Tag: Revisão

  • Câmara dá pontapé inicial na série de encontros para modernizar leis e impulsionar o crescimento organizado do município

    Câmara dá pontapé inicial na série de encontros para modernizar leis e impulsionar o crescimento organizado do município

    Em uma reunião realizada na manhã desta terça-feira (29), lideranças políticas, judiciárias, empresariais e da sociedade civil de Lucas do Rio Verde uniram forças para discutir a modernização do marco legal do município. A iniciativa, promovida pela Câmara de Vereadores, busca revisar e atualizar legislações, algumas ainda vigentes desde o Plano Diretor de 2007 e até da época da emancipação, projetando o desenvolvimento de Lucas do Rio Verde para os próximos 30 a 50 anos.

    O secretário de Governo, Alan Togni, destacou a importância do momento, apontando a necessidade de “unir as quatro mãos” — sociedade, Executivo, Legislativo, Judiciário e entidades como CDL e Acilve — para construir uma legislação sólida, segura e sustentável. “Agora é hora de remangar as mangas e trabalhar para garantir o futuro de Lucas do Rio Verde, que já vive uma fase de expansão”, afirmou Togni. Segundo ele, referências como a cidade de Campinas (SP), conhecida por seu entroncamento logístico e organização urbana, serão usadas como inspiração no processo de reformulação.

    A participação ativa do Judiciário também foi ressaltada pelo juiz diretor do foro de Lucas do Rio Verde, Evandro Juarez Rodrigues. O magistrado frisou que, diferentemente da atuação tradicional apenas de análise e revisão, desta vez o Judiciário colabora diretamente para evitar problemas jurídicos futuros nas novas leis. “O crescimento da cidade exige transformações sociais e urbanísticas, e o Judiciário não pode ficar ausente deste processo de construção”, destacou.

    O presidente da Câmara Municipal, Airton Callai, reforçou o compromisso de elaborar um conjunto de oito leis modernas e atrativas, com a participação efetiva da população, do comércio e do empresariado. Ele anunciou que comissões serão formadas para visitar cidades que já adotaram legislações modernas compatíveis com a vocação de Lucas do Rio Verde. “Nós não vamos reinventar a roda. Vamos buscar o que está funcionando bem em outras cidades para projetar nosso município para o futuro”, disse Callai. Segundo ele, com o crescimento populacional acelerado — dos atuais 100 mil para 200 mil habitantes nos próximos anos —, é essencial estarmos preparados em áreas como zoneamento, plano diretor e vigilância sanitária.

    Além das discussões sobre a modernização legislativa, Callai aproveitou a ocasião para prestar contas dos 120 primeiros dias de trabalho dos vereadores. A prestação de contas será amplamente divulgada em sites oficiais, nas mídias locais e no portal da Câmara Municipal, como forma de aproximar ainda mais o Legislativo da população.

    As entidades representativas do comércio também marcaram presença ativa no debate. Antonio Pagotto, presidente da Acilve, ressaltou que a atualização das leis é essencial para garantir que as empresas locais e as que virão possam se adequar ao novo cenário de crescimento. “Lucas do Rio Verde vai dobrar sua população nos próximos 20 anos, e o comércio precisa estar preparado para isso”, afirmou.

    Já Petronílio de Sousa, presidente da CDL, elogiou a iniciativa da Câmara e expressou esperança com o novo momento. “As leis atuais já estão ultrapassadas e dificultam investimentos. Estamos saindo dessa reunião esperançosos de que teremos mais segurança jurídica para crescer, contratar mais e fortalecer ainda mais o nosso comércio”, disse.

    A união de poderes e entidades simboliza um novo capítulo para Lucas do Rio Verde, que se prepara para um crescimento sustentável, organizado e com segurança jurídica, visando não apenas o presente, mas também as futuras gerações.

  • Prefeitura retifica editais de Ponto de Cultura e de Premiação para Agentes Culturais

    Prefeitura retifica editais de Ponto de Cultura e de Premiação para Agentes Culturais

    A Prefeitura de Lucas do Rio Verde, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, publicou nesta sexta-feira (31), a retificação nº 01 dos Editais 009/2024 de Bolsas Culturais e 010/2024 de Premiação de Agentes Culturais. As inscrições permanecem abertas até às 23h59 de hoje.

    Uma das correções nos editais 009 e 010/2024 refere-se à fase de habilitação, determinando que os agentes culturais selecionados deverão encaminhar a documentação obrigatória de forma on-line, por meio da plataforma Apporte.

    Outra alteração, esta exclusiva do edital 010/2024, ajusta as informações na tabela de distribuição de vagas, esclarecendo que apenas dois agentes culturais serão contemplados, recebendo R$ 10 mil para cada projeto selecionado.

    Acesse os editais atualizados:

    Edital 009/2024 – Bolsas Culturais: O edital selecionará cinco projetos para receber bolsas culturais destinadas à promoção, difusão, circulação, manutenção temporária, residências e intercâmbios culturais. O recurso total disponível é de R$ 29.977,65, que será dividido entre os projetos aprovados.

    Edital 010/2024 – Premiação Para Agentes Culturais: Destinado a reconhecer dois agentes culturais que tenham prestado contribuições significativas ao desenvolvimento cultural de Lucas do Rio Verde, este edital oferecerá um total de R$ 20.000,00 em premiação, distribuído entre os selecionados.

    Para mais informações, a Secretaria de Cultura e Turismo está à disposição na Avenida São Paulo, nº 363-E, bairro Cidade Nova, ou pelo telefone (65) 3548-2513.

  • ANTT revisa resolução sobre pisos mínimos de frete rodoviário

    ANTT revisa resolução sobre pisos mínimos de frete rodoviário

    A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou, na segunda-feira (30.12), a revisão da Resolução nº 5.867, de 2020, que define as normas para o cálculo dos pisos mínimos no transporte rodoviário remunerado de cargas. A alteração foi publicada no Diário Oficial da União e aprovada durante a 87ª Reunião Extraordinária de Diretoria da ANTT, realizada na última sexta-feira (27).

    A revisão introduz duas mudanças principais. A primeira estabelece como infração administrativa a omissão ou declaração incorreta do valor do frete nos documentos fiscais, aplicando multa de R$ 550,00 para irregularidades. A segunda modifica os coeficientes utilizados no cálculo dos pisos mínimos, com base em novos estudos de mercado que refletem os custos operacionais reais. Essa atualização evita discrepâncias geradas por ajustes exclusivamente atrelados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

    Histórico do processo de revisão

    A revisão começou com a Tomada de Subsídios nº 03/2024, encerrada em junho do mesmo ano, que recolheu contribuições para aprimorar a norma. Posteriormente, pesquisas detalharam os custos de insumos operacionais, servindo de base para a proposta de alteração.

    A audiência pública nº 8/2024, realizada entre outubro e novembro, recebeu sugestões do setor, culminando nas mudanças aprovadas na reunião colegiada da ANTT.

    Objetivos e perspectivas

    As atualizações buscam alinhar a metodologia de cálculo às práticas reais do mercado, oferecendo maior equilíbrio no setor de transporte rodoviário de cargas. A penalidade por infrações administrativas também visa fortalecer a Política Nacional de Pisos Mínimos, promovendo maior transparência e fiscalização nas operações.

    O texto completo da resolução revisada está disponível no Diário Oficial da União.

  • Concurso unificado: sai resultado de revisão de notas de títulos

    Concurso unificado: sai resultado de revisão de notas de títulos

    O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), responsável pelo Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), divulgou, nesta terça-feira (19), os resultados dos pedidos de revisão das notas dos títulos feitos pelos participantes do certame.

    O resultado está disponível no site do concurso, na área do candidato, com login e senha do portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br.

    Os editais dos oito blocos temáticos do Concurso Público Nacional Unificado avisam que o recurso apresentado é a última instância de revisão da prova de títulos, que poderá ser mantida, aumentada ou até diminuída. “A banca examinadora é soberana em suas decisões, razão pela qual não caberão recursos ou revisões adicionais”, dizem os editais.

    Os concorrentes que discordaram da nota atribuída pela Fundação Cesgranrio, organizadora do processo seletivo, puderam solicitar a revisão, dirigida à banca examinadora, nos dias 4 e 5 de novembro.

    Pontuação atribuída

    A Fundação Cesgranrio explica que a prova de títulos vale 0%, 5% e 10% do total da nota final, com base no quadro de percentuais publicado em cada um dos editais dos oito blocos temáticos do concurso.

    O valor máximo, na avaliação de títulos, é de dez pontos, mesmo que a soma dos valores dos títulos apresentados exceda esse limite.

    A apresentação do diploma ou declaração comprobatória da escolaridade – exigida como requisito básico para a titulação de cada cargo – é obrigatória para a análise da experiência profissional do candidato e não foi computada na avaliação dos títulos.

    Por isso, somente foram considerados os títulos listados nos quadros de atribuição de pontos para a avaliação, disponíveis nos editais, entre eles diplomas de curso de pós-graduação em nível de doutorado e de mestrado, certificado de curso de especialização em nível de pós-graduação.

    Já a experiência profissional foi pontuada com 0,5 ponto por ano completo, sem sobreposição de períodos de experiência.

    A comprovação de títulos é apenas classificatória, portanto, a classificação do candidato pode mudar de acordo com a pontuação obtida na etapa. Os candidatos não classificados nas etapas anteriores do chamado Enem dos Concursos não tiveram seus títulos avaliados.

    Aqueles candidatos que não enviaram a documentação no prazo (até 11 de outubro) receberam nota zero nessa avaliação. Entretanto, a ausência de títulos não implica a desclassificação do candidato, que manteve a pontuação obtida nas etapas anteriores do certame.

    A nota zero não é eliminatória. O candidato continua na disputa, com a nota obtida na fase das provas objetivas e discursiva ou de redação.

    De acordo com a Cesgranrio, ao todo, 45.082 candidatos (tanto dos blocos de nível superior, quanto do bloco 8, de nível médio) estavam habilitados a encaminhar títulos, via upload da imagem do documento original ou cópia autenticada em cartório, em outubro.

    Resultado final

    O resultado final do CPNU está previsto para sair quinta-feira (21).

    Ao fim, o candidato que não tiver sido classificado para assumir a vaga de preenchimento imediato de nenhum cargo e especialidade dentro do bloco temático em que se inscreveu poderá constar na lista de espera de todos os cargos selecionados e ranqueados, desde que não tenha sido reprovado.

    Serão considerados aptos os candidatos que, após a soma das notas nas provas objetivas, discursivas e nas provas de títulos, estiverem classificados até o limite de duas vezes o número de vagas imediatas do bloco temático, com notas mais altas, conforme o cargo e especialidade.

  • Concurso unificado: sai hoje (19/11) resultado de revisão de notas de títulos

    Concurso unificado: sai hoje (19/11) resultado de revisão de notas de títulos

    O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), responsável pelo Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), divulga, nesta terça-feira (19), os resultados dos pedidos de revisão das notas dos títulos feitos pelos participantes do certame.

    O resultado estará disponível no site do concurso, na área do candidato, com login e senha do portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br.

    Os editais dos oito blocos temáticos do Concurso Público Nacional Unificado avisam que o recurso apresentado é a última instância de revisão da prova de títulos, que poderá ser mantida, aumentada ou até diminuída. “A banca examinadora é soberana em suas decisões, razão pela qual não caberão recursos ou revisões adicionais”, dizem os editais.

    Os concorrentes que discordaram da nota atribuída pela Fundação Cesgranrio, organizadora do processo seletivo, puderam solicitar a revisão, dirigida à banca examinadora, nos dias 4 e 5 de novembro.

    Pontuação atribuída

    A Fundação Cesgranrio explica que a prova de títulos vale 0%, 5% e 10% do total da nota final, com base no quadro de percentuais publicado em cada um dos editais dos oito blocos temáticos do concurso.

    O valor máximo, na avaliação de títulos, é de dez pontos, mesmo que a soma dos valores dos títulos apresentados exceda esse limite.

    A apresentação do diploma ou declaração comprobatória da escolaridade – exigida como requisito básico para a titulação de cada cargo – é obrigatória para a análise da experiência profissional do candidato e não foi computada na avaliação dos títulos.

    Por isso, somente foram considerados os títulos listados nos quadros de atribuição de pontos para a avaliação, disponíveis nos editais, entre eles diplomas de curso de pós-graduação em nível de doutorado e de mestrado, certificado de curso de especialização em nível de pós-graduação.

    Já a experiência profissional foi pontuada com 0,5 ponto por ano completo, sem sobreposição de períodos de experiência.

    A comprovação de títulos é apenas classificatória, portanto, a classificação do candidato pode mudar de acordo com a pontuação obtida na etapa. Os candidatos não classificados nas etapas anteriores do chamado Enem dos Concursos não tiveram seus títulos avaliados.

    Aqueles candidatos que não enviaram a documentação no prazo (até 11 de outubro) receberam nota zero nessa avaliação. Entretanto, a ausência de títulos não implica a desclassificação do candidato, que manteve a pontuação obtida nas etapas anteriores do certame.

    A nota zero não é eliminatória. O candidato continua na disputa, com a nota obtida na fase das provas objetivas e discursiva ou de redação.

    De acordo com a Cesgranrio, ao todo, 45.082 candidatos (tanto dos blocos de nível superior, quanto do bloco 8, de nível médio) estavam habilitados a encaminhar títulos, via upload da imagem do documento original ou cópia autenticada em cartório, em outubro.

    Resultado final

    O resultado final do CPNU está previsto para sair quinta-feira (21).

    Ao fim, o candidato que não tiver sido classificado para assumir a vaga de preenchimento imediato de nenhum cargo e especialidade dentro do bloco temático em que se inscreveu poderá constar na lista de espera de todos os cargos selecionados e ranqueados, desde que não tenha sido reprovado.

    Serão considerados aptos os candidatos que, após a soma das notas nas provas objetivas, discursivas e nas provas de títulos, estiverem classificados até o limite de duas vezes o número de vagas imediatas do bloco temático, com notas mais altas, conforme o cargo e especialidade.

  • Imea revisa demanda por soja em MT para as safras 23/24 e 24/25; exportações são ajustadas para baixo

    Imea revisa demanda por soja em MT para as safras 23/24 e 24/25; exportações são ajustadas para baixo

    O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) revisou em novembro as previsões de demanda por soja em Mato Grosso para as safras 23/24 e 24/25, com alterações importantes nas exportações e no consumo interno.

    Para a safra 23/24, a principal mudança foi nas exportações. O ritmo de escoamento da soja mato-grossense diminuiu significativamente no segundo semestre, devido à menor disponibilidade da oleaginosa no estado. Com isso, a previsão de envios ao exterior foi ajustada para baixo em 3,51% em relação à projeção de outubro de 2024, alcançando 24,96 milhões de toneladas. Além disso, a demanda de outros estados foi estimada em 2,47 milhões de toneladas, o que representa uma queda expressiva de 53,48% em relação à safra anterior.

    Para a safra 24/25, o ajuste se concentrou no consumo interno de Mato Grosso. De acordo com levantamento com as indústrias, houve uma leve alta na intenção de esmagamento, com a projeção de consumo interno agora estimada em 12,77 milhões de toneladas, um crescimento de 0,47% em relação ao relatório anterior. Os estoques finais também foram revisados para baixo, com uma redução de 18,40% na comparação com o último relatório, sendo projetados em 240 mil toneladas.

    Essas mudanças refletem os desafios e ajustes que o setor tem enfrentado em relação à disponibilidade e ao consumo interno e externo da soja em Mato Grosso, um dos principais estados produtores do grão no Brasil.

  • Ministério revisa para cima projeção de superávit comercial

    Ministério revisa para cima projeção de superávit comercial

    A alta no dólar e a recuperação da cotação do petróleo e do minério de ferro fizeram o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revisar para cima a projeção de superávit comercial (exportações menos importações) em 2024. A estimativa subiu de US$ 73,5 bilhões para US$ 79,2 bilhões.

    A projeção é atualizada a cada três meses. Caso se confirme, o superávit será 19,9% menor que o saldo positivo de US$ 98,9 bilhões de 2023. “Esse seria um saldo comercial menor que o de 2023, mas o segundo maior saldo da história”, disse o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.

    Apesar da revisão da estimativa, as importações crescerão mais que as exportações em 2024, em comparação com os resultados de 2023. O governo projeta exportar US$ 345,4 bilhões em 2024, alta de 1,7% em relação aos US$ 339,7 bilhões exportados pelo país ano passado. Em contrapartida, as importações deverão atingir US$ 266,2 bilhões, avanço de 10,6% em relação aos US$ 240,8 bilhões comprados do exterior em 2023.

    Em alta

    Em relação à projeção anterior, divulgada em abril, as exportações subiram US$ 12,8 bilhões. A previsão para as importações subiu US$ 7,1 bilhões. Brandão atribuiu a revisão para cima do superávit comercial a uma melhoria no preço de algumas commodities (bens primários com cotação internacional), como petróleo, minério de ferro, que se recuperou no último mês, e ao aumento da safra de café.

    Em relação às importações, ele atribuiu à alta à recuperação da renda do brasileiro, que motiva maior compra de bens de consumo. Ele também cita a recuperação da atividade industrial, o que estimula a importação de bens de capital (máquinas e equipamentos).

    Edição: Kleber Sampaio

    — news —

  • STF poderá agendar audiências para debater revisão da Lei da Anistia

    STF poderá agendar audiências para debater revisão da Lei da Anistia

    A revisão da Lei da Anistia, antiga reivindicação da sociedade civil brasileira, ganha força a partir do posicionamento do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele indicou disposição de iniciar amplo debate sobre o assunto no segundo semestre de 2024, por meio de audiências públicas. A disposição em desengavetar a matéria foi revelada durante reunião com representantes do Instituto Vladimir Herzog no dia 7 de fevereiro em Brasília.

    A Lei da Anistia foi promulgada em plena ditadura militar, em 1979, e perdoa todos os envolvidos em “crimes políticos ou conexos”. Ela tornou impunes agentes da repressão que cometeram torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos entre 1969 e 1979.

    “A sinalização do relator da ação no STF é mais um passo para que possamos, definitivamente, virar mais essa página da história. O ministro Toffoli desengaveta essa discussão sobre a Lei da Anistia e promove importante debate. A norma gerou impunidade e vem tendo como consequência muitas outras atitudes antidemocráticas e de desrespeito aos direitos humanos, como o ocorrido em 8 de janeiro de 2023”, observa Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog.

    Também estiveram na reunião no STF o advogado Belisário dos Santos Júnior, ex-secretário de Justiça do governo de São Paulo e defensor de militantes políticos durante a ditadura, e a advogada Bianca os Santos Waks.

    A base para o debate sobre a revisão da lei é a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 320, que foi apresentada em 2014 ao STF pelo PSOL, e estava sob relatoria do ministro Luiz Fux. Toffoli assumiu a relatoria em fevereiro de 2021.

    Também desde 2021, o Instituto Vladimir Herzog se tornou Amicus curiae – expressão jurídica que designa um novo ente/organização/entidade que ingressa no processo com a função de fornecer subsídios ao julgamento – da ADPF 320.

    A ADPF pede que a anistia concedida para agentes públicos, militares ou civis envolvidos em crimes na ditadura seja anulada, sob o argumento de que cometeram “graves violações de direitos humanos” contra cidadãos e cidadãs que eram acusadas de prática de crime político durante a ditadura.

    “Pedimos uma nova interpretação da Lei da Anistia, pois ela assegura a impunidade dos crimes de lesa-humanidade cometidos por agentes da ditadura militar. E está em absoluto desacordo com os tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário. É urgente, pois muitos responsáveis pelos crimes, agentes da repressão, já faleceram”, explica Sottili.

    Antecedente

    Não é a primeira vez que Dias Toffoli se mostra favorável à revisão da Lei da Anistia. Em outubro de 2019, ele votou para que fosse revisado o pedido de anistia de ex-militares em recurso que discutia a possibilidade de um ato administrativo ser anulado pela Administração Pública mesmo depois de decorrido o prazo decadencial de cinco anos. A discussão era sobre a Portaria 1.104-GM3/64 e o STF julgava se 2,5 mil ex-militares da Força Aérea Brasileira deviam ou não ser enquadrados como anistiados políticos.

    Toffoli argumentou em seu voto que o ato administrativo que declarou o servidor como anistiado político não é passível de convalidação pelo tempo, dada a sua manifesta inconstitucionalidade, uma vez que viola frontalmente o artigo 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

    CNV

    Em 2014, o relatório final da Comissão Nacional da Verdade também pediu a revisão da norma. O documento apontou 377 pessoas como responsáveis por assassinatos e torturas, além de listar 210 desaparecidos e 191 mortos no período.

    Edição: Maria Claudia

    — news —

  • TRE de Mato Grosso acolhe parecer do MP Eleitoral e determina revisão de inquérito por violência política de gênero

    TRE de Mato Grosso acolhe parecer do MP Eleitoral e determina revisão de inquérito por violência política de gênero

    O parecer do Ministério Público Eleitoral que pede a revisão da decisão de arquivamento de inquérito que apura caso de violência política de gênero ocorrido na Câmara de Vereadores do Município de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, foi acolhido na última sexta-feira (25) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE/MT). Com o julgamento, o arquivamento do inquérito contra o vereador Marcos Paulista será revisado pela Câmara Criminal do Ministério Público Federal (2CCR/MPF).

    A vereadora Ideiva Rasia Foletto, suposta vítima, entrou com mandado de segurança no TRE/MT com o objetivo de reverter os efeitos da sentença do juiz da 21ª Zona Eleitoral de Lucas do Rio Verde. Na ocasião, o Juízo homologou a decisão do promotor Eleitoral local de arquivar o inquérito que apura a conduta do vereador Marcos Paulista pela prática, em tese, do crime de violência política de gênero, previsto no artigo 326-B da Lei 14.192/2021.

    No parecer, o MP Eleitoral pontua que a imunidade parlamentar não pode ser utilizada como escudo para a prática de crime. “A descrição do fato que consta do procedimento de apuração refere-se, em tese, ao crime de violência política de gênero. Os elementos de prova existentes nos autos demonstram que a conduta imputada ao vereador excedeu suas prerrogativas funcionais”, defende o procurador regional Eleitoral, Erich Raphael Masson.

    Entenda o caso

    O vereador Marcos Paulista, em debate realizado na Câmara de Vereadores, além de xingamentos contra a vereadora utilizou a expressão “testosterona avançada” – hormônio produzido em maior quantidade por homens – buscando estabelecer o reduto político como exclusivamente masculino.

    O artigo 326-B Lei 14.192/2021 qualifica como crime, com pena de 1 a 4 anos de reclusão mais multa, os atos de assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.

    A Procuradoria Regional Eleitoral, de forma diversa à conclusão da promotoria e do juiz Eleitoral, entendeu que na ação do acusado houve “o objetivo de impedir ou dificultar a vereadora Ideiva de desempenhar seu mandato”, uma vez que sua conduta demonstra o intuito de segregar, de forma discriminatória, a participação feminina na política.

    Revisão

    No mandado de segurança formulado pela vereadora ela pede que os autos sejam encaminhados novamente ao promotor Eleitoral, para que ele ofereça denúncia contra o vereador. Caso não seja esse seu entendimento, requer então que os autos sejam remetidos para a Procuradoria Regional Eleitoral para que sejam adotadas as medidas para apuração e aplicação da lei.

    No entanto, o parecer do MP Eleitoral explica que, ao contrário do que foi pleiteado pela demandante, o inquérito deverá ser encaminhado à Câmara Criminal do MPF (2CCR/MPF), que é o órgão competente para realizar a revisão dos pedidos de arquivamento formulados no âmbito do Ministério Público Eleitoral. Ademais, em razão da impossibilidade de recurso da vítima acerca do arquivamento e dos indícios de autoria e materialidade do crime, o Ministério Público entende ser cabível o mandado de segurança.

    Mulheres na política

    O parecer compartilha o estudo da União Interparlamentar (IPU) que coloca o Brasil na 68ª posição no ranking de presença feminina na política, atrás de países como Bolívia, Suécia e Portugal. Segundo o estudo, a Câmara dos Deputados em 2023 terá idade média de 49 anos e 11 meses e será composta por 17,7% de mulheres e 82,2% de homens. Ao comparar com governos internacionais, o Brasil está entre os países com o parlamento federal mais velho e com menos mulheres do mundo.

    A criação de leis como a 14.192/2021, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, tem a intenção de contribuir para a mudança desse cenário ou, pelo menos, combater as condutas que busquem sua manutenção ou agravamento.

  • Pesquisador defende revisão do Fundo de Participação dos Municípios

    Pesquisador defende revisão do Fundo de Participação dos Municípios

    Os resultados do Censo 2022, divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram forte redução no ritmo do aumento populacional brasileiro. Nos últimos 12 anos, o número de habitantes no país saltou de 191 milhões para 203 milhões.

    No entanto, desde o Censo 2010, a taxa média de crescimento anual foi de 0,52%, a menor da história. Nesse cenário, um grande volume de municípios registrou queda populacional. Dependendo da variação, a redução causa impacto no montante a ser recebido do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o que vem gerando uma série de reações políticas de diferentes atores.

    Ricardo Ojima, pesquisador do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), observa que o descontentamento é manifestado sobretudo por representantes de pequenas cidades, ainda que capitais como Salvador, Natal, Belém, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro tenham registrado redução populacional. Ele acredita que o modelo está esgotado.

    “As capitais e os grandes municípios dependem pouco da distribuição do FPM. O maior impacto é nos municípios menores, que têm orçamentos mais dependentes da transferência do fundo em termos proporcionais. Como o crescimento populacional do Brasil está em processo de estabilização, é certo que muitos municípios vão começar a perder população, com exceção daqueles que conseguem ainda atrair movimentos migratórios particulares. Essa é a tendência geral e já se sabe disso há bastante tempo”, afirma.

    De acordo com Ojima, é preciso pensar em novos formatos de distribuição que levem em conta outros fatores, reduzindo o peso do número de habitantes no cálculo. “O que precisamos começar a debater é que o modelo do FPM praticamente pressupõe que a população vai crescer infinitamente. Como isso não vai mais acontecer, é urgente uma revisão, ou os municípios vão começar a ter perdas periódicas, já que a tendência, a partir de agora, é sempre pular para o coeficiente mais baixo”.

    O Brasil costuma realizar o Censo Demográfico de dez em dez anos. É a única pesquisa domiciliar que vai a todos os municípios do país. As informações levantadas subsidiam a elaboração de políticas públicas e decisões relacionadas com a alocação de recursos financeiros. O Censo 2022 deveria ter sido realizado em 2020, mas foi adiado duas vezes: primeiro devido à pandemia de covid-19 e depois por adversidades orçamentárias.

    Com os atrasos, a distribuição do FPM, que leva em conta os dados populacionais apurados no censo, vinha sendo feita aos municípios ainda com base no levantamento de 2010. O fundo é composto por 22,5% da arrecadação da União com o Imposto de Renda (IR) e com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo dados do Tesouro Nacional, em 2022, foram distribuídos 146,3 bilhões. Do total, 10% são destinados às capitais e 3,6% a municípios do interior com mais de 142.633 habitantes.

    Os demais 86,4% do fundo são repartidos entre as cidades que tem menos de 142.633 habitantes. Para essa distribuição, os dados do último censo são encaminhados pelo IBGE ao Tribunal de Contas da União (TCU), que por sua vez fixa o coeficiente de cada município. Ele é calculado aplicando uma metodologia definida na lei, que também leva em conta a renda per capita.

    O TCU chegou a divulgar, no fim do ano passado, novos coeficientes com base na estimativa prévia do Censo 2022 divulgada pelo IBGE. No entanto, diversos municípios foram à Justiça e obtiveram decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF). A corte proibiu qualquer atualização sem os dados finais do Censo 2022.

    Segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apresentado na última quinta-feira (29), um dia após a divulgação dos resultados definitivos pelo IBGE, os novos números rebaixam o coeficiente de 770 municípios e aumentam o de 249. “Aproximadamente 61% dos municípios dos estados do Amazonas e de Rondônia perderam coeficientes, seguidos dos municípios do Amapá (33%), do Pará (33%) e de Alagoas (32%). Quando se analisam os dados por região, 29% dos municípios do Norte perderam coeficientes, enquanto o percentual para o Nordeste é 18%; para o Centro Oeste e Sudeste, 11%; e para o Sul, 8%”, informou em nota a CNM.

    Os impactos no orçamento desses municípios, no entanto, não serão imediatos porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, também na semana passada, a Lei Complementar 198/2023. Ela cria um longo processo de transição para a redução dos repasses relacionados com o FPM. A cada ano, o município perderá 10% do total que deveria ser subtraído com base no novo coeficiente. Dessa forma, somente após dez anos, o valor estará 100% atualizado de acordo com os dados populacionais levantados. Essa regra de transição deverá ser observada sempre que um novo censo for realizado.

    De acordo com nota divulgada pelo governo federal, a mudança previne quedas bruscas de arrecadação que colocam em risco a continuidade de políticas públicas. A Lei Complementar 198/2023 não afeta os municípios que tiveram salto no coeficiente, garantindo o incremento no seu orçamento normalmente, sem nenhum período de transição.

    Dados fidedignos

    Ao divulgar o levantamento, a CNM colocou em dúvida a qualidade dos dados do Censo 2022. Nessa segunda-feira (3), o IBGE se manifestou em comunicado, assegurando a “confiabilidade indiscutível” do resultado divulgado. Em suas redes sociais, o pesquisador Ricardo Ojima criticou a falta de confiança nas instituições e defendeu o trabalho do IBGE, observando que todos os censos enfrentam algumas dificuldades. “Mesmo se há problemas, há técnicas pra evitar potenciais distorções”, afirmou.

    O argumento da CNM se apoia na diferença entre os 203 milhões de habitantes indicados pelo Censo 2022, os 207 milhões calculados pelo IBGE em prévia divulgada em dezembro do ano passado, e os 2013 milhões estimados em 2021 a partir de projeções demográficas. “Desvios muito acentuados entre a população estimada e a efetiva indicam erros de estimativas, com sérias consequências para a gestão municipal”, acrescentou a confederação.

    No comunicado, o IBGE informa que realizou o Censo 2022 seguindo rigorosamente recomendações, parâmetros e protocolos fixados pela Divisão de Estatística da ONU. Também alega que esta foi a edição mais tecnológica e com maior monitoramento e análise em tempo real da história do Brasil, com minucioso acompanhamento e controle da qualidade. Além disso, o IBGE afirma que especialistas independentes, com a chancela da ONU, foram chamados para avaliar os resultados, e o parecer será publicado em breve.

    “Durante a coleta, foi realizada com sucesso a captura das coordenadas de GPS dos endereços visitados, bem como dos trajetos utilizados pelos recenseadores no percurso dos setores censitários. Esse avanço permitiu o monitoramento contínuo da operação e garantiu maior controle da cobertura. O censo contou ainda com arrojado sistema automático de supervisão, que previa a verificação em campo de uma amostra de endereços selecionados. O objetivo principal dessa supervisão foi assegurar a cobertura da operação, a correta classificação dos domicílios (em ocupados ou não ocupados), além da qualidade do preenchimento dos questionários”, acrescenta o texto.

    Ao divulgar os resultados do Censo 2022, o presidente o IBGE, Cimar Azeredo, afirmou que já era esperada uma diferença em relação à população que vinha sendo estimada. Ele lembrou que, geralmente, é feita uma contagem populacional no meio da década para evitar esse tipo de defasagem, o que não ocorreu em 2015. Embora seja uma operação mais simples que o levantamento censitário, o governo federal alegou, na época, que não havia recursos para financiá-la. A realização de uma contagem já em 2025 vem sendo defendida tanto pelo IBGE quanto pela CNM.

    Tendência

    Segundo Ricardo Ojima, embora os dados tenham revelado aumento populacional consideravelmente menor do que aquele apontado pelas estimativas anteriores, eles não são surpreendentes. Isso porque os censos das décadas anteriores, bem como as taxas de natalidade, já vinham mostrando tendência de redução no ritmo de crescimento.

    “Os estudos da dinâmica demográfica já anunciavam que em algum momento, ainda antes da metade deste século, o ritmo de crescimento da população ia se estabilizar no Brasil, e o país passaria a ter decrescimento. Talvez esse momento esteja sendo antecipado por várias razões. Precisamos esperar a divulgação dos dados mais completos do Censo 2022 para entender e avaliar”, observa.

    O pesquisador não descarta alguma influência de crises sanitárias sobre os dados demográficos. Ainda precisará ser melhor avaliado o impacto que a pandemia de covid-19 teve na taxa de mortalidade. Efeitos na taxa de natalidade também podem ter ocorrido, com um possível adiamento do plano de ter filhos por muitas famílias. Ricardo Ojima lembra que alguns estudos já mostraram redução da taxa de natalidade em diferentes estados em 2016, durante a crise da Zika. A doença, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, pode levar ao desenvolvimento de microcefalia nos bebês de vítimas gestantes.

    Edição: Graça Adjuto