Tag: profissionais de saúde

  • Governo de Mato Grosso convoca 70 profissionais para a saúde com novo concurso da SES

    Governo de Mato Grosso convoca 70 profissionais para a saúde com novo concurso da SES

    O Governo de Mato Grosso anunciou a convocação de 70 profissionais classificados no concurso público da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT). As listas de convocação foram publicadas nos Diários Oficiais de quarta e sexta-feira, dias 15 e 17 de janeiro de 2025.

    A prova do concurso, realizada em 14 de abril de 2024, teve o objetivo de criar um cadastro de reserva de profissionais para a SES-MT. O governador Mauro Mendes destacou que a convocação faz parte de um pacote de investimentos na Saúde, incluindo reformas e a construção de novos hospitais.

    O governador enfatizou: Essa é mais uma importante ação para fazer a Saúde funcionar cada vez melhor em nosso Estado. Esse chamamento se soma aos grandes investimentos que temos feito para reformar e modernizar todas as unidades de saúde, além da construção de seis grandes hospitais. Os novos profissionais vão contar com um ambiente de trabalho adequado, e todas as ferramentas disponíveis para atender o cidadão de Mato Grosso com qualidade.

    A nomeação dos convocados pode ocorrer até dois anos após a publicação, com possibilidade de prorrogação por mais dois anos. As áreas contempladas incluem médicos, engenheiros, nutricionistas, técnicos e outros.

    O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, ressaltou a importância da chegada dos novos servidores, especialmente em um momento em que o Governo de Mato Grosso está empenhado em concluir a construção de seis hospitais.

    O concurso foi aguardado por mais de 20 anos e teve 33 mil inscrições, com provas realizadas em cinco cidades do Estado: Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Sinop e Rondonópolis.

  • OMS lança diretrizes inéditas para tratamento contra o tabagismo

    OMS lança diretrizes inéditas para tratamento contra o tabagismo

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta terça-feira (2) um conjunto de intervenções contra o tabagismo, incluindo apoio comportamental a ser oferecido por profissionais de saúde, intervenções digitais e tratamentos farmacológicos. Esta é a primeira vez que a entidade apresenta diretrizes para o tratamento contra o tabagismo.

    A proposta, segundo a OMS, é ajudar mais de 750 milhões de usuários de tabaco que desejam abandonar o consumo de diversos derivados do tabaco, incluindo os tradicionais cigarros, narguilés, produtos de tabaco sem combustão, charutos, tabaco de enrolar e produtos de tabaco aquecido (HTP).

    “Essas diretrizes representam um marco crucial na nossa batalha global contra esses produtos perigosos”, avaliou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. A estimativa da entidade é que mais de 60% dos 1,25 bilhões de usuários de tabaco em todo o mundo – mais de 750 milhões de pessoas – desejam parar de fumar, mas 70% não têm acesso a serviços eficazes.

    Recomendações

    De acordo com a OMS, a combinação de farmacoterapia com intervenções comportamentais aumenta significativamente as taxas de sucesso no abandono do tabagismo. “Países são incentivados a fornecer esses tratamentos sem custos ou com custos reduzidos para melhorar a acessibilidade, especialmente em nações de baixa e média renda”.

    Dentre as diretrizes, a entidade recomenda o uso de vareniclina, medicamento que tem a função de diminuir o desejo intenso de fumar, além de aliviar crises de abstinência (sintomas mentais e físicos que ocorrem após a interrupção ou diminuição do consumo da nicotina).

    Outra recomendação é a terapia de reposição de nicotina (TRN), que pode ser feita, segundo critério clínico, utilizando goma de mascar de nicotina, pastilha de nicotina ou adesivo transdérmico de nicotina.

    As diretrizes incluem ainda medicamentos como bupropiona ou cloridrato de bupropiona (antidepressivo) e citisina (fármaco à base de plantas) no tratamento contra o tabagismo.

    A OMS também recomenda intervenções comportamentais, incluindo aconselhamento breve com profissionais de saúde, com tempo médio de 30 segundos a três minutos, oferecido como rotina em ambientes de cuidados em saúde, além de apoio comportamental mais intensivo por meio de aconselhamento individual, em grupo ou por telefone.

    Dentre as intervenções digitais sugeridas pela entidade estão mensagens de texto, aplicativos para smartphone e programas de internet a serem utilizados como “complementos ou ferramentas de autogestão”.

    Edição: Valéria Aguiar

    — news —

  • Lei transforma agentes comunitários em profissionais de saúde

    Lei transforma agentes comunitários em profissionais de saúde

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta sexta-feira (20), no Palácio do Planalto, o projeto de lei que passa a considerar os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias como profissionais de saúde. Com a mudança, esses trabalhadores passam a poder acumular cargos públicos, algo permitido apenas para profissionais de saúde e educação, além de terem asseguradas melhores condições de trabalho, como o recebimento de adicionais de insalubridade e outros benefícios acessíveis justamente aos profissionais de saúde assim definidos em lei.

    “Estou extremamente emocionada. Até então, a gente era considerado trabalhadores da saúde, e não profissionais. Isso prejudicava em várias questões, inclusive a nossa insalubridade”, afirma Hermelina Pereira Canxangá, agente comunitária de saúde há 20 anos e que atua no Recanto das Emas, região administrativa do Distrito Federal.

    O texto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no dia 21 de dezembro e aguardava a sanção para entrar em vigor. No país, são 265 mil agentes comunitários, que atuam no campo da Saúde da Família, na prevenção de doenças e na promoção da saúde em ações domiciliares, comunitárias, individuais e coletivas. Além deles, outros 61 mil profissionais de combate às endemias atuam na vigilância epidemiológica e ambiental, na prevenção e controle de doenças.

    “Queria destacar o papel dos agentes comunitários de saúde, e dos agentes de combate às endemias, compreendendo o seu papel como agentes de saúde, que podem acompanhar mais de perto, próximo às casas, aos territórios, a nossa população, contribuindo para o atendimento integral, para a atenção básica de saúde”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

    Segundo o Ministério da Saúde, os agentes de saúde em atividade no país têm os salários pagos, integralmente, com recursos transferidos pelo governo federal. Em 2022, foram empenhados R$ 7,8 bilhões. Para 2023, está prevista a destinação de R$ 9,9 bilhões, aumento de 27%.

    Edição: Juliana Andrade

  • Mais da metade dos médicos se diz esgotado após dois anos de pandemia

    Mais da metade dos médicos se diz esgotado após dois anos de pandemia

    Mais da metade dos médicos (57%) se queixam de deficiências que dificultam o tratamento dispensado aos pacientes com covid-19, colocando em risco a própria integridade dos entrevistados. O resultado faz parte de uma pesquisa feita pelas associações Médica Brasileira (AMB) e Paulista de Medicina (APM) com médicos de todo o país.

    Entre os entrevistados, 45% responderam que faltam profissionais de saúde para atender aos pacientes com covid-19 nas unidades onde trabalham. O resultado é superior aos 32,5% registrados em fevereiro do ano passado. Também houve quem se queixasse da falta de máscaras, luvas, aventais, medicamentos e até de leitos de internação em unidades regulares ou em unidades de terapia intensiva (UTIs).

    Mais metade dos médicos (51%) disse que estão esgotados ou apreensivos frente ao aumento do número de casos, decorrentes da disseminação da variante Ômicron – cujas subvariantes são mais infecciosas, segundo os especialistas.

    Falando não só de si, mas também de colegas, a maioria dos entrevistados disse haver, em seu ambiente de trabalho, profissionais com claros sintomas de estarem sobrecarregados (64%) e/ou estressados (62%); ansiosos (57%); próximos à exaustão física ou emocional (56%) ou com algum distúrbio relacionado ao sono, como dificuldades para dormir (39%).

    O levantamento, cujos resultados foram divulgados hoje (3), ouviu 3517 médicos que trabalham tanto em estabelecimentos particulares como em unidades públicas de saúde, entre os dias 21 e 31 de janeiro.

    Aumento de casos

    Entre os profissionais de saúde ouvidos, 96% afirmaram que o número de casos da doença tinha aumentado em comparação ao último trimestre de 2021, mas seis em cada dez (59,5%) deles disseram não observar uma tendência de alta no número de mortes.

    Há pelo menos seis semanas que o número de mortes pela doença vem aumentando no país. Ontem (2), o Ministério da Saúde contabilizou 893 óbitos em 24 horas, elevando para 628.960 o número de pessoas que já perderam a vida para a doença. A pasta também confirmou mais 172.903 novos casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

    O avanço da nova onda da covid-19 por todo o país pode ser constatado na própria pesquisa das entidades médicas: 87% dos entrevistados relataram que eles mesmos, ou colegas de trabalho próximos, receberam diagnóstico positivo para a doença nos últimos dois meses. Ainda assim, 81% deles dizem que a ocupação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ainda era menor que nos momentos mais críticos de 2021.

    Reprovação

    A ampla maioria (75%) dos entrevistados destacou como positiva a forma como vem sendo executado o Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação contra a covid-19.

    Até ontem à noite, ao menos 164 milhões de brasileiros já tinham recebido pelo menos uma dose do imunizante contra a doença. Já os brasileiros que receberam duas doses (ou a dose única, no caso da vacina Janssen) totalizam 151,2 milhões. A dose de reforço já foi aplicada em 37 milhões de brasileiros.

    Apesar disso, 72% dos médicos ouvidos disseram reprovar a atuação do Ministério da Saúde: 34,4% deles consideram que a gestão ministerial da crise é péssima; 16,6% a consideram ruim e 21%, regular. Todavia, há 18,9% de profissionais que a julgam boa e 6,3% que a avaliam como ótima.

    A avaliação da postura das secretarias estaduais de Saúde é um pouco melhor: no geral, 52,6% dos médicos entrevistados aprovam a gestão dos seus estados.

    “Do ponto de vista da estratégia, de informações, o ministério deixa muito a desejar. E, certamente, onde a falha é maior, é nas recomendações”, declarou o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes de Amaral.

    Segundo ele, enquanto 65% dos entrevistados disseram buscar referências para o tratamento de pacientes junto às associações e sociedades médicas, apenas 14,6% responderam consultar os documentos produzidos pelo Ministério da Saúde. “Passados dois anos do início da pandemia, o ministério ainda não é capaz de nos oferecer recomendações consistentes. Há um desencontro de informações”.

    Para o presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes, o ministério envia sinais conflitantes à população, chegando mesmo a colocar em dúvida a segurança das vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e distribuídas pela pasta.

    Assim como Fernandes, 68,7% dos médicos que responderam à pesquisa reprovaram o trabalho de orientação à população sobre a importância da vacinação.

    “Parece-me uma dubiedade. Fala uma coisa em um momento, e outra em outro momento. Um exemplo foi a vacinação infantil, postergada através de uma consulta pública desnecessária para, no fim, o próprio ministro comemorar a chegada dos imunizantes”, disse Fernandes.

    Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Saúde para que comentasse os resultados da pesquisa, mas não recebeu nenhuma manifestação até a publicação da reportagem.

    Adesão

    Para as entidades médicas, apesar de a polarização política ter contaminado o debate em torno das estratégias de enfrentamento à covid-19, a população vem demonstrando ser amplamente favorável à vacinação.

    Entre os médicos entrevistados, 81% disseram que a maioria dos pacientes atendidos nas unidades em que trabalham já tomou ao menos duas doses dos imunizantes. Apenas 0,2% dos 3.072 profissionais que responderam a esta pergunta afirmaram ter contato com pessoas que se negam a ser vacinados.

    Além disso, 71% disseram acreditar que a maioria dos pais ou responsáveis levará as crianças sob sua responsabilidade para tomar a vacina. Contra 12% que acreditam que os adultos não farão isso por diversas razões – quase o mesmo percentual (13,7%) de entrevistados que disseram não crer que a divulgação de fake news e/ou de informações sem comprovação científica afete o enfrentamento à pandemia.

    Sequelas

    A pesquisa mostra ainda que sete em cada dez médicos, ou quase 71% dos entrevistados, confirmaram que tem atendido pacientes com sequelas pós-covid, tais como dor de cabeça incessante, fadiga ou dores no corpo (50%); perda do olfato ou do paladar (39%); problemas cardíacos e trombose (23%), entre outras.

    Além disso, metade dos profissionais disse conhecer quem deixou de buscar atendimento para outras doenças devido ao medo de serem infectados pelo novo coronavírus e, com isso, tiveram seus quadros clínicos agravados. Especialmente pacientes com câncer, diabetes, doenças cardíacas e hipertensão.

  • Um em cada seis profissionais de saúde apresenta sinais de burnout

    Um em cada seis profissionais de saúde apresenta sinais de burnout

    Ao menos um em cada seis profissionais de saúde apresentam sinais de burnout, de acordo com estudo realizado por pesquisadores do Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). O burnout, que em tradução livre significa esgotamento, é definido como um distúrbio psíquico de estresse físico e mental crônico relacionado a condições de trabalho desgastantes. Entre os sintomas da chamada Síndrome de Burnout estão exaustão, sentimento de ineficácia e de falta de realização pessoal e profissional.

    A pesquisa foi feita com 715 profissionais de saúde – médicos, enfermeiras, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas – de 36 hospitais públicos e privados do Brasil. Todos eles trabalham em unidades de terapia intensiva (UTIs) por pelo menos 20 horas semanais.

    Entre os participantes do estudo, 125 indicaram exaustão emocional, 120 despersonalização e 107 falta de realização profissional – todos sintomas indicativos de burnout. Como um mesmo profissional poderia marcar mais de uma opção no questionário, o estudo conclui que, pelo menos, 125 deles sofriam com o esgotamento no trabalho.

    O estudo mostra ainda que 134 profissionais apresentam sintomas de ansiedade e 80, de depressão – que podem ou não estar associados ao burnout. A pesquisa foi conduzida antes da pandemia de covid-19, entre abril de 2017 e julho de 2018.

    Diferenciando o burnout

    Para diferenciar burnout, depressão e ansiedade, os pesquisadores aplicaram questionários de autoavaliação reconhecidos internacionalmente. A partir das respostas, foi possível identificar a formação de três diferentes grupos, um para cada problema de saúde mental, concluindo que o burnout e os sintomas clínicos de depressão e ansiedade são empiricamente distintos.

    De acordo com o psicólogo e pesquisador do IDOR Ronald Fischer, na pesquisa, um dos principais indicativos de burnout referia-se ao sentimento de esgotamento no trabalho. Já um dos principais tópicos que indicava ansiedade era ter muitos pensamentos e muitas preocupações a todo tempo. Para identificar a depressão, os pesquisadores atentaram-se a quem não dizia estar muito feliz com a própria vida.

    Segundo a pesquisa, a Síndrome de Burnout tem sido associada a um aumento de erros médicos e de custos para os profissionais de saúde além de desfechos adversos, de longo prazo, para a saúde. Os profissionais que trabalham em UTIs estão particularmente mais expostos a situações de alto estresse e burnout, o que, potencialmente, traz consequências dramáticas para a saúde e o tratamento de pacientes.

    O estudo foi descrito no artigo Association of Burnout With Depression and Anxiety in Critical Care Clinicians in Brazil [Associação de Burnout com depressão e ansiedade em clínicas de terapia intensiva no Brasil] publicado no Jama – Journal of the American Medical Association.

    “É muito importante identificar [o burnout] mesmo que não seja uma condição que está classificada como doença”, diz o psicólogo e pesquisador do IDOR Ronald Fischer.

    Ele explica que a intenção do estudo foi proporcionar um melhor diagnóstico dessa síndrome com intervenções e tratamentos mais assertivos.

    “Burnout não é classificado como doença, mas uma síndrome de estresse dentro do trabalho”, explica, Fischer. “Temos medicamentos e terapias que são indicados para depressão e ansiedade. Se não olharmos o nível do burnout, talvez, diagnostiquemos uma pessoa com ansiedade, que na verdade não é ansiedade, mas apresenta alguns sintomas que parecem. Por outro lado, se olharmos só o burnout e não a ansiedade e a depressão, não identificaremos os sintomas que podem ser tratados com medicamentos e terapias”.

    De acordo com definição do Ministério da Saúde, transtornos de ansiedade são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida, podendo causar sensações extremamente desconfortáveis. Estão entre os sintomas medos e preocupações exageradas, sensações contínuas de que um desastre ou algo ruim vai acontecer, falta de controle sobre os pensamentos, entre outros.

    Já a depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um transtorno mental caracterizado por tristeza persistente e pela perda de interesse em atividades que normalmente são prazerosas, acompanhadas da incapacidade de realizar atividades diárias, durante pelo menos duas semanas.

    Mudanças no trabalho

    Se medicamentos e terapias são eficientes para casos de depressão e ansiedade, segundo Fischer, os casos de burnout mostram a necessidade de se realizar mudanças no ambiente de trabalho. Condições de sobrecarga de trabalho, rotinas corridas, pressão por resultados e entregas, conflitos emocionais dentro da equipe podem gerar quadros de burnout.

    “Dentro das empresas, em geral, as pessoas têm que se cuidar, cuidar uns dos outros, têm que pensar o que é possível mudar dentro desse contexto que estamos vivendo nesse momento, para humanizar um pouco o nosso trabalho”, diz. O pesquisador acrescenta que o burnout pode ser um primeiro passo para depressão e ansiedade. “É muito importante identificar porque se não se muda o contexto [no trabalho], a pessoa pode depois entrar em uma depressão ou ansiedade e pode ser afastada do trabalho por causa disso. Tem que ser uma lógica para as empresas o cuidado com os trabalhadores para evitar essas situações”.