Tag: safra

  • Alta nos preços do açúcar cristal branco marca início da safra 2025/26 no estado de São Paulo

    Alta nos preços do açúcar cristal branco marca início da safra 2025/26 no estado de São Paulo

    Apesar do início oficial da safra 2025/26 nas usinas paulistas em abril, os preços do açúcar cristal branco mantiveram-se em alta no mercado spot do estado de São Paulo. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a oferta reduzida de açúcar de melhor qualidade, como o Icumsa até 180, foi insuficiente para gerar pressão de baixa nas cotações.

    A média do Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa de 130 a 180, no mercado spot paulista, fechou abril em R$ 142,35 por saca de 50 kg, o que representa uma alta de 1,91% em relação ao mês de março, quando o valor médio foi de R$ 139,69 por saca.

    Segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), o Centro-Sul do Brasil processou 16,59 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de abril, um crescimento de 3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do avanço no volume moído, o mercado ainda não sentiu reflexos significativos no aumento da disponibilidade do açúcar cristal de melhor qualidade.

    O cenário indica que a demanda aquecida, combinada à oferta ainda restrita, sustentou os preços em patamares elevados no início desta nova temporada.

  • Produção de café apresenta recuperação de 2,7% em 2025, estimada em 55,7 milhões de sacas

    Produção de café apresenta recuperação de 2,7% em 2025, estimada em 55,7 milhões de sacas

    Mesmo em ano de bienalidade negativa, a produção de café deve apresentar um crescimento de 2,7% na safra 2025 frente ao volume colhido na temporada passada, sendo estimada em 55,7 milhões de sacas. Caso o volume estimado se confirme ao final do ciclo, este será o maior já registrado para um ano de baixa bienalidade, superando em 1,1% a colheita registrada em 2023. Já a área total destinada à cafeicultura deverá registrar um aumento de 0,8%, chegando a 2,25 milhões de hectares. A área em produção deve registrar uma queda de 1,4%, estimada em 1,86 milhão de hectares, enquanto a área em formação tende a apresentar um incremento de 12,3%, movimento esperado para anos de bienalidade negativa. Os dados estão no 2º Levantamento da Safra de Café 2025, divulgado nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    O bom resultado estimado na safra total de café é influenciado, principalmente, pela recuperação de 28,3% nas produtividades médias das lavouras de conilon. Com isso, a expectativa de produção para esta espécie está estimada em 18,7 milhões de sacas, um novo recorde para a série histórica da Conab. Este resultado se deve, sobretudo, à regularidade climática durante as fases mais críticas das lavouras, que beneficiaram floradas positivas, e a boa quantidade de frutos por rosetas.

    Apenas no Espírito Santo, maior produtor de conilon do país, é esperada uma produção de 13,1 milhões de sacas, crescimento justificado pelas boas precipitações verificadas no norte do estado, região que corresponde a 69% da área da espécie no país. Na Bahia, a Conab também espera uma recuperação na colheita de conilon de 28,2%, estimada em 2,5 milhões de sacas. Neste cenário, o estado baiano recupera a posição de 2º maior produtor da espécie, ultrapassando Rondônia onde a expectativa é de uma colheita de 2,28 milhões de sacas.

    Já para o café arábica, espécie mais afetada pela bienalidade, a Conab prevê uma redução de 6,6% na colheita, com previsão de uma safra em torno de 37 milhões de sacas. Em Minas Gerais, estado com maior área destinada para a produção de arábica, é esperada uma colheita de 25,65 milhões de sacas. De acordo com o levantamento, além do reflexo já esperado pelo ciclo de bienalidade da planta, entre abril e setembro do ano passado foi registrado um longo período seco e as lavouras enfrentaram instabilidade, apresentando menor vigor vegetativo, influenciando na queda de potencial produtivo dos cafezais.

    Em São Paulo, a produtividade média também foi impactada pelos efeitos fisiológicos de baixa bienalidade, acompanhados pelas condições climáticas adversas registradas nas regiões produtoras. Com isso é esperada uma queda de 3,8% no desempenho das lavouras. Por outro lado, a área destinada para a produção cresceu em 5,3%, chegando a 196 mil hectares, o que compensa a perda esperada nas produtividades resultando em um aumento na produção de 1,3%, estimada em 5,5 milhões de sacas.

    Mercado

    Após o recorde de exportação de café em 2024, quando o Brasil exportou 50,5 milhões de sacas de 60 quilos, os embarques para o exterior apresentaram uma ligeira redução no primeiro trimestre de 2025. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou 11,7 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma baixa de 1% na comparação com igual período do ano anterior, segundo dados consolidados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Essa redução na exportação em volume já era esperada devido à restrição dos estoques internos nos meses iniciais de 2025, influenciados pela limitação da produção nos últimos anos e exportação elevada no ano anterior.

    Mesmo com a queda no volume comercializado, o valor com as vendas internacionais apresentou aumento no primeiro trimestre de 2025, movimento favorecido pelo cenário de alta dos preços do café neste início de ano. No acumulado de janeiro a março de 2025, o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões, o que representa um aumento de 68,9% na comparação com igual período de 2024.

    As cotações do produto no mercado internacional devem continuar pressionadas ao longo do ano, mesmo com a expectativa de aumento na produção mundial pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), visto que os estoques do grão seguem em níveis baixos possibilitando preços em patamares mais elevados.

    Os números detalhados da produção brasileira de café e as análises de mercado do grão podem ser conferidos no Boletim completo do 2º Levantamento de Café – Safra 2025, publicado no site da Companhia.

  • Cana-de-açúcar tem produção estimada em 663,4 milhões de toneladas na safra 2025/26

    Cana-de-açúcar tem produção estimada em 663,4 milhões de toneladas na safra 2025/26

    O ciclo 2025/26 de cana-de-açúcar tem produção estimada em 663,4 milhões de toneladas, volume 2% inferior quando comparado com o obtido na última temporada. A área destinada para a cultura se mantém relativamente estável em relação a 2024/25, com um ligeiro aumento de 0,3% chegando a 8,79 milhões de hectares. Já a produtividade média dos canaviais está estimada em 75.451 quilos por hectares, uma queda de 2,3% quando comparada com a última safra. Essa redução se deve às condições climáticas desfavoráveis durante as fases de desenvolvimento das lavouras em 2024. Os dados estão no 1º Levantamento da Safra de Cana-de-açúcar 2025/26 divulgado nesta terça-feira (29) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    A queda da colheita esperada para a região Sudeste, principal região produtora da cultura, afetou a redução da produção nacional. Na região, é esperada uma queda na colheita de cana neste ciclo de 4,4% quando se compara à safra 2024/25, totalizando 420,2 milhões de toneladas. A região registrou uma condição climática desfavorável durante o desenvolvimento das lavouras, sobretudo em São Paulo, onde, além das baixas pluviosidades e altas temperaturas, foram registrados focos de incêndios, que afetaram parte dos canaviais. Esse cenário influenciou negativamente a produtividade média em 3,3%, estimada em 77.573 kg/ha. Além do menor desempenho das lavouras, a Conab também estima uma redução na área colhida.

    Já no Centro-Oeste, a segunda região que mais produz cana-de-açúcar no país, tem a estimativa para esta safra de produzir 148,4 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 2,1% sobre o ciclo 2024/25, influenciado pelo aumento da área cultivada em 3,4% chegando a 1,91 milhão de hectares. Esse incremento compensa a perda esperada na produtividade média de 1,2%, projetada em 77.574 quilos por hectare, decorrente de condições climáticas menos favoráveis durante a fase evolutiva das lavouras.

    Na região Sul, a produtividade tende a se manter estável, em torno de 69 mil quilos por hectare. Já a área deve apresentar uma elevação de 2,3%, chegando a 497,1 mil hectares, o que resulta em uma produção de 34,4 milhões de toneladas.

    Já no Nordeste do país, onde as lavouras estão na fase de crescimento com previsão do início da colheita a partir de agosto, o incremento de área e a expectativa de melhores produtividades deverão aumentar a produção em 3,6%, com expectativa de colheita em 56,3 milhões de toneladas.

    Cenário semelhante é encontrado na região Norte. A expectativa de uma maior área destinada ao setor sucroenergético e melhora na produtividade, estimada em 82.395 kg/ha com o fator climático favorável, aponta para uma produção de 4,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

    Subprodutos – Mesmo com a redução na safra de cana no atual ciclo, a expectativa é de um incremento na produção de açúcar, podendo chegar a 45,9 milhões de toneladas. Caso o volume se confirme ao final do ciclo, esta será a maior fabricação do produto na série histórica da Conab.

    Por outro lado, a produção de etanol, somados os derivados da cana-de-açúcar e do milho, tende a apresentar redução de 1% em relação à safra anterior, estimada em 36,82 bilhões de litros. Quando se analisa apenas o combustível oriundo do esmagamento da cana-de-açúcar, a diminuição chega a 4,2% influenciado pela menor estimativa de colheita da matéria-prima. Essa queda é compensada pelo aumento da fabricação do etanol a partir do milho, que deverá ser acrescida em 11%.

    Mercado – A safra 2025/26 traz um cenário de expectativas positivas ainda que marcado por desafios climáticos, sobretudo para o açúcar, pois a competitividade brasileira no mercado internacional segue elevada, tendo em vista os custos de produção relativamente baixos e a possibilidade de menor oferta em outros grandes produtores, como a Índia e Tailândia, por exemplo. Neste panorama, a manutenção dos embarques em patamar robusto é esperada.

    Já no etanol, internamente a demanda continua vinculada à competitividade frente à gasolina e às políticas de precificação de combustíveis. Destaque para o aumento do combustível fabricado a partir do milho. Nos últimos anos, o setor tem expandido a capacidade de processamento do cereal, diversificando a matriz de combustíveis renováveis e garantindo maior estabilidade de preços. Para a safra 2025/26, essa expansão tende a prosseguir, ajudando a suprir a crescente demanda interna e dando suporte ao mercado mesmo quando a disponibilidade de etanol de cana estiver reduzida

    Os dados do 1° Levantamento da Safra 2025/26 de cana-de-açúcar e as condições de mercado do açúcar e etanol podem ser acessados no Boletim divulgado na página da Companhia.

  • Conab estima produção de 663,4 milhões de toneladas de cana

    Conab estima produção de 663,4 milhões de toneladas de cana

    As condições climáticas desfavoráveis na Região Sudeste influenciaram negativamente as previsões para a produção de cana-de-açúcar no país no ciclo 2025/26, reduzindo em 2% o volume na comparação com o resultado obtido no ciclo anterior.

    A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que sejam colhidas 663,4 milhões de toneladas, segundo o 1º Levantamento da Safra de Cana-de-Açúcar 2025/26 divulgado nesta terça-feira (29), em Brasília.

    Segundo o estudo, a área destinada para a cultura deve se manter “relativamente estável” em relação a 2024/25, com um “ligeiro aumento” de 0,3%, totalizando 8,79 milhões de hectares.

    A produtividade média dos canaviais está estimada em 75.451 quilos por hectare, resultado que representa queda de 2,3% na comparação com a última safra. “Essa redução se deve às condições climáticas desfavoráveis durante as fases de desenvolvimento das lavouras em 2024”, explica a Conab.

    Sudeste

    Se confirmada a queda esperada para a principal região produtora de cana, a colheita na Região Sudeste ficará 4,4% menor na comparação com o ciclo anterior, somando 420,2 milhões de toneladas.

    “A região Sudeste registrou uma condição climática desfavorável durante o desenvolvimento das lavouras, sobretudo, em São Paulo, onde, além das baixas pluviosidades [chuvas] e altas temperaturas, foram registrados focos de incêndios afetando parte dos canaviais”, informou a Conab.

    O cenário tende, portanto, a influenciar negativamente a produtividade média em 3,3%, o que deverá ter como resultado final uma colheita de 77.573 quilos por hectare (kg/ha). É também esperada redução de área colhida na região.

    Sul e Centro-Oeste

    Na região Sul, a expectativa é de que a produtividade se mantenha estável, em cerca de 69 mil quilos por hectare. É esperada elevação em termos de área destinada ao plantio – de 2,3% – totalizando 497,1 mil hectares; e uma produção de 34,4 milhões de toneladas.

    Segunda maior região produtora de cana-de-açúcar no país, a Centro-Oeste deverá, segundo a Conab, produzir 148,4 milhões de toneladas nesta safra.

    Este volume é 2,1% maior do que o obtido no ciclo 2024/25. O resultado se deve a um aumento de 3,4% da área cultivada, chegando a 1,91 milhão de hectares.

    “Esse incremento compensa a perda esperada na produtividade média de 1,2%, projetada em 77.574 quilos por hectare, decorrente de condições climáticas menos favoráveis durante a fase evolutiva das lavouras”, justifica a Conab.

    Norte e Nordeste

    São esperados cenários semelhantes nas regiões Norte e Nordeste. No caso da Região Norte, a expectativa é de aumento em termos de área destinada ao setor sucroenergético; e de melhora na produtividade, estimada em 82.395 kg/ha. A produção deverá ser de 4,2 milhões de toneladas.

    Com lavouras na fase de crescimento e previsão de colheita a partir de agosto, o Nordeste deverá ter crescimento em termos de área destinada à produção de cana. Espera-se aumento de 3,6% na produtividade, e uma colheita de 56,3 milhões de toneladas.

    Subprodutos e mercado

    “Mesmo com a redução na safra de cana no atual ciclo, a expectativa é de um incremento na produção de açúcar, podendo chegar a 45,9 milhões de toneladas. Caso o volume se confirme ao final do ciclo, esta será a maior fabricação do produto na série histórica”, projeta a Conab.

    Para ela, a produção de etanol – somados os derivados da cana-de-açúcar e do milho – deve ter seu desempenho reduzido em 1% na mesma base de comparação. É esperada a produção de 36,82 bilhões de litros.

    “Quando se analisa apenas o combustível oriundo do esmagamento da cana-de-açúcar, a diminuição chega a 4,2%, [resultado] influenciado pela menor estimativa de colheita da matéria-prima. Essa queda é compensada pelo aumento da fabricação do etanol a partir do milho, que deverá ser acrescida em 11%”, explicou a companhia.

    Apesar da influência negativa do cenário climático, as expectativas para a safra 2025/26 são positivas, uma vez que a competitividade brasileira no mercado internacional se mantém elevada, com custos de produção relativamente baixos e possibilidade de menor oferta em outros grandes produtores. Neste panorama, a manutenção dos embarques em patamar robusto é esperada”, informou a Conab.

    No caso da produção de etanol, nos últimos anos tem sido observado aumento do combustível obtido a partir do milho.

    “O setor tem expandido a capacidade de processamento do cereal, diversificando a matriz de combustíveis renováveis e garantindo maior estabilidade de preços”, detalhou a Conab ao lembrar que – para a safra 2025/26 – espera-se que essa expansão persista, de forma a suprir a demanda interna.

  • Preços do açúcar cristal seguem firmes com oferta restrita no início da safra

    Preços do açúcar cristal seguem firmes com oferta restrita no início da safra

    Os preços do açúcar cristal branco continuam firmes no mercado spot do estado de São Paulo, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Entre os dias 22 e 25 de abril, a média do Indicador CEPEA/ESALQ para o açúcar com cor Icumsa de 130 a 180 foi de R$ 144,24 por saca de 50 quilos, o que representa uma alta de 0,9% em comparação com o período anterior.

    De acordo com o Cepea, o suporte aos preços vem, principalmente, da restrição de oferta do açúcar tipo Icumsa até 180 neste primeiro mês oficial da safra 2025/26. Na semana passada, as negociações se concentraram entre terça e quinta-feira, período em que a liquidez captada foi maior. Já na sexta-feira, 25, a movimentação caiu devido às chuvas em regiões produtoras de cana-de-açúcar no estado, o que paralisou a produção e levou algumas usinas a retirarem suas ofertas do mercado.

    A expectativa é que, conforme a safra avance e a moagem de cana-de-açúcar se intensifique, o comportamento dos preços possa sofrer novos ajustes, dependendo da dinâmica de oferta e demanda.

  • Agroindústria avança, mas quebra de safra compromete resultado da cadeia produtiva em 2024

    Agroindústria avança, mas quebra de safra compromete resultado da cadeia produtiva em 2024

    As indústrias da cadeia de soja e biodiesel apresentaram bom desempenho em 2024, antes e depois da porteira, com avanços de 3,98% na indústria de insumos e de 2,81% na agroindústria. O resultado da agroindústria foi influenciado sobretudo pelo forte avanço registrado na indústria de biodiesel, de 20,45%, segundo apontam estudos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).  Apesar disso, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel caiu 5,03% em 2024 frente ao ano anterior, pressionado pela quebra da safra da soja e seus reflexos negativos sobre os agrosserviços.

    Pesquisadores destacam, contudo, que essa retração no PIB da cadeia produtiva ocorre após o expressivo avanço de 23% verificado em 2023. Com isso, e considerando também os bons resultados fora da porteira em 2024, a cadeia da soja e do biodiesel ainda agregou no ano o segundo maior volume de sua história, atrás apenas de 2023.

    Mantendo o comportamento já observado no terceiro trimestre, o quarto trimestre teve como destaque uma nova e importante melhora na renda real da cadeia produtiva, refletindo os aumentos dos preços do grão, do óleo de soja e do biodiesel nos meses finais do ano. Mesmo diante desse desempenho, ainda foi registrada baixa de 3,27% no PIB-renda, que alcançou R$ 650,4 bilhões em 2024 (contra aos R$ 672,4 bi de 2023). Pesquisadores do Cepea/Abiove indicam que o patamar de 2024 ainda superou significativamente o patamar anterior à pandemia.

    Com esse valor, em 2024, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel representou 23,8% do PIB do agronegócio e expressivos 5,5% do PIB nacional. Considerando os valores agregados por tonelada em 2024, o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada (R$ 8.108) representou 4,67 vezes o PIB gerado pela soja produzida e exportada diretamente (R$ 1.738).

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    Foto: Divulgação

    Mercado de trabalho

    Em 2024, a cadeia produtiva da soja e do biodiesel registrou diminuição de 3,2% no número de pessoas ocupadas, totalizando 2,26 milhões de trabalhadores, com reduções nos agrosserviços e no segmento primário (soja). A agroindústria da soja teve o maior crescimento, com aumento de 20,71% no número pessoas ocupadas, refletindo a expansão do processamento e das produções de rações e biodiesel.

    O segmento de agrosserviços, apesar de ser o maior em termos de ocupação, apresentou queda de 4,98% no número de pessoas ocupadas em 2024. Esse desempenho decorre, sobretudo, da quebra da safra 2023/24 e da consequente redução de demanda por agrosserviços, parcialmente compensada pelo crescimento da produção no segmento agroindustrial.

    A participação da cadeia produtiva na economia brasileira (2,24%) e no agronegócio (9,71%) reduziu em 2024, refletindo essa desaceleração mencionada.

    O número de pessoas ocupadas com ensino superior na agroindústria, na produção de soja e em insumos aumentou, indicando uma tendência de perfil profissional mais qualificado na cadeia produtiva.

    Comércio exterior

    As exportações da cadeia de soja e do biodiesel totalizaram 124,10 milhões de toneladas em 2024, queda de 2,54% em comparação com 2023. O valor exportado caiu 19,69%, totalizando US$ 54,25 bilhões. Segundo pesquisadores do Cepea/Abiove, a redução em valor em relação ao ano de 2023 ocorreu devido à menor produção nacional e à queda dos preços internacionais (-17,6%) – pressionados pela expressiva oferta global de soja.

    A China continuou sendo o principal destino das exportações, respondendo por 59% do volume total escoado pela cadeia produtiva, mesmo com redução de 2,56% frente a 2023. A China teve destaque sobretudo para a soja em grão (73,4%) e para o glicerol (78,7%). Para o óleo de soja, quase 80% do volume embarcado foi para o grupo de “outros países”, em que o destaque foi a Índia. Já para o farelo, os principais destinos foram a União Europeia (42,9%) e o Sudeste Asiático (32,4%), seguidos por Oriente Médio (12,4%) e Leste Asiático (7,9%).

    Já as importações da cadeia produtiva cresceram expressivos 338,09% em volume, impulsionadas pela escassez de soja comercializável no mercado interno.

  • Custo de produção do milho alta tecnologia sobe 1,05% em março

    Custo de produção do milho alta tecnologia sobe 1,05% em março

    O custeio do milho alta tecnologia para a safra 2025/26 em Mato Grosso ficou estimado em R$ 3.163,85 por hectare, apresentando um aumento de 1,05% em março, em comparação com o mês anterior. A alta foi puxada principalmente pelos preços mais elevados de defensivos agrícolas, fertilizantes e sementes, insumos essenciais para a condução da lavoura.

    Com isso, o Custo Operacional Efetivo (COE) do ciclo 25/26 também sofreu reajuste, subindo 0,76% em relação à última estimativa, totalizando R$ 4.640,95 por hectare. Esse valor representa o montante necessário para cobrir os gastos diretos de produção, desde o plantio até a colheita.

    Para que o produtor consiga cobrir os custos do COE, será necessário atingir uma produtividade média de 107,62 sacas por hectare, tomando como base o preço ponderado de R$ 43,12 por saca, apurado em março. O cenário reforça a importância do uso de tecnologias que garantam eficiência produtiva, especialmente diante da crescente pressão dos custos sobre a rentabilidade.

  • Colheita da safra 2024/25 de soja entra na reta final e intensifica negócios no Brasil

    Colheita da safra 2024/25 de soja entra na reta final e intensifica negócios no Brasil

    Com a colheita da safra 2024/25 de soja próxima da conclusão, a disponibilidade interna do grão aumentou e impulsionou o ritmo de comercialização no Brasil. A análise é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que destaca o movimento mais intenso no mercado, embora limitado por fatores externos.

    Segundo os pesquisadores, apesar do avanço nos negócios, a baixa nos prêmios de exportação e a oscilação do câmbio acabaram inibindo uma liquidez ainda maior. Mesmo assim, os preços da soja seguem firmes, sustentados por uma oferta já elevada e pela demanda constante.

    No campo, os trabalhos de colheita estão praticamente concluídos em grande parte das regiões produtoras. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que até o dia 12 de abril, 88,3% da área nacional de soja havia sido colhida, desempenho superior aos 83,2% registrados no mesmo período de 2024 e à média de cinco anos, de 87,4%.

    Com o grão entrando em maior volume no mercado, as atenções agora se voltam para o comportamento dos preços nas próximas semanas e para o andamento da logística de escoamento da produção, especialmente diante do cenário cambial instável.

  • Etanol: Preços iniciam nova safra em recuperação

    Etanol: Preços iniciam nova safra em recuperação

    Após caírem por quatro semanas consecutivas, os preços dos etanóis hidratado e anidro abriram a primeira semana oficial de moagem da nova safra 2025/26 em movimento de recuperação, conforme apontam levantamentos do Cepea.

    Entre 31 de março e 4 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 2,7398/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 0,31% frente ao da semana anterior. Para o anidro, o avanço foi de 2,63%, com o Indicador CEPEA/ESALQ a R$ 3,1591/litro.

    Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda por etanol esteve um pouco mais aquecida no mercado paulista e também em outros estados do Centro-Sul do Brasil. Alguns players comentaram que a proximidade dos feriados prolongados da Páscoa e de Tiradentes em abril tendem a aquecer as compras e, com isso, distribuidoras buscaram repor seus estoques.

    Agentes de usinas, por sua vez, estiveram firmes nos valores pedidos por novos lotes, seja por conta dos estoques reduzidos e/ou pela ocorrência de chuva, que paralisou pontualmente a colheita, ainda conforme o Centro de Pesquisas.

  • Safra de inverno de tomate começa a aparecer no mercado

    Safra de inverno de tomate começa a aparecer no mercado

    Levantamentos da equipe Hortifrúti/Cepea mostram que os preços do tomate caíram na última semana, refletindo sobretudo o início da temporada de inverno em todas as praças mineiras e em Paty do Alferes (RJ), além da intensificação da colheita da segunda parte da safra de verão de Reserva (PR).

    Em Venda Nova do Imigrante (ES), a maturação foi um pouco mais acelerada na semana passada, contribuindo também para maior oferta. Além disso, segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, com os preços altos atingidos nas duas últimas semanas, a procura pelos frutos ficou bem retraída.

    Entre 31 de março e 4 de abril, a caixa do tomate salada 3A no atacado de São Paulo foi comercializada à média de R$ 76,56/cx, queda de 10,9% em relação ao período anterior. Em Campinas (SP), a cotação baixou 12,4%, a R$ 85,50/cx. No Rio de Janeiro e em Belo Horizonte (MG), os recuos foram de 4,3% e 2,8%, nesta ordem, para R$ 73,68/cx e R$ 72,35/cx.