Tag: reconhecimento facial

  • Mato Grosso investe em segurança pública com 15 mil câmeras no programa Vigia Mais MT

    Mato Grosso investe em segurança pública com 15 mil câmeras no programa Vigia Mais MT

    O programa Vigia Mais MT, implementado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), tem se destacado como uma das mais modernas iniciativas de combate à criminalidade no Brasil.

    Com o uso de um sistema de reconhecimento facial, a tecnologia tem permitido a identificação e captura de foragidos da Justiça de forma ágil e precisa, trazendo avanços significativos para a segurança pública no estado. Desde sua implantação, o sistema já foi responsável pela prisão de 23 procurados, incluindo indivíduos envolvidos em crimes graves como tráfico de drogas.

    O sucesso do programa se deve à integração de recursos tecnológicos avançados e à parceria com instituições de segurança, como o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e a empresa FacePass.

    Além disso, a iniciativa não só aprimora a eficiência policial, mas também reforça a sensação de segurança para a população, especialmente em áreas urbanas críticas, como a região Centro-Norte da capital.

    Este avanço representa um marco no uso de inteligência artificial no combate à criminalidade, colocando Mato Grosso entre os estados pioneiros no uso de tecnologias inovadoras para proteger seus cidadãos.

    Prisão de foragidos utilizando o sistema de reconhecimento facial

    Parceria entre Estado e municípios amplia cobertura e integração das forças de segurança
    Parceria entre Estado e municípios amplia cobertura e integração das forças de segurança

    Na última quinta-feira (14), o sistema de reconhecimento facial do Vigia Mais MT foi responsável por mais uma captura importante.

    Um homem de 25 anos, procurado por tráfico de drogas, foi identificado por uma câmera instalada em frente a um condomínio de luxo em Cuiabá.

    Ao detectar o rosto do suspeito, o sistema emitiu um alerta automático ao Ciosp, que imediatamente acionou a equipe da Polinter para realizar a prisão.

    De acordo com o delegado Cláudio Alvarez Sant’Ana, superintendente do Ciosp, antes de qualquer ação, todas as informações obtidas pelo sistema passam por uma rigorosa verificação.

    “Realizamos uma série de conferências manuais nos bancos de dados da Polícia Judiciária Civil e no Banco Nacional de Mandados de Prisão para garantir que não haja falhas. Essa precisão é essencial para evitar erros e proteger a credibilidade do programa”, ressaltou o delegado.

    Parcerias e impacto do programa Vigia Mais MT

    As imagens captadas pelas câmeras são transmitidas em tempo real para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e para os celulares de policiais
    As imagens captadas pelas câmeras são transmitidas em tempo real para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e para os celulares de policiais

    A parceria entre a Sesp-MT, a Coordenadoria de Tecnologia da Polícia Civil e a empresa FacePass tem sido crucial para o sucesso do Vigia Mais MT.

    A tecnologia de reconhecimento facial não só tem auxiliado na localização e captura de foragidos da Justiça, mas também está transformando a abordagem da segurança pública em Mato Grosso. Desde sua implementação, o programa demonstra resultados expressivos, tanto em números quanto no impacto positivo para a população.

    Mato Grosso está equipando os 142 municípios com 15 mil câmeras de videomonitoramento. A iniciativa visa ampliar a cobertura e a eficiência das ações de segurança, proporcionando mais tranquilidade à população.

    Através do programa, os municípios recebem as câmeras sem nenhum custo, sendo responsáveis apenas pela instalação, internet e manutenção dos equipamentos. Os dispositivos devem ser instalados em locais estratégicos, como ruas, avenidas e praças, permitindo a fiscalização de áreas de grande interesse coletivo.

    A integração de inteligência artificial com ações policiais representa um avanço estratégico no combate ao crime.

    A detecção precisa de suspeitos em locais públicos e privados amplia a capacidade de resposta das forças de segurança e reforça a sensação de proteção nos centros urbanos. Com o Vigia Mais MT, Mato Grosso consolida sua posição como referência no uso de tecnologia a serviço da segurança pública.

  • Reconhecimento facial de apostadores entra em fase de testes

    Reconhecimento facial de apostadores entra em fase de testes

    Obrigatório a partir de janeiro de 2025, o reconhecimento facial nas apostas online já está na fase de testes. Responsável por concentrar 75% do mercado nacional de apostas, o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) informou que a tecnologia está em fase de integração nas plataformas associadas.

    O Brasil será o primeiro país a adotar o reconhecimento facial nas apostas online para prevenir fraudes e impedir apostas de menores de idade. Segundo o IBJR, a solução será similar à adotada pelas instituições bancárias. Em alguns momentos do processo de aposta, será verificada a autenticidade do usuário e também das informações cadastradas. Se houver alguma inconsistência nas informações, automaticamente o usuário será bloqueado.

    A Lei 14.790/2023, que regula as apostas online no Brasil, proíbe explicitamente as apostas por menores de 18 anos de idade. Reforçada nas portarias de regulamentação pelo Ministério da Fazenda, a restrição atende ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

    Inteligência artificial

    A IBJR também adotará nos sites associados ferramentas de inteligência artificial para bloquear tentativas de acesso por crianças e adolescentes. Durante a autenticação do usuário, a biometria será cruzada com outras tecnologias usadas pelas bets, mapeando possíveis condutas irregulares.

    Esse processo, informa o IBJR, usará informações armazenadas em sistemas do governo e do mercado financeiro. O reconhecimento facial impedirá não apenas apostas por menores de idade como operações por fraudadores que roubam ou hackeiam celulares para fazer apostas em nome de terceiros.

  • Fornecer dados biométricos preocupa 60% dos brasileiros, diz pesquisa

    Fornecer dados biométricos preocupa 60% dos brasileiros, diz pesquisa

    Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (cgi.br) mostra que subiu a proporção de empresas brasileiras que mantêm armazenados dados biométricos de seus funcionários ou clientes, como impressões digitais e reconhecimento facial. A proporção aumentou de 24%, em 2021, para 30%, em 2023. Segundo o levantamento, cresceu também a quantidade de empresas que mantêm dados de saúde de funcionários ou clientes, 24% para 26%, no período de 2021 a 2023. A mesma pesquisa aponta que 60% dos brasileiros ficam preocupados em fornecer dados biométricos.

    Os resultados, lançados nesta segunda-feira (2) pelo CGI, estão na 2ª edição da pesquisa Privacidade e Proteção de Dados Pessoais, produzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), que entrevistou, em 2023, indivíduos, empresas e organizações públicas.

    O levantamento identificou também o avanço na proporção de organizações que realizaram alterações em contratos vigentes para adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD): entre 2021 e 2023, houve crescimento de 24% para 31%, nas pequenas empresas, e de 61% para 67%, nas de grande porte.

    Os setores econômicos que, no mesmo período, mais implementaram mudanças nos contratos em função da LGPD foram os de construção (22% para 35%), transportes (38% para 42%), alojamento e alimentação (23% para 31%), informação e comunicação (57% para 66%), atividades profissionais (38% para 59%) e serviços (26% para 46%).

    “A pesquisa mostra que houve avanços na conformidade com a LGPD entre as médias e grandes empresas, inclusive em diferentes setores econômicos, mas há espaço para uma maior presença de boas práticas de proteção de dados pessoais, principalmente entre os negócios de menor porte”, destacou o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa.

    Preocupação

    Segundo o levantamento, o fornecimento de dados biométricos é a maior preocupação dos usuários de internet brasileiros. De acordo com a pesquisa, 32% dos usuários com 16 anos ou mais relataram ficar “muito preocupados” e outros 28% “preocupados” diante da necessidade de fornecer esse tipo de dado – juntas, as proporções alcançam 60%.

    O estudo mostra que os usuários ficam mais apreensivos em fornecer dados biométricos para instituições financeiras (37% “muito preocupados” e 36% “preocupados”), órgãos de governo (35% e 38%) e transporte público (34% e 37%).

    “Com a ampliação do uso de sistemas baseados em reconhecimento facial e impressão digital, é compreensível que as pessoas estejam mais preocupadas em fornecer seus dados biométricos. Nesse contexto, é fundamental que empresas e o governo busquem aprimorar suas estratégias de proteção de dados pessoais e segurança da informação ao adotar este tipo de tecnologia”, ressaltou Barbosa.

    O estudo utilizou indicadores inéditos extraídos de pesquisas realizadas pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, que entrevistou, em dezembro de 2023, 2.618 pessoas de 16 anos ou mais; 2.075 empresas com dez pessoas ocupadas ou mais, entre março e dezembro de 2023; 677 órgãos federais e estaduais e 4.265 prefeituras, entre julho de 2023 e fevereiro de 2024; 4.117 gestores de estabelecimentos de saúde brasileiros entre fevereiro e julho de 2023; 3.004 gestores escolares de agosto de 2023 e abril de 2024.

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  • Mato Grosso avança na segurança de transportes por aplicativos com lei que obriga câmeras e reconhecimento facial

    Mato Grosso avança na segurança de transportes por aplicativos com lei que obriga câmeras e reconhecimento facial

    Em mais um passo para garantir a segurança em viagens por aplicativos de transporte, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou e o governo do estado sancionou, no dia 2 de agosto, a Lei nº 12.634/2024. A iniciativa estabelece novas regras para o setor, exigindo a instalação de câmeras e a realização de reconhecimento facial em todos os veículos.

    A partir de agora, as empresas responsáveis pelos aplicativos de transporte serão obrigadas a cadastrar todos os seus usuários e motoristas, incluindo a coleta de documentos pessoais e a emissão de certidão de antecedentes criminais. Além disso, os aplicativos poderão utilizar o reconhecimento facial para identificar tanto os passageiros quanto os motoristas antes do início de cada viagem, por meio dos dispositivos móveis cadastrados.

    A nova lei também proíbe o uso de dados ou dispositivos de terceiros não cadastrados para acessar os aplicativos, visando evitar fraudes e garantir a segurança das informações dos usuários.

    O descumprimento das novas regras estabelecidas pela lei acarretará em multas que podem chegar a R$ 50 mil para as empresas de aplicativos. Em caso de reincidência, o valor da multa poderá ser dobrado.

  • Reconhecimento facial na Arena Pantanal já prendeu 14 foragidos da Justiça

    Reconhecimento facial na Arena Pantanal já prendeu 14 foragidos da Justiça

    A Arena Pantanal, em Cuiabá, está utilizando uma ferramenta tecnológica inovadora para garantir a segurança dos torcedores e combater a criminalidade: o reconhecimento facial. Desde abril, quando o sistema foi implementado, já foram identificadas e presas 14 pessoas com mandados judiciais em aberto durante partidas de futebol.

    A tecnologia funciona de forma simples e eficiente. Ao entrar no estádio, os torcedores realizam um cadastro facial através do aplicativo FacePass. Os dados biométricos coletados são então comparados com o Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e com o banco de dados da Polícia Civil. Caso seja identificado algum mandado de prisão em aberto, a Polícia Militar é acionada e realiza a abordagem do indivíduo.

    Segundo o tenente-coronel Bruno Marcel, do 10º Batalhão da Polícia Militar, a identificação é feita de forma rápida e precisa, graças ao sistema de monitoramento por câmeras instalado na Arena Pantanal. “Nós temos um centro de monitoramento de câmeras dentro da Arena Pantanal. São centenas de câmeras espalhadas por toda parte para a gente chegar a qual é o setor que ele está”, explica o tenente-coronel.

    As principais ocorrências de mandados de prisão registradas pelo batalhão estão relacionadas ao não pagamento de pensão alimentícia, mas também foram identificados casos de roubo, Maria da Penha, furto e tráfico de drogas.

    Parceria e lei federal

    A implantação do sistema de reconhecimento facial na Arena Pantanal foi resultado de uma parceria entre a Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT), a Coordenadoria de Tecnologia da Polícia Civil, a empresa FacePass e o Cuiabá Esporte Clube. A iniciativa está em linha com a Lei Geral dos Esportes, que determina a implementação obrigatória de sistemas de segurança com reconhecimento facial e biométrico em estádios com capacidade para mais de 20 mil pessoas até 2025.

    Benefícios da tecnologia

    A utilização do reconhecimento facial em eventos esportivos traz diversos benefícios, como:

    • Aumento da segurança: A tecnologia permite identificar rapidamente pessoas procuradas pela Justiça, reduzindo o risco de crimes dentro e fora dos estádios.
    • Agilidade na identificação: O sistema de reconhecimento facial é capaz de identificar um indivíduo em poucos segundos, facilitando o trabalho das forças de segurança.
    • Redução de custos: A tecnologia pode auxiliar na redução de custos com segurança, pois permite a identificação de possíveis ameaças de forma mais eficiente.
    • Melhoria da experiência do torcedor: Ao garantir um ambiente mais seguro, a tecnologia contribui para melhorar a experiência dos torcedores nos estádios.
  • Capital paulista deve receber 20 mil câmeras com reconhecimento facial

    Capital paulista deve receber 20 mil câmeras com reconhecimento facial

    A cidade de São Paulo deverá receber, até o final de 2024, 20 mil câmeras de segurança programadas para fazer reconhecimento facial. O anúncio foi feito nesta segunda-feira
    (7) pela prefeitura municipal. As empresas que venceram a licitação para o projeto, batizado de Smart Sampa, foram a CLD – Construtora, Laços Detentores e Eletrônica Ltda, a Flama Serviços Ltda, a Camerite Sistemas S.A. e a PK9 Tecnologia e Serviços Ltda, que constituem um consórcio.

    As câmeras custarão R$ 9,8 milhões por mês aos cofres públicos, gerando imagens que ficarão, de acordo com a prefeitura, armazenadas por um período de 30 dias. A zona da cidade que concentrará mais câmeras – 6 mil – é a leste. Na sequência, vêm a zona sul, com 4,5 mil, a oeste, com 3,5 mil, e a norte, com 2,7 mil.

    A região central, que atualmente acumula preocupações com furtos e roubos de celulares e abriga a chamada Cracolândia, receberá 3,3 mil câmeras, o segundo menor número, embora também tenha tido, há cerca de um mês, reforço de 440 agentes da Guarda Civil Metropolitana.

    É também no centro que serão instaladas as primeiras 200 câmeras do projeto, dentro de dois meses. A perspectiva da prefeitura é que o fato de serem instaladas já consiga, de certo modo, inibir crimes no município.

    Obscuridade

    Assim como no resto do país e pelo mundo, o uso do reconhecimento facial é criticado por especialistas em segurança pública e também pelos que atuam no campo do direito e de tecnologias. Um dos receios é que o reconhecimento facial possa servir ao racismo, à transfobia e à perseguição de outros grupos minoritários. Discute-se também que esse modelo possa se transformar em uma ferramenta de invasão da privacidade, especialmente quando não se tem garantia de que há tratamento adequado dos dados coletados.

    Na entrevista coletiva em que foi lançado o Smart Sampa, o secretário adjunto de Segurança Urbana, Junior Fagotti, afirmou que a biometria identifica somente pontos do rosto, não indicando cor da pele. Segundo Fagotti, nenhuma subprefeitura da capital tem, hoje, menos de 200 em funcionamento.

    De acordo com prefeitura, a polícia só será acionada caso haja 90% de compatibilidade entre a imagem captada pela câmera e a do rosto de alguém que já conste no banco de procurados. Antes de passar os dados da pessoa adiante, a prefeitura submeterá o caso à análise de um comitê, do qual fará parte a Controladoria-Geral do Município. A cada semestre, a prefeitura produzirá um relatório em detalhando eventuais equívocos cometidos no âmbito do Smart Sampa.

    “Não vai haver transmissão automática à polícia”, disse o prefeito Ricardo Nunes, afirmando que, para conceber o projeto, foram feitos “muitos estudos”, que assimilaram experiências do mundo todo. “Nosso grande desafio é a proteção de dados”, completou Nunes, em referência à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (13.709/2018).

    Outra promessa do projeto é de unificar, em certa medida, os sistemas. Uma das expectativas, por exemplo, é de integração entre ações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), São Paulo Transporte S/A (SPTrans), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Metrô e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além da Guarda Civil Metropolitana e das Polícias Militar e Civil, por meio de uma central de monitoramento.

    Cracolândia

    A Cracolândia é um ponto para onde convergem pessoas que usam crack e outras drogas ilícitas. Esse fluxo de pessoas tem sofrido constantemente com a truculência de agentes de segurança pública, enquanto militantes de direitos humanos, como as do coletivo A Craco Resiste, buscam levar a público as violações cometidas, desde as tentativas de dispersar o fluxo com ameaças de internação compulsória até os casos de violência policial.

    No centro dos debates, também se destacam interesses do ramo imobiliário, já que a presença e os deslocamentos das pessoas que usam entorpecentes provocam flutuações de valorização e desvalorização de imóveis. Uma das soluções levantadas pela prefeitura é a de oferecer isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) a moradores do entorno da Cracolândia.

    Há menos de um mês, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, começava a realizar um censo da população que vive na região popularmente conhecida como Cracolândia. Na entrevista coletiva, a Agência Brasil questionou Ricardo Nunes sobre a possibilidade de a prefeitura municiar o governo estadual com imagens das pessoas que ali se encontram, mas não obteve resposta. “Esse tema, resolveram escolher para politizar”, disse Ricardo Nunes, diante das perguntas dos jornalistas sobre a população em situação de rua na capital.

    O prefeito também foi perguntado sobre a reunião que manteve com Tarcísio Freitas e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, na tarde desta segunda-feira, que não consta da agenda de nenhum dos atuais governantes. Nunes se limitou a dizer que o tema da pauta é o Smart Sampa.

    Edição: Nádia Franco

  • Reconhecimento facial em escolas pode ameaçar privacidade

    Reconhecimento facial em escolas pode ameaçar privacidade

    Utilizar o reconhecimento facial para prever quais estudantes têm mais probabilidade de reprovar de ano, sem detalhar quais os critérios para se definir tal diagnóstico, é uma das funções identificadas e criticadas pelos pesquisadores que assinam o relatório Tecnologias de vigilância e educação: um mapeamento das políticas de reconhecimento facial em escolas públicas brasileiras, do InternetLab, um centro de pesquisa interdisciplinar que promove debates acadêmicos e a produção de conhecimento nas áreas de direito e tecnologia.

    Para a coordenadora da área de Desigualdades e Identidades do InternetLab, Clarice Tavares, as empresas que oferecem o serviço às escolas devem trabalhar a partir de estereótipos. “É um pouco difícil não pensar que isso não esteja associado a essa predição sobre quem tem mais tendência a ser reprovado na escola ou cometerem atos que reprovam na escola a questões mais estruturais, como raça, classe e gênero. Como essas tecnologias são construídas também para prever possíveis ações, isso é um pouco preocupante, principalmente quando se fala em crianças e adolescentes, que são populações que precisam ser mais protegidas ainda”, disse.

    No documento, consta uma lista de iniciativas encontradas pela equipe do centro de pesquisa. São 15 casos, um número reduzido, segundo os pesquisadores.

    O modo como os autores do relatório chegaram aos projetos implementados nas escolas já indica um problema, a falta de transparência. Eles tomaram conhecimento das ações a partir de notícias, sites de prefeituras e governos estaduais, portal da transparência, entrevistas com gestores e, algumas vezes, em respostas a solicitações apresentadas com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).

    “Esse foi um dos principais achados. Não existe um projeto muito claro, entre todos esses municípios, de informar ao cidadão como estão fazendo essas políticas. Muitas vezes, no próprio site das prefeituras, a gente encontra pouquíssima informação. Então, a gente precisa olhar em portais mais locais. E, em alguns casos, a gente fez pedido via LAI e não obteve resposta ou obteve respostas um pouco vagas. Isso indica uma necessidade de melhora desses mecanismos de transparência, principalmente no âmbito municipal”, disse Clarice.

    Escolas no estado de Tocantins adotaram políticas de reconhecimento facial. Também foram achados projetos semelhantes nas capitais Fortaleza, Goiânia, Rio de Janeiro e Porto Alegre, e nos municípios de Mata de São João (BA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Águas Lindas (GO), Morrinhos (GO), Betim (MG), Angra dos Reis (RJ), Itanhaém (SP), Potirendaba (SP), Santos (SP) e Xaxim (SC).

    Todos os projetos têm um ponto em comum, que é a razão pela qual as escolas justificam a adoção do reconhecimento facial. As instituições defendem que a ferramenta permite que façam o registro da frequência dos alunos. Outros argumentos são o de empregá-la como instrumento de segurança da comunidade escolar, o de ser um meio de se combater a evasão de estudantes e o de aproveitá-lo para se aprimorar a gestão do ambiente escolar e dos alunos.

    Contudo, alertam os pesquisadores do InternetLab, há brechas para ocorrerem desvios de finalidade, e as consequências chegam a pontos já apontados por outros especialistas da área. Um dos efeitos pode ser a discriminação de grupos historicamente minorizados, como as mulheres, os negros e a população LGBTQIA+, conforme menciona o relatório.

    “Há diversos estudos que pontuam como as tecnologias de reconhecimento facial são menos precisas quando o público alvo da ferramenta são pessoas não pertencentes ao gênero masculino ou não brancas, uma vez que são treinadas por meio de bancos de dados fracos em termos de diversidade de gênero, raça e registros culturais. Há, assim, reprodução de vieses discriminatórios que podem levar a erros persistentes na operação da tecnologia, tais como falsos negativos e/ou falsos positivos.”, dizem os pesquisadores.

    “Ademais, há também a possibilidade de inferências discriminatórias quando o reconhecimento facial busca não apenas verificar ou identificar determinada pessoa, mas também atribuir características físicas ou comportamentais a ela, tais como sua raça, gênero, humor, temperatura corporal, dentre outras possibilidades”, alertam.

    Outro aspecto em destaque, entre os alertas, é o fato de que não há clareza sobre o acesso aos bancos de dados onde ficam armazenados aqueles que foram coletados da comunidade escolar, o que pode ameaçar princípios como a privacidade. Como recomendação, a equipe do InternetLab cita, entre outras questões, o uso de software livre, o letramento digital de educadores e gestores, a produção de relatórios de impacto à proteção de dados e aos direitos humanos e a participação dos estudantes, ao se adotar as políticas, que, também envolve ampliar sua compreensão sobre o assunto.

    Edição: Fernando Fraga

  • Pesquisa mede impacto da burocracia para comprovar identidade

    Pesquisa mede impacto da burocracia para comprovar identidade

    Seis em cada dez brasileiros já perderam um dia de trabalho para comparecer a um local em que era preciso confirmar sua identidade, e também é essa a proporção dos que faltaram a alguma aula para resolver esse tipo de burocracia. Esses e outros dados foram divulgados hoje (19) e fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e pela empresa Unico, startup que desenvolve formas de identificação digital.

    Para o estudo, o Instituto Locomotiva ouviu, entre os meses de abril e maio deste ano 1.561 adultos das classes A à D e com acesso à internet. Os entrevistados são de todas as regiões do país, e a margem de erro dos dados é de 2,5 pontos percentuais.

    Segundo as respostas, 98% da população afirmam já ter enfrentado alguma dificuldade para confirmar a própria identidade, 94% declaram já ter perdido tempo e 84% relatam ter sofrido prejuízos financeiros.

    A necessidade de confirmar sua identidade presencialmente foi mais frequente em serviços bancários e financeiros, o que ocorreu no caso de 93% dos entrevistados. Mesmo quando são considerados apenas os últimos 12 meses, 69% das pessoas afirmaram que precisaram comparecer a essas instituições para comprovar que eram elas mesmas.

    Para o diretor de Comunicação da Unico, Pedro Henrique Oliveira, não surpreende que os bancos estejam no topo desse ranking. “Isso está associado a uma tentativa de criar cada vez mais camadas de proteção, o que é louvável. Mas o que o setor precisa entender é que há formas mais modernas de manter segurança sem gerar fricção”, afirma ele, que destaca que os deslocamentos para confirmar a identidade causam custos às pessoas que vão além da passagem de ida e volta. “Vamos imaginar que seja uma diarista. Quando ela precisa ir ao banco só para liberar o seu cartão, essa pessoa deixou de ganhar uma faxina e isso tem um impacto na vida dela”.

    Problemas burocráticos relacionados à identificação também causaram prejuízos na hora de conseguir um emprego ou obter auxílio do Estado. Segundo a pesquisa, três em cada dez pessoas já perderam alguma oportunidade de trabalho porque não tinham documento comprovando a qualificação, e um terço dos entrevistados não conseguiu se cadastrar em programas sociais porque faltava algum documento.

    O diretor da startup defende serviços como biometria facial para autenticação de identidades e assinatura eletrônica biométrica. “A pesquisa nos mostra que a sociedade caminha cada vez mais para ser digital e oferecer serviços digitais. Mas o acesso das pessoas, a forma de autenticar e reconhecer as pessoas, ainda segue o padrão de 10 ou 15 anos atrás”.

    Os entrevistados consideraram que os serviços públicos oferecem mais burocracia nesse sentido, já que 71% afirmam ter perdido tempo ou dinheiro desnecessariamente nesses locais, mas o setor privado fica apenas dois pontos percentuais atrás, se for considerada a margem de erro, com percentual de 64%.

    “Dá para ser seguro e evitar fraude sendo simples, por meio da tecnologia. O governo federal já vem mostrando isso com o Gov.br e outros, muitas empresas já vêm caminhando para isso, mas é uma tendência em que a gente ainda precisa avançar no Brasil”, afirma. “A gente ainda não coloca o usuário no centro do processo. Em nome da proteção, que é necessária, a gente cria muitas barreiras”.

    Edição: Aline Leal

  • Facebook anuncia fim da ferramenta de reconhecimento facial

    Facebook anuncia fim da ferramenta de reconhecimento facial

    O Facebook anunciou nesta terça-feira (2) que, nas próximas semanas, vai desativar seu sistema de reconhecimento facial, que identifica automaticamente os usuários em fotos e vídeos. Segundo a empresa, a decisão levou em conta crescentes preocupações sobre o uso desse tipo de tecnologia.

    “Os reguladores ainda estão no processo de fornecer um conjunto claro de regras que definam o seu uso”, disse Jerome Pesenti, vice-presidente de Inteligência Artificial do Facebook, por meio de nota. “Em meio a essa incerteza contínua, acreditamos que o apropriado seja limitarmos o uso do reconhecimento facial a um conjunto restrito de casos.”

    Segundo a Meta, empresa que abriga o Facebook, mais de um terço dos usuários ativos diários da rede social optaram pela configuração de reconhecimento facial. Por isso, mais de 1 bilhão de pessoas serão atingidas pela mudança.

    No caso da ferramenta de Texto Alternativo Automático (AAT, na sigla em inglês), que cria descrições de imagens para pessoas com deficiência visual, o Facebook acrescentou que ela não incluirá mais os nomes de pessoas reconhecidas nas fotos, mas seguirá funcionando normalmente.

    https://www.cenariomt.com.br/variedades/tecnologia/whatsapp-deixou-de-funcionar-em-celulares-antigos-nesta-segunda/