Tag: sarampo

  • Rio confirma dois casos de sarampo na Baixada Fluminense

    Rio confirma dois casos de sarampo na Baixada Fluminense

    A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou, nesta sexta-feira (14), dois casos de sarampo em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. São duas crianças da mesma família e foram atendidas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no município, no dia 2. Elas receberam alta médica na quinta-feira (13) e passam bem.

    De acordo com a Secretaria de Saúde, os casos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ). Após a confirmação, o município foi orientado a vacinar os profissionais de saúde onde as crianças foram atendidas e a fazer busca ativa por casos suspeitos.

    Segundo o subsecretário estadual de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, Mário Sergio Ribeiro, até o momento não há a notificação de casos suspeitos relacionados a esses casos.

    Em fevereiro deste ano, a secretaria já tinha confirmado um caso isolado de sarampo, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio, em uma criança de 6 anos de idade, cuja suspeita para o sarampo havia sido constatada em outubro do ano passado. Os casos de Itaboraí e São João de Meriti não têm relação entre si, de acordo com a vigilância epidemiológica estadual.

    Em 2024, foram notificados 207 casos suspeitos, mas apenas um foi confirmado, e o outro permanece em investigação. Neste ano, além dos casos confirmados, já há 18 em investigação.

    A secretaria também orienta os municípios fluminense que notifiquem casos suspeitos imediatamente e ressalta a importância da vacinação da população. A imunização contra a doença é garantida pela vacina tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola, e pela tetra viral, que inclui a catapora.

    As duas vacinas são parte do calendário vacinal obrigatório recomendado pelo Ministério da Saúde. A tríplice é aplicada aos 12 meses de idade e a tetra, aos 15 meses.

    Pessoas até 29 anos de idade devem ter duas doses da tríplice viral, enquanto adultos de 30 anos a 59 anos devem ter pelo menos uma dose. Profissionais de saúde precisam comprovar duas doses independentemente da idade. Em situações de surto, crianças de 6 meses a 11 meses de idade podem receber uma dose extra, a dose zero.

    A orientação para a população é verificar se a caderneta de vacinação dos filhos está em dia e procurar uma unidade de saúde em caso de sintomas compatíveis com sarampo, como febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas avermelhadas pelo corpo.

    Em novembro do ano passado, o Brasil recuperou o certificado de eliminação do sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que havia sido perdido em 2019, devido à queda da cobertura vacinal, que resultou em uma franca circulação da doença no país por mais de 12 meses.

  • Mato Grosso livre do sarampo: Estado celebra conquista e reforça importância da vacinação

    Mato Grosso livre do sarampo: Estado celebra conquista e reforça importância da vacinação

    Mato Grosso comemora mais uma importante vitória na área da saúde pública: o estado está há quatro anos livre do sarampo. A última notificação da doença ocorreu em 2020, no município de Lucas do Rio Verde. Essa conquista se soma ao recente anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a eliminação do sarampo nas Américas.

    O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, destacou a importância da vacinação para essa conquista e ressaltou que o programa Imuniza Mais MT, lançado em 2021, tem sido fundamental para incentivar os municípios a alcançarem altas coberturas vacinais. “A vacinação é a nossa principal arma contra doenças como o sarampo”, afirmou o secretário.

    Para manter o status de livre do sarampo, o Brasil precisou demonstrar à OMS que não houve transmissão do vírus durante pelo menos um ano e que o programa de vacinação está fortalecido. Mato Grosso, assim como os demais estados brasileiros, desempenhou um papel crucial nesse processo.

    Mato Grosso na vanguarda da imunização

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    O estado tem se destacado na busca por altas coberturas vacinais. O programa Imuniza Mais MT, que premia os municípios com melhores desempenhos, tem sido um incentivo importante para os gestores locais. Em 2024, 31 municípios mato-grossenses serão premiados pelo programa.

    A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir doenças como o sarampo. As vacinas tríplice viral e tetraviral oferecem proteção contra o sarampo, caxumba, rubéola e, no caso da tetraviral, também contra a varicela. Em 2024, Mato Grosso recebeu 409.660 doses da vacina tríplice viral, que já foram distribuídas aos municípios.

    A eliminação do sarampo é uma grande conquista, mas o trabalho de imunização não pode parar. É fundamental manter as altas coberturas vacinais para proteger a população contra outras doenças imunopreveníveis.

    O governo de Mato Grosso, em parceria com os municípios, continuará trabalhando para garantir que todos os mato-grossenses tenham acesso às vacinas e estejam protegidos.

  • Vacinas contra o sarampo salvam cinco vidas por segundo, destaca OMS

    Vacinas contra o sarampo salvam cinco vidas por segundo, destaca OMS

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, desde o ano 2000, vacinas contra o sarampo salvem cerca de cinco vidas por segundo. Mesmo assim, dados divulgados esta semana pela entidade apontam que, apenas em 2023, aproximadamente 10,3 milhões de casos da doença foram registrados em todo o planeta – 20% a mais que em 2022.

    Em nota, a OMS avalia que a cobertura vacinal inadequada impulsiona o aumento de casos. “O sarampo pode ser evitado com duas doses; no entanto, mais de 22 milhões de crianças perderam a primeira dose em 2023. Globalmente, estima-se que 83% delas receberam a primeira dose no ano passado, enquanto apenas 74% receberam a segunda dose recomendada.”

    A vacina que previne o sarampo é a tríplice viral, que está disponível gratuitamente nos postos de saúde do Brasil. A recomendação do Programa Nacional de Imunizações é que vacina seja aplicada em duas doses, aos 12 e aos 15 meses de idade.

    A OMS destaca a necessidade de uma cobertura vacinal de pelo menos 95% de ambas as doses em todos os países e territórios para prevenir surtos e para proteger a população de “um dos vírus humanos mais contagiosos em todo o mundo”. A vacina contra o sarampo, segundo a OMS, já salvou mais vidas ao longo dos últimos 50 anos que qualquer outro imunizante.

    O comunicado alerta que, como resultado de lacunas globais na cobertura vacinal, 57 países registaram surtos de sarampo em todas as regiões, exceto nas Américas – um aumento de quase 60% em relação aos 36 países identificados no ano anterior. África, Mediterrâneo Oriental, Europa, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental lideram o aumento substancial de casos, sendo que quase metade de todos os surtos ocorreu no continente africano.

    “Dados recentes mostram que cerca de 107,5 mil pessoas – a maioria crianças com menos de 5 anos – morreram por causa do sarampo em 2023. Embora isso represente uma queda de 8% em relação ao ano anterior, são crianças demais ainda morrendo em razão de uma doença evitável”, avaliou a OMS.

    “Mesmo quando as pessoas sobrevivem ao sarampo, podem ocorrer efeitos graves para a saúde, alguns dos podem durar por toda a vida toda. Bebês e crianças pequenas correm maior risco de complicações graves, que incluem cegueira, pneumonia e encefalite (infecção que causa inchaço cerebral e, potencialmente, danos cerebrais).”

    Brasil livre do sarampo

    Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, em 2019, o Brasil recebeu esta semana da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) o status de país livre da doença. O último registro de sarampo no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, aconteceu em junho de 2022, no Amapá.

    Dados da pasta indicam que, entre 2018 a 2022, foram confirmados 9.329, 21.704, 8.035, 670 e 41 casos de sarampo, respectivamente. Em 2022, os estados que confirmaram casos foram: Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá, sendo que o último caso confirmado foi registrado no Amapá, com data de início do exantema (erupções cutâneas) em 5 de junho.

    Em 2024, o Brasil chegou a registrar dois casos confirmados, mas importados, sendo um em janeiro, no Rio Grande do Sul, proveniente do Paquistão; e um em agosto, em Minas Gerais, proveniente da Inglaterra.

    O ministério define o sarampo como uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente crianças e pode causar complicações graves, como diarreias intensas, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). “A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação”, ressaltou a pasta.

  • Oito em cada dez municípios têm risco alto ou muito alto para sarampo

    Oito em cada dez municípios têm risco alto ou muito alto para sarampo

    Ao menos 4.587 municípios foram classificados como em alto risco para sarampo, enquanto 225 foram categorizados como em risco muito alto, totalizando 86% das cidades em todo o país com risco elevado para a doença. Há ainda 751 municípios listados com risco médio e apenas quatro com baixo risco. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (18) durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife.

    Ao comentar o cenário, a coordenadora de Imunização da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Flávia Cardoso, lembrou que o Brasil chegou a ser certificado como país livre do sarampo em 2016, mas perdeu o status em 2019 após voltar a registrar a circulação do vírus por um período superior a 12 meses. “Em 2022, o Brasil estava endêmico para sarampo e, em 2023, passou para o status de país pendente de reverificação”, explicou.

    Segundo Flávia, em maio deste ano, a Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação do Sarampo, da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita nas Américas esteve no país e fez uma série de recomendações, incluindo ampliar a sensibilidade na definição de casos suspeitos de sarampo. A entidade pede que o país apresente o número de amostras recebidas de pacientes com febre e exantema e quais foram os diagnósticos de descarte.

    De acordo com a coordenadora, a comissão destacou que, embora a cobertura vacinal tenha melhorado tanto para o sarampo quanto para a rubéola, por meio da tríplice viral, em alguns estados o progresso foi mínimo ou mesmo negativo. A situação no Rio de Janeiro, no Amapá, no Pará e em Roraima foi classificada pela entidade como muito preocupante para a manutenção da eliminação do sarampo e da rubéola no país.

    Também foi recomendado que o Brasil padronize um fluxograma de resposta rápida a casos suspeitos, tomando como base o caso recente de sarampo detectado no Rio Grande do Sul, importado do Paquistão. Por fim, a comissão sugere articular junto ao Ministério do Esporte e ligas esportivas a vacinação de atletas brasileiros, a exemplo do que foi feito previamente aos Jogos Olímpicos de Paris este ano.

    “Foi feita ainda a recomendação de buscas ativas integradas de casos de sarampo e rubéola com poliomielite e paralisia flácida em menores de 15 anos”, disse Flávia, ao citar que as ações servem para fortalecer a vigilância a nível municipal.

    Em junho deste ano, o país completou dois anos sem casos autóctones, ou seja, com transmissão em território nacional, do sarampo. Com isso, o país espera retomar a certificação de ‘livre de sarampo’.

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  • Há quatros anos, Mato Grosso não tem casos de sarampo

    Há quatros anos, Mato Grosso não tem casos de sarampo

    Mato Grosso está caminhando rumo à eliminação dos casos de sarampo. Desde 1999, o número de casos da doença vem diminuindo, passando de sete registros naquele ano para apenas um caso em 2020. Desde então, o estado não registrou mais incidências da doença, contribuindo significativamente para o sucesso na redução e controle do sarampo em todo o território nacional.

    Dois anos sem casos autóctones

    O Brasil celebrou, na quarta-feira (5), dois anos sem casos autóctones (com transmissão em território nacional) sarampo. Dessa forma, está próximo de retomar a certificação de ‘país livre de sarampo’, após sair da condição de região endêmica no ano passado. Em 2016, o Brasil já havia recebido o título de país livre da doença. Em 2018, no entanto, o intenso fluxo migratório de países vizinhos, associado às baixas coberturas vacinais em vários municípios, permitiu a reintrodução do vírus em território nacional. Desde 2019, o número de casos de sarampo está em queda: despencando de 20.901 registros, no referido ano, a 41 casos, em 2022. O último caso foi confirmado em 5 junho de 2022, no Amapá.

    No início de maio, o país recebeu a visita da Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita na Região das Américas e do Secretariado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) com o objetivo de dar continuidade ao processo de recertificação do Brasil como livre da circulação de sarampo e com sustentabilidade da eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita (SRC).

    Ainda neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o aumento de casos da doença na Europa como “alarmante”. Foram mais de 58 mil infecções pelo vírus em 41 países ao longo de 2023, um aumento em relação aos últimos três anos.

    “Para que o Brasil possa continuar sem casos, é fundamental alcançar coberturas vacinais de, no mínimo, 95% de forma homogênea, visando a proteção da nossa população diante da possibilidade de ocorrência de casos importados do vírus e reduzindo assim o risco de introdução da doença. Além do que, garante a segurança até mesmo das pessoas que não podem se vacinar”, explica o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti.

    Ele destaca, ainda, a importância da continuidade da estratégia de microplanejamento que, em 2023, repassou R$151 milhões para estados e municípios. O método, que é recomendado pela OMS, consiste em diversas atividades com foco na realidade local e em fortalecer e ampliar o acesso da população à vacinação, durante todo o ano.

    Tríplice viral

    sarampo
    Quatro anos sem sarampo em Mato Grosso – CenárioMT

    A tríplice viral é uma das vacinas ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação, cujo esquema vacinal corresponde a duas doses para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, e uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Esse imunizante protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola – três doenças altamente infecciosas que podem causar sequelas graves e foram responsáveis por epidemias no passado. A cobertura da primeira dose dessa vacina aumentou de 80,7% em 2022 para 87% em 2023. Os dados de 2023 ainda são preliminares e podem subir, já que alguns estados têm bases próprias e as atualizações podem demorar a chegar à rede nacional.

  • Brasil pode retomar certificação de país livre de sarampo

    Brasil pode retomar certificação de país livre de sarampo

    O Brasil completou, nesta quarta-feira (5), dois anos sem casos autóctones, ou seja, com transmissão em território nacional, do sarampo. Com isso, o país poderá retomar a certificação de ‘livre de sarampo’. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde.

    A certificação de país livre do sarampo foi conquistada pelo Brasil em 2016. O intenso fluxo migratório de países vizinhos, a partir de 2018, especialmente da Venezuela, associado às baixas coberturas vacinais, reintroduziu o vírus em território nacional.

    Segundo Ministério da Saúde, desde 2019, no entanto, o número de casos de sarampo está em queda. Caiu de 20.901 registros, naquele ano, para 41 casos, em 2022. O último caso foi confirmado em 5 junho de 2022, no Amapá.

    “Para que o Brasil possa continuar sem casos, é fundamental alcançar coberturas vacinais de, no mínimo, 95% de forma homogênea, visando a proteção da nossa população diante da possibilidade de ocorrência de casos importados do vírus e reduzindo assim o risco de introdução da doença. Além do que, garante a segurança até mesmo das pessoas que não podem se vacinar”, afirma, em nota, o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti.

    No início de maio, o país recebeu a visita da Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita na Região das Américas e do Secretariado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) com o objetivo de dar continuidade ao processo de recertificação do Brasil como livre da circulação de sarampo e com sustentabilidade da eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita (SRC).

    Ainda neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o aumento de casos da doença na Europa como “alarmante”. Foram mais de 58 mil infecções pelo vírus em 41 países ao longo de 2023, um aumento em relação aos últimos três anos.

    Tríplice viral

    Disponível em unidades básicas de saúde, a tríplice viral é uma das vacinas ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação, cujo esquema vacinal corresponde a duas doses para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, e uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Esse imunizante protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola – três doenças altamente infecciosas que podem causar sequelas graves e foram responsáveis por epidemias no passado.

    A cobertura da primeira dose dessa vacina aumentou de 80,7% em 2022 para 87% em 2023, diz o Ministério da Saúde. Os dados de 2023 ainda são preliminares e podem subir, antecipou a pasta, já que alguns estados têm bases próprias e as atualizações podem demorar a chegar à rede nacional.

    Edição: Lílian Beraldo

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  • Surto de Sarampo: fique em alerta e saiba mais sobre a doença

    Surto de Sarampo: fique em alerta e saiba mais sobre a doença

    Com a escalada de casos de sarampo em todo o mundo, a população brasileira deve ficar em alerta para a prevenção da doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), grandes surtos da doença foram registrados em 32 países em 2022, número que subiu para 51 em 2023.

    No Brasil, o sarampo já esteve na lista das doenças erradicadas do território nacional, em 2016, quando chegou a receber o certificado de eliminação da enfermidade pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Três anos depois, o País perdeu esse status. Segundo o Ministério da Saúde, isto aconteceu porque houve reintrodução do vírus no território nacional e a confirmação de novos casos.

    Agora, uma das metas do Governo Federal é conseguir novamente essa certificação e eliminar a circulação dessa doença infecciosa grave que pode ser fatal, principalmente em crianças, além de causar complicações como pneumonia, encefalite, convulsões, e, em alguns casos, deixar danos cerebrais permanentes.

    Entenda abaixo os riscos, tratamentos e medidas preventivas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde para evitar a doença.

    O que é sarampo

    A transmissão acontece quando a pessoa com o vírus tosse, fala, espirra ou respira perto de outras
    A transmissão acontece quando a pessoa com o vírus tosse, fala, espirra ou respira perto de outras

    É uma doença infecciosa considerada grave, causada pelo vírus Morbillivirus. O grupo mais afetado é composto por crianças menores de cinco anos de idade e adultos maiores de 20, pessoas desnutridas ou imunossuprimidas. É considerada grave por conta das altas taxas de hospitalização e porque pode levar à morte. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

    Quais são os sintomas do sarampo

    Os principais sinais do sarampo são manchas vermelhas no corpo (exantema) e febre alta (acima de 38,5°), acompanhada de uma ou mais das seguintes características: tosse seca; irritação nos olhos (conjuntivite); nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso.

    De acordo com o Ministério da Saúde, em torno de três a cinco dias é comum aparecerem manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, espalham-se pelo restante do corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade.

    Em caso de suspeitas, a recomendação é procurar pela unidade de saúde mais próxima de sua residência.

    Quais são as formas de contágio do sarampo

    A transmissão acontece quando a pessoa com o vírus tosse, fala, espirra ou respira perto de outras. Isto porque as pequenas gotas de saliva contaminadas entram pelo organismo através das mucosas, especialmente do nariz e da boca.

    Como prevenir o sarampo

    A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é com a vacinação. Isto porque a pessoa com o vírus pode transmitir a doença antes mesmo de saber do diagnóstico. O período de transmissão pode ocorrer em até seis dias antes de os sintomas aparecerem, e até quatro dias depois. Após o contato com alguém doente, se houver contaminação, os sintomas podem aparecer entre sete e 18 dias.

    O Ministério da Saúde informa que os critérios de indicação da vacina são revisados periodicamente e levam em conta: características clínicas da doença, idade, adoecimento por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos. A imunização do sarampo está disponível em apresentações diferentes. Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

    Por ser uma doença de alta transmissibilidade, existem outras formas de evitar a propagação, entre elas, o isolamento de casos suspeitos e confirmados, principalmente, afastando-as temporariamente de pessoas mais vulneráveis à infecção, como crianças pequenas e mulheres grávidas.

    Além disso, para evitar a disseminação do vírus, é importante realizar a limpeza regular de superfícies; cobrir a boca ao tossir ou espirrar, usar lenços descartáveis e higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel.

    Quais são as vacinas contra sarampo disponíveis no SUS

    Os tipos de vacinas são a Dupla viral, que protege do vírus do sarampo e da rubéola e pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; Tríplice viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; e a Tetra viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela, a catapora.

    No Brasil, as três estão disponíveis gratuitamente no sistema público de saúde e são aplicadas no calendário regular do Plano Nacional de Imunização (PNI). Para tomar a vacina, basta procurar por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com um documento de identidade com foto e a carteirinha de vacinação.

    Como é feito o diagnóstico do sarampo

    O diagnóstico do sarampo pode ser clínico, isto é, por meio da análise dos sinais e dos sintomas, e por exame laboratorial, por sorologia (amostra de sangue), e biologia molecular (amostras de secreção de orofaringe, nasofaringe, urina).

    Como é o tratamentos do sarampo

    Não existe terapia específica para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. O Ministério da Saúde recomenda não fazer uso de nenhum medicamento sem orientação médica e procurar o serviço de saúde mais próximo.

    Usar antibióticos, por ser uma doença viral, é contraindicado, por exemplo. Exceto se houver indicação médica, caso haja outras infecções secundárias. É importante manter a hidratação, o suporte nutricional e monitorar a febre.

    Por que novos casos surgiram

    Segundo o Ministério da Saúde, é porque houve uma baixa na taxa de vacinação contra a doença. A queda ocorreu, em grande parte, pelas dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e pelo crescimento do movimento antivacina.

    Segundo a pasta, a vacinação é a melhor defesa contra o sarampo. Crianças não vacinadas contribuem para a disseminação da doença na comunidade, afetando também outros indivíduos mais vulneráveis, como bebês que ainda não podem se vacinar e pessoas imunossuprimidas (com algum tipo de deficiência imunológica).

    A eficiência do imunizante é reconhecida, comprovada e pode durar a vida toda. Vale lembrar que, ao longo da história, imunizantes conseguiram erradicar ou eliminar diversas doenças e salvar milhares de vidas. É a ciência trabalhando a favor da saúde.

    Por: Agência Gov, com informações do Ministério da Saúde
    Texto: Daniella Cambaúva

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  • Brasil deve recuperar em breve certificado de eliminação do sarampo

    Brasil deve recuperar em breve certificado de eliminação do sarampo

    O diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, disse neste sábado (9) que o Brasil deve recuperar, nos próximos meses, seu certificado de eliminação do sarampo. A afirmação foi feita durante seminário sobre vacinação na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro.

    “O Brasil já se encontra há um ano sem nenhum caso novo diagnosticado, o que nos permite também ter uma esperança muito grande de que, nos próximos meses. a comissão de verificação possa certificar novamente o país”, disse Barbosa.

    O Brasil recebeu certificado de eliminação do sarampo em 2016 da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas acabou perdendo em 2019, devido a um surto da doença.

    As Américas foram o primeiro continente a receber um certificado regional de eliminação da doença, mas surtos tanto no Brasil quanto na Venezuela, que também perdeu o documento em 2019, fizeram com que a certificação regional fosse suspensa em 2018, segundo Barbosa.

    Uma comissão da Opas verificou recentemente que a Venezuela interrompeu a transmissão da doença, faltando apenas o Brasil para que o continente possa novamente ser considerada região livre do sarampo.

    Cobertura vacinal

    O sarampo pode ser evitado com a imunização da população. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, que também participou do seminário, afirmou que, desde 2016, o Brasil enfrenta o fenômeno da hesitação vacinal, com campanhas de desinformação que fazem com que a população deixe de buscar a imunização e a cobertura vacinal caia.

    Segundo ela, no entanto, dados preliminares do Ministério da Saúde, que devem ser divulgados nos próximos dias, mostram que a cobertura vacinal no país voltou a aumentar este ano.

    “Temos clareza de que muito trabalho há que ser feito”, disse Nísia. “Nós instituímos uma plataforma, Saúde com Ciência, como estratégia de governo, interministerial, para esclarecer à população e também identificar práticas criminosas de desinformação, de disseminação de notícias falsas”.

    Segundo Jarbas Barbosa, os governos dos diversos países precisam monitorar, todos os dias, e desmistificar boatos que surgem contra as vacinas nas redes sociais.

    “As desinformações estão praticamente todos os dias nas redes sociais, então uma campanha de esclarecimento anual não tem muito papel. O que temos procurado é estimular os países a ter um monitoramento diário de redes sociais, de não deixar nenhum boato, rumor ou desinformação sem resposta apropriada, porque isso é como uma bola de neve, que vai crescendo. E, sem dúvida nenhuma, que vai fazer com que as pessoas percam a confiança na vacina”, disse ele.

    Para Barbosa, além de combater as notícias falsas, é preciso adotar outras medidas para ampliar o alcance da vacinação, como sensibilizar os profissionais de saúde, monitorar as coberturas vacinais e ampliar a oferta em alguns lugares.

    O diretor cita, por exemplo, a dificuldade de vacinar crianças em áreas violentas das grandes cidades. Ele destaca que é preciso ampliar o horário de atendimento em postos de vacinação, de modo que fique mais fácil para os trabalhadores levar os filhos para serem imunizados. Assim é possível evitar áreas de pouca imunização.

    “Precisamos identificar [a cobertura vacinal] bairro por bairro e não trabalhar com a média de cobertura de uma cidade. A média de cobertura de uma cidade como o Rio de Janeiro não nos conta nada. A média pode ser adequada, mas temos em várias áreas uma cobertura muito baixa. Então, precisamos ter novos sistemas analisar os dados, identificar as barreiras [para a vacinação] e adotar estratégias para superar essas barreiras”.

    Edição: Graça Adjuto
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  • Sarampo matava mais de 2,6 milhões por ano no mundo antes de vacinas

    Sarampo matava mais de 2,6 milhões por ano no mundo antes de vacinas

    Integrante da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações do Estado de São Paulo, Guido Levi conta que no início dos anos 2000 foi chamado por um grupo de residentes em uma enfermaria de doenças infecciosas em São Paulo. Os jovens médicos estavam intrigados que nenhum exame proposto havia detectado a causa de erupções cutâneas e febre alta que haviam levado uma criança à internação.

    04/09/2023, Guido Levi é integrante da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações do Estado de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Imunizações. Doenças eliminadas por vacinas matavam mais que guerras mundiais. Foto: Divulgação/SBIm
    Guido Levi aponta que, com vacinação, boa parte da população desconhece gravidade do sarampo – Divulgação/SBIM

    “Ninguém sabia o que era. Os residentes disseram que iam apresentar os exames pedidos, que ainda não tinham resultados positivos, e eu falei: ‘Gente, não precisa de exame nenhum. Isso é sarampo’. Eles ficaram muito desconfiados, porque nunca tinham visto sarampo”, lembra Guido Levi.

    O sucesso da imunização fez com que boa parte da população e até médicos esquecessem que o sarampo é uma doença grave e letal. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, que é a causa mais comum de morte por sarampo na infância. Além disso, cerca de umaem cada dezcrianças com sarampo desenvolvem uma otite aguda que pode resultar em perda auditiva permanente. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estima que, de 2000 a 2017, a vacinação contra o sarampo evitou cerca de 21,1 milhões de mortes, tornando a vacina um dos melhores investimentos em saúde pública.

    “O sarampo erauma das doenças mais graves que acometiam a infância e uma das que causavam maior mortalidade. Quando fui consultor do Hospital Infantil da Cruz Vermelha Brasileira, em São Paulo, no começo da década de 1980, metade do hospital era tomadapor crianças com sarampo, e com altíssima mortalidade”, lembra Guido Levi, que viu as vacinas transformarem esse cenário.

    A imunização conseguiu eliminar essa doença não apenas do Brasil, mas de todo o continente americano, o que foi reconhecido pela Opasem 27 de setembro de 2016. Na época, a organização lembrou que o sarampo chegou a matar 2,6 milhões de pessoas por ano no mundo antes da década de 1980. Para se ter uma ideia do que esse número representa, ele é maior do que o total de vítimas da covid-19 no primeiro ano de pandemia.

    Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo.
    Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo. Vacinação contra o sarampo no Brasil teve início em 1967- Marcelo Camargo/Agência Brasil

    A vacinação contra o sarampo no Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completa 50 anos em 2023,se dá por meio das vacinas tríplice viral e tetra viral. A primeira é aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida, e protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a segunda é indicada para os 15 meses de vida, com ao menos 30 dias de intervalo após a tríplice viral.

    Na tetra viral, além das três doenças da tríplice, a proteção inclui a varicela, causadora da catapora na infância e da herpes zoster na vida adulta. Quando a tetra não estiver disponível no posto, ela pode ser substituída por uma dose da tríplice viral e uma dose da vacina varicela monovalente.

    Risco permanente

    A coordenadora da Assessoria Clínica do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Lurdinha Maia, destaca que a percepção de que o sarampo é uma doença grave não pode se perder, porque somente a vacinação em altas coberturas pode impedir que o alto nível de mortalidade retorne.

    “A visão que se tem da gravidade de uma doença é muito importante. O sarampo não é uma doença trivial. A cada mil crianças, pode haver até 3 mortes. Pode haver encefalite, otite, pneumonia”, destaca ela. “Houve uma queda de 80% nas mortes por sarampo entre 2000 e 2017 no mundo. Em 2017, 85% das crianças do mundo receberam uma dose da vacina contra o sarampo no primeiro ano de vida. Mas uma única dose não interrompe a circulação e não dá a proteção necessária. E a gente precisa cumprir a meta de 95%.”

    O sarampo também é uma doença que pode causar sequelas severas. A superintendente de práticas assistenciais da AACD, Alice Rosa Ramos, cita que crianças e adultos podem permanecer com grandes comprometimentos visuais, auditivos, intelectuais e físicos após um quadro de sarampo.

    04/09/2023, Coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Lurdinha Maia. Doenças eliminadas por vacinas matavam mais que guerras mundiais. Foto: Bernardo Portella/ Fiocruz
    Lurdinha Maia alerta que apenas uma dose da vacina contra o sarampo não dá a proteção necessáriaBernardo Portella/ Fiocruz

    “São crianças que vão precisar ser cuidadas ao longo de toda vida. A pólio causa a paralisia flácida, que é o músculo atrofiado, mas molinho. Mas, tanto no sarampo como na meningite, a gente tem uma lesão cerebral. Ocorre um aumento do tônus muscular, causado por uma lesão central, com músculos muito tensos, que fazem a pessoa entrar em várias deformidades”, compara ela, que detalha: “Na visão, posso ter desde a baixa de visão até a cegueira total. Da mesma forma queno intelecto, que posso ter crianças que entendem um pouco ou que deixam de entender absolutamente tudo. E isso pode afetar um adulto também.”

    Prevenível há décadas

    A vacinação contra o sarampo no Brasil foi iniciada em 1967, e a prevenção contra a doença já fazia parte do primeiro calendário básico de imunização dos menores de 1 ano de idade, instituído dez anos depois. Altamente transmissível, essa virose levou quase 60 anos para ser considerada eliminada do país, com o sucesso da imunização, mas apenas dois anos de baixas coberturas vacinais permitiram que ela voltasse, em 2018. Para especialistas em vacinação, esse retorno é um exemplo concreto de que não se pode relaxar com a prevenção às doenças imunopreveníveis.

    Para a consultora da Opase ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, é necessário um trabalho forte de comunicação para que a população volte a reconhecer os riscos de não se vacinar e de não vacinar seus filhos.

    “Bastaram dois anos para o país ter surtos importantes, virar endêmico e perder a certificação de país livre do sarampo. É algo que pode acontecer com a pólio. Também podemos voltar a ter surtos de difteria, meningite, coqueluche. Apesar de não vermos mais essas doenças, se deixarmos de vacinar, elas voltarão a ser problemas de saúde pública.”

    Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo.
    Dia D de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo. Baixacoberturavacinal permitiu a volta do sarampo ao país- Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Os riscos que esse problema pode causar vão além do adoecimento das próprias pessoas infectadas por esses vírus e bactérias, explica Carla Domingues. Como a pandemia de covid-19 mostrou, surtos de uma doença forçam os serviços de saúde a destinar recursos humanos e físicos ao tratamento dela, o que pode prejudicar outros pacientes.

    “Se hoje nós temos leitos para cuidar de acidentes de trânsito e para cuidar de doenças não transmissíveis como câncer e diabetes, é porque a gente não tem mais esses leitos sendo utilizados para doenças imunopreveníveis. Se a gente voltar a ter surtos dessas doenças, teremos um esgotamento do serviço de saúde, como o exemplo que a gente acabou de ver com a covid-19, em que doenças deixaram de ser tratadas porque precisávamos tratar a covid-19.”

    Esquema de duas doses

    A vacinação contra o sarampo sofre de um problema comum a vacinas cujo esquema vacinal requer mais de uma dose: a baixa na adesão. Em 2018, quando o sarampo voltou a causar surtos no país, a primeira dose da tríplice viral havia chegado a 92% das crianças, perto da meta de 95%. A segunda dose, porém, teve uma cobertura de apenas 76%.

    A taxa de proteção era ainda pior na região amazônica, justamente onde o surto começou. No Amapá, apenas 64% receberam a segunda dose naquele ano, e, no Pará, o percentual foi de 60%.

    Brasília (DF) 31/08/2023 - Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi. Foto: Divulgação/SBIM
    Mônica Levi diz que é preciso haver homogeneidade na cobertura vacinal nas várias regiões do país- Divulgação/SBIM

    A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, reforça que, além de atingir a meta, é preciso garantir que o resultado seja homogêneo. Isto é: que todos os estados e municípios ao menos se aproximem do percentual desejado.

    “A gente não pode ter nichos localizados de não vacinados. Se não se põe tudo a perder. Tem que ter homogeneidade. Todos os locais têm que ter cobertura minimamente alta para que o país fique protegido”, argumenta ela, que explica que o vírus consegue furar o bloqueio e entrar se um grupo específico não estiver protegido. “Não é uma preocupação só com equidade social. É claro que isso é importante. Mas, se você largar um grupo para trás, a doença vai trazer riscos para todo mundo.”

    Ainda em 2019, o problema da falta de homogeneidade havia sido diagnosticado pelo Ministério da Saúde, que apontou que, dos 5.570 municípios brasileiros, 2.751 (49%) não atingiram a meta de cobertura vacinal contra o sarampo em 2018. No Pará, 83,3% dos municípios não haviam atingido a meta; em Roraima, 73,3%; e no Amazonas, 50%.

    Surto

    O surto de sarampo que teve início na região amazônica rapidamente se espalhou entre diversos estados. Em apenas um ano, o Brasil saltou de zero caso para mais de 10 mil, ainda concentrados principalmente no Amazonas, Roraima e Pará. No ano seguinte, 2019, o número de casos dobrou, para 20 mil. Naquele ano, São Paulo passou a ser o centro do surto de sarampo.

    Nos anos seguintes, o surto perdeu força, mas a doença continua a circular no país. Em 2020, foram confirmados 8.448 casos e, em 2021, 676. Apesar disso, o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), projeto da Fiocruze da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/UNIFASE), mostra que a doença causou em 2020 o maior número de vítimas infantis no Brasil em quase duas décadas: foram dez mortes abaixo dos 5 anos. Entre 2018 e 2021, o número de mortes nessa faixa etária chegoua 26.

    A coordenadora do Observa Infância, Patrícia Boccolini, ressalta que haver uma única morte por uma doença que já pode ser prevenida há tanto tempo já é uma tragédia.

    “Mortes infantis por sarampo podem ser evitadas com uma estratégia simples e consolidada no SUS: a vacinação”, aponta.

    “Isso tem que ser sempre lembrado para a população, porque essa nova geração que tem filhos agora é uma geração que não viu toda a gravidade do sarampo, da pólio e de outras doenças que já foram controladas pelas coberturas vacinais. Elas não têm essa percepção de risco, porque a grande maioria foi vacinada. Não vemos mais pessoas com sequelas nas ruas.”

    Patrícia Boccolini é coordenadora do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância/Fiocruz-Unifase). Foto: Arquivo Pessoal
    Patrícia Boccolini é coordenadora do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância/Fiocruz-Unifase). Foto: Arquivo Pessoal Para Patrícia Boccolini, país caminha para controlar novamente o sarampo- Arquivo pessoal

    A pesquisadora avalia que tudo indica que o país caminha para controlar novamente o sarampo. Em 2022, foram 44 casos confirmados da doença, e, em 2023, ainda não há novos registros de diagnósticos confirmados.

    “A gente está no caminho e tudo indica que houve um controle, porque não tivemos nenhum caso no ano de 2023. Porém, a gente continua ainda com baixas coberturas vacinais, apesar de todos os esforços do novo governo e da nova ministra. Isso é um sinal de alerta. Por mais que não esteja circulando, temos baixas coberturas e isso é um ambiente propício para um caso importado que possa chegar aqui. O sarampo é extremamente contagioso. Para a gente conseguir o nosso selo novamente de país livre do sarampo, temos que esperar um pouco mais para ver se a situação vai se manter.”

    Em entrevista exclusiva à Rádio Nacional, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, explicou que os surtos de sarampo que o Brasil voltou a registrar foram controlados, mas que o risco permanece enquanto a imunização não for recuperada.

    “Para a redução do risco em relação ao sarampo nós temos que alcançar a cobertura que o país já teve, de mais de 90%. O que temos que fazer nesse momento é levar a vacina para a população e sensibilizar para que ela seja aplicada.”

    arte tríplice viral

    *Colaborou Tâmara Freire, repórter da Rádio Nacional

     
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  • Sarampo: a doença foi erradicada? Veja mais sobre as principais informações

    Sarampo: a doença foi erradicada? Veja mais sobre as principais informações

    Você já teve ou conhece alguém que já pegou a doença do sarampo? Como já sabemos, essa é uma doença que tem vacina. Mas e se a gente te contar que essa doença pode ter sido erradicada ?

    Hoje, 20 de agosto, falaremos sobre essa doença que já afetou e matou mais de 200 mil pessoas até 2019. Portanto, para ficar sempre por dentro dos assuntos do momento e para se manter informado de tudo o que acontece a sua volta, fique conosco e continue lendo sobre o assunto.

    Doença sarampo foi erradicada? Veja mais sobre as principais informações
    Doença sarampo foi erradicada? Veja mais sobre as principais informações – freepik

    O que é o sarampo?

    O sarampo é uma infecção que ocorre através do vírus morbillivirus. Como já falamos em outros posts aqui em nosso blog sobre os vírus, eles agem como agentes infecciosos em nosso organismo, e precisa de uma célula para poder se reproduzir e espalhar sua infecção contra o nosso organismo.

    Desta maneira, com o sarampo também não é diferente, ele se espalha através do ar por gotículas. Os que devem ficar mais preocupados com essa infecção viral são as crianças. Sua prevenção se dá através de vacinas que a criança ainda toma quando criança. Dessa forma, caso um dia venha a pegar o sarampo, a vacina faz com que os sintomas sejam anulados e/ou reduzidos.

    Afinal, a doença foi erradicada?

    No Brasil, a vacina sempre foi um tratamento especifico contra o sarampo. Porém, devido à baixa taxa de infecção, em 2016 ela foi erradicada. Contudo, essa decisão de erradicar a doença no país fez com que as vacinas fossem diminuídas. Essa diminuição colaborou também com o aumento de casos de sarampo em todo o território.

    Com os aumentos frequentes de casos o em todo o Brasil novamente, com vários registros de casos e de mortes, em 2018, a doença voltou a ser considerada com um estado alarmante novamente.

    O nosso país sempre se mostrou um exemplo na prevenção contra doenças, e principalmente no quesito de vacinas. Contudo, podemos ver a importância que as vacinas tem na nossa vida. Desta maneira, esperamos poder ter ajudado você a entender mais sobre este assunto do sarampo que vem surgindo e ficando a tona novamente a cada dia. Agradecemos pela sua leitura e até breve em nosso blog!

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