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  • Programa Bolsa Verde: como receber o benefício de R$ 600 para quem vive em áreas de preservação

    Programa Bolsa Verde: como receber o benefício de R$ 600 para quem vive em áreas de preservação

    Já ouviu falar sobre o programa Bolsa Verde? Você mora em uma área de floresta, reserva extrativista ou assentamento sustentável? Então preste atenção: o governo federal paga um benefício de R$ 600 a cada três meses para famílias em situação de vulnerabilidade que vivem em regiões de conservação ambiental.

    O programa Bolsa Verde é uma política pública que une combate à pobreza com preservação da natureza, incentivando práticas sustentáveis e a valorização das comunidades tradicionais.

    Entenda como funciona, quem tem direito e o que fazer para receber.

    O que é o programa Bolsa Verde?

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    O que é o programa Bolsa Verde?

    Criado em 2011, pela Lei nº 12.512, o Bolsa Verde é um programa de transferência de renda com foco socioambiental. Ele foi feito para apoiar famílias que vivem em áreas protegidas, como reservas extrativistas, florestas nacionais e assentamentos agroextrativistas.

    Mais do que dinheiro, o programa oferece valorização da cultura local e promove educação ambiental para as famílias beneficiadas.

    Quem pode receber o Bolsa Verde?

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    Quem pode receber o Bolsa Verde?

    Para ter direito ao Bolsa Verde, é preciso:

    ✅ Estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico)
    ✅ Ter renda familiar de até R$ 218 por pessoa por mês
    ✅ Residir ou trabalhar em áreas reconhecidas como de conservação ambiental
    ✅ Estar de acordo com as normas ambientais da região

    As áreas contempladas incluem:

    • Reservas Extrativistas Federais
    • Florestas Nacionais
    • Assentamentos Agroextrativistas
    • Projetos de Desenvolvimento Sustentável
    • Reservas de Desenvolvimento Sustentável
    • Projetos de Assentamento Florestal

    Essas regiões devem ser oficialmente reconhecidas por órgãos como o ICMBio e o Incra.

    Qual o valor e como é feito o pagamento?

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    Qual o valor e como é feito o pagamento?

    O valor do Bolsa Verde é de R$ 600 por trimestre, somando R$ 2.400 por ano.

    O pagamento é realizado por meio da Caixa Econômica Federal, e pode ser sacado com cartão ou aplicativo, como acontece com o Bolsa Família e outros benefícios sociais.

    O que é preciso para continuar recebendo o benefício?

    Para manter o programa Bolsa Verde, a família deve:

    Continuar dentro do limite de renda
    Manter o CadÚnico atualizado
    Seguir as regras ambientais locais
    Participar de ações de educação ambiental e cooperar com a fiscalização

    Essas exigências ajudam a garantir que o recurso seja usado de forma eficiente, promovendo o desenvolvimento sustentável.

    Para que serve o Bolsa Verde?

    Reduzir a pobreza em áreas isoladas
    Evitar o desmatamento e degradação ambiental
    Fortalecer o papel de populações tradicionais na proteção dos biomas
    Promover educação, cidadania e respeito ao meio ambiente

    O Bolsa Verde reconhece que comunidades tradicionais, como ribeirinhos, indígenas e extrativistas, são guardiãs da natureza — e por isso merecem apoio.

    Quais os impactos do Bolsa Verde?

    Redução do desmatamento
    Geração de renda em áreas com pouco acesso ao mercado de trabalho
    Estímulo à permanência das famílias no campo
    Fortalecimento da consciência ambiental
    Apoio a organizações comunitárias locais

    O programa já beneficiou milhares de famílias, especialmente na Amazônia Legal, e continua sendo uma ferramenta essencial para unir justiça social e conservação ambiental.

    Como se cadastrar no Bolsa Verde?

    Não é necessário fazer inscrição direta. A seleção dos beneficiários ocorre automaticamente, com base no Cadastro Único e em informações geográficas fornecidas pelos órgãos ambientais.

    ➡️ Por isso, o primeiro passo é atualizar seu CadÚnico no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo.
    ➡️ Verifique se sua área está dentro das regiões contempladas e mantenha a documentação em dia.

  • Governo retomará Bolsa Verde para comunidades tradicionais da Amazônia

    Governo retomará Bolsa Verde para comunidades tradicionais da Amazônia

    O governo federal vai retomar o programa Bolsa Verde, que fazia pagamentos a famílias que vivem em áreas de reserva extrativista e comunidades tradicionais da Amazônia, como forma de estimular a preservação da floresta e promover a regeneração de áreas degradadas.

    O anúncio foi feito nesta segunda-feira (5) pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante evento de celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Palácio do Planalto.

    “Essas famílias receberão uma ajuda do Estado como pagamento pelos serviços que eles prestam para a proteção do meio ambiente. Cerca de 80% das florestas protegidas no mundo estão sob domínio dessas comunidades tradicionais. Isso tem a ver com o reconhecimento do papel que essas comunidades têm para manter os serviços ecossistêmicos preservados”, afirmou a ministra a jornalistas.

    Criado em 2011 pelo governo da então presidente Dilma Rousseff, o Bolsa Verde previa a concessão, a cada três meses, de R$ 300 para famílias em situação de extrema pobreza que vivessem em áreas de proteção ou de reserva e que comprovassem produção sustentável.

    O programa, no entanto, foi encerrado ainda em 2017, durante o governo de Michel Temer, que sucedeu Dilma Rousseff após o impeachment de 2016. O valor e a periodicidade dos pagamentos do programa que será retomado não foram detalhados por Marina Silva, mas, segundo ela, a iniciativa deverá abranger, inicialmente, cerca de 30 mil famílias. Na versão anterior do programa, os pagamentos alcançaram mais de 70 mil beneficiários.

    O recurso será pago inclusive para famílias que já recebem outros benefícios, como o Bolsa Família. “Essa adicionalidade tem a ver com aquilo que elas fazem, modo de vida que ajuda a preservar os biomas brasileiros”, explicou a ministra. A ideia é que, mais adiante, o programa contemple comunidades tradicionais que vivem em outros biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica.

    Marco temporal

    Marina Silva também criticou a tese do marco temporal, aprovada pela Câmara dos Deputados por meio do Projeto de Lei (PL) 490/2007, na semana passada. O texto prevê que os povos indígenas e tradicionais terão direito somente às terras que ocuparam até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

    O PL agora segue para análise do Senado. Além disso, a tese também será analisada em julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que será retomado nesta semana. Para a ministra, o texto aprovado na Câmara “constitui uma grande injustiça” contra os povos indígenas. Segundo ela, há uma contradição em relação àqueles posseiros que buscam regularizar ocupações e não têm impedimentos de ordem temporal como a prevista no marco.

    “Enquanto aqueles que ocuparam terra até recentemente buscam regularizar suas áreas, [submeter] aqueles que estão aqui milenarmente a uma lógica de poderem demarcar suas terras que estavam ocupadas somente até a Constituição de 1988. É uma grande contradição que tenho absoluta certeza que a sabedoria, o senso de Justiça do Supremo irá fazer esta avaliação e as devidas reparações, como fez tantas vezes, inclusive em relação à Terra Indígena Raposa Serra do Sol”, argumentou.

    O processo que motivou o julgamento na Corte trata da disputa pela posse da Terra Indígena (TI) Ibirama, em Santa Catarina. A área é habitada pelos povos Xokleng, Kaingang e Guarani, e a posse de parte da TI é questionada pela procuradoria do estado.

    O placar do julgamento está empatado em 1 voto a 1: o ministro Edson Fachin votou contra a tese do marco temporal, e Nunes Marques se manifestou a favor. A análise foi suspensa em setembro de 2021 após um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.

    A decisão do Supremo não valerá apenas para esse território, mas para todos os casos relacionados a disputas envolvendo áreas indígenas.

    MP da reestruturação

    Marina Silva também avaliou que a retirada de atribuições de sua pasta não afetará as prioridades do governo. Na semana passada, o Congresso Nacional aprovou a Medida Provisória (MP) que definiu a estrutura administrativa do governo. O texto final retirou diversas funções das pastas do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e também do Ministério dos Povos Indígenas (MPI).

    “O compromisso do presidente Lula é que internamente, no governo, [possamos] fazer todos os esforços para que não haja prejuízo da implementação de suas prioridades”, afirmou a jornalistas.

    Um pouco antes, durante seu discurso na cerimônia alusiva ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a ministra disse acatar a decisão do Congresso Nacional, “porque na democracia, a gente acata as decisões legítimas” do Poder Legislativo, mas ressaltou que não concorda com as medidas, porque elas enfraquecem uma “política ambiental robusta”.

    O texto final da MP, que ainda precisa ser sancionado pelo presidente, tirou do MMA a Agência Nacional de Águas (ANA), passando a supervisão do órgão ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Já o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um cadastro eletrônico obrigatório a todas as propriedades e posses rurais, passou a ser vinculado ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

    O relatório ainda retirou da competência do MMA o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Os três sistemas serão agora de responsabilidade do Ministério das Cidades.

    Por fim, o texto final também retirou do Ministério dos Povos Indígenas sua principal atribuição, a de homologação de terras de povos originários, devolvendo-a à pasta da Justiça e Segurança Pública, como era em governos anteriores.

    Edição: Denise Griesinger