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  • Corpo de Bombeiros de Mato Grosso abre inscrições para curso de combate a incêndios florestais

    Corpo de Bombeiros de Mato Grosso abre inscrições para curso de combate a incêndios florestais

    O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) anunciou a abertura das inscrições para o 7° Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (CPCIF), que visa capacitar militares para o enfrentamento de incêndios e queimadas ilegais no estado. Os interessados têm até o dia 9 de maio para se inscrever pela internet.

    O curso, com duração aproximada de oito semanas, ocorrerá de 7 de julho a 30 de agosto, e será realizado nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, com atividades também em outros municípios. A formação é voltada para o aprimoramento das operações de combate em terrenos irregulares e de difícil acesso, comuns nos incêndios florestais de Mato Grosso, que englobam os biomas do Cerrado, Amazônia e Pantanal.

    Com 44 vagas disponíveis, a seleção dos candidatos ocorrerá em duas etapas: o Teste de Aptidão Física (TAF) e o Teste de Aptidão Física Específica (TAE). Entre os desafios do TAE estão provas como uma corrida de 8 km, um shuttle run de velocidade, subida em cabo vertical de 6 metros e uma marcha de 5 km com mochila de 20 kg. O objetivo é garantir que os candidatos possuam o preparo físico e resistência necessários para atuar em cenários desafiadores, como o combate ao fogo em condições extremas.

    O curso aborda temas como fundamentos teóricos dos incêndios florestais, tecnologias aplicadas no combate, logística e gestão de operações, operações aéreas, e a legislação ambiental pertinente à atuação dos bombeiros, visando uma preparação completa para a prevenção e resposta eficiente aos incêndios.

  • BNDES e MMA alavancam ações contra queimadas com R$ 45 milhões para Mato Grosso

    BNDES e MMA alavancam ações contra queimadas com R$ 45 milhões para Mato Grosso

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, na última quinta-feira (23), o repasse de R$ 45 milhões do Fundo da Amazônia para o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Mato Grosso. O objetivo é fortalecer a estrutura de combate a incêndios florestais no estado, especialmente diante da crescente ameaça de queimadas ilegais e desmatamento. A ação é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Governo Federal, e visa melhorar a prevenção e o controle de incêndios na região.

    Mato Grosso: O oitavo estado a receber o apoio

    Com esse repasse, Mato Grosso se torna o oitavo estado a ser contemplado com recursos para o enfrentamento de incêndios florestais dentro da Amazônia Legal, que inclui áreas da floresta amazônica nos estados da região Norte e Centro-Oeste do Brasil. Ao todo, R$ 405 milhões estão sendo destinados a diversos estados para a estruturação e equipagem de suas corporações de bombeiros, com foco na prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento.

    Principais Ações e investimentos

    A destinação de R$ 45 milhões será utilizada para diversas frentes de atuação, incluindo a aquisição de equipamentos essenciais para o combate a incêndios. Entre os principais investimentos estão:

    • Aquisição de um helicóptero e seus acessórios para garantir a eficácia das ações de resgate e combate de incêndios em áreas de difícil acesso.
    • Capacitação de agentes públicos e sensibilização das comunidades locais, visando reduzir as queimadas ilegais.
    • Formação de brigadas florestais e ampliação das missões de fiscalização para coibir a ocorrência de incêndios, com a contratação de bombeiros temporários.

    Além disso, o projeto também incluirá a criação de bases temporárias de pouso e decolagem para aeronaves e a formação de brigadas mistas em pelo menos dez municípios de Mato Grosso que ainda não possuem unidades dos Bombeiros.

    Campanhas educativas e parcerias locais

    Além do investimento em infraestrutura, o projeto também prevê a realização de campanhas educativas para sensibilizar técnicos, brigadistas, agricultores e produtores rurais sobre as boas práticas de manejo de fogo e a prevenção de queimadas. Isso é especialmente importante diante dos eventos climáticos extremos que têm tornado os incêndios mais frequentes e perigosos na região.

    O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, comentou que o apoio federal é essencial para fortalecer as ações de combate aos incêndios ilegais, destacando que o Fundo Amazônia tem um papel fundamental na prevenção e monitoramento dos incêndios na região.

    Criação de comitês e câmaras técnicas

    incêndios florestais
    Mato Grosso é o oitavo estado a receber apoio para ações de prevenção e combate a incêndios florestais
    | Imagem: © GENE BLEVINS/Direitos reservados

    Recentemente, o estado de Mato Grosso realizou a primeira reunião do Comitê Estadual de Gestão do Fogo, que tem como objetivo otimizar os esforços estaduais contra os incêndios. Durante essa reunião, foram estabelecidas quatro câmaras técnicas para tratar de áreas específicas do combate ao fogo, como a planejamento e execução de ações, treinamento de brigadistas e monitoramento de áreas críticas.

    A regulamentação dessas câmaras será publicada em breve pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e sua criação será um passo importante para aumentar a eficiência das ações no estado, ao proporcionar uma maior coordenação entre os diferentes atores envolvidos.

    Esse investimento de R$ 45 milhões para Mato Grosso não só fortalece o Corpo de Bombeiros e suas capacidades de combate a incêndios, como também demonstra a continuidade do compromisso do governo federal com a preservação da Amazônia. A parceria entre o MMA, o BNDES e os estados da Amazônia Legal é crucial para garantir que o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais seja eficaz, garantindo a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade da região.

  • STF dá prazo de 30 dias para conclusão de planos contra queimadas

    STF dá prazo de 30 dias para conclusão de planos contra queimadas

    O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o governo federal, os estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e os estados que abrigam o bioma do Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) “apresentem planos emergenciais de ação educativa e de conscientização sobre o manejo integrado do fogo.”

    Conforme o despacho do ministro, os planos emergenciais devem estar adequados à Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Lei 14.944/2024) e “devem abranger ações de publicidade e de mobilização social, objetivando a ampla participação dos empresários e da sociedade civil.”

    Quinze dias antes do prazo para os planos emergenciais, Dino quer que o governo federal e os estados “atualizem as informações relativas às investigações policiais e às sanções administrativas relacionadas especificamente aos incêndios florestais ilícitos ocorridos no ano de 2024”.

    Na percepção do ministro é necessário que o poder público, assim como o setor privado, se mobilizem para que o país não passe em 2025 por algo similar aos incêndios de 2024, “uma vez que isto configuraria descumprimento de deveres jurídicos assumidos pelo Brasil no âmbito de pactos internacionais, bem como violação ao disposto no Artigo 225 da Constituição Federal.”

    Flávio Dino é relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 743 proposta pelo PSol para o STF avaliar a violação de direitos decorrentes da poluição, perda de biodiversidade e mudanças climáticas.

    Devastação

    De acordo com a ferramenta “monitor do fogo” do projeto MapBiomas, mais de 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil entre janeiro e dezembro de 2024, uma área maior que todo o território da Itália. O volume representa um crescimento de 13,6 milhões de hectares de área queimada – 79% acima do registrado em 2023.

    A Amazônia foi o bioma mais afetado: 17,9 milhões de hectares queimados ao longo de 2024. O Cerrado teve 9,7 milhões de hectares queimados e o Pantanal sofreu com queimadas em uma área de 1,9 milhão de hectares – um terço disso somente no mês de agosto (648.796 hectares)

    O MapBiomas detalha que três em cada quatro hectares queimados (73%) foram de vegetação nativa, principalmente em formações florestais, que totalizaram 25% da área queimada no país. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, com 6,7 milhões de hectares queimados entre janeiro e dezembro do ano passado.

  • Brasil registra em 2024 aumento de 79% de áreas queimadas

    Brasil registra em 2024 aumento de 79% de áreas queimadas

    O Brasil registrou aumento de 79% nas áreas queimadas de seu território, entre janeiro e dezembro de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com dados do Monitor do Fogo do MapBiomas, divulgados nesta quarta-feira (22), 30,8 milhões de hectares foram afetados pelo fogo nesse período.

    A extensão da área queimada é superior à do território da Itália e a maior registrada desde 2019. O aumento representa crescimento de 13,6 milhões de hectares do que o fogo alcançou em 2023. A maior parte do território brasileiro consumido pelo fogo, 73%, foi de vegetação nativa, principalmente formações florestais.

    Segundo os pesquisadores, o aumento das áreas queimadas está relacionado a um longo período seco enfrentado pelo país em decorrência do fenômeno El Niño – aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico –, que ocorreu entre 2023 e 2024. “’Os impactos dessa devastação expõem a urgência de ações coordenadas e engajamento em todos os níveis para conter uma crise ambiental exacerbada por condições climáticas extremas, mas desencadeada pela ação humana como foi a do ano passado”, explicou a coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar.

    O estado mais atingido pelo fogo no ano passado foi o Pará, seguido de Mato Grosso e do Tocantins, com 7,3 milhões, 6,8 milhões e 2,7 milhões de hectares de área queimada, respectivamente. Somente em dezembro, o país teve área equivalente a território um pouco menor que o Líbano consumida pelo fogo. O período concentrou 3,6% de toda a área queimada no país, com 1,1 milhão de hectares.

    Biomas

    Somente na Amazônia, queimaram-se 17,9 milhões de hectares, o que corresponde a mais da metade, 58%, da área afetada no país. No bioma, cerca de 6,8 milhões de hectares atingidos eram de formação florestal, superando a queima de pastagens, que ficou em torno de 5,8 milhões de hectares. “A mudança no padrão de queimadas é alarmante, pois as áreas de floresta atingidas pelo fogo tornam-se mais suscetíveis a novos incêndios. Vale destacar que o fogo na Amazônia não é um fenômeno natural, nem faz parte de sua dinâmica ecológica, sendo um elemento introduzido por ações humanas”, destaca o pesquisador do MapBiomas Fogo Felipe Martenexen,

    Em dezembro, o bioma Amazônia respondeu por 88% do que se queimou no país, sendo 37,5% de área florestal. Foram 964 mil hectares de Amazônia, das quais 361 mil hectares eram de floresta.

    No Cerrado, queimaram-se 9,7 milhões de hectares, dos quais 85% de vegetação nativa, principalmente formações savânicas. Comparado a 2023, houve aumento de 91% da área queimada, sendo a maior atingida desde 2019. “Historicamente, o Cerrado é um bioma que evoluiu com a presença do fogo, mas o fogo de forma natural, que ocorreria, por exemplo, ocasionado por raios, durante a transição entre a estação seca e a chuvosa. O que se observa é que tem aumentado muito a área queimada, principalmente na época da seca, impulsionada principalmente, por atividades humanas e pelas mudanças climáticas”, afirma Vera Arruda, pesquisadora do Mapbiomas.

    No ano passado, o Pantanal teve 1,9 milhão de hectares atingidos pelo fogo; a Mata Atlântica, 1 milhão hectares; o Pampa, 3,4 mil hectares; e a Caatinga, 330 mil hectares.

    De acordo com o pesquisador do Mapbiomas Eduardo Vélez, desde o início da série histórica, em 2019, esta foi a menor área queimada no Pampa. “Esse padrão está associado aos fortes efeitos do fenômeno El Niño, que, no sul do Brasil, se manifesta de modo inverso Houve grandes acumulados de chuva no primeiro semestre de 2024, quando notavelmente ocorreram as enchentes de maio de 2024”, lembrou Vélez.

  • Mato Grosso intensifica combate a queimadas e aplica R$ 208,6 milhões em multas em 2024

    Mato Grosso intensifica combate a queimadas e aplica R$ 208,6 milhões em multas em 2024

    O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso intensificou o combate às queimadas em 2024 e aplicou um total de R$ 208,6 milhões em multas por uso irregular do fogo em 34 municípios do estado. O valor representa um aumento de 21,85% em relação ao ano anterior.

    As ações de fiscalização resultaram no embargo de 29,83 mil hectares de terra, o equivalente a cerca de 30 mil campos de futebol. Desse total, 16,92 mil hectares foram embargados por queimadas ilegais, 11,71 mil hectares por descumprimento de embargo anterior e 1,2 mil hectares por desmatamento associado ao uso do fogo.

    Além das multas e embargos, foram realizadas 158 notificações a proprietários rurais após o registro de focos de calor em suas propriedades. As autoridades também apreenderam 91 veículos, 30 veículos e cinco motosserras utilizados em atividades ilegais.

    Mato Grosso lidera ranking de queimadas em 2024

    Apesar dos esforços para combater as queimadas, Mato Grosso continua liderando o ranking de estados com maior número de focos de incêndio no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou cerca de 50 mil focos de incêndio até novembro de 2024.

    Operações e ações de fiscalização

    As operações de combate às queimadas foram realizadas em diversos municípios do estado, incluindo Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Rondonópolis e Sinop. As ações contaram com a participação de diversas instituições, como a Polícia Militar Ambiental e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

  • Brasil tem 1 milhão de focos de queimada registrados em 5 anos

    Brasil tem 1 milhão de focos de queimada registrados em 5 anos

    Dados da plataforma Terrabrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que concentra informações de satélite sobre cobertura vegetal, desmatamento e queimadas, indicam que o país teve 1 milhão de focos de queimada entre os anos de 2020 e 2024. Nesse intervalo, o ano com maior quantidade de registros foi justamente o de 2024, o que ocorreu, segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), em razão de seca excepcional – segundo a pasta a pior nos últimos 74 anos.

    A maior parte dos focos está concentrada em cinco estados. Foram 628.365 focos em cinco anos, no Pará (200.685), em Mato Grosso (171.534), Amazonas (97.885), Maranhão (97.124) e Tocantins (61.137). Seu desenho, uma estrada de fogo que corta o meio do país, coincide com áreas de expansão agrícola, principalmente para soja e pasto, e com regiões marcadas pela grilagem e pelo garimpo. Todos esses estados tiveram aumento de focos de incêndio na comparação entre 2024 e 2023, com destaque para Mato Grosso, com aumento de 130%, e para o Tocantins, com alta de 78%.

    A novidade, em 2024, está no aumento de incêndios em áreas classificadas como sem Cadastro Ambiental Rural (CAR), ou seja, áreas que não são propriedades rurais. Entre 2020 e 2023, esse tipo de registro esteve no patamar de 20% do total nos cinco estados com mais registros, nos meses críticos (agosto e setembro), mas em 2024 o percentual saltou para 29,2%. Também houve aumento da participação de grandes propriedades, de uma média de 35% para o patamar de 40% dos registros.

    O aumento acelerou a resposta dos governos. No âmbito federal, foi concluída a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que inicia 2025 em funcionamento, o que, segundo o MMA, garantirá o fortalecimento da articulação junto a estados e municípios, fator considerado crucial para alcançar respostas mais céleres em relação aos incêndios. A política foi criada em meio à crise, em julho de 2024, após a seca atingir duramente a região do Pantanal, e coordena a ação de União, estados e municípios, além de sociedade civil e organizações privadas.

    A pasta informou que haverá a destinação de R$ 280 milhões do Fundo Amazônia para o combate a incêndios nos estados, e que se somam a cerca de R$ 650 milhões do Orçamento federal. O objetivo é evitar outro “pior ano”, pois desde 2010 não houve registro de tantos focos quanto em 2024.

    O registro de maior número de focos não significa necessariamente maior área queimada. Em São Paulo, estado com maior crescimento de focos (422%, com 8.712 focos registrados em 2024), o aumento de área queimada esteve abaixo de 2% nas áreas de conservação, e os focos se concentraram em propriedades rurais, especialmente nas lavouras de cana-de-açúcar.

    Diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz faz a gestão das áreas de conservação no estado. Ele acompanha todo o ciclo de preparação e combate aos incêndios, inclusive em campo, e concorda com o motivo apontado pelo MMA: os incêndios aumentaram pois as condições climáticas são mais severas do que nos últimos anos. Para ele, que acompanhou as últimas rodadas de Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COPs), a expectativa é de efeitos mais severos, o que demanda melhoria no planejamento.

    “Não adianta termos tido uma boa resposta esse ano e acharmos que será a mesma coisa em 2030. Teremos de planejar ano a ano, aumentar a [qualidade e velocidade] das respostas e a ação com municípios, governo federal e organizações civis”, defendeu. “Estamos em um momento de reavaliar a forma como ocupamos a terra, repensando as lavouras adequadas para os diferentes ambientes”, completou o ex-procurador do estado.

    A reportagem também entrou em contato com os governos do Pará, de Mato Grosso, do Amazonas e do Maranhão. Amazonas e Pará não responderam. A reportagem será atualizada em caso de manifestação.

    O governo do Maranhão informou ter consolidado Plano de Ação para os anos de 2024 a 2027, além de ter “reforçado o monitoramento de áreas degradadas, intensificado as fiscalizações ambientais e implementado a apuração de infrações”. “Outro destaque é o Programa Floresta Viva-MA, voltado à preservação florestal, recuperação de áreas degradadas e valorização dos serviços ecossistêmicos. Com seis eixos principais, o programa incentiva práticas sustentáveis por produtores rurais, comunidades tradicionais e outras populações estratégicas, promovendo a conservação para as atuais e futuras gerações”, informou, em nota. O estado teve 97 mil focos registrados desde 2020, porém não tem aumento considerável desde 2022, quando chegou ao patamar de 20 mil focos.

    O governo de Mato Grosso informou, também por meio de nota, que aplicou “R$ 205,6 milhões em multas por uso irregular do fogo”. “Nesse período, mais de 20 pessoas foram presas e 112 indiciadas pela Polícia Civil por provocar incêndios.” Segundo a nota, o estado passou pela “pior seca enfrentada nos últimos 44 anos. Com isso, o material orgânico seco se acumulou, o que facilitou a combustão”. Mato Grosso teve mais de 170 mil focos registrados no período, dos quais 50 mil somente em 2024.

  • Mato Grosso registra a segunda maior área queimada do país em 2024

    Mato Grosso registra a segunda maior área queimada do país em 2024

    Mato Grosso amarga a segunda posição no ranking de áreas devastadas por incêndios no Brasil entre janeiro e novembro de 2024. Segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, o estado teve 6,8 milhões de hectares consumidos pelas chamas, ficando atrás apenas do Pará, com 6,9 milhões de hectares.

    O levantamento, divulgado anteontem (17), revela um cenário alarmante em todo o país. A área queimada no Brasil quase dobrou em relação ao mesmo período de 2023, atingindo 29,7 milhões de hectares, uma extensão equivalente ao estado do Rio Grande do Sul. Este número representa um aumento de 90% em comparação com o ano anterior e configura a maior área queimada dos últimos seis anos. A diferença para 2023 é de 14 milhões de hectares a mais, área comparável ao estado do Amapá.

    Apesar das condições climáticas terem favorecido a propagação do fogo, a ação humana é apontada como o principal fator para o aumento das áreas queimadas.

    Além de Mato Grosso e Pará, o Tocantins ocupa a terceira posição no ranking, com 2,7 milhões de hectares destruídos. Juntos, esses três estados concentram 56% da área queimada no país no período analisado.

    Impacto nos Biomas de Mato Grosso

    A Amazônia foi o bioma mais afetado, concentrando 57% da área queimada no Brasil entre janeiro e novembro, com 16,9 milhões de hectares atingidos. Dentro desse bioma, as florestas, incluindo as alagáveis, perderam 7,6 milhões de hectares para o fogo, superando as pastagens queimadas, que somaram 5,59 milhões de hectares.

    O Cerrado também sofreu com os incêndios, com 9,6 milhões de hectares queimados, sendo 8,2 milhões em áreas de vegetação nativa, um aumento de 47% em relação à média dos últimos cinco anos. O Pantanal registrou 1,9 milhão de hectares queimados, um crescimento de 68% em relação à média dos últimos cinco anos.

    Novembro em destaque

    Apesar da redução natural dos incêndios em novembro, os números ainda se mantiveram em patamares superiores aos de 2023, com 2,2 milhões de hectares queimados. A Amazônia concentrou 81% do total queimado no mês, com 1,8 milhão de hectares, o dobro da média para novembro nos últimos seis anos. O Pará liderou as áreas queimadas em novembro na Amazônia, com 870 mil hectares, seguido por Maranhão (477 mil hectares) e Mato Grosso (180 mil hectares). No Cerrado, o fogo atingiu 237 mil hectares em novembro.

    Ações de Combate em Mato Grosso

    Na semana passada, durante o workshop de “Avaliação da Temporada de Incêndios Florestais”, o comandante-geral dos Bombeiros de Mato Grosso, coronel Flávio Glêdson Bezerra, destacou a eficiência das ações integradas entre o Corpo de Bombeiros Militar, forças de segurança e órgãos estaduais e federais no combate aos incêndios florestais no estado.

    Segundo o coronel, a integração entre os órgãos permitiu respostas mais eficientes contra o fogo, com reuniões semanais para planejar estratégias e o apoio de diversas instituições. Mais de mil bombeiros atuaram no combate aos incêndios, e houve integração com as forças de segurança para fiscalização em 90 propriedades particulares, resultando em mais de R$ 200 milhões em multas e 20 termos de embargo. Apesar dos esforços, os números demonstram a gravidade da situação dos incêndios em Mato Grosso e no Brasil em 2024.

  • Área queimada no Brasil até novembro quase dobra em relação a 2023

    Área queimada no Brasil até novembro quase dobra em relação a 2023

    A área queimada no Brasil de janeiro a novembro de 2024 quase dobrou em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados divulgados hoje (15) são do Monitor do Fogo, elaborado pelo MapBiomas, rede colaborativa de universidades, ONGs e empresas de tecnologia, focada em monitorar as transformações na cobertura e no uso da terra no Brasil.

    Segundo o levantamento, ao todo, foram queimados no período 29,7 milhões de hectares, um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023 e a maior extensão dos últimos seis anos. A diferença em relação ao ano passado é 14 milhões de hectares a mais, uma área equivalente ao estado do Amapá.

    Para a coordenadora do Monitor do Fogo do MapBiomas Ane Alencar, o aumento desproporcional da área queimada em 2024, principalmente a área de floresta, acende um alerta sobre a necessidade de controlar o uso do fogo, além de reduzir o desmatamento.

    “Precisamos reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos onde as condições climáticas são extremas e podem fazer o que seria uma pequena queimada virar um grande incêndio”, explicou Ane.

    Os dados mostram que 57% da área queimada entre janeiro e novembro no Brasil fica na Amazônia. Na região, 16,9 milhões de hectares foram afetados pelo fogo, com 7,6 milhões de hectares de florestas, incluindo florestas alagáveis. A área ficou à frente da extensão das áreas de pastagem queimadas na Amazônia, que totalizaram 5,59 milhões de hectares.

    O Cerrado foi o segundo segmento mais afetado pelas queimadas. No total foram 9,6 milhões de hectares consumidos pelo fogo. Desse montante, 85%, cerca de 8,2 milhões de hectares, em áreas de vegetação nativa. De acordo com os dados, esse número representa um aumento de 47% em relação à média dos últimos 5 anos.

    O Monitor do Fogo mostra que também houve aumento também no Pantanal, onde a área queimada de janeiro a novembro foi 1,9 milhão de hectares e representou um crescimento de 68% em relação à média dos últimos 5 anos.

    “A área queimada nos demais biomas entre janeiro e novembro deste ano foi: 1 milhão hectares na Mata Atlântica, sendo que 71% da área afetada estava em áreas agropecuárias; 3,3 mil hectares no Pampa; e 297 mil hectares na Caatinga – uma diminuição de 49% em relação ao mesmo período de 2023, com 82% das queimadas concentradas em formações savânicas”, informou o MapBiomas.

    Estados

    O Pará foi o estado que mais queimou nos 11 primeiros meses deste ano, com 6,97 milhões de hectares. Esse total equivale a 23% de toda a área queimada no Brasil e a 41% do que foi queimado na Amazônia entre janeiro e novembro. Na sequência vem Mato Grosso, com 6,8 milhões de hectares. Em terceiro lugar está o Tocantins, onde 2,7 milhões de hectares foram atingidos por queimadas. Juntos, esses três estados totalizaram 56% da área queimada no período no país.

    Entre os municípios São Félix do Xingu (PA) e Corumbá (MS) foram registradas as maiores áreas queimadas entre janeiro e novembro de 2024, com 1,47 milhão de hectares e 837 mil hectares, respectivamente.

    “Em todo o país, o fogo atingiu prioritariamente áreas de vegetação nativa, que representam 73% do total. Um quarto (25%) da área queimada no Brasil foi em florestas. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, com 6,4 milhões de hectares entre janeiro e novembro de 2024, representando 21% do total nacional”, disse o MapBiomas.

    Os dados sobre queimadas registrados no mês de novembro, apontam que 2,2 milhões de hectares foram queimados no mês passado, uma área equivalente ao estado de Sergipe. O volume corresponde a 7,4% de toda a área queimada no Brasil de janeiro a novembro de 2024.

    A maior concentração foi na Amazônia, com 1,8 milhão de hectares, representando 81% do total queimado no mês. Quase metade (48%) da área queimada em novembro fica no Pará, onde 870 mil hectares foram afetados pelo fogo. O Maranhão, com 477 mil hectares e o Mato Grosso, com 180 mil hectares, são o segundo e o terceiro estados com maior área queimada em novembro.

    “Os três municípios que mais queimaram no Brasil em novembro ficam no Pará: Oriximiná (81 mil hectares), Moju (54 mil hectares) e Nova Esperança do Piriá (50 mil hectares). Em Santarém, foram queimados 10,7 mil hectares em novembro – mais de 277% em relação a outubro deste ano, atingindo 2,8 mil hectares no município. Apesar desse grande crescimento de um mês para o outro, a área queimada em novembro de 2024 está abaixo do mesmo período no ano passado, quando 54,7 mil hectares foram atingidos pelo fogo em Santarém”, aponta o MapBiomas.

    Em relação aos outros biomas, o Cerrado foi o segundo mais atingido, onde 237 mil hectares foram queimados em novembro. Áreas de vegetação nativa representaram 74% desse total, ou 175 mil hectares, principalmente formações savânicas, com 96 mil hectares e formações florestais, com 63 mil hectares.

    No Pantanal, a área atingida pelo fogo em novembro foi 98 mil hectares, 87% em áreas de formação campestre. Na Mata Atlântica, 12,5 mil hectares foram queimados em novembro, principalmente em áreas de várzea (35% ou 4,4 mil hectares).

  • Produtores rurais de Mato Grosso lideram combate a incêndios florestais, mostram dados

    Produtores rurais de Mato Grosso lideram combate a incêndios florestais, mostram dados

    Um estudo recente, realizado em parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, revela um dado animador sobre a gestão ambiental no estado: as propriedades produtivas regularizadas têm demonstrado menor incidência de focos de calor durante o período proibitivo de queimadas.

    De acordo com os dados, enquanto as áreas regularizadas registraram apenas 0,9 foco de calor por 100 km², as áreas não produtivas e propriedades irregulares apresentaram uma taxa mais de 10 vezes superior. Áreas de projetos de assentamento, apesar de representarem uma parcela menor do território, também apresentaram um índice elevado de focos de calor.

    Compromisso com a sustentabilidade em Mato Grosso

    Compromisso com a sustentabilidade em Mato Grosso
    Compromisso com a sustentabilidade em Mato Grosso

    Esses resultados refletem o compromisso dos produtores rurais com a preservação ambiental e a sustentabilidade. A implementação de sistemas de prevenção ao fogo e o respeito às normas ambientais têm sido fundamentais para minimizar os impactos das queimadas em Mato Grosso.

    A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) tem desempenhado um papel crucial nessa mobilização, promovendo ações de conscientização e orientação aos produtores rurais sobre a importância da prevenção de incêndios.

    A Nota Técnica Nº 18/2024 da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revela que os incêndios florestais causam prejuízos bilionários ao setor agropecuário, com perdas significativas na produção e na qualidade do solo.

  • Áreas produtivas regularizadas mostram menor incidência de focos de calor, aponta Inpe

    Áreas produtivas regularizadas mostram menor incidência de focos de calor, aponta Inpe

    Dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, adaptados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), indicam que as áreas produtivas regularizadas têm demonstrado menor incidência de focos de calor no estado de Mato Grosso durante o período proibitivo de queimadas.

    De acordo com os números, enquanto as propriedades produtivas regularizadas, que representam 53,6% do território monitorado, registraram apenas 0,9 foco de calor por 100 km², as áreas não produtivas e propriedades irregulares, que ocupam 23,4% do território, tiveram uma taxa de 10,6 focos de calor por 100 km², ou seja, mais de 10 vezes a quantidade registrada nas áreas regularizadas. Ainda mais alarmante é o dado que aponta para as áreas de projetos de assentamento, que representam apenas 0,3% do território monitorado, mas apresentam uma taxa de 7,47 focos de calor por 100 km².

    Esses números refletem o comprometimento dos produtores rurais com a preservação ambiental e a sustentabilidade, demonstrando que, onde há gestão e regularização, o controle do fogo é mais eficaz. O uso de boas práticas de manejo, como a implementação de sistemas de prevenção ao fogo e o respeito às normas ambientais, tem sido fundamental para minimizar os impactos das queimadas em Mato Grosso.

    Além disso, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) tem desempenhado um papel essencial nessa mobilização. Anualmente, a entidade promove ações de informação e orientação aos produtores rurais sobre legislação ambiental e prevenção ao fogo, reforçando a importância do cumprimento das normas. O núcleo técnico da Famato também acompanha de perto as ações do Governo de Mato Grosso, contribuindo com conhecimento técnico e suporte estratégico para fortalecer as práticas de prevenção e combate a incêndios.

    “Os dados apresentados são uma clara demonstração do compromisso dos produtores rurais com a preservação ambiental e a prevenção de incêndios. Nas áreas produtivas regularizadas, que correspondem a mais da metade do território monitorado, o número de focos de calor é significativamente menor, refletindo o cuidado e a responsabilidade no manejo da terra e o cumprimento das normas ambientais. Enquanto isso, as áreas improdutivas, como as Unidades de Conservação, terras indígenas e projetos de assentamento, que ainda representam uma parcela considerável do território, continuam sendo as que mais registram focos de incêndio”, destacou o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.

    De acordo com a estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), publicada na Nota Técnica Nº 18/2024, os custos para os produtores rurais vão além das despesas com controle. As perdas causadas por incêndios somaram, de junho a agosto de 2024, um prejuízo estimado de R$ 14,7 bilhões em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais no Brasil, considerando apenas as atividades de bovinocultura de corte e cultivo de cana-de-açúcar.

    Os estados com maiores perdas, considerando essas atividades, foram São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$ 2,0 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão). Os prejuízos mais significativos foram relacionados à perda da matéria orgânica do solo, seguidos por danos às cercas das pastagens, perdas na produção de cana-de-açúcar e redução na produtividade do gado.

    “Diante dos prejuízos econômicos bilionários ao setor, bem como dos retrocessos na sustentabilidade econômica das atividades, não resta dúvida de que os produtores rurais, assim como toda a sociedade e o meio ambiente, são vítimas das práticas criminosas vivenciadas nos últimos meses”, afirma trecho da Nota Técnica.