Tag: reforma trabalhista

  • Reforma trabalhista se aplica a contratos anteriores à lei, decide TST

    Reforma trabalhista se aplica a contratos anteriores à lei, decide TST

    O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu nesta segunda-feira (25) que a reforma trabalhista aprovada em 2017 deve ser aplicada a contratos que estavam em curso antes da vigência da lei que regulamentou as mudanças.

    A decisão do tribunal confirma que as empresas não são obrigadas a manter benefícios trabalhistas que foram extintos pela reforma, como o pagamento de horas pelo deslocamento dos trabalhadores até o local de trabalho (horas in itinere).

    O entendimento foi firmado por maioria de votos pelo plenário do TST durante o julgamento sobre a aplicação temporal da reforma, que entrou em vigor em 11 de novembro de 2017, por meio da Lei 13.467/2017.

    Conforme a tese vencedora do julgamento, elaborada pelo relator, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, a reforma tem aplicação imediata aos contratos trabalhistas que estavam em vigor.

    “A Lei 13.467 de 2017 possui aplicação imediata aos contratos de trabalho em curso, passando a regular os direitos decorrentes de lei, cujos fatos geradores tenham se efetivado a partir da sua vigência”, definiu o tribunal.

    A tese deverá ser aplicada a todos os processos semelhantes que estão em tramitação na Justiça do Trabalho no país.

    O caso concreto que motivou o julgamento trata do processo de uma trabalhadora que processou um frigorífico de Rondônia para receber pelas horas de deslocamento no ônibus fornecido pela empresa no período entre 2013 e 2018.

    Com a decisão do TST, as horas devem ser pagas pelo empregador até 10 de novembro de 2017, um dia antes da entrada em vigor da lei.

  • Deputados de Mato Grosso criticam proposta de mudança na jornada de trabalho 6×1

    Deputados de Mato Grosso criticam proposta de mudança na jornada de trabalho 6×1

    A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa modificar o atual regime de jornada de trabalho 6×1 — ou seja, seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso — tem gerado controvérsias entre parlamentares.

    Apresentada pela deputada Erika Hilton, a proposta sugere um modelo 4×3, que alteraria a carga de trabalho para quatro dias de atividade seguidos por três dias de folga. A iniciativa traz à tona o debate sobre a flexibilidade e os impactos da carga horária no bem-estar dos trabalhadores, e reflete mudanças que já ocorrem em outros países, onde novas jornadas têm sido experimentadas para melhorar a qualidade de vida dos empregados.

    Entretanto, essa proposta também gera preocupações entre empresários e setores políticos sobre os custos e a viabilidade econômica, especialmente para pequenas e médias empresas, que podem ter dificuldades para adaptar seus quadros de horários e manter a produtividade.

    Nesta quarta-feira (13), os deputados federais  de Mato Grosso, José Medeiros e Nelson Barbudo, ambos do Partido Liberal (PL), manifestaram publicamente suas críticas à PEC em um vídeo publicado no Instagram. A PEC foi classificada pelos parlamentares como uma medida “midiática”, que não reflete a realidade do cenário econômico brasileiro.

    Os parlamentares, que apoiam o modelo de flexibilização da Reforma Trabalhista de 2017, argumentam que a mudança proposta desconsidera os impactos financeiros para os empregadores e se alinha mais a uma estratégia de chamar atenção do que a uma solução prática para o mercado de trabalho brasileiro.

    Argumentos contra a PEC da mudança na jornada de trabalho 6×1

    Texto do seu paragrafo 5

    Em suas declarações, o deputado José Medeiros destacou a flexibilidade da Reforma Trabalhista de 2017, que permite que patrões e empregados ajustem jornadas de forma individualizada, conforme acordos entre as partes.

    “Nós definimos na Reforma Trabalhista que é livre, se o patrão e o empregado decidirem que vai ser só um dia por semana, está livre”, disse Medeiros, enfatizando que a atual legislação já oferece autonomia para ajustar a carga horária.

    O deputado Nelson Barbudo também questionou a viabilidade econômica da proposta, alertando que uma jornada de trabalho 4×3 poderia encarecer os custos operacionais dos empregadores. Barbudo criticou o que chamou de “barulho midiático” da proposta e, em tom político, afirmou que a medida serve apenas para “jogar para a torcida” e não considera a realidade fiscal do país, o que poderia levar a novos aumentos de impostos.

    Tramitação da PEC e apoio popular

    Para seguir adiante, a PEC da deputada Erika Hilton precisa ainda ser analisada e votada pela Câmara dos Deputados. Atualmente, a Constituição prevê uma jornada máxima de 8 horas diárias e 44 horas semanais, permitindo o regime 6×1.

    A proposta de Hilton, ao sugerir a jornada de trabalho 4×3, representa uma tentativa de reduzir essa carga semanal, e a deputada já conseguiu obter 199 assinaturas, acima do mínimo necessário de 171 para que o projeto comece a tramitar. Erika Hilton compartilhou nas redes sociais sua satisfação com o apoio obtido e reforçou que a mudança proposta visa promover melhores condições de trabalho e qualidade de vida para os brasileiros.

    Entretanto, a PEC reflete um debate polarizado entre os que defendem maior flexibilidade e os que acreditam que mudanças na legislação trabalhista devem ser cuidadosamente analisadas para evitar possíveis impactos negativos na economia.

    Enquanto uns apoiam a ideia de que jornadas mais curtas contribuem para a saúde e a produtividade dos trabalhadores, outros, como os deputados do PL, enxergam na PEC um risco aos empregadores e à sustentabilidade dos negócios, sobretudo em tempos de desafios econômicos.