Mato Grosso exportou 161 tipos de produtos para 157 países, gerando US$ 25,95 bilhões entre janeiro e novembro de 2024, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Os principais destinos foram China, Vietnã, Tailândia e Turquia, com o Estado registrando 8,31% de participação nas exportações nacionais. Produtos como soja em grão, milho, algodão, bagaço de soja e carne bovina desossada congelada representaram cerca de 90% das vendas externas.
Embora o valor tenha caído em relação a 2023, quando o Estado exportou US$ 30,09 bilhões, setores como algodão e carne bovina apresentaram desempenhos notáveis. Em algodão, Mato Grosso exportou 186,80 mil toneladas em novembro, marcando o maior volume mensal do ano. Já as exportações de carne bovina atingiram 539 mil toneladas até novembro, também um recorde histórico.
De acordo com Vinicius Hideki, coordenador do Data Hub da Sedec, os recordes foram impulsionados pela demanda de países como China, Vietnã, Emirados Árabes e Estados Unidos. O aumento nas vendas demonstra a resiliência do setor agrícola do Estado, que compensa as quedas de soja e milho, impactadas por condições climáticas adversas e baixa demanda internacional.
Exportações em Mato Grosso: Soja e Milho em Queda
A soja, que tradicionalmente lidera as exportações do Estado, sofreu uma retração significativa. Em novembro de 2024, Mato Grosso exportou apenas 95,25 mil toneladas, representando uma queda de 82% em comparação a novembro de 2023. No acumulado do ano, a redução foi de 11,79%, com 24,64 milhões de toneladas exportadas.
O milho também registrou queda de 8,65%, atribuída à menor produção no ciclo 2023/2024 e à redução das importações chinesas.
Recordes em Algodão e Carne Bovina Impulsionam Crescimento
Enquanto alguns setores enfrentaram dificuldades, o algodão e a carne bovina destacaram-se em 2024. O algodão somou 1,54 milhão de toneladas exportadas entre janeiro e novembro, gerando US$ 2,91 bilhões, o maior volume e valor já registrados.
A carne bovina também atingiu novos patamares, com 539 mil toneladas exportadas no acumulado do ano. Países como os Emirados Árabes Unidos e os Estados Unidos aumentaram significativamente suas importações, reforçando a importância de Mato Grosso no cenário global.
O secretário César Miranda destacou a necessidade de investir em pesquisa e sustentabilidade para manter o crescimento, diversificar mercados e consolidar Mato Grosso como líder nas exportações brasileiras.
Com a recente abertura de quatro novos mercados para Cuba, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) bateu seu próprio recorde de novas expansões para produtos agrícolas no comercial internacional em um único ano, conforme os registros da série histórica.
Desde o início do ano, somam-se 82 novos mercados abertos em 34 países, somando um total de 160 desde o início de 2023, quando começou o terceiro mandato do presidente Lula e a gestão do ministro Carlos Fávaro no Mapa.
Os números mensais mostram 26 novos mercados em junho (13 países), 15 em maio (10 países), 10 em março (7 países), 7 em fevereiro (6 países), 9 em janeiro (5 países) e 5 em abril (3 países).
Em julho, até o momento, houve aberturas para ovos e ovoprodutos, pescados extrativo e derivados, gelatina e colágeno e pescados de cultivo e derivados para Cuba, camarões e carne de camarão na Austrália, óleos e gorduras de aves e ruminantes no Equador, bovinos e bubalinos para reprodução no Gabão, vísceras comestíveis no Chile e pintos de um dia no México.
O novo recorde supera significativamente os números dos últimos cinco anos: em 2019 foram 35 novos mercados em 22 países, em 2020 foram 74 em 24 países, em 2021 foram 77 em 33 países, em 2022 foram 53 em 26 países, e em 2023 foram 78 em 39 países.
“Isso significa que, em média, uma nova oportunidade de comercialização foi criada a cada quatro dias neste ano. Estamos trabalhando intensamente para que novos recordes sejam alcançados”, destacou o ministro Carlos Fávaro.
As aberturas contemplam todos os continentes e incluem não apenas produtos tradicionais do Brasil, como carnes e soja, mas também uma variedade de produtos agropecuários, como pescados, sementes, gelatina e colágeno, ovos, produtos de reciclagem animal, açaí em pó, café verde, embriões e sêmens.
“A abertura de novos mercados demonstra a competitividade e confiabilidade do setor produtivo brasileiro, reconhecido em mais de 200 países por sua qualidade sanitária. Essa expansão internacional impulsiona as exportações, contribuindo para o saldo positivo da balança comercial, gerando divisas, empregos e renda ao homem do campo,” ressaltou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Produtos de origem animal, como leite de vaca, ovos de galinha e mel de abelha ajudaram a pecuária brasileira a atingir recordes no ano passado. O valor total da produção, que inclui ainda itens como ovos de codorna, lã, casulos de bicho-da-seda, camarão e peixes, foi de R$ 116,3 bilhões, um aumento de 17,5% em relação ao ano anterior. Os dados fazem parte da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Um dos recordes atingidos pelo Brasil foi o número de cabeças de gado. O país terminou 2022 com 234,4 milhões animais, um crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Mato Grosso é o maior estado produtor, com 34,2 milhões de cabeças- 14,6% do total nacional.
Com 77,2 milhões de animais, o Centro-Oeste é a principal região produtora de gado. Mas o maior aumento de rebanho ficou com o Norte, impulsionado pelos pastos de Rondônia, do Pará, Tocantins e Acre.
Apesar de Mato Grosso liderar o ranking nacional, o município com maior quantidade de cabeçasé paraense: São Félix do Xingu, com rebanho de 2,5 milhões de animais. A cidade tem 65.418 habitantes, de acordo com o Censo 2022. Isso significaque o número de cabeças de gado é 38 vezes maior que a quantidade de moradores.
A produção de leite diminuiu 1,6% no ano passado, ficando em 34,6 bilhões de litros. De acordo com o IBGE, a redução ocorreupelo fato de a criação de vacas ter ficado mais onerosapara pequenos produtores. “Foi observado um abandono da atividade por produtores menores, que têm visto os valores dos insumos aumentarem e concluído que o arrendamento da terra para a produção de grãos, atividade em expansão em partes do país, dariamelhor retorno financeiro”, mostraa pesquisa.
As regiões Sul e Sudeste são as maiores produtoras de leite. Cada uma responde por um terço da produção nacional. Minas Gerais tem a maior produção estadual. Foram 9,4 bilhões de litros, o equivalente a 27,1% do total do país. Castro, no Paraná, é o campeão municipal, com 426,6 milhões de litros.
Apesar de a atividade leiteirater decrescido, o valor total da produção aumentou 17,7%, alcançando R$ 80 bilhões. Isso mostra que o preço médio pago pelo leite ao produtor foi de R$ 2,31 – aumento de 19,7% em um ano. Esse, no entanto, não é o preço final para o consumidor, pois ainda são incluídos custos como frete, intermediários e margem de lucro dos estabelecimentos de venda.
“O preço do leite continuou em ritmo de crescimento no ano de 2022, fruto da baixa oferta do produto,que levou a uma competição mais acirrada por parte dos laticínios, atingindo cotações recordes ao longo do terceiro trimestre, e aumento das importações ao longo do ano”, afirma a pesquisa do IBGE.
Brasília – Pecuária brasileira colecionou recordes em 2022 – IBGE/Divulgação
Aves
A produção de galináceos (grupo que inclui galinhas e aves para corte, como frango) obteve recorde e chegou a 1,6 bilhão de cabeças, representando aumento de 3,8%. Metade (49,3%) desse contingente fica emgranjas da Região Sul. O Paraná é o destaque, com 29,7% do total nacional.
Quando se leva em consideração apenas a quantidade de galinhas, a Região Sudeste lidera o ranking nacional, com 91,2 milhões dos 259,5 milhões de todo o país. O estado de São Paulo sozinho tem21,2% de todas as galinhas que existiam no Brasil em 2022.
A produção de ovos de galinha também foi recorde em 2022. O país produziu 4,9 bilhões de dúzias, 1,3% a mais que no ano anterior. O preço do ovo subiu 17,6%, fazendo crescer o valor total da produção brasileira, que apresentou alta de 19,1%, chegando a R$ 26,1 bilhões.
Apesar de o ovo ter ficado mais caro, o IBGE explica que a concorrência com outros tipos de proteína manteve aquecida a demanda. “Em 2022, com a elevação generalizada dos preços no setor de proteína animal, o ovo ganhou ainda mais destaque, sendo uma opção mais acessível aos consumidores, uma fonte relativamente mais econômica em comparação às carnes”, explica o IBGE.
Rebanhos de médio porte
De acordo com a PPM, rebanhos de caprinos e ovinos cresceram no ano passado. O Brasil terminou 2022 com 12,4 milhões de caprinos (+3,9%) e 21,5 milhões de ovinos (+4,7%). O Nordeste é a região que lidera o ranking nacional de criação desses animais.
Apesar de o Nordeste deter 69,9% dos ovinos do país, oRio Grande do Sul se destaca com 15,6% do total nacional. Esse contingente faz com que o estado concentre quase toda a produção (95,4%) de lã do país.
Mais um recorde da pecuária brasileira é representado pela quantidade de suínos, que atingiu 44,4 milhões de animais, alta de 4,3% em relação a 2021. De acordo com o IBGE, o consumo interno também seguiu em crescimento (7,8%), chegando a 18 quilos por pessoa no ano.
A Região Sul concentrou 51,9% do total de suínos, sendo Santa Catarina o estado líder, com 22,1% do rebanho nacional, o que equivale a 9,8 milhões de cabeças.
Mel
A produção de mel em 2022 chegou a 61 mil toneladas, recorde da pesquisa do IBGE. A produção cresceu 9,5% em relação a 2021. O maiorresultado foi no Nordeste, que registrou incremento de 16,5% na produção, sendo origem de 38,7% do total do país.
“O crescimento da produção de mel está relacionado às condições climáticas favoráveis, que proporcionaram maior disponibilidade de recursos alimentares para as abelhas. A crescente demanda por produtos naturais e saudáveis, nacional e internacionalmente, também tem impulsionado a produção apícola nacional”, segundoo IBGE.
Mesmo com destaque para o Nordeste, o ranking estadual se manteve com Rio Grande do Sul e Paraná no topo, com 14,8% e 14,2% do total nacional, respectivamente, seguidos pelo Piauí (13,7%).
Aquicultura
A produção de peixes em 2022 foi de 617,3 mil toneladas. Esse dado mostraaumento de 6% na atividade e de 16,4% no valor de produção, que chegou a R$ 5,7 bilhões. A Região Sul concentrou 220,7 mil toneladas (35,8% do total nacional). O Paraná foi o principal estado, responsável por 27,1% da piscicultura brasileira, com destaque para a cidade paranaense de Nova Aurora, líder do ranking nacional. De cada 100 toneladas de peixes produzidas no Brasil, 66,1 são tilápias, à frente dos tambaquis (17,8).
A produção de camarão criado em cativeiro foi de 113,3 mil toneladas – 5,9% maior comparada ao ano anterior e mais um recorde identificado pela pesquisa do IBGE. O Nordeste concentrou 99,6% do total nacional, sendo o Ceará dono de mais da metade (54,1%) da produção do país. Dos 10 municípios com as maiores produções de camarão, oito estão no Ceará, sendo o campeão Aracati.
A Petrobras bateu recordes mensais de produção de gasolina e diesel S10, em junho, conforme informou nesta terça-feira (11), a companhia. Somente de gasolina foram produzidos 2,01 bilhões de litros, melhor resultado desde 2014. Já a produção de diesel S10, chegou aos 2,11 bilhões de litros, superando o recorde anterior de maio deste ano.
As vendas, segundo a Petrobras, acompanharam o aumento da produção. Em junho, as vendas registraram aumento, em relação ao mesmo período do ano passado, de 26% na gasolina, 2,9% no diesel S10 e 5,7% no querosene de aviação.
O Fator de Utilização Total (FUT) das refinarias da Petrobras no segundo trimestre atingiu a marca de 93%, de acordo com a companhia, o melhor resultado desde 2015. O FUT considera o volume de carga de petróleo processado e a carga de referência das refinarias, ou seja, sua capacidade operacional, respeitando os limites de projeto dos equipamentos, os requisitos de segurança e a qualidade dos derivados produzidos.
Na avaliação da Petrobras, os resultados revelam o aumento das vendas no mercado interno e a estratégia adotada pela Petrobras de investir em refino, “visando garantir o atendimento de seus compromissos comerciais com confiabilidade, disponibilidade operacional e rentabilidade das suas unidades”, diz em nota.
O calor acumulado nos oceanos bateu novos recordes pelo sexto ano consecutivo, mostra pesquisa com dados até 2021, publicada hoje (11) na revista científica Advances in Atmospheric Sciences.
Os 23 autores do trabalho, de 14 institutos de vários países, alertam que as temperaturas no mar bateram recordes pelo sexto ano consecutivo. Lembram que são resultados do fim do primeiro ano da Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030).
O relatório resume dois conjuntos de dados internacionais, do Instituto de Física Atmosférica (IAP, na sigla original), da Academia Chinesa de Ciências, e dos centros nacionais de Informação Ambiental, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla original), dos Estados Unidos (EUA), que analisam observações sobre o calor nos oceanos e seu impacto desde a década de 50.
O aquecimento dos oceanos “está aumentando incessantemente, em nível global, e este é um indicador primário da mudança climática induzida pela humanidade”, disse um dos autores do documento, Kevin Trenberth, do Centro Nacional de Investigação Atmosférica do Colorado.
No último ano, os estimaram que os primeiros 2 mil metros de profundidade em todos os oceanos absorveram mais 14 zettajoules de energia sob a forma de calor do que em 2020, o equivalente a 145 vezes a produção mundial de eletricidade em 2020.
Toda a energia que os seres humanos utilizam no mundo em um ano é cerca de metade de um zettajoule (um zettajoule é um joule, unidade para medir energia, seguido de 21 zeros).
Além de calor, os oceanos absorvem atualmente entre 20% e 30% das emissões de dióxido de carbono produzidas pela humanidade, levando à acidificação das águas, disse Lijing Cheng (IAP), acrescentando que “o aquecimento dos reduz a eficiência da absorção de carbono e deixa mais dióxido de carbono no ar”.
Os cientistas também avaliaram o papel de diferentes variações naturais, como as fases de aquecimento e arrefecimento conhecidas como El Niño e La Niña, que afetam grandemente as mudanças de temperatura regionais.
Segundo Lijing Cheng, as análises regionais mostram que o forte e significativo aquecimento dos oceanos, desde o fim dos anos 50, ocorre em todos os lugares e que as ondas de calor marinhas regionais têm enormes impactos na vida marinha.
De acordo com Lijing Cheng, o estudo mostra também que o padrão de aquecimento dos oceanos é resultado de mudanças na composição atmosférica relacionadas com a atividade humana.
“À medida que os oceanos aquecem, a água expande-se e o nível do mar sobe. Os oceanos mais quentes também sobrecarregam os sistemas climáticos, criando tempestades e furacões mais poderosos, bem como aumentando a precipitação e o risco de inundações”, alertou.