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  • Rio Grande do Sul debate medidas para mitigar impactos da estiagem na agricultura

    Rio Grande do Sul debate medidas para mitigar impactos da estiagem na agricultura

    As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias trouxeram um alívio momentâneo para as altas temperaturas, mas não foram suficientes para reverter os prejuízos causados pela estiagem na produção agropecuária. Diante desse cenário, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) reuniu-se nesta segunda-feira (17) com autoridades estaduais e federais para discutir soluções voltadas à sustentabilidade da agricultura familiar e ao agravamento do endividamento dos produtores.

    O encontro contou com a participação do governador Eduardo Leite e de diversas lideranças, incluindo os secretários estaduais Vilson Covatti (Desenvolvimento Rural), Clair Kuhn (Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) e Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico), além do presidente da Emater/RS-Ascar, Luciano Schwerz. Deputados, senadores e representantes do governo federal também marcaram presença na reunião.

    Leite destacou que o Rio Grande do Sul tem sido um dos estados mais impactados por eventos climáticos adversos e defendeu a necessidade de medidas emergenciais e estruturantes para apoiar os produtores rurais. Segundo ele, 111 municípios já solicitaram reconhecimento de situação de emergência devido à seca, e 33 obtiveram homologação estadual. Entre as ações do governo gaúcho, ele mencionou o Programa de Irrigação, que oferece até R$ 100 mil para projetos na área, além da modernização da legislação para destravar iniciativas de reservação de água. O governador também anunciou que, com recursos do Plano Rio Grande, será lançado em breve um amplo programa de recuperação de solos.

    O secretário Vilson Covatti ressaltou a importância da articulação entre governo, parlamentares e entidades para viabilizar soluções efetivas. Ele enfatizou que a recuperação do solo e a resiliência climática serão prioridades para os próximos dias. Já Clair Kuhn destacou que há um edital aberto para projetos de irrigação, oferecendo incentivo de 20% do valor do projeto, limitado a R$ 100 mil por beneficiário. Além disso, a secretaria trabalha na perfuração de poços, escavação de açudes e instalação de cisternas para mitigar os impactos da seca.

    O presidente da Fetag-RS reforçou que a reunião teve o objetivo de sensibilizar os gestores públicos sobre a realidade dos agricultores e destacou que os investimentos em manejo de solo são essenciais. Ele também cobrou melhorias na infraestrutura elétrica para o interior do estado.

    Entre as principais demandas apresentadas pela Fetag-RS estão a prorrogação automática das operações de crédito rural vinculadas ao Pronaf e ao Pronamp por 120 dias, além da renegociação das dívidas acumuladas em até 20 anos. Outra reivindicação foi a revogação de resoluções que limitam a cobertura do Proagro, incluindo a exigência do Cadastro Ambiental Rural (CAR), além da ampliação dos programas de irrigação para pequenos produtores.

    Com a estiagem impactando severamente a agricultura do estado, a expectativa dos produtores é de que essas medidas sejam implementadas rapidamente para garantir a sustentabilidade da produção e evitar prejuízos ainda maiores.

  • Colheita do milho atinge 8% das lavouras do RS

    Colheita do milho atinge 8% das lavouras do RS

    A cultura do milho está em colheita no Rio Grande do Sul e atinge 8% das lavouras implantadas. Nas primeiras áreas colhidas em algumas regiões, há lavouras com excelentes resultados, e outras com menor produtividade. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (09/01) pela Emater/RS-Ascar, a ausência de chuvas afeta, de maneira mais intensa, as lavouras de milho em estágio reprodutivo, assim como o plantio, impactado pela falta de umidade do solo. Até o momento, 96% da área projetada com milho para esta Safra 2024/2025 foi semeada, estando 17% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 11% em floração, 30% em enchimento de grãos e 34% em maturação.

    Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, as condições climáticas seguem favoráveis para o desenvolvimento das lavouras de milho, que se encontram em diversas fases, desde a germinação até o enchimento de grãos, predominando as áreas em fases reprodutivas. Nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra 60% da área de milho destinada à produção de grãos, as lavouras estão em floração e enchimento de grãos. Em geral, a sanidade está adequada e o desenvolvimento das plantas, vigoroso, mantendo a expectativa de rendimento igual ou superior à do momento do plantio. Na região de Erechim, 78% das áreas cultivadas com milho estão em fase de enchimento de grãos e 5% colhidas. A produtividade está dentro do esperado, em 9 mil kg/ha.

    Já na região de Santa Rosa, 62% das lavouras de milho estão na condição de maduro, e 15% estão colhidos. A produtividade média atingiu 7.775 kg/ha, dentro do esperado, considerando as lavouras irrigadas, que estão com ótimo desenvolvimento. As atividades de colheita foram intensificadas durante os últimos dias, favorecidas pela manutenção das condições de clima seco. Caso o tempo seco persista, a produção média de milho na região deverá diminuir de forma significativa.

    Milho Silagem

    Foi intensa a colheita de milho para silagem no período, chegando a aproximados 30%. As lavouras em fase de floração estão sendo impactadas pela baixa umidade, que pode afetar o potencial produtivo. Nas áreas em colheita, a produtividade e a qualidade estão adequadas. Para a Safra 2024/2025 no Estado, a Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 357.311 hectares, e a produtividade média é de 39.457 kg/ha.

    Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, as lavouras de milho silagem foram beneficiadas pelas condições ambientais, o que garantiu um ótimo potencial produtivo. Em torno de 60% da área está em colheita, e as demais em enchimento de grãos. A colheita das lavouras está intensa e evidencia alta produtividade. A média atual é de 43 mil kg/ha, e há alta concentração de grãos nas silagens produzidas, perfazendo excelente qualidade. Na região de Santa Maria, nas lavouras do cedo, o produto apresenta boa qualidade. No entanto, nas áreas em floração, ainda não há indicações de que as plantas estarão em condições para silagem. A área plantada alcança 75% do previsto; o restante aguarda condições de umidade para a realização do plantio.

    Soja

    No período, a semeadura da soja evoluiu apenas em regiões onde houve umidade do solo adequada para a operação. Na Fronteira Oeste, Noroeste e Norte, a ausência de chuvas paralisou a atividade de plantio. A redução da umidade já causa estresse hídrico em parte significativa das áreas no Estado, reduzindo o potencial produtivo da cultura. Até o momento foi semeada 98% da área prevista para a soja no RS, estando 77% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 3% das lavouras de soja estão em enchimento de grãos.

    A sanidade das lavouras de soja no Rio Grande do Sul continua satisfatória. Mas nas áreas monitoradas pelo Programa Monitora Ferrugem RS predominam os níveis de risco para a doença (Phakopsora pachyrhizi) entre baixo e médio, com exceção de algumas pequenas áreas. Na região de Santa Rosa, esporos vêm sendo registrados nas lâminas, há algumas semanas. Por isso, os produtores têm acrescentado fungicidas, de forma preventiva, às aplicações para o controle de plantas daninhas em pós-emergência. Ainda assim, é necessário redobrar a atenção para o monitoramento e controle de pragas e doenças.

    Arroz

    A cultura apresenta desenvolvimento satisfatório, com alta radiação solar e boa disponibilidade de água dos reservatórios, apesar de em algumas regiões haver preocupações com níveis de rios e barragens. As temperaturas noturnas abaixo de 15°C desfavorecem as lavouras em estágio reprodutivo. São realizados tratos culturais. O Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga) projeta área de 948.356 hectares cultivados. A Emater/RS-Ascar estima produtividade de 8.478 kg/ha.

    Feijão 1ª safra

    A colheita da primeira safra de feijão evoluiu no período, favorecida pelo clima seco, passando de 30% da área. Os rendimentos alcançados estão em 1.600 kg/ha. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a colheita avançou para 48% da área, com grande variabilidade de rendimento. Nas áreas irrigadas, a produtividade e a qualidade do grão estão dentro do esperado. Nas áreas de sequeiro, a produtividade da cultura foi comprometida pelo baixo volume hídrico em novembro. Na região de Santa Maria, 30% das lavouras estão em fase de maturação, e a colheita foi realizada em 40% da área. O clima da última quinzena não foi propício para as lavouras em floração e enchimento de grão, em função das temperaturas muito elevadas e da falta de chuva. Já na região de Soledade, a colheita chegou a 60% das lavouras; 30% estão em maturação e 10% em enchimento de grãos. A produtividade varia de 1.440 a 1.620 kg/ha na maioria das lavouras. O grão colhido apresenta peso e qualidade adequados.

    Piscicultura

    Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, as temperaturas, de médias a altas, e as chuvas leves garantiram a renovação da água nos açudes e o desenvolvimento de fitoplâncton e zooplâncton. Na de Frederico Westphalen, após a despesca, os viveiros receberam adubação com calcário, fósforo e nitrogênio para melhorar a qualidade da água e favorecer a produção de plâncton, essencial na alimentação dos alevinos nas fases inicial e juvenil. Na região de Santa Rosa, a falta de chuvas e as altas temperaturas têm reduzido o nível dos açudes, elevando a temperatura da água, o que pode comprometer a oxigenação e aumentar o risco de mortalidade de peixes.

    Pesca artesanal

    Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, na Lagoa dos Patos, houve aumento na captura de corvina e tainha, mas a qualidade, o peso e o tamanho dos peixes estão limitados. Os pescadores se preparam para a safra de camarão, prevista para fevereiro. Nas lagoas Mirim e Mangueira, o período de defeso, iniciado em 01/11/2024, segue até 31/01, e os pescadores aproveitam para realizar a manutenção de embarcações e redes. Na Lagoa do Peixe, em Tavares, após reunião com pescadores e o ICMBio, a safra de camarão foi aberta nesta quinta-feira (09/01). Na região de Santa Rosa, a atividade pesqueira está interrompida devido ao período de defeso, que se estende até 31/01. O Rio Uruguai apresenta nível baixo, com oscilações ocasionais, águas turvas e presença de musgos.

  • Mapa celebra convênio de R$ 21 milhões para fortalecer a defesa agropecuária no Rio Grande do Sul

    Mapa celebra convênio de R$ 21 milhões para fortalecer a defesa agropecuária no Rio Grande do Sul

    O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no Diário Oficial da União o extrato do convênio firmado com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi/RS). O acordo tem um valor global de R$ 21.284.243,09, sendo que R$ 21 milhões serão repassados pelo Mapa.

    De acordo com o superintendente do Mapa no Rio Grande do Sul, José Cleber Dias de Souza, as tratativas para o convênio começaram no final de maio, durante a instalação do gabinete itinerante, liderado pelo ministro Carlos Fávaro. Na ocasião, a equipe da Superintendência de Agricultura e Pecuária do estado, em parceria com a Seapi/RS e a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério, elaborou um documento detalhando o valor necessário para a recuperação das atividades agropecuárias gaúchas.

    Os recursos foram viabilizados por meio da Medida Provisória nº 1.260/2024, que destinou verbas também ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e à Embrapa. No total, mais de R$ 80 milhões foram direcionados ao Rio Grande do Sul.

    O convênio celebrado prevê investimentos em diversas áreas da Seapi/RS, incluindo defesa agropecuária animal e vegetal, pesquisa e diagnóstico. Os recursos serão aplicados na aquisição de equipamentos de escritório, informática, materiais laboratoriais e veículos. Esses investimentos contribuirão para a garantia da sanidade dos cultivos e criações, além de fortalecer os serviços prestados aos agricultores e criadores do estado.

    O novo convênio reafirma o compromisso do Governo Federal em apoiar o fortalecimento do setor agropecuário no Rio Grande do Sul, assegurando condições adequadas para a produção e comercialização de produtos agrícolas e pecuários no estado.

  • Relatório aponta diretrizes para a recuperação da apicultura no Rio Grande do Sul

    Relatório aponta diretrizes para a recuperação da apicultura no Rio Grande do Sul

    O Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de mel do Brasil, sofreu com o desastre climático do segundo trimestre de 2024. Mais de 20 mil colmeias foram perdidas com as chuvas intensas, inundações e coberturas, colocando em risco a produção de mel, a polinização de diversas culturas e a renda de milhares de famílias de apicultores e meliponicultores. Diante desse cenário, a Embrapa Meio Ambiente, por meio do projeto “Observatório de Abelhas do Brasil, com Foco no RS”, elaborou um relatório que quantifica os prejuízos e que aponta propostas para a recuperação do setor apícola e a construção de um futuro mais sustentável para a apicultura gaúcha.

    De acordo com Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, o relatório é direcionado para tomadores de decisão e traz os resultados do levantamento realizado pelas equipes do Observatório de Abelhas após as enchentes que atingiram o RS. Este projeto é uma iniciativa da Embrapa Meio Ambiente com o Ministério Público do RS, a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (ABELHA) e 14 empresas do setor de insumos agrícolas.

    O mapeamento documentou cerca de 21 mil colmeias perdidas em 88 municípios, o que representa 4,55% do total de colmeias no Estado, sendo que a grande maioria foi destruída imediatamente por desastres climáticos.

    No entanto, do total de colmeias destruídas, 8% foram perdidos após as chuvas, sendo que 57% derivam da razão da ausência de alimento no campo para as abelhas. A situação expõe a vulnerabilidade da apicultura e da meliponicultura diante das mudanças climáticas, com destaque para a escassez de floradas, que compromete a alimentação das abelhas, e a dificuldade dos apicultores no acesso aos apiários para adotarem as medidas emergenciais em colônias remanescentes e de insumos apícolas .

    Menezes acredita que, para a recuperação a curto prazo, são possíveis ações como a reposição do plantel de abelhas, o fornecimento de novas caixas e a suplementação alimentar. Em médio e longo prazo, o documento propõe a criação de linhas de crédito específicas, um seguro rural apícola e um fundo emergencial para apicultores, além de programas de capacitação técnica e fortalecimento das cooperativas, com foco na valorização comercial dos produtos apícolas.

    O relatório também alerta sobre a necessidade de medidas para evitar novos desastres, como a instalação de colmeias em terrenos elevados e o planejamento de espécies que oferecem recursos florais ao longo do ano. O objetivo é tornar uma apicultura mais resiliente e sustentável, contribuindo para a proteção do ecossistema e da agricultura no Estado.

    A perda das colmeias foi agravada pelas condições climáticas adversas após o evento de inundações, enxaquecas e penetraçãos que impediram os apicultores de acessarem seus apiários e adotarem medidas emergenciais para a proteção das abelhas remanescentes. Além disso, apicultores relatam danos severos a equipamentos e infraestruturas, além da perda de estoques de mel ainda não colhido.

    As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais no século 21, com impactos visíveis tanto na agricultura quanto na apicultura. Modelos climáticos indicam que, até 2050, cerca de 90% dos municípios brasileiros sofrerão com a perda de polinizadores, comprometendo seriamente a polinização de diversas culturas agrícolas. O Rio Grande do Sul, especialmente afetado por essas previsões climáticas e extremos, figura entre os estados mais suscetíveis às perdas de polinizadores, o que pode agravar ainda mais o quadro de insegurança alimentar e econômico para milhares de famílias que dependem da apicultura como meio de subsistência .

    As abelhas, especialmente a espécie Apis mellifera , desempenham um papel fundamental na polinização de culturas agrícolas em todo o mundo. Estima-se que, em 2021, existissem cerca de 90 milhões de colmeias dessa espécie no planeta, tornando-se o principal polinizador gerenciado na agricultura. No Brasil, o Rio Grande do Sul é o maior produtor de mel, com uma produção de 9.014 toneladas em 2022, segundo dados do IBGE. O estado também liderou o plantio de colmeias no país, com 462.363 colmeias registradas em 2023, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI/RS).

    Para Betina Blochtein, coordenadora executiva do Programa Observatório de Abelhas do Brasil , uma resposta articulada e consequente do setor apícola no Rio Grande do Sul é uma oportunidade para uma residência com novas práticas para o crescimento do setor, com medidas que permitam aumentar a produtividade e a valorização dos produtos em uma apicultura mais profissionalizada e sustentável.

    O relatório também aponta para a necessidade de apoio financeiro e técnico aos apicultores, incluindo o fortalecimento das cooperativas e associações, que podem facilitar o acesso a recursos, conhecimento e tecnologias inovadoras. Um ponto crucial é a criação de linhas de crédito específicas para a apicultura, além de um fundo emergencial que possa ser acionado em casos de desastres climáticos. Outro aspecto relevante é a promoção de cursos de capacitação para os apicultores, focando em práticas de manejo mais eficientes e sustentáveis, como a seleção genética e a produção de rainhas.

    Ainda no âmbito das ações a médio e longo prazo, o relatório sugere o desenvolvimento de campanhas de sensibilização ambiental, tanto para o consumidor público quanto para os apicultores, destacando a importância da preservação das áreas naturais e da adoção de práticas agrícolas que protejam os polinizadores . Entre as propostas está o planejamento de espécies melíferas, a criação de sistemas de rastreabilidade para o mel produzido no estado e o combate ao comércio irregular de mel e subprodutos, que prejudica os produtores que operam dentro da legalidade.

    “O desastre de 2024 deixou um alerta sobre a vulnerabilidade do setor apícola às mudanças climáticas. No entanto, as medidas propostas também apontam para uma oportunidade de transformação e fortalecimento da apicultura no Rio Grande do Sul. Com o apoio necessário, o setor pode se tornar mais resiliente e sustentável, preparado para enfrentar os desafios que o futuro reserva climático”, enfatiza Blochtein.

    “A colaboração com outras entidades foi fundamental para a realização do relatório, com destaque para o levantamento de dados realizado pela Federação Apícola e de Meliponicultura do Rio Grande do Sul (FARGS) e o apoio de técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) )”, disse Menezes.

  • Geotecnologia e dados orientam ações na área rural durante enchentes no Rio Grande do Sul

    Geotecnologia e dados orientam ações na área rural durante enchentes no Rio Grande do Sul

    As enchentes do mês de maio no Rio Grande do Sul atingiram 21,5 mil imóveis rurais, sendo 84,5% de pequenos produtores. Entre 5 a 7 de maio, as inundações impactaram 12 unidades de conservação, 25 assentamentos e 3 comunidades quilombolas. Nas áreas atingidas pelas enchentes e penetração da terra, existiam mais de 17 mil domicílios na área rural dos 120 municípios declarados em situação de emergência ou calamidade pública até 3 de junho.

    Desde traçar um panorama geral da situação no estado até indicar os pontos de localização de domicílios onde podem estar pessoas em situação de vulnerabilidade em um município, dados gerados e compartilhados por instituições públicas foram utilizados no enfrentamento aos efeitos das enchentes e da penetração da terra no RioGrande do Sul. Parte dos esforços da Embrapa voltados para agricultores e para a agricultura no estado não está no tratamento desses dados com ferramentas de geotecnologia.

    A partir das manchas de inundação e penetrações detectadas pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Governo Estadual (SPGG/RS) e pelo Programa Brasil MAIS (Meio Ambiente Integrado e Seguro) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Embrapa Territorial (Campinas , SP) combina dados públicos e oficiais para gerar informações solicitadas por diferentes organizações. Um dos pedidos de apoio veio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) , que rapidamente identificou onde poderiam estar famílias de agricultores atingidos pelas inundações e perfurações na área rural

    A equipe de geoprocessamento da Embrapa Territorial, então, foi buscar, no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) as regiões geográficas dos domicílios visitados durante o censo populacional de 2022. A disponibilização do arquivo de pontos dos locais visitados pelos recenseadores foi uma novidade apresentado pelo IBGE a partir do censo agropecuário de 2017. No centro de pesquisa campineiro, o recurso vem sendo utilizado para análises de alcance territorial da produção e da preservação ambiental nas áreas rurais do Brasil. Dessa vez, os dados de localização dos domicílios na área rural foram processados ​​de forma a serem identificados no interior da mancha de inundação e de penetrações de terra, nos municípios em situação pública de emergência ou calamidade.

     Encontrando pessoas

    Com isso, as equipes do Senar passaram a ter na palma da mão, no celular, uma rota para chegar até os domicílios impactados. “A Embrapa apareceu para pessoas arquivos em KMZ, que conseguiram importar diretamente para o Google Earth. Dividimos todo esse mapa em vários arquivos para que fique mais leve, mais ágil, para que cada supervisor conseguisse abrir no seu celular e para direcionar (os esforços) junto ao seu sindicato rural”, conta o coordenador de desenvolvimento e inovação do Senar/RS , Alexandre Padilha.

    A partir dos dados, também foram gerados mapas e tabelas para a priorização de municípios a serem atendidos, conforme a parcela do território atingido pela mancha de inundação e penetração, bem como pelo número de domicílios nessa área existente.

    O município de Nova Santa Rita foi o que teve a maior parte do território afetado (54,6%), enquanto Rio Pardo foi o que apresentou a maior quantidade de domicílios na área devastada (1.201). “Com isso, as pessoas buscam ser estrategicamente direcionadas para a ação”, diz Padilha. Chamada de SuperAção Agro Rio Grande do Sul, uma iniciativa do Senar-RS mobilizou 300 técnicos e investiu R$ 100 milhões para assistência aos agricultores.

    O analista da Embrapa Territorial Paulo Roberto Rodrigues Martinho tem atuado diretamente no processamento de dados para atender a essas demandas e pontuar uma diferença do trabalho feito para o Senar/RS: “As outras análises são para apoio a políticas públicas, essa foi para a ação Imediatamente de ir ao campo e encontrar pessoas”.

     Panorama

    O conceito e a metodologia por trás dos sistemas de inteligência territorial estratégica foram utilizados para apresentar um panorama das áreas de produção, algumas das principais culturas e infraestruturas afetadas no estado. “Para avaliar resultados e necessidade de ações para agropecuária, precisamos olhar para dentro das propriedades, mas também para o entorno, para as estruturas de armazenamento e escoamento da safra, para a coleta de suprimentos para as pessoas e insumos para a produção”, ressalta o chefe-geral do centro de pesquisa, Gustavo Spadotti. Esse trabalho foi feito ainda no início de maio, quando só havia disponíveis os limites de mancha da área atingida pelas enchentes entre os dias 5 e 7. Naquele momento, pode-se apurar que 85 armazéns, com capacidade de estocar 750 mil toneladas, estavam Localizada nesse território. Ainda sem considerar as penetrações, foram identificados 49 bloqueios parciais e 42 bloqueios totais em rodovias.

    Para chegar a esse panorama, apresentado com números e nos mapas, dados modificados por diferentes instituições foram empregados: Agência Nacional de Águas (ANA) , Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) , Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (DAER/RS) , IBGE e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) , Serviço Florestal Brasileiro (SFB/SICAR) , entre outros.

    A partir desse trabalho e das necessidades definidas pela Diretoria-Executiva da Embrapa e pelos quatro centros de pesquisa localizados no estado, outras análises, com recortes territoriais menores, estão sendo realizadas, sempre com a informação mais atualizada disponível no momento. Um exemplo foi a análise territorial sobre o impacto das chuvas nas microrregiões de Lajeado e Encantado. A equipe está trabalhando com uma atualização da mancha de inundação e penetração, baseada em imagens de satélite com dados de 14 e 15 de maio de 2024, e aguardando novas versões. “Nosso orientador é sempre a área da mancha mais atual, que é atualizada conforme a demanda”, lembra o analista Carlos Alberto de Carvalho, da Embrapa Territorial.

    Além dos levantamentos de dados, a Embrapa está reunindo os sete centros de pesquisa da região Sul para articulações e ações no território gaúcho: Embrapa Clima Temperado, Pelotas (RS); Embrapa Pecuária Sul, Bagé (RS); Embrapa Trigo, Passo Fundo (RS), Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves (RS); Embrapa Suínos e Aves, Concórdia (SC), Embrapa Florestas, Colombo (PR), e Embrapa Soja, Londrina (PR). A Embrapa atuará com seu corpo técnico no diagnóstico sobre a situação do solo e da sua fertilidade em diferentes localidades, em parceria com a Emater/RS e consultores associados.

  • Boi/Cepea: Inundações no RS geram grande preocupação entre agentes do setor pecuário

    Boi/Cepea: Inundações no RS geram grande preocupação entre agentes do setor pecuário

    A exemplo de outros setores, a pecuária bovina de corte do Rio Grande do Sul tem sido impactada pelo maior desastre da história desse estado. Segundo indicam pesquisadores do Cepea, além de pontes e estradas destruídas, pastagens estão embaixo d’água e animais foram arrastados pela enxurrada. Mesmo nas regiões que não foram inundadas, os solos estão encharcados, dificultando o manejo dos rebanhos.

    Pecuaristas consultados pelo Cepea mostram um misto de desespero e desânimo. Entre os frigoríficos, várias unidades consultadas pelo Cepea interromperam atividades por terem sido atingidos pela água ou pela dificuldade de locomoção dos funcionários. O transporte dos animais e da carne também está comprometido.

    Representantes da indústria informam ao Cepea que alguns poucos permanecem ativos apenas para compras, mas sem previsão para os embarques.

    Feiras e exposições previstas para maio têm sido suspensas. O segmento de insumos também enfrenta dificuldades de escoar rações e outros itens essenciais para as propriedades rurais.

    Diante da gravidade da situação, agentes de todos os elos da pecuária consultados pelo Cepea ainda têm dificuldades de planejar os próximos dias.

    Quanto a possíveis impactos desse cenário ao restante do Brasil, pesquisadores do Cepea destacam que, no Rio Grande do Sul, são criadas predominantemente raças europeias, mais adaptadas ao clima frio. Assim, o gado e a carne desse estado não têm grande circulação em outras regiões, e, por isso, as ocorrências recentes não devem influenciar significativamente as negociações pecuárias do País. Em 2023, pelo porto de Rio Grande (RS), foram exportados 2,9% da carne bovina.

  • Tribunais de Justiça suspendem prazos para ações ligadas ao RS

    Tribunais de Justiça suspendem prazos para ações ligadas ao RS

    A tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul levou à suspensão da contagem de prazo em todos os processos judiciais ligados ao estado, em todos os ramos da Justiça – estadual, federal, eleitoral, trabalhista e militar.

    O anúncio mais recente foi feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que nesta terça-feira (7) suspendeu os prazos processuais até sexta-feira (10), com efeitos retroativos a 2 de maio. A corte eleitoral já havia aprovado a prorrogação até 23 de maio do prazo que venceria nesta quarta-feira (8) para emissão e transferência de título de eleitor em todo o Rio Grande do Sul.

    A suspensão de prazos já havia sido anunciada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Supremo Tribunal Federal (STF).

    Em todos os casos, a suspensão vale para todos os processos que tenham o estado do Rio Grande do Sul ou algum de seus municípios como parte, bem como todas as ações cujos advogados sejam todos cadastrados na seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que havia solicitado a medida. A Justiça Militar também adotou a suspensão de prazos.

    No âmbito da Justiça Federal, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) suspendeu os prazos processuais do estado desde a semana passada, e nesta terça-feira anunciou que a suspensão é válida também para os estados de Santa Catarina e Paraná. Isso porque os estados vizinhos têm apresentado instabilidade em seus sistemas eletrônicos após uma queda nos serviços de tecnologia do TRF4.

    O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), por sua vez, anunciou nesta terça-feira a ampliação da suspensão do prazo até 17 de maio. Assim como o TRF4, a justiça estadual entrou em regime de plantão, com o atendimento somente de casos urgentes, como habeas corpus, mandados de segurança e prisões em flagrante, por exemplo.

    As sedes principais do TRF4 e do TJRS, que se encontram na região central de Porto Alegre, foram inundadas pela cheia do Lago Guaíba, que superou o nível de 5 metros, o mais alto já registrado. Houve queda nos sistemas eletrônicos também da justiça estadual.

    Os Judiciários estaduais têm determinado o envio para o Rio Grande do Sul de recursos sobressalentes oriundos de multas e outras penas judiciais aplicadas. Nesta terça-feira, a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) aprovou o envio de R$ 11 milhões pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

    Segundo balanço mais recente da Defesa Civil gaúcha, ao menos 90 pessoas morreram em decorrência do mau tempo que atinge o estado desde o início do mês. Ao todo 317 municípios, cerca de 80% do total, foram afetados. Segundo o governo, há 133 pessoas desaparecidas e outras 361 ficaram feridas.

    Edição: Fernando Fraga

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  • Primeiras remessas de donativos arrecadados em Lucas do Rio Verde seguem para o sul do país

    Primeiras remessas de donativos arrecadados em Lucas do Rio Verde seguem para o sul do país

    Duas carretas carregadas com produtos arrecadados em Lucas do Rio Verde para as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul seguiram viagem ontem (06) no final da tarde. Elas levaram solidariedade e esperança na reconstrução das cidades atingidas pelas enchentes.

    As duas carretas levaram diversos produtos arrecadados pelo CTG Sentinela da Tradição. A entidade foi um dos pontos de arrecadação em Lucas do Rio Verde. Durante todo o final de semana centenas de pessoas se mobilizaram para organizar os produtos doados pela comunidade.

    Desde que as chuvas agravaram a situação no sul do país, luverdenses começaram a se mobilizar para doar roupas, calçados, colchões, alimentos não perecíveis, produtos de higiene e limpeza para atender as necessidades das famílias afetadas no sul do país.

    Durante os trabalhos de triagem e preparação dos donativos, os envolvidos na ação tiraram um tempo para orar pelo povo gaúcho. “Oração e agradecimento de uma parte dos voluntários que trabalharam inviável o final de semana para levar as doações às milhares de pessoas do Rio Grande do Sul. Nessas doações vão todo nosso carinho, nosso amor e esperança de dias melhores para o nosso povo. Que tudo isso seja breve e que nosso povo possa se levantar mais forte”.

    A previsão é que outras duas carretas levem os produtos arrecadados pelo CTG nesta terça-feira (07).

    Enquanto isso, outras instituições se mobilizam para novas arrecadações. O Rotary Club começou a ação ontem, em parceria com a Carvalima e a Bio Qualitá. A intenção é arrecadar os itens essenciais até sexta-feira (10) e destinar as doações ao Rio Grande do Sul em seguida.

    https://www.cenariomt.com.br/mato-grosso/lucas-do-rio-verde/rotary-club-inicia-coleta-de-donativos-a-familias-afetadas-pelas-chuvas-no-rs/

  • Boi encontra refúgio em altar de igreja durante enchentes no Rio Grande do Sul

    Boi encontra refúgio em altar de igreja durante enchentes no Rio Grande do Sul

    Em meio à devastação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, uma cena inusitada trouxe um momento de leveza e esperança para a população.

    Um boi foi flagrado se abrigando no altar de uma igreja em Rio Grande, no sul do estado.

    O vídeo, gravado por um morador da região, mostra o animal deitado no altar, enquanto a água da enchente toma conta da igreja.

    Boi encontra abrigo em altar de igreja durante enchentes no Rio Grande do Sul: Imagem inusitada viraliza nas redes sociais

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    Fé e esperança: Boi encontra refúgio em altar de igreja durante enchentes no Rio Grande do Sul

    O vídeo, que rapidamente viralizou nas redes sociais, mostra o boi deitado sobre o altar, aparentemente calmo e sereno. A água da enchente chega até a metade da altura do altar, mas o animal não parece se incomodar.

    O homem que filmou a cena relata que o boi estava buscando refúgio da enchente e que a igreja foi o local mais alto que ele encontrou.

    Momento de esperança em meio à tragédia

    A cena, apesar de inusitada, serviu como um momento de esperança para a população, que está sofrendo com as consequências das enchentes.

    As imagens do boi buscando abrigo em um local sagrado foram interpretadas por muitos como um sinal de que mesmo nos momentos mais difíceis, é possível encontrar refúgio e conforto.

  • Heróis de patas: voluntários salvam cachorros em telhados inundados no Rio Grande do Sul

    Heróis de patas: voluntários salvam cachorros em telhados inundados no Rio Grande do Sul

    As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias causaram estragos e deixaram milhares de pessoas desabrigadas.

    Mas, em meio ao cenário de devastação, histórias inspiradoras de solidariedade e amor pelos animais surgem como um raio de esperança. O portal CenárioMT se solidariza com as vítimas das enchentes que tem assolado várias cidades gaúchas.

    Vídeos comoventes compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que voluntários dedicam seus esforços para salvar a vida de cachorros que ficaram ilhados em cima de telhados de casas praticamente submersas pelas águas da enchente.

    As imagens emocionam e reforçam a importância da empatia e do cuidado com os animais, especialmente em situações de crise.

    Anjos de quatro patas: voluntários salvam vidas em inundações no Sul

    Em meio ao caos, esperança: voluntários resgatam cachorros de telhados inundados

    A mobilização para o resgate dos animais está sendo realizada por diversos grupos de proteção animal, ONGs e até mesmo pela própria comunidade.

    Voluntários se unem para localizar os animais em perigo, utilizando barcos, canoas e até mesmo improvisando jangadas com madeiras e outros materiais.

    O trabalho é árduo e exige muita cautela, pois os animais estão fragilizados, com medo e desorientados. Mas a determinação e o amor pelos animais dos voluntários superam qualquer obstáculo.

    Um gesto de amor que faz a diferença

    O resgate dos animais não se resume apenas a salvá-los da inundação. Os voluntários também oferecem cuidado médico, alimentação e abrigo para os animais resgatados, proporcionando um momento de conforto e segurança em meio à situação difícil.

    Anjos de quatro patas: voluntários salvam vidas em inundações no Sul

    Atitudes como essa demonstram que o amor pelos animais não tem fronteiras e que, mesmo em momentos de crise, a solidariedade e a compaixão podem fazer a diferença na vida de quem mais precisa.

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