Tag: Russia x Ucrânia

  • Ucrânia rejeita ultimato russo e Mariupol não se rende

    Ucrânia rejeita ultimato russo e Mariupol não se rende

    A Rússia deu ontem (20) um ultimato à Ucrânia, para que entregasse a cidade de Mariupol, com a deposição de armas por parte dos militares ucranianos. A Ucrânia tinha até as 5h da manhã de hoje (21) para anunciar a sua decisão. A vice-primeira-ministra do país, Iryna Vereshchuk, anunciou, no entanto, que a cidade portuária não vai se render e pediu a abertura de corredores humanitários.

    “Não pode haver nenhuma rendição, deposição de armas. Já informamos o lado russo sobre isso”, afirmou Vershchuck, segundo a Reuters.

    Antes da guerra, Mariupol abrigava cerca de 400 mil pessoas. Agora, centenas de milhares de civis ucranianos estão sitiados na cidade portuária, que fica a aproximadamente 60 quilômetros da fronteira com a Rússia e está situada no Mar de Azov, portanto com localização estratégica para a Rússia, que quer ter entrada terrestre para o país e ligação com a Crimeia – que foi anexada pelos russos em 2014.

    A proposta russa era de que, após a rendição de Mariupol, abririam-se corredores humanitários para evacuar os civis que estão na cidade, que sofre com desabastecimento. Mariupol é a cidade mais atingida pelos bombardeios russos que começaram no dia 24 de fevereiro. A cidade está sem água, eletricidade e gás. Os moradores sofrem também com escassez de comida e remédios.

    Mikhail Mizintsev, diretor do Centro Nacional Russo de Gerenciamento de Defesa, em nota distribuída pelo Ministério da Defesa da Rússia, havia pedido aos ucranianos para que se rendessem. “Uma terrível catástrofe humanitária está acontecendo. Todos os que baixarem as armas têm a garantia de uma passagem segura para fora de Mariupol”. Ele acusa os próprios ucranianos de estarem assassinando seus cidadãos.

    O presidente russo, Vladimir Putin, chama a guerra de “operação militar especial” e diz estar defendendo Ucrânia de um governo “nazista”. O Ocidente acusa a Rússia de usar essas acusações como pretexto para invadir e tomar o país.

    A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que pelo menos 902 civis foram mortos até a meia-noite de sábado (19), embora o número real seja provavelmente muito maior. A agência de refugiados da ONU, Acnur, afirmou que 10 milhões de ucranianos foram deslocados, incluindo cerca de 3,4 milhões que fugiram para países vizinhos como a Polônia.

  • Copom inicia segunda reunião do ano em meio a receios sobre guerra

    Copom inicia segunda reunião do ano em meio a receios sobre guerra

    Sob receio dos impactos da guerra no Leste europeu sobre a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa hoje (15) a segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Amanhã (2), ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.

    Nas estimativas das instituições financeiras, o Copom deverá tirar o pé do acelerador, apesar das pressões atuais sobre a inflação. Segundo o boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a Selic deverá passar de 10,75% para 11,75% ao ano, com alta de 1 ponto percentual. Nas últimas três reuniões, o órgão elevou a taxa em 1,5 ponto a cada encontro.

    Na ata da última reunião, os membros do Copom tinham sinalizado que reduziriam o ritmo de alta da Selic porque as elevações mais recentes ainda estão sendo sentidas pelo mercado. No entanto, a guerra entre Rússia e Ucrânia passou a influenciar a inflação brasileira, por meio do aumento recente dos combustíveis.

    O mercado financeiro sentiu o impacto do conflito. A última edição do boletim Focus elevou a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,65% para 6,45% em 2022, apenas por causa da alta dos combustíveis. As próximas projeções podem subir ainda mais, caso os aumentos se disseminem para outros produtos, como alimentos e fertilizantes.

    Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

    Aperto monetário

    Principal instrumento para controle da inflação, a Selic continua em ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018.

    Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, 2% ao ano. Começou a subir novamente em março do ano passado, tendo subido 8,75 pontos percentuais até agora.

    Taxa Selic

    A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. É o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

    Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

    Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

    O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

  • Instagram tem uso proibido na Rússia

    Instagram tem uso proibido na Rússia

    O governo russo acusa a Meta, a empresa proprietária da plataforma, de “discriminação” contra a mídia russa. Um comunicado do governo da Rússia informa que, a partir desta segunda-feira, 14 de março, vai impor restrições ao acesso ao Instagram, da Meta Platform Inc no país.

    “Em 4 de março de 2022, foi decidido bloquear o acesso à rede do Facebook (de propriedade da Media Platforms, Inc.) no território da Rússia”, disse uma mensagem da agência regulador de mídia russo.

    O Facebook e o Twitter também foram bloqueados no território russo. Até o momento, o WhatsApp que também é da Meta, está liberado.

    De acordo com a agência estatal, desde outubro de 2020, 26 casos de discriminação contra a mídia russa e recursos nacionais de informação foram registrados pelo Facebook. Dessa forma, o regulador acusou a empresa, de propriedade do grupo americano Meta, de “discriminação” contra a mídia russa, como a televisão Zvezda (do Ministério da Defesa), a agência de imprensa Ria Novosti, a rede internacional RT ou os portais Lenta.ru e Gazeta.ru.

    O bloqueio afetará 80 milhões de usuários. A Rússia já baniu o Facebook no país em resposta ao que disse serem restrições de acesso à mídia russa na plataforma.

    Os russos usam muito mais o Instagram do que o Facebook, no Facebook tem cerca de 7,5 milhões, o equivalente a 7,3% dos internautas, contra 51 milhões no Instagram.

  • Repatriados vindos da Ucrânia já estão no Brasil

    Repatriados vindos da Ucrânia já estão no Brasil

    Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) pousaram hoje (10), por volta das 6h30 da manhã, no Recife, em Pernambuco. O cargueiro KC-390 Millennium e o Embraer Legacy trouxeram 42 brasileiros, 20 ucranianos, 5 argentinos e 1 colombiano, além de 14 crianças. Também foram trazidos oito cachorros e dois gatos.

    Os repatriados estão fazendo uma escala de 3 horas em Recife, de onde partem para Brasília. A previsão de chegada na capital federal é 12h15 e eles serão recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro.

    O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, participou da Operação Repatriação e está acompanhando os repatriados. Ele esteve em visita oficial à Polônia, onde se reuniu com seu homólogo polonês.

    Após deixar Varsóvia, na Polônia, ontem (9), os aviões fizeram escalas em Lisboa (Portugal) e na Ilha do Sal (Cabo Verde).

    No voo de ida do KC-390 foram transportadas 11,6 toneladas de doação para a Ucrânia, que incluem cerca de 9 toneladas de alimentos desidratados de alto teor nutritivo, o equivalente a cerca de 360 mil refeições, 50 purificadores de água, com capacidade por volta de 300 mil litros de água por dia e meia tonelada de insumos essenciais e itens médicos.

    Na volta, o KC-390 trouxe a maioria dos passageiros. Já no Legacy, por se tratar de uma aeronave mais confortável, vieram uma grávida e duas famílias com crianças de colo. O chanceler brasileiro também veio no Legacy.

    O KC-390 é o maior avião militar desenvolvido e fabricado no hemisfério sul e um dos projetos estratégicos da Defesa. A aeronave já foi empregada em outras missões especiais de ajuda humanitária, como no Líbano (2020) e no Haiti (2021).

    A Operação Repatriação é uma ação interministerial, entre as pastas da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Defesa (MD), das Relações Exteriores (MRE) e da Saúde (MS).

  • Conflito na Ucrânia leva Europa a reforçar orçamentos de defesa

    Conflito na Ucrânia leva Europa a reforçar orçamentos de defesa

    Após a invasão russa na Ucrânia, que começou há 13 dias, os líderes europeus passaram a expressar grande preocupação com a defesa de seus territórios e com a dependência energética em relação ao gás e petróleo da Rússia.

    Esses assuntos serão discutidos amanhã (10) e sexta-feira (11) em reunião do Conselho Europeu, em Versalhes, e foram comentados pelo presidente francês, Emmanuel Macron e pelo primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte.

    Macron e Rutte fizeram declarações hoje (9), em frente ao Palácio do Eliseu, residência oficial do presidente francês, em Paris. Macron disse que a Europa precisa construir uma independência estratégica maior em matéria de defesa. “Estamos juntos aqui para fazer da Europa uma potência geopolítica. Essa guerra no solo europeu nos impõe avaliar as consequências agora e no médio prazo”, afirmou.

    Mark Rutte, premiê holandês, afirmou que lideranças europeias precisam discutir a dependência do petróleo e do gás da Rússia. “Não vou propor a gente cortar o suprimento hoje, não é possível, porque precisamos do suprimento russo. Mas podemos fazer mais para avançar nessa agenda verde, descarbonizar nossas economias. E fazer uso do pacote verde, com  novas tecnologias, novos empregos. Isso está no cerne das nossas discussões, focar em inovação e que tenhamos autonomia”.

    Rutte afirmou também a necessidade de se aumentar os gastos com a defesa. “Estamos sempre abaixo dos 2% [percentual do orçamento total destinado à defesa], então agora estamos aumentando em 25% nossos gastos com defesa. Não vamos chegar a 2% agora, mas vamos chegar lá o mais rápido possível”.

    O premiê holandês disse “uma página foi virada na história europeia e que temos que trabalhar mais juntos para manter nossos países e povos seguros”.

    Os temas de defesa, segurança e independência energética estarão em debate nos próximos dias no Conselho Europeu, tanto que, em carta de convite do presidente Charles Michel aos membros do organismo, ele afirma que “a agressão militar não provocada e injustificada da Rússia contra a Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional e compromete a segurança europeia. À luz dos recentes acontecimentos, é mais urgente do que nunca tomarmos medidas decisivas para reforçar a nossa soberania, reduzir as nossas dependências de terceiros e conceber um novo modelo de crescimento e investimento”.

    Berlim

    Em Berlim, Olaf Scholz, primeiro-ministro da Alemanha, também reforçou a preocupação com a segurança e as questões climáticas na Europa. “A gente tem que ter alternativas para reduzir a emissão de carbono, para nos tornarmos neutros do ponto de vista do carbono em 20 anos, é um grande desafio”. Ele disse ainda que o país precisa diversificar as matérias-primas para as indústrias e para o suprimento de gás. A Alemanha importa da Rússia aproximadamente 50% do gás que consome.

    Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, ao lado de Scholz, disse que a crise na Ucrânia demonstra a importância da segurança energética, da aceleração para a transição verde. “A gente quer atingir a emissão zero e estamos construindo economias limpas” reforçou.

    Trudeau explicou que o Canadá vai enviar para a Ucrânia equipamentos militares especializados, além 50 milhões de dólares.

  • Rússia não comparece à audiência na Corte Internacional de Justiça

    Rússia não comparece à audiência na Corte Internacional de Justiça

    Aconteceu hoje (7), em Haia, nos Países Baixos, uma audiência na Corte Internacional de Justiça sobre a guerra na Ucrânia. A delegação russa não compareceu. Ucranianos disseram que “assentos vazios dizem muito”. Ausência da Rússia também foi criticada por Joan Donoghue, presidente do tribunal, principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Após o início da invasão russa, em dia 24 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin alegou ter atacado a Ucrânia porque o país estaria cometendo genocídio do próprio povo. Ele acusa a Ucrânia de matar cidadãos de Donetsk e Luhansk, regiões controladas por separatistas pró-Moscou. A Ucrânia rejeita as acusações.

    No dia 26 de fevereiro, dois dias após o início dos ataques, a Ucrânia recorreu à Corte Internacional de Justiça, pedindo que a Rússia suspenda as agressões e retire suas tropas do país.

    No sábado (5), a Rússia já havia enviado comunicação à Corte, informando que não participaria da audiência.

    Anton Korynevich, membro da delegação ucraniana, disse esperar do tribunal medidas urgentes para o fim da invasão, já que uma decisão sobre o assunto pode demorar anos. “A Corte [Internacional de Justiça] tem a responsabilidade de agir”, disse Korynevich, acrescentando que “a Rússia precisa de ser parada”.

    “Vamos resolver nosso desacordo como nações civilizadas. Abaixe suas armas e apresente suas provas”, disse Korynevich.

  • Presidente da Ucrânia apela ao povo russo que combata a guerra

    Presidente da Ucrânia apela ao povo russo que combata a guerra

    O presidente da Ucrânia, Wolodymyr Zelensky, fez novo pronunciamento neste domingo (3), em que se dirigiu ao povo russo e pediu que eles se posicionem contra a guerra.

    “Ciadãos russos, essa não é só a luta pela paz na Ucrânia, mas pela riqueza que vocês tinham no seu país. Se ficarem calados, a miséria que vai falar por vocês no futuro. Não fiquem calados”, declarou o presidente.

    Ele voltou a afirmar que não se trata de uma operação militar nem é ocasional, mas uma invasão planejada. Segundo ele, os soldados russos capturados pelas forças ucranianas forneceram informações que reforçam essa tese.

    “Essas pessoas [do Exército russo] queriam acabar com nossas cidades. Tivemos acesso a documentos. Por isso que está ocorrendo essa atrocidade. Estão lançando bombas, artilharia, mísseis. Isso não é uma improvisação”, disse.

    Zelensky afirmou que os ataques da Rússia sobre o país estão violando regras internacionais. “Isso será um crime militar histórico”, destacou.

    No pronunciamento, o presidente ucraniano comentou que sua gestão está planejando medidas de estímulo econômico e de apoio à população com vistas à reconstrução do país.

    “Já sabemos como vamos reconstruir e reformar a nossa Ucrânia. Criamos fundos para este fim, um para infraestrutura, um para crédito e um de auxílio para negócios pequenos, além de vários programas que estamos criando”, informou.

    Na Rússia, diversos atos vêm sendo promovidos contra a guerra. Mas o presidente Vladimir Putin tem endurecido. Os protestos têm sido duramente reprimidos. Nesta semana, aprovou uma nova lei censurando conteúdos críticos à guerra, com pena de prisão de até 15 anos.

  • Reatores de usina tomada por russos não foram danificados

    Reatores de usina tomada por russos não foram danificados

    O Regulador Nuclear da Ucrânia tem conseguido manter contato com a equipe da Usina Nuclear de Zaporizhhzhya, mesmo depois da usina ter sido tomada pelos russos. A informação é do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi. Segundo a equipe da usina, os sistemas de segurança estão intactos e os níveis de radiação estão normais. Dois dos seis reatores da usina seguem operando.

    A Usina Nuclear de Zaporizhhzhya é o maior do país. Segundo o Regulador Nuclear da Ucrânia, o centro de treinamento foi bastante danificado, mas essas instalações ficam separadas dos reatores. Nessa sexta-feira (4), o local foi atingido por um “projétil”, que desencadeou um incêndio, extinto depois. O ataque também danificou o prédio onde ficam os laboratórios e uma estrutura administrativa. Foi realizada uma inspeção para detectar danos nos reatores, mas nada foi encontrado.

    De acordo com a AIEA, a equipe da Usina Nuclear de Chernobyl, também sob controle do Exército Russo, está no local desde 23 de fevereiro, tentando revezar o turno com a equipe técnica e os guardas de Zaporizhhzhya, mas foram impedidos de entrar.

    Grossi alertou sobre a importância desse revezamento, para que os técnicos da usina possam fazer seu trabalho de maneira segura. Em resposta, o diretor da Empresa Nacional de Geração de Energia Nuclear da Ucrânia, a Energoatom, Petro Kotin, informou ontem a Grossi que a troca de turnos de trabalho já estava permitida na usina.

    Um ataque das tropas russas às usinas nucleares da Ucrânia acendem um alerta no mundo sobre a possibilidade de um novo acidente nuclear, aos moldes do ocorrido em Chernobyl, em 1986. Naquela época, a Ucrânia ainda era um território parte da União Soviética.

    Na época, um teste de segurança malsucedido provocou a explosão em um dos quatro reatores da usina. A explosão liberou uma enorme nuvem radioativa, que se espalhou por boa parte da Europa. Até hoje a cidade de Chernobyl, evacuada às pressas na ocasião, é mantida isolada. O episódio marcou o início da derrocada da União Soviética.

  • Chanceler da Ucrânia pede mais sanções contra a Rússia

    Chanceler da Ucrânia pede mais sanções contra a Rússia

    O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu aos países da comunidade internacional que continuem aplicando sanções contra a Rússia, sobretudo econômicas. Diante do não envio de tropas estrangeiras para ajudar os soldados ucranianos contra a invasão russa, tem restado à Ucrânia contar com as sanções para enfraquecer o presidente da Rússia, Vladmir Putin.

    “Pedimos uma nova rodada de sanções contra Rússia. Queremos todos os bancos os excluídos [do sistema internacional], é preciso interromper a compra de petróleo russo. O petróleo russo tem cheiro de sangue: o ucraniano. Vemos que muitas multinacionais saíram da Rússia, eu elogio essas decisões. Peço para que todas as empresas parem de investir na Rússia”, disse Kuleba, em entrevista concedida hoje (5). Segundo ele, 113 multinacionais já deixaram a Rússia.

    No último sábado (26), países ocidentais já haviam anunciado o congelamento de reservas internacionais da Rússia. Além disso, bancos russos estão sendo desligados da plataforma Swift, um sistema de pagamentos entre instituições financeiras de mais de 200 países, coordenados pelos bancos centrais das dez maiores economias do mundo. Essa medida complica ainda mais o funcionamento do sistema financeiro russo, ao atrasar o pagamento de transações comerciais e financeiras.

    Dias depois, os Estados Unidos anunciaram uma ampliação nas sanções. As medidas devem afetar empresas que atuam no setor de Defesa do país euroasiático. Além disso, serão impostas restrições às importações de bens tecnológicos do principal aliado russo, Belarus, cujo território tem sido usado pelas Forças Armadas da Rússia em ataques contra alvos ucranianos.

    Na entrevista, Kuleba também pediu para que a China e Índia se juntem aos esforços para parar a guerra e convençam Putin a encerrar o conflito. Para o ministro, a guerra é contra os interesses da China, por afetar o comércio internacional. Já a Índia, segundo ele, é prejudicada porque é um dos principais compradores de produtos agrícolas da Ucrânia e a guerra compromete as próximas colheitas.

    “A Índia tem que pedir ao Putin para parar essa guerra. Estamos lutando porque Putin não reconhece o nosso direito de existir”. Tanto Índia como China evitaram se colocar contra a Rússia no Conselho de Segurança das Nações Unidas e se abstiveram de aprovar uma Resolução condenando o ataque.

    Ele também afirmou que a invasão russa não afasta o desejo da Ucrânia de fazer parte da União Europeia. “Putin pode jogar bombas sobre nós, mas isso não vai mudar a posição do povo ucraniano de querer ser parte da União Europeia”. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já pediu uma adesão imediata ao bloco.

    O chanceler ucraniano também agradeceu a ajuda humanitária que tem sido enviada ao país. Segundo ele, a comunidade ucraniana no exterior conseguiu arrecadar US$ 7,5 milhões. Além disso, ele registrou o recebimento de 183 toneladas de ajuda humanitária.

    Kuleba negou impedir a saída de estudantes estrangeiros da Ucrânia. Afirmou que o país está prestando assistência a esses estudantes e criou uma linha de emergência para que eles peçam socorro às embaixadas de seus respectivos países. Por fim, o chanceler pediu que o mundo aprenda com os erros do passado e evite uma nova guerra no continente europeu.

    “Os líderes do mundo precisam mostrar que isso não pode acontecer de novo. Provem que vocês querem que isso nunca mais aconteça, aprendam com as lições do passado. Isso [a invasão russa] pode levar o continente inteiro a uma devastação”.

  • PMA eleva nivel de assistência alimentar na Ucrânia

    PMA eleva nivel de assistência alimentar na Ucrânia

    O chefe do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU), David Beasley, informou neste sábado (5) que a agência elevou assistência para atender de 3 a 5 milhões de pessoas na Ucrânia, que começam a sofrer com a escassez de alimentos. Segundo ele, essas operações envolvem muitos veículos, compras e assistência em dinheiro às famílias necessitadas.

    Beasley está na Polônia e avalia que o conflito poderá colocar a crise de fome no mundo em nível nunca antes visto. De acordo com ele, a meta do PMA é criar uma linha de apoio em Kiev, capital da Ucrânia, e em outras cidades do país, atingidas pelo combate.

    Em Kiev já há relatos de escassez grave de comida e de água, enquanto em Kharkiv as equipes do PMA estão montando operações de ajuda. Esses pontos de entrega de assistência alimentar também estão sendo criados em países fronteiriços, como a Polônia.

    A agência informou estar “numa corrida contra o tempo para posicionar alimentos em áreas de conflito”. Na Ucrânia, a meta é encontrar parceiros para ajudar na distribuição da assistência, enquanto nos países vizinhos, as equipes estão identificando vendedores locais para conseguir comprar mais estoques.

    Impacto no mundo

    A agência lembra que juntos, Rússia e Ucrânia são responsáveis por 29% do mercado global de comércio de trigo. Uma interrupção forte na produção e nas exportações poderá colocar o preço dos alimentos na maior alta de 10 anos. O chefe do PMA, David Beasley, teme que mais pessoas no mundo fiquem famintas em um cenário como este.