obstáculos diários. “Além de empresário, Cesar hoje dá palestras e fala muito sobre motivação. Ele faz uma analogia aos empresários, como eles podem se preparar pra também ter essa conquista, como ele teve”, ressaltou.

    Exemplo de alto desempenho

    Ao longo dos anos, Cesar Cielo tornou-se referência para crianças e jovens que sonham vencer no esporte. Tanto que na plateia que lotou o espaço preparado pelo Sebrae boa parte dos espaços era ocupado por integrantes do projeto social Nós Podemos Nadar. O projeto, que em 2023 completou 25 anos de implantação, atendeu mais de 1,3 mil atletas de várias idades.

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    Participantes do projeto Nós Podemos Nadar assistiram a apresentação de Cielo

    O ex-atleta disse aos jovens que é necessário um passo de cada vez. Cielo observou que na atualidade se buscam os resultados de forma muito imediata, o que se torna um obstáculo a mais. “Na hora de falar em sucesso, resultados fora de série, é uma construção, é uma jornada”, disse.

    Cielo acrescentou que, numa competição, sem sempre o mais talentoso chega em primeiro, pois o menos talentoso realiza um trabalho duro. Contudo, nem mesmo trabalho duro se torna decisivo. “Porque tem o trabalho inteligente. Eu sempre falo: o talento perde para o trabalho duro e o trabalho duro perde para o trabalho inteligente. Essa é a sequência”.

    Por fim, o ex-atleta orienta que os jovens tenham disciplina, constância e, principalmente, estejam prontos para recomeçar a cada tropeço. Cesão conta que competiu mais de 4 mil provas e na maioria delas não conseguiu o objetivo. “Eu não tenho muitas medalhas pra falar, das 4,2 mil provas que disputei tenho 22 medalhas internacionais. Tem que estar disposto a se arriscar muito, a se levantar muitas vezes. Uma dica meio contraditória é: aprenda a falhar rápido, deu errado, sai do jogo, vai pra próxima, jogo jogado não volta mais e tem tudo pra dar certo. Se você realmente quer, pode sair aqui de Lucas do Rio verde, quem sabe um futuro campeão do Brasil”, concluiu.

  • Pix é principal meio de pagamento a microempreendedores individuais

    Pix é principal meio de pagamento a microempreendedores individuais

    Sistema de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, o Pix tem se tornado cada vez mais essencial para o funcionamento dos pequenos negócios. Segundo a terceira edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 52% dos microempreendedores individuais (MEI) consideraram a modalidade como o principal meio para receber pagamentos.

    Mesmo com taxas de manutenção consideradas altas pelos MEI, o cartão de crédito ocupa o segundo lugar na preferência, sendo o meio mais usado por 20% dos microempreendedores. O dinheiro aparece em terceiro, com 12%.

    Entre as micro e pequenas empresas, que faturam de R$ 82 mil a R$ 4,8 milhões por ano, o Pix divide a preferência com o cartão de crédito. As duas modalidades aparecem em primeiro, como principal meio de recebimento de recursos em 27% dos negócios. Em segundo lugar, vêm os boletos, com 18%.

    Em relação ao MEI, o percentual de microempreendedores que consideram o Pix como principal modalidade de recebimento de recursos subiu um ponto em relação à primeira edição da pesquisa, publicada em agosto do ano passado. Segundo o Sebrae, os baixos custos em relação às maquininhas de cartões e a instantaneidade nas transferências consolidam o Pix como ferramenta essencial para a categoria.

    Segundo o Sebrae, outros fatores que estão aumentando a preferência pelo Pix nos pequenos negócios são a falta de preocupação com troco, a facilidade de controle financeiro e a praticidade na tomada de decisões de gestão de fluxo de caixa, como pagamento de fornecedores. Em alguns casos, aponta a instituição, os empreendedores estão oferecendo descontos para clientes que usam o Pix.

    Nas micro e pequenas empresas, a situação é um pouco diferente. O cartão de crédito continua a ser usado, segundo o Sebrae, por causa da possibilidade de parcelar as compras ou de pagar a fatura uma vez por mês. Mesmo com as taxas das maquininhas, os micro e pequenos empresários continuam a oferecer a modalidade.

    Confira abaixo os dados da pesquisa.

    Principal forma de pagamento utilizada pelos clientes:

    Microempreendedor Individual (MEI)

    •          Pix – 52%

    •          Cartão de crédito – 20%

    •          Dinheiro – 12%

    •          Cartão de débito – 6%

    •          Boleto – 4%

    •          Doc/Ted – 2%

    •          Outro – 5%

    Micro e pequenas empresas

    •          Pix – 27%

    •          Cartão de crédito – 27%

    •          Dinheiro – 6%

    •          Cartão de débito – 8%

    •          Boleto – 18%

    •          Doc/Ted – 9%

    •          Outro – 5%

    Preocupações

    A pesquisa também perguntou qual a principal preocupação entre os donos de pequenos negócios. O aumento de custos liderou as menções, citado por 38% dos entrevistados (MEI e micro e pequenos empresários). Apesar de liderar as inquietações, houve redução de quatro pontos percentuais em relação à primeira edição da pesquisa.

    Em segundo lugar, vem a falta de clientes, que passou de 24% em agosto para 31% agora. Segundo o Sebrae, o aumento está relacionado à alta dos juros e ao endividamento das famílias. Isso porque os juros altos freiam o consumo e aumentam a preocupação dos donos de pequenos negócios em ter para quem vender, o que supera a preocupação com os custos maiores.

    O receio de falta dos clientes, mostrou o levantamento, tem segurado os empreendedores a repassarem os aumentos de custos aos consumidores. Embora 78% tenham relatado aumento de gastos com insumos, combustíveis, aluguel e energia nos últimos 30 dias, 49% não repassaram o impacto para os clientes, 41% repassaram parcialmente e somente 8% repassaram totalmente os maiores custos. Um total de 2% não soube ou não respondeu.

    Em agosto do ano passado, 76% dos donos de pequenos negócios reclamavam do aumento de custos. Desse total, 43% não repassaram, 47% repassaram parcialmente e 9% totalmente.

    A combinação de queda no número de clientes e custos maiores atingiu o faturamento dos pequenos negócios. Segundo a pesquisa, 42% relataram queda nas receitas em relação ao mesmo período do ano passado e apenas 25% faturaram mais. Em média, o faturamento caiu 10%. Entre os 22 segmentos analisados, somente dois estão faturando mais neste ano: indústria alimentícia e serviços empresariais.

    A terceira edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios foi realizada entre 24 de abril e 2 de maio, por meio de formulário online. Ao todo, 7.537 empreendedores dos 26 estados e do Distrito Federal participaram do levantamento. A pesquisa tem margem de erro de 1 ponto percentual para cima ou para baixo.

  • Professores de todo o país terão cursos de educação financeira

    Professores de todo o país terão cursos de educação financeira

    A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançam nesta terça (16), em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a série de cursos gratuitos de âmbito nacional Educação Financeira nas Escolas. A iniciativa tem o apoio da B3 e do Instituto XP. O evento será realizado na sede do Sebrae Minas, em Belo Horizonte, com transmissão online pelo canal do Sebrae no Youtube para todo o Brasil.

    O lançamento ocorre durante a 10ª Semana Nacional de Educação Financeira (Enef), que vai até o dia 21. O evento Educação Financeira: Agir hoje para a sustentabilidade no amanhã é voltado para prefeitos, secretários municipais de Educação, diretores de escolas, coordenadores pedagógicos e professores, superintendências de ensino e demais profissionais e lideranças da área.

    Os cursos a distância visam a formação de professores do primeiro ao nono ano do ensino fundamental das redes pública e privada de todo o país, para aplicação da educação financeira em sala de aula. Em uma próxima etapa, a meta é levar os cursos também aos estudantes do ensino médio. Os cursos estão estruturados em trilhas de aprendizagem conectadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), envolvendo educação financeira, atitudes empreendedoras, objetivos do desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS-ONU) e projeto de vida.

    Crescimento

    A superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM, Nathalie Vidual, ressaltou que a capacitação dos professores está diretamente relacionada ao crescimento do Brasil, porque eles serão multiplicadores de conhecimento e ajudarão os jovens a se tornarem mais autônomos e seguros em relação ao mundo dos investimentos.

    O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, disse que o Sebrae acredita que a educação financeira é o caminho para transformar a realidade em que os estudantes estão inseridos, permitindo que se tornem cidadãos conscientes de suas escolhas e aptos a planejar e realizar seus projetos de vida.

    Os materiais didáticos para capacitar os professores serão disponibilizados pelo Instituto XP de forma gratuita.

    Edição: Graça Adjuto

  • MPEs foram responsáveis por 93,5% dos empregos em novembro de 2022

    MPEs foram responsáveis por 93,5% dos empregos em novembro de 2022

    Estudo realizado pelo Sebrae a partir de dados disponibilizados pelo novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) aponta que as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis, em novembro de 2022, por 93,5% dos empregos formais gerados no país. Segundo o levantamento, foram criados 135 mil postos de trabalho no mesmo período. Desse universo, 126 mil vagas estavam entre os pequenos negócios, o que corresponde a 93,5% das novas vagas.

    O estudo mostra que, mesmo com a geração de empregos, o mês de novembro representou o segundo menor saldo de geração de trabalho de todo o ano. “Os 135 mil empregos criados na economia superaram apenas os 97 mil gerados no mês de março e representaram apenas 58% da média de geração de vagas de 2022, que era de 233 mil até outubro”, disse o Sebrae.

    O destaque ficou para o setor de comércio das Micro e Pequenas Empresas que foi o grande gerador de empregos, com 84 mil postos criados. O saldo se deve, principalmente, em razão das festas de final de ano. Já o setor de Serviços, principal responsável pela geração de emprego ao longo do ano, ficou em segundo lugar com 53 mil vagas de trabalho.

    “Apesar desses bons resultados nesses dois setores, tanto as MPE quanto as Médias e Grandes Empresas (MGE) apresentaram mais desligamentos do que admissões em quatro setores de atividade: indústria de transformação, agropecuária, construção civil e indústria de transformação”, disse o Sebrae.

    Ainda de acordo com a entidade, no acumulado de todo o ano passado, as MPE geraram quase 1,8 milhão de novos postos de trabalho. O número representa cerca de 73% do total de empregos gerados no país, que ficou na marca dos 2,5 milhões. A participação das médias e grandes na geração de empregos ficou em 21,5%, com quase 530 mil contratações.

    Edição: Valéria Aguiar

  • Sebrae: pequenos negócios respondem por 8 em cada 10 empregos criados

    Sebrae: pequenos negócios respondem por 8 em cada 10 empregos criados

    Levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae) mostra que, em outubro, os pequenos negócios foram responsáveis por cerca de oito a cada dez novas vagas de trabalho criadas no país. O saldo positivo de empregos gerados por empresas de todo tipo porte no país, nesse período, foi de 159.454, sendo que os pequenos negócios respondem por 125.114 das contratações (78,5%).

    “Pelo décimo mês consecutivo, as micro e pequenas empresas apresentaram saldo positivo na geração de empregos no país”, avaliou o Sebrae, por meio de nota.

    No acumulado de 2022, o país contabiliza 2,3 milhões de novos postos de trabalho – desses, 1,661 milhão (71,6%) por meio de micro e pequenas empresas. A participação de médias e grandes na geração de empregos é de 22%, com 513 mil contratações.

    Setores

    Entre os sete setores da economia analisados, as micro e pequenas empresas apresentaram saldo positivo em todos, enquanto médias e grandes empresas registraram saldo negativo na construção civil e na extrativa mineral. Na área de serviços, por exemplo, o saldo de contratações dos pequenos negócios foi de 60,2 mil, enquanto médias e grandes empresas aumentaram seus quadros em 29,1 mil novos contratados.

    As contratações pelos pequenos negócios no comércio também foram bem superiores: quase cinco vezes mais do que a de médias e grandes – 39,1 mil contra 8,3 mil, respectivamente.

    No acumulado de 2022, as micro e pequenas empresas do setor de serviços foram as que mais contrataram, com 850.781 novos empregos, além de 274.679 postos na construção civil e 262.143 no comércio.

    Edição: Lílian Beraldo

  • Sebrae diz que Copa do Mundo ainda não mobilizou pequenos negócios

    Sebrae diz que Copa do Mundo ainda não mobilizou pequenos negócios

    O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) fez pesquisa com 6.028 empreendedores de 26 estados e do Distrito Federal e apurou que 63% das empresas não estão se preparando para a Copa do Mundo de futebol, enquanto 37% elaboraram produtos ou serviços para atender esse público. A copa está prevista para iniciar em 21 de novembro, no Catar. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro.

    A sondagem mostra que, no momento, 20% dos empreendedores em nível nacional acreditam que a Copa do Mundo vai ajudar no aumento do faturamento da empresa; 44% estão indecisos e acreditam que o faturamento não vai aumentar e nem diminuir; 13% consideram que haverá diminuição das vendas e 24% não souberam responder.

    Motivos

    Entre os principais motivos para o comportamento dos empreendedores em relação à Copa do Mundo está a crise econômico-financeira que ficou ainda maior com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), disse hoje (26) à Agência Brasil a analista da Coordenação de Comércio e Serviços e gestora de Projetos de Varejo do Sebrae, Poliana Valente. “Os pequenos negócios estão muito naquele processo de ressurgir, de ganhar fôlego, de tentar resgatar e recuperar não só a lucratividade, mas até mercado, aumento de vendas. Eles estão muito focados agora, na verdade, no pós-pandemia, para sobreviver”,disse.

    Outro motivo para o aparente desinteresse dos empreendedores é o fato de a Copa do Mundo acontecer em um período diferente do habitual, que é o meio do ano. “Culturalmente, a gente estava acostumado a vê-la em um determinado período e, sempre, no meio do ano. A questão de ter sido jogada para o final do ano culturalmente também mexeu um pouco no radar das pessoas, e nesse olhar para a Copa”.

    Segundo ela, a realização do torneio entre os dias 21 de novembro e 18 de dezembro coincide com um período que é extremamente crítico para os pequenos negócios, principalmente quando se fala do varejo, que se apropria mais dessa oportunidade frente a Copa.

    Segurança

    Poliana Valente lembrou que, no final do ano, o varejo tem eventos importantes, como o Black Friday e o Natal, que são datas muito significativas para o comércio de bens e serviços. “Acaba que os pequenos negócios estão muito mais voltados a estratégias de produtos e marketing e ajustes de seus pontos de venda para essas datas que são mais seguras, fazem parte do calendário anual e são importantes para aquecer as vendas”, ressaltou.

    Segundo Poliana, a Copa acabou competindo com essas datas, que são mais confiáveis e seguras para os empreendedores apostarem, e que cada data dessas necessita de estratégias, planejamento e divulgações diferentes. “Isso tudo demanda tempo, recursos. Então, os empresários estão muito mais com esse olhar para as campanhas que são mais seguras, principalmente nesse período de resgate dos negócios no pós-pandemia”.

    A analista acredita, entretanto, que a partir de novembro, com o início dos jogos, as pessoas estarão com mais fôlego para, de fato, olhar a Copa. “O brasileiro gosta muito de futebol, a seleção une o país como um todo”.

    Poliana Valente, entanto, alerta os empreendedores para que percebam, dentro do propósito do seu negócio, da realidade que têm e dos produtos e serviços que oferecem, o que poderia estar agregando para fazer dessa Copa um momento especial.

    Com boa divulgação de seus negócios, a gestora acredita que os varejistas poderão conseguir potencializar a venda e engajar mais esses consumidores, mesmo para a Copa do Mundo. “Não há razão para perderem a esperança, mas devem avaliar qual seria o melhor tipo de estratégia. Porque, na minha percepção, quando a gente entrar em novembro, as pessoas estarão mais nessa energia da Copa”.

    Fim do ano

    A visão de fim de ano dos pequenos empresários é um pouco mais animadora. De acordo com a pesquisa nacional, 26% dos entrevistados acreditam que os desafios que surgiram no caminho provocaram mudanças valiosas para o seu negócio; 22% estão animados com as novas oportunidades; e 11% pensam que o pior já passou.

    Poliana Valente lembra que o Brasil ainda enfrenta um processo de crise, de inflação alta e desemprego elevado, que gera queda no poder de compra dos consumidores, com direcionamento para aquisição de itens mais básicos. “Eu acho que uma grande forma de tentar conciliar e diminuir essa preocupação é pensar, dentro do seu negócio, como seus produtos e serviços podem de fato agregar para uma experiência bacana para as pessoas, de forma que elas consigam presentear quem amam, apesar de toda essa fase que a gente está vivenciando enquanto país e estado. No fundo, apesar de todos os problemas, ninguém que tenha um pouco de condição vai deixar de presentear alguém”, disse.

    Se a diminuição de preços não é possível para o pequeno empreendedor, a analista do Sebrae sugeriu que outros meios podem ser acessados para cativar o público, como brindes, atendimento diferenciado, às vezes, inclusive, por meio da colaboração entre produtos, serviços e empresas, onde o comprador perceba um valor maior agregado.

    Segundo Poliana, no Black Friday há a percepção de que o consumidor pode comprar coisas que está precisando a um preço mais convidativo. Já o Natal tem toda uma questão afetiva, de estar em família, de presentar, independente de o produto desejado estar um pouco mais caro naquele momento.

    Edição: Fernando Fraga

  • Caixa Pra Elas lança primeira ação de atendimento em São Paulo

    Caixa Pra Elas lança primeira ação de atendimento em São Paulo

    A primeira ação de atendimento Caixa Pra Elas – Empreendedoras foi lançada nesta terça-feira (18) em São Paulo, em um shopping center do Brás, bairro que concentra o comércio de roupas e atrai compradores de todo o país, principalmente para operações de revenda.

    Para esse público, em boa parte composto por mulheres, o estande do banco oferece, até o dia 26 deste mês, atendimento completo às mulheres, com produtos e serviços da Caixa Econômica Federal. O atendimento será das 8h às 16h.

    Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as empreendedoras contam com ações de capacitação, orientações para o desenvolvimento do próprio negócio e formalização como microempreendedoras individuais (MEI), além de indicação de cursos e palestras sobre empreendedorismo.

    Segundo a presidente da Caixa, Daniella Marques, o programa é voltado para todas as mulheres que querem empreender. “Queremos gerar oportunidade para que elas se capacitem, abram seu negócio. É uma oportunidade para quem tem vontade de crescer e decolar. Temos crédito para quem já é informal, ou autônoma. e quer ter fôlego para comprar mercadoria ou investir.”

    Daniella disse também que o Caixa Pra Elas – Empreendedoras é um convite à formalização, já que, se abrir a MEI, depois de 12 meses, a pessoa terá acesso a programas de crédito com mais escala e juros mais baratos. “É isso que a gente quer estimular”, acrescentou a executiva, durante o lançamento da ação de atendimento nesta manhã, em São Paulo.

    Lançado em agosto deste ano, o programa é aberto a qualquer mulher, de qualquer área. “Qualquer mulher pode pedir,  se a mulher já trabalha como autônoma, como sacoleira aqui no Brás, por exemplo, ela pode se  formalizar e vai ter acesso a um crédito a partir de R$ 1 mil. Se já é formalizada, nesta ação, ela tem parceria com o Sebrae, garantidor junto com a Caixa, tem o Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte], que é o programa em que o governo federal é o fiador, e tem 12 meses de carência”, explicou.

    Nesta ação, a Caixa espera conceder R$ 1 bilhão em crédito para mulheres. “Desde o início, foram mais de 1 milhão de empresas assistidas.  Para a mulher quer só começar e tem a vontade, está no Auxilio Brasil, quer fazer um curso para começar uma atividade, existe uma capacitação gratuita. Quando concluir o curso, ela vai acessar o crédito de R$ 1 mil. Temos R$ 1 bilhão disponível nesta ação. Mesmo que esteja negativada, o programa vai ajudá-la a sair desse ciclo de endividamento, começar a decolar e criar cada vez mais independência para ela e sua família”, destacou Daniela.

    Também presente ao evento, a ministra da Mulher, Cristiane Brito, ressaltou que o projeto não é só mercadológico. “Estamos falando de tirar mulheres do ciclo de violência, falando de liberdade para aquela mulher cujo sonho é empreender, mas que nunca teve uma conta bancária. Muitas mulheres permanecem com uma pessoa, porque dependem economicamente, porque primeiro pensam na comida do filho. Se não tiverem autonomia, não conseguem agir”, afirmou.

    Semana do Empreendedorismo

    A Caixa Pra Elas – Empreendedoras integra a 1ª Semana do Empreendedorismo de Moda do Shopping Mega Polo Moda, no Brás, que será realizada de 22 a 26 deste mês, terá participação de empreendedores do setor de todos os portes, com diversas atividades práticas para alavancagem de negócios.

    No estande do programa, as mulheres terão acesso às principais linhas de crédito do banco e a outros produtos e serviços que oferecem diversos benefícios exclusivos, como o plano Previdência Pra Elas, o Seguro Vida Mulher e o serviço de assistências especializadas Rapidex Mulher.

    As mulheres contam ainda com pausa no pagamento das prestações de empréstimos durante a licença maternidade ou adoção, isenção de tarifas e investimentos com rentabilidade diferenciada. Também são oferecidas linhas de crédito com taxas reduzidas.

    Para as empreendedoras informais, são oferecidos conta Caixa Tem (digital gratuita); empréstimo pelo Caixa Tem, de até R$ 1 mil, com taxa de juros de 1,95% a 3,99% ao mês e prazo de 12 a 24 meses; cartão de crédito sem anuidade para sempre e Seguro Apoio Família, com valor anual de R$ 30.

    Microempreendedoras individuais terão acesso a conta-corrente PJ; Pix gratuito para pagamentos e realização das vendas; acesso facilitado a empréstimos sem exigência de apresentação de garantia real e carência nos pagamentos das parcelas (Fampe [Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas], Pronampe); microcrédito de até R$ 3 mil, com taxa de juros de 1,99% a 3,60% ao mês e prazo de 18 a 24 meses; cartão de crédito com isenção da primeira anuidade e maquininha Azulzinha, com pagamento em até dois dias úteis e, para as MEIs que faturarem mais de R$ 100 por mês, isenção do aluguel.

    Capacitação

    Para capacitação, serão indicados os cursos online e por WhatsApp do Sebrae, além do direcionamento das clientes aos canais físicos e digitais do órgão.

    Além da ação em São Paulo, até 19 de novembro, a Caixa e o Sebrae promovem ações de atendimento ao empreendedorismo feminino por todo o país, com a oferta de linhas de crédito, cursos de capacitação e orientações para o desenvolvimento do próprio negócio.

    Edição: Nádia Franco

  • Goiaba produzida no norte do Paraná ganha o mundo

    Goiaba produzida no norte do Paraná ganha o mundo

    Produzida numa região com bom potencial turístico, a goiaba de Carlópolis (PR) é grande, crocante, saborosa e resistente. Em 2016, ela conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG), concedido a produtos reconhecidos por tradição e qualidade, o que os torna únicos no mundo. A IG de Carlópolis atesta a goiaba de dois municípios do Paraná: Carlópolis e Ribeirão Claro. Hoje, 36 fruticultores são associados à Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis e dez deles já têm o selo da IG.

    A visibilidade e a notoriedade alcançadas com a Indicação Geográfica e também com a certificação Global G.A.P (Good Agriculture Practices), obtida em 2019 e imprescindível para o mercado externo, alavancaram os números da goiaba. Dentro do país, as vendas cresceram 50% em dois anos, quando se compara o primeiro semestre de 2022 ao primeiro semestre de 2020. O destaque maior foi lá fora, pois as exportações cresceram 1142%, um salto de 5,2 toneladas de janeiro a junho de 2020 para 65,2 toneladas no mesmo período deste ano. Inglaterra, Portugal, Canadá e Oriente Médio são os principais destinos.

    A gerente de vendas da Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis e também produtora de goiaba certificada, Inês Sasaki, tem participado de feiras internacionais. “Eu fui para Espanha. E a gente levou a nossa goiaba. Ficava todo mundo admirado com a qualidade que a gente tem”, se orgulha.

    Diferenciais

    Inês explica que a redução do agrotóxico foi essencial para conseguir exportar o produto. “Todo ano, a gente faz um teste de laboratório com as frutas, para ver se não está constando resíduo e também a água para ver se não está contaminada”. O resultado positivo só foi possível com a técnica do ensacamento, para evitar a mosca da goiaba. “A partir do momento que a gente ensaca, a gente não passa mais nada, ela fica em torno de 60 dias ensacada sem agrotóxicos. Então, a gente faz todo esse trabalho, é manual, é difícil, mas é uma segurança tanto para o produtor como também para o consumidor”, avalia Inês.

    Além disso, outros fatores que diferenciam a goiaba de Carlópolis são a espessura da casca e o tamanho da fruta. Segundo o produtor certificado Rodrigo Viana, a crocância do produto vem da casca que é mais grossa e que permite, entre outras coisas, maior tempo de transporte, melhor comercialização, mais espaço na gôndola do mercado e mais resistência. Rodrigo acrescenta que a variedade de goiaba cultivada nessa IG pode pesar em média 500 gramas ou mais e que, devido ao tamanho, é considerada uma goiaba ‘de mesa’.

    A tradição da goiaba de Carlópolis vem desde a década de 1970. O pioneiro foi Iwao Yamamoto, que chegou criança ao município paranaense em 1949, junto com outros imigrantes japoneses. Rodrigo explica, entretanto, que a goiaba atual é a vermelha e que a da época de Iwao era a branca.

    “Ele fez um cruzamento e deu uma goiaba diferente, era uma goiaba branca, e ele deu o nome de goiaba Iwao. Então, tudo começou aí, essa goiaba Iwao permaneceu até o final da década de 1990, quando já foi dando espaço para esta vermelha”, relembra Rodrigo, que se formou engenheiro agrônomo, foi pesquisador em Londrina e decidiu voltar a Carlópolis para dobrar a quantidade de goiabas produzidas pelo pai dele desde os anos 1980.

    Redução do êxodo rural

    O presidente do Sebrae, Carlos Melles, ressalta que o fundamento da Indicação Geográfica é fixar a família no campo e valorizar o desenvolvimento do trabalho familiar. E isso realmente tem acontecido nos locais com produtos de selo IG.

    É o caso das produtoras Inês Sasaki e Leiko Kawasaki. Ambas são descendentes de japoneses, foram morar um tempo no Japão, mas regressaram para plantar goiaba, com a perspectiva do comércio exterior. “Eu fiquei numa fábrica de peças de carro da Honda. O meu trabalho lá foi maravilhoso. Fiquei 14 anos, comprei essa propriedade, eu voltei, então, estou aqui tentando trabalhar, criar meus filhos”, conta Leiko.

    O grande interesse na exportação se justifica pelo fato de que o mercado externo estipula um preço fixo para a fruta maior que o mercado interno que, além de tudo, apresenta oscilação ao longo dos meses.

    “Em janeiro e fevereiro o preço dentro do Brasil ficou em torno de R$ 2, em março caiu para R$ 1, em abril R$ 1,50, a partir de maio melhorou o preço e oscilou entre R$ 2 e R$ 3, até que em agosto atingiu R$ 4,50; enquanto no exterior foi vendida por R$ 4, de janeiro a agosto, sem qualquer variação”, explica a gerente de vendas da Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis, Inês Sasaki.

    Sebrae

    O consultor do Sebrae-PR Odemir Capello fala da relação das IGs com o turismo – TV Brasil

    “A goiaba chega bem na Europa, o pessoal gostou muito da proposta da goiaba lá, que é considerado um produto exótico”, ressalta o consultor do Sebrae Paraná Odemir Capello.

    O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – tanto o nacional quanto os estaduais – tem ajudado a mapear e a implementar as Indicações Geográficas pelo Brasil. Atualmente, já são 92 devidamente reconhecidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

    A analista de inovação do Sebrae Nacional, Hulda Giesbrecht, explica que 69 são da modalidade indicação de procedência, que tem o registro baseado na reputação da região em produzir determinado produto, e 23 são da modalidade denominação de origem, em que se há uma comprovação por estudo técnico científico das características e qualidades do produto com os fatores naturais e humanos da região. No caso da IG Carlópolis, a goiaba é uma Indicação de Procedência.

    As Indicações Geográficas foram reconhecidas a partir da lei da propriedade industrial em 1996. “Você reúne todas as informações de conhecimento tradicional de produção de um produto, toda a história de produção e isso é documentado e levado ao INPI, que reconhece esse registro. A partir daí os produtores que estão instalados nessa área demarcada e que produzem de acordo com o que está definido no caderno de especificações técnicas do produto têm o direito de usar o selo da Indicação Geográfica”, afirma Hulda.

    De acordo com o diretor de Marca, Desenhos Industriais e Indicações Geográficas do INPI, Felipe Augusto de Oliveira, a IG é o ativo de propriedade intelectual mais sofisticado que existe. “Permite que o produto tenha um diferencial competitivo, principalmente com relação a valor premium que pode ser colocado neste produto no mercado – ou seja, a gente tem uma tendência de elevação, a partir do momento que o produto recebe uma Indicação Geográfica, em torno de 20 a 50%.”

    Gastronomia e turismo

    A região denominada norte pioneiro do Paraná, que inclui Carlópolis e Ribeirão Claro, tem a IG da goiaba e também a IG do café, além de uma represa com paisagens naturais que impressionam os visitantes. Em dezembro de 2019, foi instituída por lei como Área Especial de Interesse Turístico e chamada oficialmente de Angra Doce, em comparação à beleza da marítima Angra dos Reis (RJ). Angra Doce, por sua vez, compreende o reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes e seu entorno, nos estados do Paraná e de São Paulo.

    Um dos locais que oferecem atividades de lazer, aventura e contemplação é a Estância Pedra do Índio, em Ribeirão Claro. A gerente administrativa da Estância, Edilaine Faganelli Hernan, descreve a paisagem: “são várias ilhas, ela é bem montanhosa, o que deixa mais bonito e mais parecido com Angra dos Reis”.

    A Estância também oferece voo de parapente e a maior tirolesa do Paraná, com um quilômetro de extensão e 128 metros de altura. A Pedra do Índio que dá o nome à Estância, é uma pedra que tem o formato do rosto de um índio e foi esculpida por eventos naturais ao longo dos anos.

    O consultor do Sebrae Paraná Odemir Capello destaca a relação das Indicações Geográficas com o turismo. “A rota das IGs, nós já estamos pensando nisso, como uma forma também de agregar valor às pequenas propriedades. Na Itália, na região da Emilia Romagna, que tem aproximadamente 400 indicações geográficas, é possível ver os produtos sendo consumidos”.

    E já existem empreendedores criativos em Carlópolis que aproveitam o potencial turístico-gastronômico da goiaba, do café e da represa em seus negócios.

    Bernadete Garcia Ribeiro Dyniewicz é proprietária do Parque Vila do Café, um sítio à beira da represa que pertence à família dela desde a década de 1950 e que hoje é aberto a visitantes, com agendamento. Quitutes de goiaba e de café deixam o passeio dos visitantes ainda mais atrativo. O paisagismo também é destaque no Parque Vila do Café, onde foram plantadas 3 mil mudas de 20 espécies nativas, além do jardim das rosas, com 2 mil pés de rosa. “Com certeza o café e a goiaba estão sendo uma uma mola propulsora do turismo na região. E a gente vê que a situação social da população está melhorando bastante, isso é muito gratificante”, observa Bernadete.

    Graduado em Tecnologia da Informação (TI) em Curitiba, Rodrigo Amaral largou o trabalho em uma empresa de TI na capital paranaense e voltou a Carlópolis, cidade natal, para ajudar o pai, proprietário do Caldo de Cana Amaral. Ele acreditou no potencial dos produtos com Indicação Geográfica e criou o pastel Romeu e Julieta, recheado de goiabada e queijo, mas com a inusitada massa de café. “Junto com o fornecedor de massa, nós fomos chegar nesse ponto, deu um pouco de trabalho, às vezes ficava muito forte, às vezes muito fraco, até equilibrar mesmo o gosto do café”, relembra Rodrigo. Ele já chegou a vender mais de 2 mil pastéis em um final de semana. Antes de criar novos sabores regionais, vendia em torno de 150 no máximo.

    O casal Agostinho João Longo e Rosana Menegon Longo decidiu, há dois anos, dar um destino às frutas maduras desperdiçadas em Carlópolis. Eles criaram uma cachaça de goiaba e aproveitam a qualidade dos recursos hídricos da região para garantir o bom destilamento. Rosana explica que a água tem que ser sem cloro e que na casa onde vivem e em que funciona a Cachaçaria G&R  a água é da mina. “A gente andava e via um monte de goiaba perdida e daí a gente sabe que o destilado americano é feito com fruta e a goiaba foi o carro chefe porque tem muito açúcar”, complementa Agostinho.

    Caminhos da Reportagem

    O episódio “A goiaba que ganhou o mundo” vai ao ar amanhã (16), às 22 horas, na TV Brasil. Este é o segundo episódio da série especial do Caminhos da Reportagem “Riquezas da nossa terra”, que estreou com um programa sobre a cachaça de Paraty. A série é uma parceria com o Sebrae e conta a história de produtos e produtores de localidades de todo o Brasil que conquistaram o reconhecimento de Indicação Geográfica. As equipes de reportagem viveram a experiência, com direito a experimentação dos produtos e muitas aventuras nos locais visitados, além de informação e investigação, características marcantes do Caminhos da Reportagem, programa mais premiado da TV Brasil.

    Os outros dez episódios vão mostrar o cacau do sul da Bahia; o vinho, da Campanha Gaúcha; o guaraná de povos indígenas do Amazonas; o queijo marajoara do Pará; o bordado filé das Lagoas Mundaú- Manguaba, de Alagoas; o café da Serra da Mantiqueira, de Minas Gerais e outros produtos que são a cara do Brasil. Todos eles vão levar os telespectadores a conhecer e reconhecer essas riquezas.