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  • Agro do futuro: Satélites japoneses impulsionam o setor

    Agro do futuro: Satélites japoneses impulsionam o setor

    Tóquio, 14 de junho de 2024 – Em uma iniciativa inovadora que combina tecnologia espacial com marketing de precisão, a Agência Espacial do Japão (JAXA) e a gigante da publicidade Dentsu se uniram para usar imagens de satélite para otimizar as campanhas publicitárias de produtos agrícolas. O projeto, que teve início com o repolho como foco principal, visa prever a safra com mais precisão e direcionar os anúncios no momento ideal para maximizar o impacto e minimizar o desperdício.

    Tradicionalmente, o planejamento de campanhas publicitárias no agronegócio dependia de métodos menos precisos, como estimativas e dados históricos. Essa abordagem muitas vezes resultava em anúncios mal direcionados, com produtos sendo promovidos antes ou depois do pico da safra, levando a perdas para produtores e desperdício de alimentos.

    Um avanço indireto e potente

    Agro do Futuro: Satélites japoneses revolucionam o setor

    A parceria entre JAXA e Dentsu busca resolver esse problema utilizando imagens de satélite de alta resolução para monitorar o crescimento das plantações e prever a safra com maior grau de confiabilidade. Essa tecnologia inovadora permite que as empresas de marketing identifiquem com precisão o momento ideal para lançar campanhas publicitárias, garantindo que os anúncios alcancem os consumidores quando os produtos frescos estiverem disponíveis e prontos para consumo.

    Em um projeto piloto realizado na vila de Tsumagoi, no Japão, a equipe utilizou imagens de satélite para prever a colheita de repolho de 2023 com precisão notável. Essa informação foi então repassada para a Dentsu, que a utilizou para otimizar as campanhas publicitárias de produtos relacionados ao repolho. O resultado foi um aumento significativo na demanda por repolho fresco durante o pico da safra, beneficiando tanto os produtores quanto os consumidores.

    O projeto não se limita apenas ao repolho. A JAXA e a Dentsu pretendem expandir a tecnologia para outros produtos agrícolas, como frutas, legumes e grãos. Ao utilizar imagens de satélite para monitorar diversas plantações, as empresas esperam revolucionar a forma como os produtos agrícolas são anunciados e vendidos, otimizando a cadeia de suprimentos e reduzindo o desperdício de alimentos.

    “Acreditamos que essa tecnologia tem o potencial de transformar a forma como o agronegócio opera”, afirma um representante da JAXA. “Ao utilizar imagens de satélite para prever a safra com mais precisão, podemos ajudar os produtores a maximizar seus lucros e reduzir o desperdício, ao mesmo tempo que oferecemos aos consumidores produtos frescos no momento ideal.”

    A iniciativa da JAXA e da Dentsu é um exemplo inspirador de como a tecnologia espacial pode ser aplicada para resolver problemas reais e melhorar a vida das pessoas. Ao combinar expertise em diferentes áreas, como agricultura, marketing e tecnologia espacial, as duas empresas estão abrindo caminho para um futuro mais sustentável e eficiente no agronegócio.

    Impacto esperado tanto no agro quanto na tecnologia em geral

    Agro do Futuro: Satélites japoneses revolucionam o setor

    A aplicação de imagens de satélite na publicidade do agronegócio traz diversos benefícios para diferentes partes da cadeia de valor:

    Produtores:

    • Maior previsibilidade de renda através de safras mais bem planejadas e comercializadas.
    • Redução do desperdício de alimentos, otimizando a colheita e a venda dos produtos.
    • Melhoria na gestão da produção, com base em dados precisos sobre o crescimento das plantações.

    Empresas de marketing:

    • Campanhas publicitárias mais eficientes e direcionadas, com maior retorno sobre investimento.
    • Melhor compreensão das tendências do mercado e das necessidades dos consumidores.
    • Fortalecimento da reputação da marca através de práticas sustentáveis e de combate ao desperdício.

    Consumidores:

    Acesso a produtos frescos de alta qualidade no momento ideal de consumo.
    Maior variedade de produtos agrícolas disponíveis durante todo o ano.
    Preços mais justos e competitivos, devido à otimização da oferta e da demanda.

    Desafios e Oportunidades Futuras

    Agro do Futuro: Satélites japoneses revolucionam o setor
    Imagem representativa

    Embora a iniciativa da JAXA e Dentsu seja promissora, existem alguns desafios que precisam ser superados para garantir sua adoção em larga escala:

    1. Custo da tecnologia: O uso de imagens de satélite de alta resolução pode ser caro para pequenos produtores rurais. Será necessário encontrar soluções acessíveis para viabilizar a participação de todos os elos da cadeia produtiva.
    2. Dependence climática: As previsões baseadas em imagens de satélite podem ser afetadas por condições climáticas imprevistas, como tempestades, secas ou pragas. É crucial desenvolver modelos que integrem dados meteorológicos para aumentar a precisão das previsões.
    3. Infraestrutura e acesso à tecnologia: A implementação bem-sucedida do projeto dependerá da disponibilidade de infraestrutura de comunicação e acesso à tecnologia por parte dos produtores rurais. Iniciativas de capacitação e subsídios governamentais podem ser necessários para superar essa barreira.

    Apesar dos desafios, a aplicação de imagens de satélite na publicidade do agronegócio abre um leque de oportunidades para o futuro:

    1. Novas parcerias e modelos de negócios: A tecnologia pode abrir caminho para parcerias entre agências espaciais, empresas de marketing e produtores rurais, criando novos modelos de negócios sustentáveis.
    2. Rastreamento e certificação: As imagens de satélite podem ser utilizadas para rastrear a origem dos produtos agrícolas, garantindo a autenticidade e certificação de itens orgânicos e cultivados com práticas sustentáveis.
    3. Mercados internacionais: A previsão precisa da safra baseada em satélite pode facilitar a exportação de produtos agrícolas, tornando o comércio internacional mais eficiente e previsível.

    Considerações finais

    É importante ressaltar que a aplicação dessa tecnologia deve ser acompanhada de medidas para garantir a segurança e a privacidade dos dados coletados. A JAXA e a Dentsu devem se comprometer com a transparência e a ética no uso das informações obtidas através das imagens de satélite, garantindo que essa ferramenta poderosa seja utilizada para o bem de todos os envolvidos.

    A iniciativa da JAXA e Dentsu representa um salto significativo na aplicação da tecnologia espacial para resolver problemas concretos. Ao otimizar a publicidade do agronegócio, o projeto contribui para a redução do desperdício de alimentos, melhora a renda dos produtores e garante o acesso dos consumidores a produtos frescos de alta qualidade. Com a superação dos desafios e a exploração das oportunidades, a combinação de imagens de satélite, marketing e agricultura tem o potencial de revolucionar o setor e contribuir para um sistema alimentar mais sustentável e eficiente para o futuro.

  • Universidades brasileiras disputam copa mundial de foguetes nos EUA

    Universidades brasileiras disputam copa mundial de foguetes nos EUA

    Cinco equipes formadas por estudantes de universidades públicas brasileiras participarão da Spaceport America Cup, maior competição de foguetes e satélites do mundo. O torneio será realizado entre os dias 19 e 24 deste mês, em três cidades do estado do Novo México, nos Estados Unidos. As instituições brasileiras representadas são as universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Federal de Santa Catarina (UFSC), de São Paulo (USP) e de Brasília (UnB).

    O evento envolverá 158 times de 24 países diferentes. A competição é dividida em 6 categorias, de acordo com o tipo de motor usado (comercial ou desenvolvido pela própria equipe) e a distância alcançada pelo foguete. As equipes Minerva Rockets e Sats (UFRJ), GFRJ (UERJ) e Kosmos Rocketry (UFSC) vão competir na categoria de foguetes com motor sólido, de desenvolvimento próprio, que chegam a 3 quilômetros (km) de altura. As equipes Capital Rocket (UnB) e Projeto Jupiter (USP) entram na categoria de foguetes com motor híbrido/líquido, de desenvolvimento próprio, que atingem 3 quilômetros de altura.

    A estudante de Astronomia Júlia Siqueira, de 26 anos, é a presidente da Minerva Rocket e Sats, da UFRJ, que foi fundada em 2016, e participa da competição com o foguete Aurora, de 3 metros e 10 cm, e o nanossatélite de experimentos astrobiológicos (MicrobioSat). Segundo Júlia, o grupo precisa desenvolver toda a parte da estrutura e dos componentes eletrônicos. O processo é complexo, mas enche a estudante de orgulho.

    “Estudei a vida toda em escola pública. Quando eu imaginaria que entraria em uma universidade federal e desenvolveria um foguete? Quando a gente olha assim, de longe, parece algo extremamente difícil, muito longe da realidade. Parece que você tem que ser um gênio para desenvolver. E não, qualquer pessoa que tiver interesse pode chegar lá, pode aprender e ter a oportunidade de levar o projeto para um cenário mundial e apresentar para as maiores empresas aeroespaciais do mundo. A gente bate de frente com grandes universidades, como MIT, Stanford e Columbia.”.

    Júlia ressalta que, como a UFRJ não tem curso de engenharia aeroespacial, o grupo acaba sendo multidisciplinar, com pessoas de áreas que vão da administração até a eletrônica. Para a estudante, este é um diferencial na competição, assim como a dedicação dos participantes. Além do desenvolvimento dos foguetes, é preciso cuidar da vida pessoal, dos estudos na universidade e de atividades como iniciação científica e dos estágios profissionais. Em meio a essa maratona diária, os estudantes acumulam conhecimentos que transcendem o ambiente acadêmico.

    “O que a gente faz ali modifica as pessoas. Para mim, mudou completamente a forma como encaro todas as outras áreas da minha vida em questão de responsabilidade, compromisso, dedicação, de ter que me virar, de fazer acontecer. Desenvolver uma tecnologia complexa de forma barata, no dia a dia, dentro da universidade, traz outro panorama do que é possível fazer. A gente não faz brinquedo, faz tecnologia de verdade”, afirma a estudante.