Tag: safra

  • Aprosoja-MT avalia expectativas de safra nos EUA e alerta para aumento de produção

    Aprosoja-MT avalia expectativas de safra nos EUA e alerta para aumento de produção

    O vice-presidente Sul da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Ferri, concluiu recentemente uma extensa visita ao “Cinturão do Milho” nos Estados Unidos para avaliar as condições das lavouras de soja e milho. Segundo Ferri, as lavouras americanas estão em boas condições, embora enfrentem alguns problemas pontuais devido ao excesso de chuvas.

    Durante uma live realizada em 28 de agosto, Fernando Ferri, o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, e o analista de mercado da Pátria Agronegócios, Mateus Pereira, discutiram as expectativas para a safra de grãos americana. A previsão é de uma “safra cheia” ou até mesmo superior às estimativas atuais, refletindo um aumento significativo na produção.

    “Nós viemos no ano passado, que era um ano ruim com muita expectativa do produtor, mas este ano está melhor. O importante para nós é passar a realidade para o produtor, sem vender ilusões de uma reação nos preços em um cenário de aumento de oferta”, comentou Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja-MT.

    Fernando Ferri, que também coordena a Comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja-MT, destacou que os desafios enfrentados pelos agricultores americanos são semelhantes aos dos brasileiros, especialmente no que diz respeito ao aumento de custos e à redução das margens de lucro. Estes fatores têm desmotivado alguns produtores a continuarem na atividade.

    Durante sua viagem, Ferri percorreu cerca de 8 mil km por 14 estados dos EUA como parte da 3ª temporada da série América Clima e Mercado. Ele observou que uma das regiões de maior preocupação é Dakota do Sul, onde os agricultores temem que o frio precoce prejudique o enchimento dos grãos e a colheita, já que algumas lavouras foram plantadas 30 dias após o início da janela de plantio.

    “A safra americana está indo bem, mas com problemas pontuais. O mercado já prevê uma super safra, com estimativas de aumento de cerca de 10% em relação ao ano passado, o que é um consenso entre os produtores”, afirmou Ferri.

    O analista Mateus Pereira destacou que a colheita do milho e da soja nos Estados Unidos deve começar nas próximas semanas e que o mercado já está precificando uma produção de cerca de 130 milhões de toneladas de soja. “O mercado já espera novos aumentos de produção no próximo relatório do USDA, em setembro, com uma possível correção que pode se aproximar das 130 milhões de toneladas. Não há expectativas de quebra de safra nos Estados Unidos”, afirmou Pereira.

    A análise da Aprosoja-MT serve como um alerta para os produtores brasileiros, indicando que o aumento da oferta americana pode impactar os preços globais, reforçando a necessidade de planejamento e gestão eficientes no setor agrícola.

  • Colheita de algodão em Mato Grosso atinge 74,19% da área na safra 2023/24

    Colheita de algodão em Mato Grosso atinge 74,19% da área na safra 2023/24

    A colheita do algodão da safra 2023/24 em Mato Grosso alcançou 74,19% da área total projetada para o ciclo até a última sexta-feira, 23 de agosto. Na última semana, os trabalhos no campo avançaram 16,84 pontos percentuais, registrando o maior progresso semanal até o momento. Este ritmo mais acelerado é atribuído às condições climáticas favoráveis que prevaleceram ao longo da semana passada, facilitando as operações de colheita.

    No entanto, ao comparar com o mesmo período da safra 2022/23, observa-se um atraso de 1,74 ponto percentual, além de estar 13,20 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos. Esse atraso é resultado do prolongamento do ciclo do algodão, uma consequência dos volumes de chuvas registrados no final de abril, que impactaram o desenvolvimento das lavouras.

    Entre as regiões do estado, a região Nordeste lidera a colheita com 83,34% da sua área estimada já colhida.

    De acordo com o NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA), para a próxima semana, não há previsões de anomalias de chuvas em Mato Grosso. Entretanto, a frente fria registrada em algumas regiões do estado no último final de semana é um ponto de atenção. A maior umidade pode comprometer o andamento das atividades de colheita no campo, exigindo cautela por parte dos produtores.

    A continuidade das condições climáticas favoráveis será crucial para o avanço da colheita e para tentar recuperar o atraso registrado em relação aos anos anteriores.

  • Preços do trigo no Rio Grande do Sul alcançam patamares recordes em julho

    Preços do trigo no Rio Grande do Sul alcançam patamares recordes em julho

    Os preços do trigo registraram uma alta expressiva em julho, com destaque para o estado do Rio Grande do Sul, que apresentou a maior média mensal desde dezembro de 2022 em termos reais, conforme dados do IGP-DI de junho de 2024. Segundo análises realizadas por pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse aumento nos preços é resultado de uma combinação de fatores, incluindo um baixo excedente de trigo de boa qualidade disponível no mercado e condições de seca que prevaleceram durante grande parte do mês.

    O aumento do preço do trigo no Rio Grande do Sul tem sido impulsionado principalmente pela escassez de cereais de alta qualidade. Durante julho, a falta de umidade no solo foi um fator crítico que contribuiu para a redução da oferta do produto, resultando em preços mais elevados no mercado. A média de preço do trigo no estado alcançou R$ 1.468,41 por tonelada, representando um aumento de 3,3% em relação a junho e uma valorização de 8,3% em comparação a julho de 2023, em termos reais.

    Essa valorização no mercado gaúcho reflete uma tendência observada em outras regiões produtoras do país, onde o trigo de boa qualidade está se tornando cada vez mais escasso. Com a demanda persistente e a oferta limitada, os produtores têm aproveitado para negociar o cereal a preços mais vantajosos, o que tem alimentado a espiral ascendente dos preços.

    Interrupção da tendência de alta

    Contudo, a tendência de aumento nos preços foi interrompida na última semana de julho devido à ocorrência de chuvas nas principais áreas produtoras do Rio Grande do Sul. As precipitações aliviaram parcialmente as condições de seca, o que pode ter contribuído para uma estabilização temporária nos preços do cereal. A umidade adicional pode melhorar a qualidade das safras, aumentando a oferta e reduzindo a pressão sobre os preços.

    Ainda assim, as condições meteorológicas continuam a desempenhar um papel crucial no mercado do trigo. A previsibilidade das chuvas e o impacto delas sobre o solo podem determinar se a recente queda nos preços será uma pausa temporária ou o início de uma correção mais ampla no mercado.

    Perspectivas de mercado

    Os especialistas do Cepea apontam que, apesar da recente interrupção na alta, o mercado do trigo continua sensível a diversas variáveis. Além das condições climáticas, a dinâmica de oferta e demanda no mercado internacional pode influenciar os preços locais. Fatores como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que afetaram significativamente as exportações de trigo da região, continuam a ter um impacto potencial nos preços globais, o que, por sua vez, pode repercutir no mercado brasileiro.

    A expectativa é que, se a umidade do solo se mantiver e a qualidade do trigo melhorar, o mercado possa experimentar uma estabilização nos preços nas próximas semanas. No entanto, a cautela permanece, pois oscilações nos preços internacionais ou condições climáticas adversas podem alterar rapidamente o cenário atual.

    Impacto para produtores e consumidores

    Para os produtores, o recente aumento nos preços pode representar uma oportunidade para capitalizar sobre a escassez de oferta, negociando o trigo a valores mais elevados. No entanto, eles também enfrentam o desafio de garantir que suas safras atendam aos padrões de qualidade exigidos pelo mercado, especialmente diante de condições climáticas voláteis.

    Para os consumidores, o impacto dos preços mais altos do trigo pode se traduzir em custos elevados para produtos derivados, como farinha e pães. Isso levanta preocupações sobre a inflação nos preços dos alimentos, um problema que afeta diretamente o poder de compra das famílias brasileiras.

    O comportamento do mercado de trigo no Rio Grande do Sul em julho reflete uma complexa interação entre oferta limitada, qualidade do produto, e fatores climáticos. Com a chegada das chuvas e uma potencial estabilização nos preços, o mercado permanece em um estado de observação cuidadosa por parte de produtores e analistas. A capacidade dos agricultores de adaptar suas estratégias às mudanças nas condições do mercado será crucial para determinar o curso futuro dos preços do trigo no estado e no país como um todo.

  • Cotações da soja caem com oferta elevada e expectativas de safra volumosa

    Cotações da soja caem com oferta elevada e expectativas de safra volumosa

    As cotações da soja sofreram queda na última semana, refletindo a oferta elevada da safra 2023/24 na América do Sul e as expectativas de uma temporada volumosa para 2024/25 no Hemisfério Norte. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), esses fatores têm exercido pressão sobre os preços do grão, levando sojicultores brasileiros a adotar uma postura mais cautelosa nas negociações de grandes volumes no mercado spot nacional. Além disso, a forte volatilidade cambial registrada nos últimos dias tem sido monitorada de perto pelos produtores, uma vez que pode influenciar as vendas nos próximos meses.

    A atual pressão nos preços está intimamente ligada ao aumento da oferta na América do Sul, especialmente no Brasil e na Argentina, que são grandes produtores globais de soja. Essa oferta elevada tem contribuído para um cenário de sobreabastecimento no mercado, o que naturalmente força uma redução nas cotações.

    Além disso, as expectativas de uma safra volumosa no Hemisfério Norte, principalmente nos Estados Unidos, na temporada 2024/25, intensificam ainda mais a pressão sobre os preços. Caso essas projeções se concretizem, a disponibilidade de soja no mercado global pode aumentar significativamente, aumentando a competição entre os exportadores.

    Impacto nos preços nacionais

    A reticência dos sojicultores brasileiros em negociar grandes volumes é um reflexo direto das oscilações no mercado. Muitos estão preferindo esperar por um cenário mais favorável para vender suas colheitas, especialmente devido à recente volatilidade cambial que tem afetado o real. Um câmbio instável pode criar incertezas nos preços de exportação, fazendo com que os produtores fiquem em estado de alerta antes de fechar negócios substanciais.

    Conforme os dados do Cepea, a média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá foi de R$ 138,09 por saca de 60 kg em julho. Este valor é 0,6% inferior ao do mês anterior e 9% abaixo do registrado em julho de 2023, quando ajustado pela inflação com base no IGP-DI de junho de 2024. De forma semelhante, o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná registrou queda de 0,4% no comparativo mensal e de 5,9% no anual, situando-se em R$ 133,07 por saca de 60 kg.

    Volatilidade cambial

    A volatilidade cambial é outro fator crucial que tem impactado as decisões dos sojicultores. Com o real sofrendo flutuações significativas frente ao dólar, muitos produtores estão receosos quanto ao impacto dessas variações nos preços de exportação. O dólar mais forte pode tornar a soja brasileira mais competitiva no mercado internacional, mas também pode criar instabilidade no planejamento financeiro dos agricultores.

    Perspectivas futuras

    Embora as cotações da soja estejam em baixa atualmente, há uma expectativa de que a situação possa mudar nos próximos meses, dependendo do comportamento do mercado global e das condições climáticas que afetarão as colheitas no Hemisfério Norte. A volatilidade cambial também continuará a ser um fator chave a ser monitorado, já que flutuações na taxa de câmbio podem rapidamente alterar as estratégias de venda dos sojicultores.

    A combinação desses elementos pode resultar em uma maior cautela por parte dos produtores brasileiros ao planejar suas estratégias de comercialização para o restante do ano. No entanto, se as condições de mercado se estabilizarem, pode haver uma retomada nas vendas, especialmente se a demanda global por soja se mantiver robusta.

    Em resumo, o cenário atual para a soja no Brasil é de incerteza, com os produtores adotando uma postura de espera devido à pressão da oferta elevada, expectativas de safras volumosas no exterior e volatilidade cambial. Resta acompanhar os desdobramentos desses fatores nos próximos meses para entender como eles impactarão o mercado de soja e as decisões de comercialização dos agricultores brasileiros.

  • Colheita de milho avança, mas comercialização segue lenta no mercado

    Colheita de milho avança, mas comercialização segue lenta no mercado

    A colheita do milho de segunda safra está avançando rapidamente, superando o ritmo da temporada anterior. No entanto, a comercialização do cereal no mercado spot está lenta. Segundo pesquisadores do Cepea, os consumidores estão priorizando o recebimento de milho negociado antecipadamente ou adquirindo apenas lotes pontuais para o curto prazo. Desde o início de julho, as compras estão reduzidas.

    Nos principais estados produtores de segunda safra, Mato Grosso e Paraná, a colheita já ultrapassa a metade das respectivas áreas. Este progresso acelerado da colheita, combinado com uma produção elevada, contribui para um aumento na necessidade de venda por parte dos produtores. Este cenário é agravado pela demanda internacional enfraquecida e pelo déficit nacional de armazenagem.

    Com o baixo ritmo de negócios no mercado spot e a necessidade urgente de venda dos produtores, os preços do milho continuam em queda. A combinação de alta oferta, demanda reduzida e problemas de armazenamento está pressionando os preços para baixo.

    Perspectivas para o Setor

    Os produtores devem se preparar para um cenário de preços baixos e considerar estratégias alternativas para gerenciar a produção e a comercialização do milho. A busca por novos mercados e o fortalecimento de estruturas de armazenagem podem ser medidas importantes para mitigar os efeitos negativos do atual cenário de mercado.

    A contínua monitorização das tendências de mercado e a adaptação às mudanças na demanda serão cruciais para os produtores navegarem com sucesso pelas complexidades da atual temporada de colheita e comercialização do milho.

  • Alta nos fertilizantes eleva custeio da soja em MT para safra 2024/2025

    Alta nos fertilizantes eleva custeio da soja em MT para safra 2024/2025

    Segundo o Acompanhamento dos Custos das Produções Agropecuárias, a estimativa do custeio da soja para a safra 2024/2025 em Mato Grosso, em junho de 2024, alcançou R$ 3.983,89 por hectare, um aumento de 0,54% em relação ao mês anterior. Esse incremento nas despesas é atribuído principalmente ao aumento nos preços dos fertilizantes e corretivos no estado, especialmente dos macronutrientes, que registraram uma alta de 1,31% em comparação a maio de 2024.

    Além disso, o Custo Operacional Efetivo (COE) também apresentou um incremento de 0,44% em relação ao mês anterior, estimado em R$ 5.511,79 por hectare. Diante desse cenário, para que os produtores consigam cobrir o COE, deverão negociar sua produção a, no mínimo, R$ 95,08 por saca, ou produzir pelo menos 52,96 sacas por hectare na temporada.

    Apesar desses aumentos nos custos, a estimativa de produtividade da safra 2024/2025 e o preço médio negociado na comercialização até o momento estão acima do ponto de equilíbrio necessário para cobrir o COE. No entanto, quando comparado ao Custo Operacional Total (COT) e ao Custo Total (CT), o cenário se apresenta mais desafiador, ressaltando a necessidade de monitoramento contínuo e estratégias eficientes de gestão de custos pelos produtores.

  • Valorização do dólar impulsiona cotações do algodão em Mato Grosso

    Valorização do dólar impulsiona cotações do algodão em Mato Grosso

    Em junho de 2024, a valorização do dólar impulsionou o aumento das cotações do algodão, refletindo no avanço das negociações da pluma mato-grossense. De acordo com o Imea, a comercialização da pluma da safra 2023/24 atingiu 63,92% da produção total projetada, um avanço de 3,07 pontos percentuais em junho de 2024 em relação a maio. O preço médio negociado no mês fechou em R$ 132,36 por arroba, uma elevação de 0,86% no comparativo mensal.

    No que tange à safra 2024/25, as negociações da pluma, em junho de 2024, alcançaram 18,57% da produção estimada, um avanço de 4,74 pontos percentuais em relação ao último relatório, com preço médio de R$ 135,85 por arroba, um aumento de 7,70% ante maio de 2024. No entanto, apesar dos progressos significativos nas vendas, elas ainda estão atrasadas em comparação à safra passada e à média dos últimos cinco anos. Apesar do aumento nas cotações do algodão, os preços continuam em baixos patamares. Com a maior oferta de pluma no estado, devido à colheita da safra 2023/24, os preços tendem a exibir uma tendência baixista, o que pode limitar novas vendas neste período.

    Os escoamentos mensais da pluma brasileira, da safra 2022/23, continuam apresentando recordes. De acordo com a Secex, em junho de 2024, o país escoou 160,41 mil toneladas da fibra, uma alta de 59,22% ante o antigo recorde do mês de junho de 2021. Mato Grosso foi responsável por 69,31% dos envios de junho de 2024, exportando 111,19 mil toneladas. O estado tem sido fundamental para o maior volume de pluma enviado ao mercado externo, uma vez que é o principal produtor de algodão do país.

    No acumulado da safra até o momento (agosto de 2023 a junho de 2024), Mato Grosso já escoou 1,59 milhão de toneladas, um aumento de 74,44% em relação ao mesmo período da safra 2021/22. Se o ritmo aquecido dos embarques permanecer em julho de 2024, o qual é o último mês do ciclo de envios da pluma da safra 2022/23, o volume da fibra exportado poderá ser o maior da série histórica, superando o recorde da safra 2019/20, que foi de 1,64 milhão de toneladas.

  • Clima impacta segunda safra de milho e algodão em Lucas do Rio Verde

    Clima impacta segunda safra de milho e algodão em Lucas do Rio Verde

    A segunda safra de milho e algodão na região de Lucas do Rio Verde enfrentou desafios consideráveis devido às condições climáticas adversas durante o desenvolvimento da cultura. Os produtores que semearam milho enfrentaram um período de estiagem no mês de março, enquanto os que plantaram algodão encararam um período de chuvas mais intenso no início de abril.

    Diretor de pesquisa da Fundação Rio Verde, Fábio Pittelkow, analisou os problemas em

    frentados pelos produtores rurais nesta temporada. De acordo com Pittelkow, a segunda safra de milho sofreu uma estiagem prolongada em março, prejudicando significativamente as lavouras.

    “Este ano tivemos em março um período de estiagem um pouco prolongada que afetou diretamente as nossas lavouras de milho no campo,” explicou Pittelkow.

    A falta de chuvas durante um período crítico do desenvolvimento do milho levou a uma estimativa de colheita de aproximadamente 20 sacos a menos por hectare em comparação com a safra anterior.

    Além das condições climáticas, o diretor mencionou que alguns produtores reduziram o investimento em adubação e sementes, o que também impactou negativamente a produtividade, devido ao preço do grão.

    A colheita do milho está em andamento, com resultados variados e alguns casos de perdas na qualidade dos grãos (avariados).

    A safra de algodão também não escapou dos efeitos climáticos adversos. Após o período de estiagem, houve cerca de quinze dias de chuvas intensas no final de março e início de abril, que causaram prejuízos adicionais à cultura do algodão.

    “Para a cultura do algodão nós tivemos uns quinze dias de muita chuva contínua que também acarretou em prejuízo na cultura do algodão,” afirmou Pittelkow.

    Diferente do milho, onde a colheita está adiantada, a colheita do algodão na região de Lucas do Rio Verde está ainda começando nas variedades mais precoces.

    As chuvas no final de março e início de abril atrasaram o desenvolvimento das plantas, com apodrecimento de maças no baixeiro abortamentos no terço médio da planta, levando muitos produtores a prolongar o ciclo da planta para garantir uma produção melhor no ponteiro da planta. Com isso, a colheita de algodão está prevista para se estender mais do que o usual.

    As estimativas iniciais apontam para uma queda na produtividade tanto para o milho quanto para o algodão nesta safra. Apesar dos desafios, os produtores estão avançando com a colheita do milho e se preparando para a colheita do algodão.

    “As estimativas apontam realmente pra colhermos menos milho e menos algodão em relação ao ciclo anterior. Mas seguimos firmes nos preparativos pra colheita e já planejando e pensando no próximo ciclo de soja,” concluiu Pittelkow.

    A Fundação Rio Verde continua a monitorar a situação e a fornecer suporte aos agricultores, buscando estratégias para mitigar os impactos climáticos e otimizar a produtividade nas próximas safras.

  • Quantidade de saca de soja para saldar o COE na safra 23/24 supera 22/23

    Quantidade de saca de soja para saldar o COE na safra 23/24 supera 22/23

    As condições climáticas adversas protagonizaram diferentes resultados no bolso dos produtores rurais na safra
    2023/24. Além da queda nos preços médios de negociação dos grãos, a diminuição da produtividade reforçou o
    efeito negativo sobre a rentabilidade de agricultores de importantes regiões produtoras do Brasil.

    Diante disso, o planejamento da safra 2024/25 se tornou fundamental para que estes produtores consigam
    recuperar o saldo negativo da temporada anterior. Assim, a partir dos coeficientes técnicos levantados por meio
    do projeto Campo Futuro da safra 2022/23, estimou-se o orçamento para a produção de soja da tecnologia
    tolerante ao herbicida glifosato e resistente à lagarta, com base nos valores médios dos insumos de janeiro a
    março de 2024 para as regiões de Sorriso (MT), Rio Verde (GO), Dourados (MS), Cascavel (PR) e Carazinho (RS).

    Já para a venda, foram considerados o valor médio de abril de 2024 de contrato futuro na bolsa de Chicago
    (vencimento Março/25) e o prêmio de exportação do grão para embarque também em março de 2025. A taxa de
    cambio assumida para a análise foi de R$ 5,10 por dólar norte-americano.

    Os resultados econômicos mostraram que a quantidade de sacas de soja necessária para saldar o custo
    operacional efetivo (COE) foi estimada em 53,7 sacas por hectare em Sorriso; e, para saldar o custo total (CT),
    seriam necessárias 73,6 sacas de soja por hectare. Ressalta-se quea produtividade média das últimas cinco safras
    (de 2018/19 a 2022/23) foi de 57,8 sacas/ha. Para as regiões de Cascavel, Carazinho e Rio Verde, as quantidades
    de sacas de soja para saldar o COE ficaram, respectivamente, em 40,7 sacas/ha, 42,5 sacas/ha e 44,9 sacas/ha,
    enquanto que, para liquidar o CT, seriam necessárias 76,2 sacas/ha, 72,8 sacas/ha e 65,3 sacas/ha, na mesma
    ordem.

    Embora os preços de importantes itens que estruturam o custo de produção tenham registrado caído na safra
    2024/25 projetada – como defensivos agrícolas e fertilizantes, que se desvalorizaram 21% e 9%,
    respectivamente, em relação a estimativa de 2023/24 –, valor da soja caiu com mais intensidade. Diante disso, o
    poder de compra do produtor se deteriorou na safra 2024/25 quando se comparada com a média das últimas
    cinco temporadas.

    Cálculos do Cepea mostram que a quantidade média de soja para saldar o COE ficou em 43,8 sacas/ha nas
    últimas cinco safras, aproximadamente 10 sacas a menos do estimado para o primeiro trimestre de 2024. Esse
    cenário é verificado em todas as praças analisadas. Assim, em Cascavel, sojicultores precisariam, no primeiro
    trimestre de 2024, de 7,7 sacas/ha a mais que a média das últimas cinco safras para conseguir saldar o COE; em
    Rio Verde, seriam necessárias 6,5 sacas/ha a mais; em Carazinho, 5,8 sacas/ha; e, em Dourados, 4 sacas/ha.

  • Colheita em Mato Grosso: desafios na armazenagem persistem apesar de aumentos na capacidade estática

    Colheita em Mato Grosso: desafios na armazenagem persistem apesar de aumentos na capacidade estática

    Com a colheita a todo vapor em Mato Grosso, as atenções se voltam para os desafios de armazenagem no estado. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a capacidade estática para a safra 2023/2024 está em 49,94 milhões de toneladas, representando um aumento de 7,92% em relação à safra 2022/2023.

    No entanto, quando analisada a estimativa de produção, é esperado que Mato Grosso produza 84,90 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2023/2024, o que representa uma redução de 12,68% em comparação à temporada passada. Com isso, o déficit de armazenagem está projetado em 34,96 milhões de toneladas, uma redução de 32,98% em relação ao ciclo anterior.

    Apesar da diminuição no déficit, Mato Grosso ainda enfrenta uma grande deficiência na capacidade de armazenagem. Mesmo com o avanço da comercialização da soja na temporada 2023/2024, observada no último mês de maio, as vendas de milho estão atrasadas em 7,22 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ciclo 2022/2023. Isso pode indicar um volume maior de milho estocado, aumentando a pressão sobre a capacidade de armazenamento.

    Investimentos em silos bags têm sido realizados nas últimas duas safras como uma solução temporária para armazenagem. No entanto, o cenário atual reforça as dificuldades que os produtores enfrentam com a armazenagem em Mato Grosso, evidenciando a necessidade contínua de melhorias e investimentos na infraestrutura de armazenamento para atender à demanda crescente e minimizar perdas na produção.