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  • Brigadistas passam por capacitação durante o dia de Corpus Christi em Lucas do Rio Verde

    Brigadistas passam por capacitação durante o dia de Corpus Christi em Lucas do Rio Verde

    Os dez brigadistas do curso de formação promovido pelo Corpo de Bombeiros em Lucas do Rio Verde participaram nesta quinta-feira, dia de Corpus Christi, de uma atividade de queima controlada. Ela aconteceu numa área devidamente preparada por militares da 13ª CIBM no bairro Vida Nova.

    De acordo com o comandante adjunto da corporação, Tenente Wolf, os brigadistas serão um apoio importante para o Corpo de Bombeiros no período de estiagem, onde são comuns casos de incêndios e queimadas urbana e rural. O oficial lembrou que a brigada é uma importante cooperação entre Estado e município.

    “Eles passaram por um processo seletivo, inclusive o curso de formação desses brigadistas faz parte do processo de seleção”, explicou o tenente.

    Além das atividades práticas, os dez brigadistas passaram por provas teóricas. A classificação final vai indicar os seis que serão contratados pela Prefeitura Municipal e formarão a Brigada Mista. Os remanescentes ficarão como cadastro de reserva, sendo convocados em caso de emergência.

    Atividade prática

    Segundo o oficial, a atividade prática é importante para que o brigadista sinta como é o combate a incêndios e queimadas. “Sentindo um pouco a presença do fogo, aplicando a prática, vendo o resultado com as ferramentas e com os equipamentos. Temos os abafadores, mochilas costais, que tem a capacidade de carregar 20 litros de água, e também temos os assopradores”, detalhou.

    Todo esse aparato é importante para que a guarnição atue de forma mais eficiente no combate a incêndio florestal, em locais onde as viaturas não têm acesso.

    Após a capacitação, todos os brigadistas estarão aptos para atuar juntamente com o Corpo de Bombeiros. “Hoje já tem condições de estar atuando no incêndio Florestal. Ainda tem um pouco mais é de atividades ainda com o pessoal”, explicou o comandante adjunto da 13ª CIBM.

    São três dias de capacitação com várias atividades, intercalando entre práticas e teóricas. O início foi na quarta-feira, com o encerramento nesta sexta-feira (09).

    A técnica em enfermagem Gilcilene Freitas Silva é uma das brigadistas. Ela atuou no projeto em 2021 e já sabia das dificuldades em combater focos de incêndio. “A gente sente a fumaça, mas controladamente, você tem que sempre abafando na forma correta. Eles passaram as instruções corretamente pra gente, a gente vai fazendo a prática de abafar o fogo, levanta, abafa, levanta sucessivamente”, explicou.

    Gilcilene indica que o preparo físico é fundamental durante o combate, aliado à prática. Ela disse que a ação de combate foi apenas uma amostra do que vem por aí. “É uma situação que não é bem agravante no momento, mas se fosse já um quadro que já tivesse mais risco, aí com certeza ia puxar mais pela gente. Não teve muito esforço, mas quando é mais intenso, é bem cansativo”, afirmou.

    Queima controlada

    Para realizar a atividade, os bombeiros se preocuparam com todos os detalhes para impedir que o fogo ateado na vegetação seca saísse de controle.

    “É uma ação que nós fizemos todo um planejamento, aceiros, que preparamos o local para que esse incêndio esteja restrito e controlado, para que não se espalhe. Inclusive, temos a presença aqui das viaturas para auxiliar também no combate caso haja imprevisto. Mas o local foi todo preparado para estar recebendo esse treinamento”, concluiu tenente Wolf.

  • Militares apresentam plano de ação para combate a incêndios e queimadas em Lucas do Rio Verde

    Militares apresentam plano de ação para combate a incêndios e queimadas em Lucas do Rio Verde

    O início da estiagem e o aumento de risco de queimadas e incêndios foram discutidos em uma reunião pública realizada nesta segunda-feira (22) à noite em Lucas do Rio Verde. O evento atendeu solicitação da Câmara de Vereadores e foi realizado no auditório do Poder Legislativo.

    Durante o encontro, o Corpo de Bombeiros apresentou o planejamento para combater incêndios e queimadas neste período. Além disso, os militares fizeram orientações à comunidade sobre a responsabilidade em combater essas práticas.

    “É importante ressaltar que as queimadas são crime durante toda a época do ano. Também é necessário destacar para não se fazer fogueira em casa. Uma fogueira que faz no quintal de casa pode vir a fagulha se espalhar e causar um grande incêndio florestal”, alertou o comandante adjunto da 13ª CIBM, tenente Wolf.

    Envolvimento da comunidade

    O oficial militar destacou a parceria com o município, com a composição de uma brigada mista para atuar no período de julho a setembro, quando ocorre a proibição de queimadas. Tenente Wolf disse que o trabalho conjunto pode gerar o objetivo de reduzir os índices de queimadas, mas a fiscalização de órgãos ambientais são ferramentas importantes. “Agradecer ao Poder Judiciário que vem trabalhar junto conosco a parte do termo circunstanciado de ocorrência, que é nada mais do que a atividade do Corpo de Bombeiros e repreensão aos infratores que vêm, porventura, causar queimadas no município”.

    Anfitrião, o vice-presidente da Câmara lamentou a pouca presença de público. Daltro Figur lembrou que o período de estiagem por si só representa um perigo à saúde humana. Com possíveis incêndios florestais a situação piora ainda mais a condição de idosos, crianças e pessoas com doenças respiratórias.

    O vereador disse que o assunto é de interesse de toda a comunidade, mas principalmente aos produtores rurais. “O certo seria ver essa Câmara cheia comunidade inteira, principalmente os agricultores. Às vezes não é só fogo, é tecnologia e conhecimento. Então esse seria o momento da comunidade realmente estar envolvida. Isso vale para todo cidadão luverdense”, ressaltou. “Mas é assim mesmo. Às vezes é mais fácil ficar criticando ou participar do processo?”

    Incêndios criminosos

    Os levantamentos de órgãos ambientais mostram que a maior parte dos incêndios florestais e queimadas tem origem humana. “Isso é a nível nacional, 95% das queimadas têm origem humana, são ações humanas, ou seja, ações criminosas. Tanto o ICMBio, Inpe, Corpo de Bombeiros possuem essa base de dados”, relatou o cabo Alexsandre, do Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde.

    Para combater os incêndios, o Corpo de Bombeiros iniciou a preparação de agentes que comporão a brigada mista. Semana passada foi finalizada a seleção dos agentes de um grupo de cerca de 100 pessoas que se inscreveram no processo. Ao todo, foram 30 selecionados que, a partir de 7 de junho começam a capacitação. “Nós formaremos esses 30 brigadista, mas somente 6 serão escolhidos para trabalhar em conjunto com conosco lá no quartel”, informou o graduado. “O trabalho é no sistema de rodízio junto com o militar. Então vai um bombeiro militar, mais 2 brigadistas. É uma capacitação técnica, vai passar por aulas práticas, aulas de teoria, aula de oficina, justamente para transformar esse brigadista no numa capacidade mais técnica possível para trabalhar conosco lá no quartel”.

    Defesa Civil

    O período de estiagem desperta a preocupação de todos os órgãos governamentais, como a Defesa Civil. É um período em que são emitidos alertas preventivos contra a baixa umidade relativa do ar. “Baixa muito a umidade relativa do ar, o calor aumenta. Se acontece alguma queimada, nós temos a fumaça que vai prejudicar as pessoas. Nesse sentido, a gente orienta a população em geral, mas a nossa maior preocupação são as queimadas, principalmente nas plantações, nas florestas”, disse o coordenador da Defesa Civil no município, Edgar Savaris.

    Além do suporte para a criação da brigada mista, por meio da Secretaria de Segurança de Lucas do Rio Verde, a Defesa Civil vai manter sua atuação alertando a população. “A gente sabe que o Mato Grosso tem essas épocas de seca, que são bastante prolongadas. A gente deve discutir esse assunto e não é só com relação à queimadas no campo. Mas sim também aqui na cidade, a gente tem que ter muita responsabilidade em não botar fogo no lixo. E sempre procurar o melhor descarte adequado”, destacou.

  • Vereadores reforçam convite para reunião sobre queimadas e incêndios

    Vereadores reforçam convite para reunião sobre queimadas e incêndios

    A 13ª CIBM (Companhia Independente de Corpo de Bombeiros) realiza hoje a noite reunião pública sobre incêndios e queimadas. O encontro será realizado a partir de 19 horas no auditório da Câmara de Vereadores de Lucas do Rio Verde.

    Durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores a presidente da Câmara, Sandra Barzotto, destacou a importância da reunião. Ela disse que a realização as queimadas e incêndios são bastante prejudiciais à comunidade.

    “Estamos já no período da seca e precisamos tomar todos os cuidados necessários. É importante conhecer para atuar”, disse.

    O vereador Daltro Figur lembrou que as queimadas são proibidas ao longo do ano. “Pequenas queimadas nesse período em que a umidade do ar é muito baixa, as pessoas costumam queimar folhas no quintal ou dentro da churrasqueira. Vamos evitar esse dano, na verdade, para a saúde. Porque temos problemas respiratórios e só agravam com esse período de seca. Então é importante as pessoas virem discutir e ajudar a cuidar”, assinalou.

  • Reunião pública vai discutir incêndios e queimadas em Lucas do Rio Verde

    Reunião pública vai discutir incêndios e queimadas em Lucas do Rio Verde

    De 1º de julho e 31 de outubro deste ano está proibido o uso do fogo para limpeza e manejo de áreas rurais em Mato Grosso. O período é necessário porque nesta época do ano as queimadas provocam significativos efeitos prejudiciais ao ecossistema com fortes reflexos à saúde humana.

    Para discutir o assunto, o Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde realizará uma reunião pública. O encontro acontecerá na noite desta segunda-feira (22) a partir de 19 horas no auditório da Câmara Municipal.

    “O intuito é tratar sobre as prevenções das queimadas. Nós sabemos o quanto as pessoas, a sociedade sofre com esse período de estiagem, com o calor e com a baixa umidade. E as queimadas contribuem de forma negativa ainda para que essas pessoas sofram ainda mais, principalmente se tratando dos idosos e crianças, principalmente aquelas pessoas que têm algum tipo de doença respiratória, vêm a ser atingida por conta da questão da fumaça que fica no ambiente”, observou o tenente Wolf Tarik Souza Gomes, comandante adjunto da 13ª CIBM.

    Legislação e sugestões

    O oficial militar lembrou que as queimadas são proibidas ao longo do ano, mas em determinada época do ano há algumas exceções. E nesses casos há autorizações para queimas controladas permitidas pelos órgãos ambientais.

    Porém, com a proibição as pessoas têm que respeitar a legislação ambiental.

    evento bombeiro
    Divulgação

    O comandante adjunto observa que durante a reunião pública, as pessoas podem se manifestar. “Tem esse viés, a gente tratar essa questão da prevenção das queimadas. Aquelas pessoas que, porventura, por outras experiências que já sofreu, talvez no seu bairro, na sua comunidade, e quiser trazer isso, a gente está aberto para tratar essa questão e tratar algumas questões de forma mais pontual”, explicou.

    Monitoramento e combate

    Tenente Wolf informou que o Corpo de Bombeiros realiza monitoramento dessas queimadas via satélite durante todo o ano. Porém, durante o período de estiagem, essa atividade é intensificada. “É importante para que a gente possa estar se dirigindo até os locais desses focos de calor, estar realizando ali tanto o combate quanto a notificação da pessoa que porventura colocou fogo ou que até mesmo deixou o seu terreno ali abandonado”.

    Para fazer o combate, o Corpo de Bombeiros ganhará reforço da uma brigada mista que será formada por integrantes da própria comunidade. Eles passarão por uma capacitação com os militares e estarão a disposição para atuar durante o período proibitivo.

    “É importante reduzir essas queimadas, pela questão toda a questão ambiental e de saúde humanitária mesmo. Esse reforço é muito bem-vindo. Essa parceria com a Prefeitura vai nos apoiar, incentivar nessa atividade de controle e combate às queimadas. Conseguindo mais essa equipe, a gente tem um efetivo maior para combater ainda mais rápido o incêndio. Isso evita que o incêndio ele se alastre e alcance maiores proporções. Dessa forma a gente consegue ter um índice de queimada muito menor”, concluiu.

  • Alertas de garimpo caíram 96% em Terra Indígena Yanomami

    Alertas de garimpo caíram 96% em Terra Indígena Yanomami

    Levantamento divulgado pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (5), aponta uma redução de 96,6% nos alertas de garimpo ilegal originados de imagens de satélite que acompanham as atividades na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, na comparação com o mês de abril deste ano com abril de 2022. No ano passado, foram registrados 444 alertas em abril e, neste ano, apenas 18.

    Ao longo desta semana, a PF informou que houve a destruição de acampamentos, combustíveis e maquinário encontrados na terra indígena, em locais que ainda têm garimpos em atividade, e a realização de diligências relacionadas aos conflitos entre indígenas e invasores, noticiados nos últimos dias.

    No sábado (29), um atentado de garimpeiros contra indígenas resultou na morte de um agente de saúde yanomami e deixou outros dois feridos.

    No dia seguinte, um confronto entre forças de segurança e garimpeiros ocasionou a morte de quatro invasores. As ações envolvem, além da PF, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional de Segurança e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

    No início da semana, o Ibama informou que, desde a deflagração da Operação Libertação, para a retirada de garimpeiros da terra indígena, foram destruídos 327 acampamentos de garimpeiros, 18 aviões, dois helicópteros, centenas de motores e dezenas de balsas, barcos e tratores. Também foram apreendidas 36 toneladas de cassiterita, 26 mil litros de combustível, além de equipamentos usados por criminosos.

    *A matéria foi alterada às 11h23 do dia 6 de maio para correção de informação. Houve diminuição do número de alertas de garimpo, e não de queimadas. O título também foi corrigido. 

    Edição: Fernando Fraga

  • Mato Grosso decreta proibição de queimadas entre 1º de julho e 31 de outubro

    Mato Grosso decreta proibição de queimadas entre 1º de julho e 31 de outubro

    Está proibido o uso do fogo para limpeza e manejo de áreas rurais em Mato Grosso entre os dias 1º de julho e 31 de outubro deste ano. A medida está prevista no decreto nº 259/2023 publicado em edição extra do Diário Oficial desta sexta-feira (05.05).

    O decreto declara situação de emergência ambiental entre maio e novembro, o que possibilita a mobilização de esforços governamentais para a prevenção e combate aos incêndios e as contratações e aquisições necessárias ao período de alto risco de incêndios florestais.

    Conforme o documento, foram levadas em consideração as condições climáticas do período, com previsão de estiagem, altas temperaturas, umidade relativa do ar baixa e intensos ventos, que favorecem ocorrências de incêndios florestais.

    “Desde 2020, quando começamos a fazer um trabalho integrado entre órgãos estaduais e federais, entendemos que seria interessante ter essa emergência ambiental em Mato Grosso, visto que todos os anos acontecem incêndios nesta época. Já fizemos a locação de mais 60 veículos para o Corpo de Bombeiros e 90 para a Sema atuar no combate ao desmatamento”, explica o secretário de Meio Ambiente em exercício, Alex Marega.

    Ele destaca que em 2022, com o decreto de emergência e todas as ações do governo, houve uma redução dos incêndios sem grandes impactos ao meio ambiente, como ocorreu em anos anteriores. Mesmo assim, o estado se prepara e mobiliza toda a sua estrutura para estar preparado para atuar de modo efetivo contra o fogo.

    No período de emergência ambiental fica autorizada a contratação de brigadistas temporários, com a finalidade de auxiliar os bombeiros militares na prevenção e combate aos incêndios nas comunidades mais atingidas.

    O decreto prevê que, mesmo no período proibitivo, ainda é permitido o uso do fogo nas práticas de prevenção e combate a incêndios, como aceiros e técnicas de contra fogo, realizadas ou supervisionadas pelas instituições públicas responsáveis. O uso do fogo em áreas urbanas é proibido o ano todo.

    Queima controlada

    Fora do período proibitivo é possível realizar a queima controlada com autorização do órgão ambiental. Além da limpeza de áreas, esta técnica é uma medida de prevenção aos incêndios de grande proporção por meio do emprego do fogo com monitoramento e controle.

    Interessados em obter a Autorização para Queima Controlada (AQC) devem fazer a solicitação por meio do preenchimento dos requisitos técnicos e formulários do Termo de Referência disponível no site www.sema.mt.gov.br ou CLICANDO AQUI.
    Também é necessária autorização para a limpeza e restauração de campos em  áreas do Pantanal, conforme o decreto nº 785 de 18 de janeiro de 2021. A modalidade foi regulamentada para possibilitar a queima antecipada de biomassa para prevenção de incêndios no bioma, que é um dos mais atingidos pelo fogo. Acesse os Termos de Referência para solicitação de autorização de restauração de espécies CLICANDO AQUI.

     

  • Brasil queimou área equivalente a Colômbia e Chile entre 1985 e 2022

    Brasil queimou área equivalente a Colômbia e Chile entre 1985 e 2022

    Em 38 anos, O Brasil queimou 185,7 milhões de hectares, uma área equivalente aos territórios da Colômbia e do Chile juntos, ou 21,8% do território nacional. É o que revelam os dados do MapBiomas Fogo, mapeamento que contabilizou a extensão consumida pelas chamas entre os anos de 1985 e 2022 a partir de imagens de satélite.

    “Com essa série histórica de dados de fogo, podemos entender o efeito do clima e da ação humana sobre as queimadas e os incêndios florestais”, afirma Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo e diretora de Ciência no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

    Usando imagens geradas por três satélites Landsat, foi rastreada a ação do fogo em todos os tipos de uso e cobertura da terra em território brasileiro. De acordo com os resultados, o Cerrado e a Amazônia foram os biomas mais atingidos, correspondendo a cerca de 86% da área queimada.

    O Cerrado queimou em média 7,9 milhões de hectares/ano, ou seja, uma área equivalente ao território da Escócia a cada ano. No caso da Amazônia, a média foi de 6,8 milhões de hectares/ano. Quando se analisam as proporções das áreas atingidas dentro dos biomas, o Pantanal foi mais afetado: teve 51% de seu território consumido pelo fogo naquele período.

    Cobertura impactada pelo fogo

    Segundo a análise, mais de dois terços (68,9%) das queimadas e dos incêndios ocorreram em vegetação nativa, embora a proporção varie entre os biomas. Campos e savanas, por exemplo, são tipos de vegetação nativa mais afetados, enquanto Amazônia e Mata Atlântica apresentaram maior incidência de fogo em áreas antrópicas, isto é, alteradas pelo ser humano, tais como zonas de pastagem.

    Mato Grosso foi o estado que apresentou maior ocorrência de fogo no período analisado, seguido por Pará e Maranhão. Já os municípios que mais queimaram no país foram Corumbá (MS), São Félix do Xingu (PA) e Formosa do Rio Preto (BA). Segundo Ane, o fogo nem sempre é indesejável.

    “O fogo só é ruim quando é utilizado de forma inadequada e em biomas que não dependem do fogo para se manter, como a Amazônia. Em biomas como o Cerrado, o Pantanal, o Pampa, o fogo tem um papel ecológico e deve ser manejado de forma correta para não virar um agente de destruição”, explica a especialista.

    Frequência e intensidade

    Embora seja natural em alguns ecossistemas, os dados mostram que a frequência e a intensidade do fogo têm aumentado nos últimos anos, devido ao desmatamento e às mudanças climáticas, que afetam as temperaturas e intensificam os períodos de seca.

    “Para isso, as práticas relacionadas ao Manejo Integrado do Fogo (MIF) são importantes, pois elas podem, através das queimas prescritas e controladas, reduzir a quantidade de material combustível e evitar grandes incêndios”, afirma Ane.

    Os dados completos do mapeamento podem ser acessados gratuitamente na plataforma do MapBiomas, organização que une universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

    O estudo disponibiliza ainda recortes por frequência, bioma, estado, município, bacia hidrográfica, unidade de conservação, terra indígena, assentamentos e áreas com Cadastro Ambiental Rural (CAR). Este cadastro é um registro público obrigatório para todos os imóveis rurais e reúne informações para o planejamento ambiental e econômico e para o combate ao desmatamento.

    Edição: Heloisa Cristaldo

  • Há um mês fogo devasta Unidade de Conservação na Amazônia mato-grossense

    Há um mês fogo devasta Unidade de Conservação na Amazônia mato-grossense

    O Parque Estadual Cristalino I e II, situado no sul da Amazônia, norte de Mato Grosso está sendo destruído pelo desmatamento e queimadas. Já perdeu 5.080 hectares desde o dia 13 de agosto. Na área de entorno da unidade de conservação, o fogo atingiu mais 1.800 hectares e atingiu propriedades rurais e habitações. A unidade de conservação tem ao todo 184.900 hectares e está localizada entre os municípios mato-grossenses, de Alta Floresta e Novo Mundo, divisa entre Mato Grosso e Pará.

    Os dados foram divulgados pelo projeto Observatório Socioambiental de Mato Grosso (ObservaMT). Até ontem, 11, não foi registrada a presença de instituições públicas de defesa do meio ambiente no combate ao fogo. Foi criada uma Brigada de Combate aos Fogo, iniciativa de propriedades privadas para combater os incêndios no parque e em propriedades particulares do seu entorno. “Estamos tentando salvar o parque Cristalino e as propriedades rurais no entorno, mas não temos brigadistas e equipamentos adequados, como, por exemplo, aeronaves. Aguardamos reforços do Governo de Mato Grosso”, disse a coordenadora da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação (Rede Pró-UC), Ângela Kuczach.
    Tudo começou há um mês, depois do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) anunciar decisão judicial favorável a uma empresa agropecuária reivindica a extinção do Parque Cristalino II, com 118 mil hectares.

    A consultora jurídica e de articulação do Observa-MT, Edilene Amaral explica que o Ministério Público de Mato Grosso conseguiu reverter em parte a ação que deve ter ainda uma decisão final junto aos órgãos superiores de justiça.

    “Apesar do ganho jurídico que manteve ainda recorrível a decisão judicial do processo que tenta extinguir o Parque do Cristalino II, o que vemos é que mesmo que irreal, a possibilidade da extinção da UC estimula as ações criminosas de grilagem, desmatamentos e de incêndios florestais na região. O cenário piora com a inércia do Poder Público de combater essas práticas criminosas.”

    O Parque Cristalino I e II é uma das unidades de conservação mais importantes da Amazônia, com 600 espécies de aves registradas, das 850 existentes em toda a Amazônia brasileira. Dessas 600 espécies, 25 delas estão oficialmente ameaçadas de extinção. Outra espécie única no mundo é o macaco-aranha-de-cara branca (Ateles marginathus), símbolo do parque.
    Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais — INPE, foram registrados 112.749 focos de calor no Brasil entre os dias 1 de julho até o dia 9 de setembro, 60% deles, na Amazônia.

    Mato Grosso responde por 30% das queimadas na Amazônia Legal. Conforme dados coletados pela plataforma Global Fire Emission Data Base ( GFED/NASA), de 1 janeiro de 2022 até o dia 7 de agosto, foram queimados 3,7 milhões de hectares, sendo 1,9 milhões de hectares queimados no período proibitivo (1 de julho a 30 de outubro).
    A região norte de Mato Grosso, no Arco do Desmatamento, é alvo de grilagem de terras públicas e invasão de unidades de conservação e territórios indígenas. A área do Parque Estadual Cristalino I e II pertencia à União e foi doada ao Governo de Mato Grosso quando o parque foi criado a partir de 2000 e 2001, respectivamente.
    Alertas do INPE

    Entre os dias 1 de julho até o dia 2 de setembro, O Inpe emitiu 3.099 alertas referentes a uma área de 5.719,67 km² na Amazônia, 2.770,57 km² na Amazônia mato-grossense. Ainda em agosto, o MapBiomas, iniciativa do SEEG/OC (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima) divulgou que o Brasil já perdeu 13% da vegetação nativa da floresta amazônica nos últimos 37 anos.
    O desmatamento atingiu 830.429 km² até 2021, ou uma perda de cerca de 21% da área total original da floresta (Prodes, Inpe). Em 2021, a cobertura vegetal dessa região distribuía-se em floresta nativa (63%) e vegetação nativa não florestal (19%). O restante da área (2%) é composto pela rede hidrográfica de rios e lagos.
    Preservar a Amazônia é fundamental para a manutenção dos serviços climáticos, como a chuva, além de contribuir para as metas de gases de efeito estufa e reduzir os efeitos do aquecimento global.

     

  • Período maior de estiagem preocupa Secretaria de Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde

    Período maior de estiagem preocupa Secretaria de Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde

    A Prefeitura de Lucas do Rio Verde, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, iniciou campanha para conscientizar a população local sobre os efeitos das queimadas. A ideia é fazer com que a comunidade reforce o enfrentamento ao problema que afeta, principalmente, crianças, idosos e pacientes com doenças respiratórias.

    O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Paulo Nunes, observou que o período de estiagem deverá ser mais longo, o que preocupa ainda mais. Em entrevista à imprensa, ele disse que as implicações à saúde são os maiores prejuízos provocados por queimadas urbanas e rurais.

    “Os objetivos da campanha é conscientizar os produtores rurais e as pessoas que moram no perímetro urbano da necessidade de evitar queimadas, nem o lixo urbano, no caso de folhas que as pessoas juntam para queimar nos quintais”, reforçou Nunes.

    Nesta época do ano, a umidade relativa do ar é baixa, proporcionando que pequenos focos de calor se transformem em grandes incêndios.

    Crime

    A legislação ambiental determina a proibição de queimadas urbanas ao longo do ano. Na zona rural, o uso do fogo para limpeza de pastagens, por exemplo, pode ser feita em boa parte do ano. Porém, ela é terminantemente proibida entre 1º de julho a 30 de outubro.

    De acordo com a legislação, as multas variam de 50 a 85 mil UFLs. A aplicação é feita conforme os critérios estabelecidos que classificam as infrações como leve, grave, muito grave e gravíssima.

    Além de não atear fogo, as pessoas podem colaborar denunciando eventuais queimadas para o Corpo de Bombeiros, via 193, para a Secretaria de Meio Ambiente (65) 3549-7175.

    Brigadistas

    O município recebeu o reforço de brigadistas que vão auxiliar o Corpo de Bombeiros em ações de combate.

    “Este ano eles foram contratados pela Defesa Civil, que está vinculada à Secretaria de Segurança. E o treinamento é feito Corpo de Bombeiros que são profissionais que lidam com essas situações, sendo especialistas nesse tipo de enfrentamento. Esses brigadistas terão contrato temporário, no período da estiagem, e isso faz parte de uma necessidade que temos, de tentar evitar ao máximo essas ocorrências de incêndios”, completa.

  • Corpo de Bombeiros começa a planejar combate a queimadas na região de Lucas do Rio Verde

    Corpo de Bombeiros começa a planejar combate a queimadas na região de Lucas do Rio Verde

    O comando do Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde está definindo o plano de combate a queimadas deste ano. As ações iniciam a partir do decreto de estado de emergência ambiental. O período de vigência do documento inicia em maio e vai até novembro deste ano e foi definido pelo Governo de Mato Grosso. Já o período proibitivo de queimadas vai de julho a outubro próximo.

    De acordo com o comandante da 13ª Cia Independente de Bombeiros Militar, major Alex Queiroz, de julho a outubro fica proibido qualquer tipo de queimada na zona rural. Comumente o fogo é usado para limpeza de área em propriedades rurais. Já na zona urbana, a prática é proibida ao longo de todo o ano.

    “As nossas equipes já estão preparadas para atender. Até o momento, nós registramos poucas ocorrências, mas já registramos algumas até o mês de abril. Foram três queimadas aqui na cidade de Lucas do Rio Verde”, informou o oficial militar.

    A partir do registro a ocorrência, há diligencias para tentar identificar o autor do procedimento. Caso isso ocorra, os responsáveis por atear fogo serão notificados pela Secretaria de Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde. Não é descartado o registro de ocorrência policial e aplicação de multa.

    “Observamos que aqui na zona urbana, os incêndios que ocorrem são intencionais. Infelizmente são pessoas que colocam fogo, tentam até fazer a limpeza de uma área, colocar fogo no lixo, porém, com as condições adversas, com bastante vento nesta época, a vegetação bastante seca, o fogo acaba se alastrando. E aí prejudica os vizinhos, toda a população que sofre com os efeitos do clima, com muita fumaça. Pedimos a essas pessoas que se conscientizem”, destacou.

    Zona rural

    O início da estiagem coincide com a colheita do milho, condição que traz preocupação ao meio ambiente. O clima seco, aliado ao vento forte e umidade baixa deixa a vegetação vulnerável ao fogo. Como a colheita é realizada ao longo do dia, inclusive em períodos mais quentes, o risco de ocorrer uma queimada é bastante grande.

    “Os proprietários rurais são bem orientados a evitar fazer a colheita nos horarios mais quentes do dia. Eles têm que também próximo uma equipe pronta pra atuar caso tenha algum incidente. Mas, como vimos no ano passado, ocorreram alguns incêndios que devastaram uma grande área próximo a região do Morocó também na Primaverinha”, recorda o comandante do Corpo de Bombeiros.

    O incêndio ocorrido no ano passado, na região do Primaverinha, em Sorriso, consumiu cerca de 2 mil hectares. “Gerou um prejuízo muito grande, animais foram mortos e é um prejuízo pra cidade também”, ressalta o major, lembrando que Lucas do Rio Verde foi tomada por fumaça da queimada em Sorriso. “Crianças, principalmente idosos, com problemas respiratórios, sofrem muito nesta época em razão desses acontecimentos”.

    Reforço

    corpo de bombeiros firma parceria com prefeituras para criacao de brigadas mistas de combate aos incendios florestais
    Trabalho da equipe de brigadistas é fundamental para conter o avanço do fogo na floresta durante o período de seca. – Foto por: Mayke Toscano/Secom-MT |Secom-MT

    O planejamento do Corpo de Bombeiros relacionado ao combate de queimadas e incêndios vem sendo aperfeiçoado ao longo dos anos. No ano passado, por exemplo, a corporação contou com apoio aéreo para identificar focos e otimizar as ações de enfrentamento.

    Para este ano, houve a aquisição de materiais que serão usados para combater essas ocorrências.

    “O gargalo nosso hoje eu posso dizer que é material humano mesmo. Está tendo um concurso e que está em andamento, para contratação de novos bombeiros, porém isso vai demorar um pouquinho ainda”, explica Alex, citando que há o período de convocação e treinamento dos futuros militares, que deve demandar um período longo. “A gente não conta com eles por agora. Porém, em conversa com a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, estamos tentando viabilizar a contratação de brigadistas neste período. Já tive reuniões com o prefeito, secretário, e estão querendo ajudar. Se for possível será feita essa contratação pra apoiar a gente neste período”, citou.

    A contratação de brigadistas permitirá ao comando manter militares para atendimento de ocorrências diversas no município. O trânsito, por exemplo, requer atenção especial do Corpo de Bombeiros, com ocorrências diárias no município, algumas com certa gravidade.