Tag: reciclagem

  • Produtores reforçam compromisso com a logística reversa e a sustentabilidade em Mato Grosso

    Produtores reforçam compromisso com a logística reversa e a sustentabilidade em Mato Grosso

    Em Mato Grosso, os produtores rurais têm reforçado o compromisso com a sustentabilidade ao adotar práticas de logística reversa para o descarte de embalagens de defensivos agrícolas. Atenta a essa responsabilidade ambiental, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) é associada ao Sistema Campo Limpo (SCL), um programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias desenvolvido pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV).

    No Brasil, 100% das embalagens de defensivos agrícolas são devolvidas após o uso, e 95% delas são recicladas, transformando-se em novos produtos como tubos para esgoto, conduítes, tampas, dutos elétricos, entre outros. Esse modelo de logística reversa é referência mundial em sustentabilidade no campo e responsabilidade ambiental.

    O produtor rural Leandro Bortoluzzi, do município de Campos de Júlio, destaca que segue rigorosamente todas as etapas do processo, garantindo o reaproveitamento dos materiais e a prevenção de impactos ambientais, uma vez que Mato Grosso é um dos maiores produtores de grãos do país.

    “Aqui na propriedade, nós separamos as embalagens por tipo e tamanho, sendo eles papelão, sacos plásticos e embalagens rígidas de plástico, sempre de acordo com os litros. Cada categoria tem sua alocação correta, o que facilita a contagem e o envio ao ponto de recebimento”, afirma.

    Vale ainda destacar que a Lei Federal nº 9.974/2000 regulamenta a devolução e destinação final adequada das embalagens, promovendo responsabilidade compartilhada entre produtores, comerciantes e fabricantes. E desde 2002, o Sistema Campo Limpo já deu a destinação correta a mais de 750 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas.

    Para o vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier essa ação é mais um exemplo de que os produtores brasileiros são exemplos em sustentabilidade. “A logística reversa de embalagens é exemplo brasileiro para o mundo. Nós temos, por exemplo, os nossos principais concorrentes, que são os americanos, que não fazem nenhum tipo de logística reversa. Muitas vezes só queimam as embalagens. E o Brasil, mais uma vez, sendo exemplo em sustentabilidade, em cuidado com o meio ambiente e fazendo com que essas embalagens voltem de maneira sustentável para outros fins, criando novos produtos e aproveitando todo o material que é gasto com elas para construir esses recipientes”, acrescenta.

    Outro exemplo de boas práticas vem do produtor Stéfano Passinato, que também atua em Campos de Júlio. Para ele, a logística reversa se inicia no momento em que o os vasilhames são esvaziados para utilização na lavoura até a entrega das embalagens vazias nos locais autorizados.

    “O processo que ocorre aqui na fazenda começa com a utilização dos produtos na lavoura e, no momento em que os vasilhames são esvaziados, nós realizamos a tríplice lavagem. Logo após, a embalagem é inutilizada, ou seja, é realizada uma perfuração, normalmente no fundo do galão, para evitar qualquer reuso indevido. Em seguida, nós guardamos em um depósito para ser encaminhado ao local adequado”, explica Stéfano Passinato.

    Ambos os produtores destacam a importância ambiental da logística reversa, sobretudo no combate ao descarte inadequado dos resíduos. “O procedimento é de grande importância e procuramos fazer nossa parte para garantir a sanidade do meio ambiente, da própria fazendo e da destinação que precisa acontecer”, explicou.

    A adoção de boas práticas e o respeito ao meio ambiente refletem o compromisso da Aprosoja Mato Grosso e dos produtores do setor com a sustentabilidade, preservando os recursos naturais e garantindo a produção responsável de alimentos.

  • Polícia Civil de Mato Grosso elimina mais de 2,5 toneladas de papéis sem valor jurídico em ação de reciclagem

    Polícia Civil de Mato Grosso elimina mais de 2,5 toneladas de papéis sem valor jurídico em ação de reciclagem

    A Polícia Civil de Mato Grosso descartou, nesta terça-feira (22), 2,56 toneladas de documentos considerados sem validade jurídica. A ação ocorreu em conformidade com normas estabelecidas pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e pela Resolução nº 40 do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), que regulamenta os procedimentos de eliminação de arquivos públicos.

    O material eliminado, proveniente de diversos setores da instituição, estava armazenado no Arquivo Central da Diretoria de Execução Estratégica, localizado no bairro CPA III, em Cuiabá. Os documentos descartados incluíam boletins de ocorrência, inquéritos policiais, processos administrativos e outros registros, produzidos entre os anos de 1981 e 2022.

    Todo o conteúdo, distribuído em 520 caixas, foi recolhido por uma empresa especializada de Várzea Grande. Após o transporte, os papéis foram triturados por uma máquina específica, sendo reaproveitados para reciclagem.

    A iniciativa, acompanhada por servidores responsáveis pelo almoxarifado e gerenciamento documental, reforça o cumprimento das diretrizes de gestão documental do Estado. O primeiro descarte semelhante ocorreu em 2017, com a destruição de 5 toneladas de documentos.

    Conforme os critérios arquivísticos, os documentos são classificados como correntes, intermediários ou permanentes. Apenas os de valor histórico, informativo ou probatório são mantidos de forma definitiva. Os demais, sem relevância administrativa ou jurídica, são destinados ao descarte responsável.

  • Morador é denunciado por descartar galhos em containers de lixo no Parque das Araras

    Morador é denunciado por descartar galhos em containers de lixo no Parque das Araras

    A Guarda Civil Municipal de Lucas do Rio Verde atendeu, nesta quarta-feira (17), uma denúncia envolvendo descarte irregular de resíduos no bairro Parque das Araras. Segundo informações repassadas pelo denunciante, um indivíduo estaria enchendo os containers públicos com galhos de árvores.

    A equipe da GCM, composta pelos agentes Freitas, Nunes e Fernandes, se deslocou até a rua Cachoeirinha, onde os containers estão localizados. No entanto, ao chegar ao local, os agentes não encontraram o responsável pela infração.

    Diante da situação, o caso foi encaminhado ao Inspetor Carlos, que deverá acionar os órgãos competentes para que sejam tomadas as medidas cabíveis conforme a legislação municipal.

    A Prefeitura de Lucas do Rio Verde aproveita o ocorrido para reforçar a importância da conscientização sobre a separação correta do lixo. Os containers azuis são exclusivos para o descarte de materiais recicláveis, enquanto os laranjas são destinados a resíduos úmidos. O descarte de galhos, folhas, restos de construção ou móveis nesses recipientes é estritamente proibido, podendo acarretar sanções aos infratores.

    A orientação é que galhos e materiais de poda sejam encaminhados ao Ecoponto Municipal ou recolhidos por agendamento com a Secretaria de Infraestrutura e Obras.

  • Em dois anos, país aumenta reciclagem de embalagens PET em 14%

    Em dois anos, país aumenta reciclagem de embalagens PET em 14%

    O Brasil reciclou 410 mil toneladas de embalagens PET em 2024, montante 14% superior às 359 mil toneladas recicladas 2022, segundo a 13ª edição do Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado nesta segunda-feira (24) pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).

    Apesar do resultado positivo, a entidade ressalvou que a falta de políticas públicas de coleta seletiva dificulta a destinação correta das embalagens descartadas pelos consumidores, o que está gerando ociosidade no setor.

    “As empresas recicladoras chegam a atuar com uma ociosidade média de 23%, chegando a picos de até 40%”,  destaca o presidente da Abipet, Auri Marçon. “Com isso, a indústria de reciclagem do PET está chegando no seu limite, por não ter a matéria-prima necessária para seus processos produtivos, ao mesmo tempo em que toneladas de embalagens são destinadas aos aterros comuns ou descartadas incorretamente no meio ambiente”, acrescenta.

    Destino das PETs recicladas

    De acordo com o censo, em 2024, o principal destino da resina reciclada das PETs – 37% do total – foi a fabricação de uma nova embalagem, utilizada principalmente pela indústria de água, refrigerantes, energéticos e outras bebidas não alcoólicas. O setor têxtil vem em segundo lugar, com um consumo de 24% da resina reciclada, seguido pela indústria química (13%), lâminas e chapas (13%), e fitas de arquear, utilizadas em empacotamento e fechamento de caixas (10%).

  • Detran-MT recicla mais de 2 mil veículos e limpa pátios em todo o estado

    Detran-MT recicla mais de 2 mil veículos e limpa pátios em todo o estado

    Em uma iniciativa que visa a organização e preservação do meio ambiente, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) realizou, em 2024, a descontaminação e reciclagem de 2.185 veículos que estavam abandonados em pátios de diversas cidades do estado. Essa ação faz parte de um projeto contínuo para manter os pátios do Detran sempre limpos e organizados.

    Mil toneladas de material reciclável

    De acordo com o gerente de Leilão do Detran-MT, Lupercio de Lima Soares, a estimativa é que cerca de mil toneladas de materiais tenham sido recicladas com essa iniciativa. “Foi realizado um trabalho completo de separação, descontaminação, prensagem, pesagem e reciclagem das sucatas e veículos inservíveis”, explicou Soares.

    Veículos abandonados

    Os veículos que foram reciclados foram removidos, recolhidos ou apreendidos pelos órgãos de trânsito e não possuíam mais condições de circular. A maioria deles estava abandonada nos pátios das Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRANs) e Agências Municipais há mais de um ano, sem que os proprietários os retirassem.

    Processo de descontaminação e reciclagem

    Antes de serem encaminhados para a reciclagem, os veículos passaram por um processo de descontaminação, que inclui a retirada de bateria, óleo, combustível e pneus. Esses materiais são destinados a empresas especializadas para tratamento adequado, evitando a contaminação do meio ambiente. Após a descontaminação, os veículos são prensados e enviados para reciclagem.

    Baixa definitiva do cadastro

    Após o processo de reciclagem, o Detran-MT realiza a baixa definitiva do cadastro dos veículos, evitando assim que novos débitos sejam gerados.

    Mais de 30 mil veículos reciclados nos últimos 5 anos

    O Detran-MT informa que, nos últimos cinco anos, mais de 30 mil veículos foram reciclados. Além disso, a autarquia realizou seis leilões de mais de 5 mil veículos, o que contribuiu para a limpeza dos pátios em todo o estado.

    Compromisso com a sustentabilidade

    O presidente do Detran-MT, Gustavo Vasconcelos, destacou a importância da iniciativa para a preservação do meio ambiente e a saúde pública. “A limpeza dos pátios é uma ação contínua e prioritária na atual gestão. Queremos manter os pátios sempre organizados e garantir a destinação correta dos materiais poluentes”, afirmou Vasconcelos.

  • São Silvestre: 500 mil copos plásticos descartáveis serão reciclados

    São Silvestre: 500 mil copos plásticos descartáveis serão reciclados

    Os copos plásticos de água a serem distribuídos aos participantes da 97ª Corrida Internacional de São Silvestre, neste sábado (31), na capital paulista, serão reciclados. O material será transformado em mesas e cadeiras que vão ser doadas a escolas. Este é o terceiro ano da ação, realizada pela parceria do Movimento Plástico Transforma com a Fundação Cásper Líbero e a Yescom.

    Ao longo dos 15 quilômetros (km) de percurso da corrida, que inicia às 8h05, serão distribuídos aos participantes cerca de 500 mil copos plásticos que, após o consumo da água, serão descartados nas vias.

    Uma equipe contratada pelo Movimento coletará as embalagens, que serão transportadas até uma unidade de reciclagem, onde ocorrerá a fabricação da matéria-prima plástica e que, posteriormente, dará origem a novos produtos.

    Com a ação, o evento almeja atingir resíduo zero de material plástico, ou seja, nenhum copo ser transportado aos aterros sanitários. Um dos objetivos da iniciativa é promover a destinação adequada dos resíduos plásticos gerados durante o evento, além da conscientização do público.

    A estimativa da organização da corrida é de cerca de 32 mil inscritos. O fornecimento de água é essencial para a hidratação dos atletas e a embalagem plástica é a mais apropriada para o corredor ingerir o líquido de forma rápida e segura.

    Em 2021, a ação transformou os copos plásticos coletados e reciclados em 1,2 mil caixas organizadoras que beneficiaram mais de 6 mil alunos de escolas públicas de São Paulo. Em 2019, as embalagens foram transformadas em 1,8 mil lixeiras, doadas para escolas públicas das cidades de Jaguariúna e São Carlos, no interior do estado.

    Edição: Valéria Aguiar

  • Governo cria programa para descarte correto de vidros no país

    Governo cria programa para descarte correto de vidros no país

    Mais de 1 bilhão de garrafas de vidro são descartadas no país, parte de forma inadequada em praias, rios, terrenos baldios e lixões. Parte dessas garrafas vai parar em aterros sanitários, que, embora sejam estruturas adequadas, têm seu tempo de vida útil reduzido quando recebem materiais que poderiam ser reaproveitados. Para reverter esse cenário o governo federal criou, por decreto, o sistema nacional de logística reversa de embalagens de vidro, que faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

    O decreto estabelece metas para o índice de reciclagem de embalagens de vidro descartáveis e para o índice de conteúdo reciclado, que representa o quanto de material reciclado é utilizado na fabricação de novas embalagens. Os índices serão monitorados e avaliados a partir da apresentação de dados, informações e relatórios do Ministério do Meio Ambiente. As informações podem ser acessadas no site do programa Recicla+. Desde o lançamento da iniciativa, já foram certificadas mais de 300.000 toneladas de materiais recicláveis.

    As ações não terão recursos dos cofres públicos e serão realizadas pela iniciativa privada, por meio de parcerias entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, de forma semelhante ao que já é feito no caso das embalagens retornáveis e em vários sistemas de logística reversa implantados no país, tais como o sistema de logística reversa de eletroeletrônicos.

    De acordo com Ministério do Meio Ambiente, a falta de regulamentação levava empresas a buscarem caco de vidro no exterior, como em países da Europa. Além disso, muitos estados brasileiros não sabiam o que fazer com o vidro descartado. Segundo a pasta, o decreto incentiva a redução de custos, “pois quando tais embalagens são direcionadas para a reciclagem, deixam de representar peso e custos no transporte e aterramento”.

    A logística reversa é um sistema que possibilita o retorno de embalagens para o ciclo produtivo, o que contribui para o aumento da reciclagem de vidro no país e, consequentemente, para a redução do descarte inadequado no meio ambiente e apresenta efeitos sobre a saúde pública. O acúmulo de água da chuva em garrafas vazias leva à proliferação de vetores, como, por exemplo, o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.

    A medida também tem impacto no clima, pois a reciclagem aumenta a eficiência energética na indústria fabricante de vidro e reduz a emissão de gases de efeito estufa. O caco de vidro reciclado demanda 40% menos energia e não emite gás carbônico.

    Edição: Fábio Massalli

  • Em dois dias, Comlurb recolhe 110 toneladas de resíduos no Rock in Rio

    Em dois dias, Comlurb recolhe 110 toneladas de resíduos no Rock in Rio

    A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) recolheu 110,5 toneladas de resíduos nos dois primeiros dias da nona edição do festival de música Rock in Rio, que começou na última sexta-feira (2) no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, reunindo grandes nomes da música nacional e internacional.

    A companhia trabalha diariamente no local com cerca de mil garis, na parte interna, na gestão de resíduos do evento com a varrição das áreas de circulação do público, gramados, praças de alimentação, área VIP, bastidores, arenas e velódromo. Outros 181 garis atuam na parte externa, incluindo as vias de acesso à Cidade do Rock.

    A Comlurb responde ainda pela destinação correta do lixo gerado, com os resíduos potencialmente recicláveis sendo direcionados a cooperativas de catadores escolhidas pelos organizadores do festival e credenciadas junto à empresa, que fazem a comercialização com empresas recicladoras, gerando emprego e renda.

    Os resíduos orgânicos são levados para o EcoPonto do Caju da Comlurb, onde são utilizados para compostagem e transformados em biogás para geração de energia, biocombustível ou condicionador de solos, na unidade de biometanização, a primeira da América Latina. Para facilitar o descarte correto de resíduos, cerca de dois mil contêineres foram distribuídos, tanto na parte interna quanto na parte externa da Cidade do Rock.

    Sustentabilidade

    Das 110,5 toneladas de resíduos recolhidas pela Comlurb até agora, 37,98 toneladas de recicláveis foram encaminhados à startup Reutiliza Já e à Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat), que vão garantir a rastreabilidade dos resíduos durante o Rock in Rio 2022 e a sustentabilidade do evento.

    Para isso, será usada a tecnologia blockchain (mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações). Integrada à prestação de serviços das cooperativas de catadores de materiais recicláveis, essa tecnologia permite que cada material descartado no lixo possa ser acompanhado, medido, separado, pesado e encaminhado para o destino certo.

    O objetivo é garantir a rastreabilidade dos resíduos, desde o momento do consumo no festival até as cooperativas de reciclagem e, destas, posteriormente, até as indústrias, para transformá-los em matéria-prima novamente para produção de embalagens de novos produtos, garantindo a circularidade dos materiais. Do total de 37,98 toneladas de resíduos recicláveis encaminhadas aos catadores, a maior parte (20,94 toneladas) é plástico, seguida de alumínio (5 toneladas).

    O fundador e diretor executivo da Reutiliza Já, Humberto Bahia, disse hoje (4) à Agência Brasil que não basta encaminhar os resíduos para a reciclagem. “Tem que informar e educar e, depois da comunicação mais humanizada, a gente tem que medir isso, tornar essa medição cada vez mais eficiente através de tecnologia”.

    A tecnologia blockchain ajuda a certificar que os números obtidos são reais e que não houve desvios de materiais até as indústrias. “Depois da medição, a gente vai reaproveitar e encaminhar para os transformadores que chegam na indústria. Depois, isso retorna para a sociedade”, destacou Bahia.

    O diretor da Reutiliza Já afirmou que ao final do processo, será possível saber quantas árvores foram preservadas e quanto foi a economia em termos de água e de energia, por exemplo. A ideia é, sem utilizar termos muito técnicos, conseguir passar para a população os resultados alcançados.

    Para Humberto Bahia, o nível de rastreabilidade e transparência da gestão de resíduos desta edição do Rock in Rio é inédito no mundo: “Não tem coisa mais atual do que a gente tratar do que é nosso, do planeta. Acho que o Rock in Rio está sempre uns passinhos na frente”.

    Placar

    A Ancat opera o maior programa de logística reversa do país, o Reciclar pelo Brasil, em colaboração com 17 grandes empresas do país. O presidente da entidade, Roberto Rocha, afirmou que a maior diferença do atual projeto do Rock in Rio é que agora a tecnologia da operação permite o acompanhamento de cada etapa, garantindo a circularidade do material.

    “A nova tecnologia insere um novo serviço prestado pela categoria em uma era digital, sendo um momento inovador, uma solução única e pioneira em todo o mundo, promovendo protagonismo dos catadores dentro da economia circular e das exigências do ESG (governança ambiental, social e corporativa), e contribuindo para a geração de renda e valorização profissional”. Rocha concluiu que esse é um grande legado social não apenas para futuros eventos, mas para o planeta.

    Ao fim do 9º Rock in Rio, será implementado o Placar da Reciclagem. Trata-se de uma calculadora socioambiental que dimensiona o impacto da iniciativa a partir da divulgação indicadores de desempenho e métricas socioambientais cientificamente validadas.

    Após as atrações deste domingo (4), o Rock in Rio retorna na próxima quinta-feira (8) até domingo (11) que vem.

    Edição: Denise Griesinger

  • Índice de reciclagem no Brasil é de apenas 4%, diz Abrelpe

    Índice de reciclagem no Brasil é de apenas 4%, diz Abrelpe

    No Brasil, 4% dos resíduos sólidos que poderiam ser reciclados são enviados para esse processo, índice muito abaixo de países de mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia, que apresentam média de 16% de reciclagem, segundo dados da International Solid Waste Association (ISWA).

    “Nós estamos quatro vezes menos que esses países. Temos que acelerar”, afirmou o presidente da instituição, Carlos Silva Filho, que também é diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

    Em relação aos países desenvolvidos, o caminho a percorrer é ainda mais longo. Na Alemanha, por exemplo, o índice de reciclagem alcança 67%. “O Brasil está 20 anos atrasado em relação a esses países”, afirmou Silva Filho.

    Embora o país tenha grande potencial para aumentar a reciclagem, diversos fatores mantêm esses índices estagnados, a começar pela falta de conscientização e de engajamento do consumidor na separação e descarte seletivo de resíduos. Também é preciso destacar a falta de infraestrutura das prefeituras para permitir que esses materiais retornem para o ciclo produtivo, com potencial de recuperação.

    “Faltam unidades para descarte separado, coleta seletiva; faltam unidades de triagem; e, por fim, eu diria que falta uma estrutura fiscal tributária para permitir que esse material reciclável seja atrativo para a indústria”, explicou Silva Filho.

    O Dia Nacional da Reciclagem, lembrado neste domingo (5), visa a conscientizar a população sobre a relevância da coleta seletiva, que faz a separação e destinação de materiais para reciclagem e reaproveitamento, de modo a diminuir os impactos causados ao meio ambiente pelo descarte incorreto de produtos.

    Secos e orgânicos

    Os materiais recicláveis secos representaram 33,6% do total de 82,5 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos durante o período da pandemia da covid-19, nos anos de 2020 e 2021. De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos 2021, divulgado pela Abrelpe, o Brasil contabilizou 27,7 milhões de toneladas anuais de resíduos recicláveis.

    Embora os materiais recicláveis secos tenham ampliado sua participação no total de resíduos sólidos urbanos (saindo de 31,7% em 2012 para 33,6% na última pesquisa), a fração orgânica permanece predominando como principal componente, com 45,3%, o que representa pouco mais de 37 milhões toneladas/ano.

    De acordo com a pesquisa, os resíduos recicláveis secos são compostos principalmente pelos plásticos (16,8%, com 13,8 milhões de toneladas por ano), papel e papelão (10,4%, ou 8,57 milhões de toneladas anuais), vidros (2,7%), metais (2,3%) e embalagens multicamadas (1,4%). Os rejeitos, por sua vez, correspondem a 14,1% do total e contemplam, em especial, os materiais sanitários, não recicláveis. Em relação às demais frações, a sondagem mostra que os resíduos têxteis, couros e borrachas detêm 5,6% e outros resíduos, 1,4%.

    A pesquisa da Abrelpe sinaliza que iniciativas de coleta seletiva foram registradas em mais de 74% dos municípios brasileiros, mas ainda de forma incipiente em muitos locais, o que reflete na sobrecarga do sistema de destinação final e na extração de recursos naturais, muitos já próximos do esgotamento. O levantamento mostra que quase 1.500 municípios não contam com nenhuma iniciativa de coleta seletiva.

    Material

    Quantidade

     (t/ano)

    Quantidade

    (t/dia)

    Plásticos

    13.856.173,80

    37.962,12

    Papel e Papelão

    8.577.631,40

    23.500,36

    Vidro

    2.226.885,08

    6.101,06

    Metais

    1.896.976,18

    5.197,20

    Embalagens multicamadas

    1.154.681,15

    3.163,51

    Perdas

    A falta de reciclagem adequada do lixo tem gerado uma perda econômica significativa para o país. Levantamento feito pela Abrelpe em 2019 mostrou que somente os recicláveis que vão para lixões levam a uma perda de R$ 14 bilhões anualmente, que poderiam gerar receita e renda para uma camada de população que trabalha com essa atividade.

    “Além do que deixariam de ir para os lixões e, portanto, não causariam os problemas ambientais que os lixões causam”, destacou Carlos Silva Filho.

    O presidente da Abrelpe afirmou que, nos últimos anos, houve um movimento positivo de regulação do setor por parte do Poder Público. Em abril deste ano, por exemplo, foi publicado decreto federal que criou o Programa Recicla+, de créditos para a reciclagem e de estímulo a esse mercado.

    Ele lembrou ainda da aprovação, em abril passado, do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), que trouxe metas para os próximos 20 anos para a reciclagem de materiais, valorização, aproveitamento de resíduos. “Acho que, agora, a gente tem o arcabouço completo para esse setor avançar. Precisamos, realmente, fazer disso uma realidade, transformar tudo isso que está à disposição do mercado em números que venham refletir a reciclagem”, afirmou Silva Filho.

    O Planares determina o aumento crescente da recuperação de resíduos e estabelece meta de 50% de aproveitamento, em 20 anos. Assim, metade do lixo gerado passará a ser valorizado por meio da reciclagem, compostagem, biodigestão e recuperação energética.

    Já o Certificado de Crédito de Reciclagem (Programa Recicla+) é uma parceria entre os ministérios do Meio Ambiente e Economia e visa fomentar injeção de investimentos privados na reciclagem de produtos e embalagens descartados pelo consumidor.

    https://www.cenariomt.com.br/mundo/brasil-tem-34-mil-pontos-de-descarte-de-eletronicos-para-reciclagem/

  • Brasil tem 3,4 mil pontos de descarte de eletrônicos para reciclagem

    Brasil tem 3,4 mil pontos de descarte de eletrônicos para reciclagem

    O Brasil tem 3,4 mil pontos de recebimento de produtos eletrônicos para reciclagem. Esses pontos viabilizam a logística reversa e a destinação ambientalmente correta dos equipamentos já sem uso e estão presentes em todos os estados brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree). Também já há 21 centrais de logística reversa em capitais, com a cobertura para mais de 1,5 mil municípios.

    A regulamentação para reciclagem e logística reversa do setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos foi publicada há dois anos, com o Decreto 10.240, o que impulsionou o processo no Brasil, segundo o presidente da Abree, Sergio de Carvalho Mauricio.

    De acordo com ele, a logística reversa começa a partir da decisão consciente do consumidor, cujo produto eletroeletrônico ou eletrodoméstico não tem mais serventia, de descartar o equipamento em um local adequado. “É aí que começa o processo da logística reversa, com essa atitude do consumidor final de descartar de maneira responsável, permitindo que esse produto possa seguir o caminho da reciclagem”, disse Mauricio.

    Reinserção na cadeia

    A Abree se encarrega de efetuar a remoção dos equipamentos descartados nos pontos de recebimento, transportando-os até os recicladores ou empresas de manufatura reversa. “São aquelas que vão pegar o eletroeletrônico, proceder à sua desmontagem de maneira responsável, tanto do ponto de vista ambiental como trabalhista, e garantindo que isso não vai oferecer risco para o meio ambiente nem para os trabalhadores”, explica Mauricio.

    “Todos os materiais (metais, plásticos, vidros) que compõem o eletroeletrônico acabam sendo separados, segregados, picados e se tornam matéria-prima para que possam ser reinseridos no processo produtivo”, completa.

    Esse processo, segundo o presidente da Abree, traz grande benefício para a sociedade como um todo. “Primeiro, porque a gente evita que materiais tenham uma destinação que sejam lixões, aterros sanitários ou, pior ainda, que vão parar nas praias, rios, terrenos baldios. Outro benefício trazido pela reciclagem e logística reversa para o meio ambiente é que, quando essas matérias-primas são reaproveitadas em uma cadeia produtiva, os fabricantes deixam de comprar matérias-primas virgens que, muitas vezes, são recursos não renováveis e, de certa forma, acabam comprometendo, ou podem vir a comprometer, o meio ambiente”.

    Na avaliação de Mauricio, essa cadeia da logística reversa tem outro ponto positivo que é a movimentação de pessoas, desde catadores, cooperativas, que fazem a coleta desses materiais, transportadores e, por fim, as pessoas que trabalham nessa logística reversa, gerando empregos e renda.

    A Abree é uma entidade sem fins lucrativos, mantida por 54 empresas fabricantes e importadoras do setor de eletroeletrônicos. Além do esforço de catadores, cooperativas, varejistas e transportadoras, o presidente da Abree observou que é necessário também que haja conscientização do consumidor final sobre a importância do descarte ambientalmente correto.

    Coleta

    Em 2021, primeiro ano de implantação do sistema de logística reversa no setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, a Abree coletou 1,245 milhão de quilos de equipamentos no país.

    “Todos esses produtos são destinados de maneira ambientalmente correta, com certificados de destinação final por empresas registradas nos órgãos ambientais.”

    Para 2022, a intenção é aumentar esse número e enfrentar um outro desafio: o trabalho de conscientização do cidadão brasileiro.

    A associação tem feito pesquisas em conjunto com universidades para entender o comportamento do consumidor em relação à destinação final de eletroeletrônicos.

    Segundo Mauricio, o brasileiro sabe da existência da reciclagem, mas não atua em favor dela.

    “Se cada um, mídia, associações, fabricantes de produtos, comerciantes, puder levar um pouco mais de informação e conscientização para o consumidor, eu acho que, em conjunto, nós conseguimos acelerar essa mudança de coletar que, com certeza, vai deixar o país muito melhor para as próximas gerações”, destaca Mauricio.

    Fundada em  2011, a Abree tem o intuito de definir e realizar a gestão da logística reversa de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos pós-consumo no Brasil, garantindo a destinação final adequada. A associação é responsável pela contratação, fiscalização e auditoria dos serviços prestados por terceiros, para a implementação de sistemas coletivos de logística reversa.

    Edição: Lílian Beraldo