Tag: safra

  • Primeira projeção para a soja 2025/26 em Mato Grosso aponta redução de custos, mas mercado sofre desvalorizações

    Primeira projeção para a soja 2025/26 em Mato Grosso aponta redução de custos, mas mercado sofre desvalorizações

    O Projeto Custo de Produção Agropecuária de Mato Grosso (CPA-MT) divulgou, em novembro, a primeira estimativa de custos para a soja na safra 2025/26. O levantamento traz relatório financeiro aos produtores, com um cenário de redução geral nos custos operacionais, mas também reflete o impacto de um mercado global que segue.

    O custeio da safra 2025/26 foi estimado em R$ 3.816,14 por hectare , registrando uma redução de 3,87% em comparação à safra anterior. Esse recuo é destacado, principalmente, ao corte nos pacotes tecnológicos usados, como sementes, que tiveram uma queda de 20,05% no custo, e defensivos agrícolas, com redução de 5,20%.

    No âmbito do Custo Operacional Efetivo (COE) , o valor projetado foi de R$ 5.380,63 por hectare , uma redução de 2,08%. O Custo Operacional Total , que inclui depreciações e outros itens, ficou em R$ 6.004,35 por hectare , 1,55% menor que na safra 2024/25.

    Apesar dessas quedas, o Custo Total da safra 2025/26 apresentou um aumento de nível de 0,39%, atingindo R$ 7.138,78 por hectare . Esse incremento foi influenciado pelo aumento do custo de oportunidade relacionado à terra e aos benefícios, evidenciando um impacto estrutural que segue pressionando a rentabilidade dos produtores.

    Mercado internacional e nacional em retração

    Enquanto os custos mostram sinais de redução, o mercado da soja enfrenta desafios importantes. Na bolsa de Chicago, os preços registraram uma desvalorização de 1,57% em relação à semana anterior. O cenário é reflexo do clima favorável aos trabalhos brasileiros, que mantém as expectativas de safra elevada, e do ritmo de comercialização global.

    A paridade para o contrato de março de 2025 também sofreu impacto, com redução de 3,50%, influenciada pela queda no preço do prêmio nos portos de Santos. Já no mercado interno, o indicador Imea-MT para a soja apresentou baixa de 1,19%, fechando a semana com uma média de R$ 139,45 por saca de 60 kg .

    Impactos e perspectivas

    As perspectivas de custos menores são um alento para os sojicultores de Mato Grosso, especialmente em um contexto de desvalorização do produto no mercado interno e externo. Contudo, o aumento no custo total, puxado pelo custo de oportunidade da terra, reforça que a rentabilidade depende não apenas de ajustes nos gastos com insumos, mas também da recuperação dos preços de venda.

    O desafio para 2025/26 será equilibrar a eficiência produtiva com a volatilidade do mercado, considerando especialmente o impacto das decisões globais de compra e o avanço da safra nos principais países concorrentes. Para os produtores, a estratégia deve ser cautelosa, priorizando a gestão de riscos para garantir a competitividade em um mercado cada vez mais solicitada.

  • Safra atual de soja se assemelha ao ciclo produtivo 2020/21 e preocupa os produtores

    Safra atual de soja se assemelha ao ciclo produtivo 2020/21 e preocupa os produtores

    De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a semeadura de soja, que vinha atrasada até o final da segunda quinzena de outubro, foi acelerada graças ao intenso trabalho dos produtores, que, em apenas uma semana, ampliaram a área plantada no estado de 8,8% para mais de 25%. Esse avanço reflete a preocupação com a janela para o milho da próxima safra, já que um plantio tardio de soja pode comprometer o milho ao empurrá-lo para uma janela de menor produtividade em março, retirando extensas áreas da recomendação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e, consequentemente, da cobertura do seguro em caso de sinistro.

    A evolução vertiginosa do plantio, embora positiva para reduzir os riscos para o milho, traz preocupações devido ao impacto do fenômeno La Niña, que deve favorecer períodos de elevada umidade em todas as regiões do estado. De acordo com previsões da National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA, são esperados grandes volumes de chuva em janeiro e fevereiro do próximo ano, meses críticos para a colheita da oleaginosa. Esse cenário acende a luz amarela para os produtores, que poderão enfrentar desafios similares ao ciclo de 2020/21, quando as condições climáticas severas prejudicaram a colheita em diversas regiões do estado.

    Segundo estudo do IMEA, entre a segunda quinzena de outubro e a primeira semana de novembro, os produtores de Mato Grosso deverão concentrar mais de 83% da semeadura, superando o recorde de velocidade de plantio da safra 2020/21, que teve 80% da área plantada no mesmo período. Entretanto, a previsão de chuvas intensas para a colheita faz com que ambas as safras apresentem paralelo crítico, com a expectativa de que metade da área total seja colhida em apenas três semanas, entre a segunda quinzena de fevereiro e o início de março.

    “O cenário caótico de 2020 é um precedente alarmante. Naquela ocasião, safras inteiras foram perdidas no campo, filas se formaram nas tradings e cerealistas, e cargas apodreceram nos caminhões. Além disso, descontos de qualidade aplicados pelos adquirentes, alguns deles  sem transparência contratual, chegaram a 90% em casos extremos”, afirma o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol.

    Frente a essa realidade, a Aprosoja MT alerta as tradings sobre a importância de antecipar o planejamento e investir na capacidade de recebimento, incluindo a extensão de turnos para garantir fluidez no processo, evitando que o trabalho árduo dos produtores se perca em virtude de gargalos nessa fase. A entidade também orienta seus associados a tomarem precauções e ficarem atentos com os descontos de qualidade aplicados pelos compradores, reforçando que, em caso de necessidade, o produtor pode recorrer ao Programa Classificador Legal, que disponibiliza gratuitamente mediadores habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

  • Novembro terá chuvas e calor em excesso em algumas regiões do país

    Novembro terá chuvas e calor em excesso em algumas regiões do país

    Iniciado nesta sexta-feira (1º), o mês de novembro terá chuvas acima da média em grande parte da região Sudeste, Goiás, centro-leste do Mato Grosso, Acre, Roraima, noroeste e sudeste do Amazonas. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

    Já o Rio Grande do Sul terá precipitação na faixa normal, com algumas localidades acima da média.

    Para grande parte da região Nordeste, centro-norte do Pará, Amapá, Roraima, bem como no sudoeste do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, são previstas chuvas próximas e abaixo da média do mês.

    Soja

    O Inmet estima que essa pouca chuva para o nordeste da região amazônica e parte significativa da região Nordeste pode dificultar o plantio de soja com a redução dos níveis de umidade no solo, principalmente na região que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba.

    A previsão do clima para as regiões Centro-Oeste e Sudeste neste 11º mês do ano é de chuvas mais regulares que devem favorecer o plantio e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

    Em grande parte da região Sul, haverá chuvas próximas à média histórica e os níveis de umidade no solo permanecerão elevados, podendo beneficiar os cultivos de inverno – na fase de enchimento de grãos e o desenvolvimento da safra 2024/2025.

    Temperaturas

    As informações meteorológicas do Inmet indicam, ainda, que as temperaturas deverão ser acima da média em grande parte do país.

    Especificamente em áreas do norte das regiões Norte e Nordeste, dias de calor em excesso podem ter temperaturas médias acima dos 28 graus celsius (ºC).

    Mas, em localidades do leste da região Sudeste e região Sul, por causa da ocorrência de dias consecutivos com chuva, as temperaturas ficarão próximas ou ligeiramente abaixo da média.

  • Demanda aquecida e proximidade do fim da safra elevam preço do etanol

    Demanda aquecida e proximidade do fim da safra elevam preço do etanol

    O preço do etanol hidratado registrado alta no mercado spot de São Paulo entre os dias 21 e 25 de outubro, impulsionado pela demanda crescente e pela postura firme dos vendedores. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Indicador CEPEA/ESALQ fechou na semana com o etanol cotado a R$ 2,5598 por litro (sem ICMS e PIS/Cofins), o que representa um aumento de 0,31% em relação à semana anterior.

    A entrega ocorre em um cenário em que compradores anteciparam aquisições para atender à demanda no início de novembro. Em contrapartida, as usinas estão segurando as vendas, apostando em preços ainda mais vantajosos nas próximas semanas. Essa expectativa de elevação nos preços se deve, principalmente, à proximidade do fim da moagem da safra 2024/25 e ao aumento típico da demanda no varejo nos últimos meses do ano.

    Com a finalização da safra e a aproximação das festividades de final de ano, há uma tendência de maior procura no setor de combustíveis, o que reforça a confiança dos produtores em manter a alta no preço do etanol. A postura dos vendedores reflete a estratégia de esperar por cotações mais elevadas, enquanto o mercado se ajusta ao comportamento de oferta e demanda, que tende a seguir firme no próximo período.

  • A produção mundial de café foi estimada em 176,2 milhões de sacas para o período acumulado de outubro de 2024 a setembro de 2025

    A produção mundial de café foi estimada em 176,2 milhões de sacas para o período acumulado de outubro de 2024 a setembro de 2025

    A produção de café da espécie Coffea arabica (café arábica), em nível mundial, prevista para a safra em curso de 2024-2025 foi estimada em um volume físico equivalente a 99,9 milhões de sacas de 60kg, desempenho que, caso se confirme , implicará um aumento de 4,2% na produção dessa espécie, na comparação com a safra global do mesmo ciclo anterior, que, no caso em tela, abrange o período compreendido entre os meses de outubro a setembro.

    Em complemento, com relação à safra da espécie  Coffea canephora  (café robusta+conilon), também em termos globais, prevista para o ano-cafeeiro em destaque, a qual foi estimada em 76,4 milhões de sacas de 60kg, volume físico que, Caso também se confirme, representará um crescimento de 4% na comparação com a safra mundial do anterior 2023-2024 do  C. canephora .

    Assim, a safra total mundial de café estimada para o ciclo mundial de 2024-2025, incluindo as duas espécies de cafés mencionadas, totalizará 176,2 milhões de sacas de 60kg, sendo que o  C. arabica  equivalerá a aproximadamente 56,7%, e, adicionalmente, a safra de  C. canephora  corresponderá a 43,3%, tanto em relação à safra global.

    Com base nestes números de desempenho da cafeicultura mundial das estimativas previstas para as duas espécies de café da safra em curso, vale estabelecer um comparativo e assim destacar o desempenho dos três países maiores produtores de café do mundo, que são, respectivamente, Brasil, Vietnã e Colômbia, cujas safras acumuladas corresponderam a 54,5% do total estimado em nível mundial.

    Convém esclarecer que os dados e análises deste estudo da produção dos cafés das duas espécies ( C. arabica  e  C. canephora ), tanto do panorama interno como do externo, foram obtidos do  Sumário Executivo do Café Outubro-2024 , o qual é publicado e divulgado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária –  Mapa . E, ainda, que tal documento também está disponível na íntegra no  Observatório do Café  do  Consórcio Pesquisa Café , que é coordenado pela  Embrapa Café . Adicionalmente, também vale ressaltar que a safra mundial de café para a Organização Internacional do Café – OIC compreende o período de outubro a setembro.

    Assim, retomando o foco desta análise, obviamente com base nos dados do Sumário, constata-se que o mundo, tradicionalmente o país maior produtor de café do café, cuja produção total prevista para o ano cafeeiro atual de 2024, incluindo a soma das duas espécies, sendo 39,58 milhões de sacas de  C. arabica , mais 15,2 milhões de  C. canephora , totalizará 54,78 milhões de sacas, volume que equivalerá a 31% da safra mundial.

    Na sequência, destaca-se o Vietname, segundo país maior produtor de café em nível mundial, incluindo também as duas espécies, sendo que o  C. canephora  deverá ser responsável por oferecer 27,9 milhões de sacas, e, adicionalmente, a safra do  C. arábica  atingirá apenas 1,2 milhão de sacas, totalizando 29,1 milhões de sacas, as quais representarão aproximadamente 16,5% da produção mundial.

    E, por fim, como destaque neste ranking dos três países maiores produtores de café do mundo, vem a Colômbia, que produz apenas  C. arabica , país que teve a sua safra estimada em 12,4 milhões de sacas, a qual corresponderá a um percentual de apenas 7% da safra mundial acumulada das duas espécies.

    Observatório do Café

    Desenvolvido pela Embrapa Café tem como objetivos principais revelar, analisar e divulgar, de forma sistemática, dados estatísticos e informações sobre tendências de produção e consumo, oportunidades e ameaças dos mercados internos e externos, além de identificar possíveis trajetórias e demandas para o processo de inovação, bem como divulgar os resultados das pesquisas realizadas pelo Consórcio Pesquisa Café.

  • Chuvas em excesso preocupam produtores de trigo no sul do Brasil

    Chuvas em excesso preocupam produtores de trigo no sul do Brasil

    Após meses de preocupação com a falta de chuvas, triticultores do Sul do Brasil, especialmente no Paraná, agora enfrentam o desafio oposto: o excesso de precipitações. Pesquisadores do Cepea indicam que essa mudança climática pode ser prejudicial para as lavouras paranaenses, que estão em fase final de ciclo. Em 2023, o Paraná foi o maior produtor de trigo do Brasil, e neste ano deve se consolidar como o segundo maior estado na produção do cereal. No entanto, as chuvas excessivas aumentam o risco de perda de qualidade do trigo nas áreas ainda não colhidas.

    Atualmente, cerca de 79% da área de trigo no Paraná já foi colhida, de acordo com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab/Deral). As expectativas para o restante das lavouras eram positivas, com a perspectiva de trigo de melhor qualidade e maiores rendimentos no campo. Contudo, o clima instável pode comprometer essa previsão, levando os produtores a redobrarem a atenção na fase final da colheita.

    Nos estados vizinhos, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a situação também demanda cuidado. As atividades de colheita estão apenas no início, com apenas 1% da área colhida em ambos os estados. Diante das incertezas climáticas, os produtores mantêm vigilância constante para evitar danos às plantações e assegurar que o trigo colhido apresente a qualidade esperada para a safra de 2024.

    A combinação de fatores climáticos adversos, em um período crucial para a produção, reforça a vulnerabilidade da agricultura a variáveis fora de controle. Apesar disso, há esperança de que, com uma melhora nas condições meteorológicas, a qualidade final do trigo ainda possa surpreender positivamente, garantindo bons rendimentos para os triticultores da região.

  • Plantio da soja atrasa em MT e já preocupa produtores rurais com semeadura do milho na segunda safra

    Plantio da soja atrasa em MT e já preocupa produtores rurais com semeadura do milho na segunda safra

    O clima que toma conta na produção de soja em Mato Grosso na safra 24/25 é de incertezas. Aliás, falando em clima, a falta de chuva é o principal fator para que o maior produtor de soja do país esteja com apenas 25% da área plantada até a última sexta-feira (18).

    Com isso, os produtores de todo estado já ficam preocupados com a semeadura do milho na segunda safra. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o atraso chega a 35%. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em outubro de 2024, mais de 60% da soja já havia sido semeada no estado. E se for levar em consideração, a média dos últimos cinco anos, o atraso é de quase 20%.

    Na região de Carlinda, muitos produtores começaram a plantar agora como contam o produtor e delegado coordenador do Vale Teles Pires da Aprosoja MT Mateus Berlanda e o produtor Willian Piloni.

    “Alguns produtores iniciaram o plantio em setembro, mas muito poucos, porque a maioria está soltando o plantio essa semana e outros ainda vão soltar”, disse Mateus.

    “O meu plantio iniciei dia 8 de outubro e até o momento tem apenas duas chuvas acumuladas, e estou com 40% da área plantada. A minha expectativa é que dê um clima bom e que a gente consiga ter uma produtividade alta. A agricultura é uma atividade de incertezas, todo ano a gente enterra todo o capital e fica esperando com o joelho no chão o resultado com a colheita”, comentou Willian.

    Em Nova Canaã do Norte, a situação não é diferente. Segundo o produtor Roberto Calzolari o atraso no plantio também foi afetado pela estiagem, mas o início das chuvas já faz ele ter mais expectativas.

    “Começou um pouco preocupante, porque iniciou a chuva no comecinho de outubro, fugiu um pouco, mas agora retomou. Acredito que já tem uns 40% do plantio realizado e que daqui para frente as coisas se normalizem”, afirmou Roberto.

    Pedro Calzolari, que trabalha junto com o seu pai Roberto, destaca que em sua propriedade eles só trabalham com a previsão do tempo.

    “Temos que ficar de olho sempre de 10 a 15 dias, porque só assim montamos uma grade de serviço”, disse Pedro.

    Na safra 23/24, os agricultores mato-grossenses produziram cerca de 39 milhões de toneladas da oleaginosa. E para safra 24/25, a estimativa do Imea é de um aumento de aproximadamente 12,8%. Mas tudo vai depender se o clima vai continuar ajudando e para o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Betuol o atraso no plantio afeta não só a safra de soja, mas a próxima safra de milho também.

    “Tem municípios que ainda nem conseguiram começar o seu plantio, devido ao índice pluviométrico de 10, 15, 20mm. Isso traz insegurança para o produtor porque ele não consegue ter sua planta em condições ideais. O que preocupa ainda mais é a segunda safra de milho, hoje nós estamos falando em quase um mês de atraso de chuvas contínuas. Nós sabemos que 90% da safra de milho do estado de Mato Grosso advém da sua segunda safra, então isso compromete totalmente sua produtividade, tem produtores que não vão investir tanto e alguns decidiram que nem vão plantar mais”, finalizou Bertuol.

  • Semeadura da safra de verão avança no País, apesar das adversidades climáticas

    Semeadura da safra de verão avança no País, apesar das adversidades climáticas

    A semeadura da safra de verão 2024/25 começa a ganhar ritmo nas principais regiões produtoras do Brasil, apesar das adversidades climáticas enfrentadas nas últimas semanas.

    Até 15 de setembro, a semeadura de milho alcançou 12% da área nacional, segundo a Conab, um avanço em relação aos 9,7% da semana anterior, mas ainda abaixo dos 15% registrados no mesmo período de 2023.

    Os trabalhos estão concentrados principalmente nos estados do Sul do País. Em termos de preços, o Cepea indica que a demanda externa está desaquecida, levando parte dos vendedores a adotar uma postura mais flexível.

    Como resultado, enquanto os preços caem em algumas regiões consumidoras, eles se mantêm firmes em outras praças acompanhadas pelo instituto.

  • Imea e Senar-MT apresentam custos da safra 2024/25 em evento híbrido

    Imea e Senar-MT apresentam custos da safra 2024/25 em evento híbrido

    Na manhã desta quarta-feira (18/09), o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) realizaram um importante evento para o agronegócio do estado. O projeto “Acompanhamento dos Custos de Produção Agropecuária de Mato Grosso – Safra 2024/25” foi apresentado em formato híbrido, com a participação presencial no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e transmissão ao vivo pelo canal do Imea no YouTube.

    O evento foi conduzido pelo coordenador de Inteligência de Mercado, Rodrigo Silva. O superintendente do Imea, Cleiton Gauer, abriu o evento dando as boas-vindas aos participantes, e as apresentações dos painéis ficaram a cargo dos analistas de Rentabilidade, Abraão Viana e Júlio Rossi. Representando o presidente Vilmondes Tomain, participaram os diretores da Famato, Ronaldo Vinha (Relações Institucionais) e Robson Marques (Administrativo e Financeiro). O Senar-MT, que também é realizador do projeto, foi representado pelo superintendente Marcelo Lupatini.

    O encontro trouxe uma análise detalhada dos custos de produção das principais atividades agropecuárias do estado, como soja, milho, algodão, bovinocultura de corte e leite, suinocultura, piscicultura, entre outras. O objetivo do projeto é fornecer um panorama preciso dos fatores que impactam os custos nas diversas regiões produtivas de Mato Grosso, orientando decisões tanto dos produtores quanto dos agentes de mercado.

    Utilizando a metodologia do “Painel Modal”, que coleta dados de uma propriedade rural típica de cada macrorregião, o projeto gera indicadores robustos sobre os custos médios de produção. Em 2024, o projeto foi expandido para divulgar mais detalhes sobre piscicultura e suinocultura, refletindo o crescente interesse e desenvolvimento dessas cadeias produtivas no estado.

    Entre os destaques da análise está a estimativa de crescimento da área plantada de soja, que, para a safra 2024/25, está em 12,66 milhões de hectares, representando um aumento de 1,47% em relação ao ciclo anterior. A produção esperada de soja deverá alcançar 44,04 milhões de toneladas, um incremento de 12,78% em comparação à safra passada. O milho, também de grande relevância, teve aumento no custo de produção devido à alta dos fertilizantes, mas a produção deve crescer 11,35%, alcançando 47,83 milhões de toneladas. No entanto, o cenário é delicado, já que o aumento nos custos e a redução na receita têm impactado a produtividade dos produtores.

    Outras culturas, como o gergelim, surgem como opções interessantes para a segunda safra, com a expectativa de um Lajida (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) positivo ao produtor, devido ao aumento na receita bruta e à redução nos custos de produção, diversificando as oportunidades.

    A bovinocultura, tanto de corte quanto de leite, foi amplamente discutida. Para a pecuária de corte, os dados indicam um aumento significativo no uso de tecnologias de confinamento e manejo nutricional, o que tem impactado os custos, mas também gerou ganhos expressivos em produtividade. Essas inovações permitem que os produtores mantenham a competitividade, apesar dos desafios com os insumos. No leite, os desafios com os insumos, como o custo da alimentação, foram apontados como fator de atenção para os produtores.

    O algodão apresentou custos de produção e lucros semelhantes à safra passada, suficientes para cobrir todos os custos de produção. No entanto, houve um aumento médio de 2,5% nos custos operacionais em relação à safra anterior, devido à alta nos preços de herbicidas e defensivos, o que exige atenção redobrada por parte dos produtores para garantir que as margens continuem positivas.

    Além de detalhar os custos, o evento trouxe projeções para a safra 2024/25. A expectativa é de estabilidade nos custos de produção, especialmente em culturas como a soja e o milho, devido a uma previsão de leve recuo nos preços de insumos, como fertilizantes e defensivos. Contudo, para algodão e suinocultura, os custos tendem a se manter elevados, exigindo estratégias mais cautelosas por parte dos produtores.

    A rentabilidade da soja também foi detalhada para a próxima safra, com especificações mais precisas em termos de Lajida. A atividade se mantém atrativa para os produtores.

    Já o feijão teve uma queda expressiva na rentabilidade devido à redução nos preços de venda, embora ainda se estime um Lajida positivo para a próxima temporada, já que os produtores conseguem gerenciar os custos.

    A cana-de-açúcar enfrentou uma redução nas margens devido ao aumento dos custos, o que resultou em uma rentabilidade líquida negativa. Esse cenário pressiona os produtores a buscar formas de reduzir custos ou diversificar a produção para compensar as perdas. Já a silvicultura, com receita bruta e custos semelhantes ao ano anterior, apresenta uma rentabilidade líquida positiva, considerando os ganhos de duas colheitas, o que garante a visão econômica dessa atividade no estado.

    O projeto incluiu uma análise mais aprofundada por regiões, abordando os principais custos de produção nas macrorregiões de Mato Grosso. Isso permite que os produtores tenham um diagnóstico ainda mais preciso da realidade local e possam adaptar suas estratégias conforme as particularidades de suas regiões.

  • Safra de cana-de-açúcar 2024/25 enfrenta incertezas e queda na demanda por etanol hidratado

    Safra de cana-de-açúcar 2024/25 enfrenta incertezas e queda na demanda por etanol hidratado

    A safra de cana-de-açúcar 2024/25 segue cercada de incertezas, especialmente em relação ao volume que será processado e às produções de açúcar e etanol. Levantamentos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que esses fatores estão diretamente relacionados aos impactos adversos da seca e dos incêndios que atingiram as plantações no final de agosto.

    A demanda por etanol hidratado esteve baixa na última semana, resultando no segundo menor volume comercializado por usinas paulistas nesta temporada. Entre os dias 2 e 6 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ para o etanol hidratado registrou uma queda de 1,88%, fechando a R$ 2,5081 por litro, já descontados os impostos (ICMS e PIS/Cofins).

    Em contrapartida, o preço do etanol anidro apresentou uma leve alta. O Indicador CEPEA/ESALQ para o anidro subiu 0,65%, atingindo R$ 2,9358 por litro, valor líquido de impostos (PIS/Cofins).

    Esses dados refletem o cenário desafiador para o setor sucroenergético, que precisa lidar com as incertezas climáticas e as flutuações de mercado para garantir uma produção sustentável ao longo da safra.