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  • Propriedades orgânicas certificadas no PR terão desconto em taxas de juros no Plano Safra 24/25

    Propriedades orgânicas certificadas no PR terão desconto em taxas de juros no Plano Safra 24/25

    Propriedades orgânicas certificadas pelo Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) poderão acessar descontos de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros de linhas de custeio do Plano Safra 2024/2025. O benefício é resultado do reconhecimento do Tecpar Certificação como uma das unidades participantes da Plataforma AgroBrasil+Sustentável, ferramenta criada para conectar propriedades sustentáveis a instituições de crédito. A medida foi formalizada em portaria interministerial dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Fazenda, com validade até 30 de junho de 2025.

    A Plataforma AgroBrasil+Sustentável tem como objetivo incentivar práticas produtivas sustentáveis, oferecendo condições especiais de financiamento para produtores que adotam métodos orgânicos e ambientalmente responsáveis. Com o reconhecimento do Tecpar, as informações das propriedades orgânicas certificadas pelo instituto serão enviadas à plataforma, permitindo que os produtores pleiteiem a redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros de operações de custeio.

    “Ao ser reconhecido pelo Mapa, o Tecpar passa a disponibilizar os dados de seus produtores de orgânicos certificados na plataforma. Com esse registro, os produtores podem solicitar o desconto nas taxas de juros”, explica Fábio Corrales, gerente do Centro de Certificação do Tecpar.

    Planejamento é fundamental

    Corrales destaca que, como a portaria tem validade apenas até 30 de junho de 2025, os produtores interessados no benefício devem se organizar para aproveitar a janela de oportunidades. “O desconto é uma ótima chance para produtores já certificados pelo Tecpar, mas é preciso planejamento para buscar as linhas de financiamento ainda no primeiro semestre de 2025”, alerta.

    A redução na taxa de juros será concedida apenas para operações de custeio destinadas a propriedades com certificação orgânica válida e ativa no primeiro semestre de 2025.

    Reconhecimento do Tecpar

    O Tecpar Certificação foi a primeira unidade certificadora do Brasil a realizar certificação de produtos orgânicos, consolidando-se como referência no setor. Agora, com o reconhecimento na Plataforma AgroBrasil+Sustentável, o instituto reforça seu compromisso com a promoção da agricultura sustentável e o apoio aos produtores orgânicos.

    A portaria interministerial reconhece 11 unidades certificadoras de orgânicos, entre elas o Tecpar, que integram grupos de programas voltados à certificação de práticas sustentáveis. A lista completa das instituições reconhecidas pode ser acessada no link disponibilizado no texto da portaria.

    Impacto para os produtores

    O desconto nas taxas de juros representa um incentivo importante para produtores orgânicos, que muitas vezes enfrentam custos mais elevados em comparação com a agricultura convencional. Além de reduzir os encargos financeiros, a medida valoriza a adoção de práticas sustentáveis, alinhando-se às demandas globais por produção responsável e preservação ambiental.

    Para os produtores certificados pelo Tecpar, essa é uma oportunidade de ampliar o acesso ao crédito e fortalecer suas atividades, contribuindo para o crescimento da agricultura orgânica no país.

    Próximos passos

    Os produtores interessados no benefício devem verificar a validade de suas certificações e entrar em contato com o Tecpar para garantir que suas informações sejam incluídas na Plataforma AgroBrasil+Sustentável. Com o registro na plataforma, será possível pleitear o desconto nas taxas de juros junto às instituições financeiras participantes do Plano Safra 2024/2025.

    A iniciativa reforça o papel do Tecpar como aliado dos produtores orgânicos e destaca a importância de políticas públicas que incentivem a sustentabilidade no agronegócio.

  • Redes de agricultores familiares fortalecem sistemas orgânicos no Brasil e na Espanha

    Redes de agricultores familiares fortalecem sistemas orgânicos no Brasil e na Espanha

    A participação dos agricultores familiares em redes de sistemas orgânicos tem se consolidado como uma importante inovação social, promovendo inclusão e melhorias nas condições de vida. Nos territórios brasileiro e espanhol, essas redes têm apresentado crescimento significativo ao longo das últimas décadas, com soluções que impactam positivamente a produção e o consumo de alimentos orgânicos.

    A pesquisa conduzida pela pesquisadora Lucimar Abreu da Embrapa Meio Ambiente, analisou a dinâmica de funcionamento desses sistemas coletivos à luz das políticas públicas que incentivam o setor. “A pesquisa foi conduzida por meio de estudos de casos no Brasil e na Espanha, utilizando técnicas qualitativas construtivistas”, explica ela.

    Na Espanha a promoção de sistemas alimentares orgânicos tornou-se prioridade com a adoção de políticas alimentares urbanas pela União Europeia, especialmente após a aprovação do Pacto de Milão em 2015. Muitas cidades espanholas, como Segóvia, em Castilla y León, desenvolveram estratégias baseadas no consumo de alimentos locais e orgânicos. Em Segóvia, o programa “Alimenta ConCiencia” se destaca ao integrar produtores, pesquisadores, comerciantes e restaurantes em uma rede focada na sustentabilidade e na produção ecológica, com metas estabelecidas até 2030.

    No Brasil a pesquisa concentrou-se no Vale do Ribeira, em São Paulo, com foco nos impactos das políticas de compra institucional, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O estudo buscou compreender como essas políticas influenciam a organização social dos agricultores, o funcionamento das redes de produção orgânica e os desafios locais. Segundo Abreu, ajustes são necessários, principalmente no que diz respeito à oferta de assistência técnica adequada e à revisão dos mecanismos que garantam o cumprimento da lei do PNAE, que exige que pelo menos 30% da alimentação escolar seja adquirida da agricultura familiar.

    A pesquisadora destaca também a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre a transição agroecológica. A falta de suporte técnico impacta diretamente a rede de produção, a organização social e a operacionalização dos programas públicos. Nesse sentido, a assistência técnica especializada em agricultura ecológica é essencial para o sucesso das redes.

    Na Espanha atores-chave entrevistados destacaram que a produção orgânica exige a redefinição dos circuitos de comercialização, transporte e consumo. Há um consenso entre os participantes sobre a necessidade de valorizar circuitos locais de produção e comercialização, com sistemas de certificação participativa. Ademais, os entrevistados enfatizam a importância de reconhecer a diversidade dos estilos de produção ecológica e o pluralismo conceitual entre agricultura orgânica e agroecologia.

    Representantes do Ministério da Agricultura da Espanha reforçaram que a agricultura orgânica e a agroecologia têm como objetivos valorizar a produção econômica, promover hábitos alimentares saudáveis e garantir sustentabilidade. Campanhas em defesa de alimentação saudável são mais efetivas na Província de Segóvia do que no Vale do Ribeira, onde essas iniciativas ainda são incipientes.

    A participação dos agricultores familiares em redes orgânicas, seja no Brasil ou na Espanha, aponta para soluções sustentáveis, inclusivas e de fácil implementação. Além disso, promove uma reflexão sobre os desafios do modelo convencional de agricultura e a necessidade de apoiar o desenvolvimento de circuitos locais e sustentáveis de produção e consumo de alimentos.

  • Produção orgânica é uma tendência de mercado, diz técnico da Empaer

    Produção orgânica é uma tendência de mercado, diz técnico da Empaer

    A produção orgânica e agroecológica foram o tema central de um evento realizado em parceria pelas Secretarias de Agricultura, Meio Ambiente, de Assistência Social e Habitação, do Conselho de Segurança Alimentar e Empaer marcou o Dia Mundial de Alimentação Saudável. O evento, que contou com palestra e uma feirinha, aconteceu nesta segunda-feira (16), na Prefeitura de Lucas do Rio Verde.

    A palestra sobre ‘Agroecologia e Produção Orgânica – Perspectivas E Práticas’ foi proferida por Rogério Leschewitz, técnico da Empaer de Sinop. Durante alguns minutos ele falou sobre a agroecologia e o que a atividade representa para as pequenas propriedades rurais. Rogério observou que as informações trazidas durante a palestra não são de fácil acesso. “A produção orgânica, a produção agroecológica, vêm trazer esse novo viés produtivo de Independência dos produtores para que eles consigam produzir um alimento saudável, um alimento nutritivo e em quantidade adequada para os produtores”, assinalou.

    O palestrante destacou que a agroecologia e a produção orgânica devem trazer soberania alimentar para os produtores. Por meio das informações trazidas, os pequenos produtores podem produzir o próprio adubo e insumos para combater pragas, doenças, agregando mais renda com a redução de custos para o sistema produtivo. “A produção orgânica não é mais um nicho de mercado e sim uma tendência de mercado. Só pra se ter uma ideia, nos últimos 3 anos, cresceu uma média de 21%. Dificilmente a gente encontra algo que cresce a 21% a nível de Brasil, a nível de mundo”.

    Para Leschewitz, os pequenos produtores podem aproveitar essa tendência e lucrar com a produção de orgânicos e agroecológicos. “Quem souber, digamos assim, surfar nessa onda, com certeza terá muitos frutos, tanto para a propriedade, quanto para os produtores e também questão de alimentação. Esse nível de crescimento é observado não só no Brasil, mas no mundo inteiro. No pós-pandemia também aumentou o desejo das pessoas em consumir um alimento mais saudável. Então, a produção orgânica e agroecologia vem de encontro a esse tipo de alimentação e melhorando também essa perspectiva de mercado”.

    Estímulo à produção

    A presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea), Sílvia Krause, disse que a produção de alimentos mais saudáveis era uma das pautas dentro do conselho. “Segurança alimentar é um dos assuntos que discutimos no conselho era a base agroecológica. Por isso pensamos em trazer nesse dia 16, que é o dia da alimentação saudável, esse palestrante para falar, ensinar um pouco sobre essa base agroecológica, para os agricultores, para os representantes de escolas e hortas comunitárias”, comentou.

    O poder público municipal tem procurado estimular a produção nas pequenas propriedades, principalmente. Por meio de programas, parte da produção é absorvida por escolas, para a produção de merenda escolar e na área de assistência social.

    “A gente tem trabalhado nesse período, que eu estou à frente da Secretaria, sempre procurando dar esse enfoque, principalmente para a agricultura familiar”, explicou Paulo Nunes, titular da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. “Nós temos parceiros, como a Empaer, o Senar, o IFMT, a Unilasalle, e a gente tenta produzir produtos com qualidade e sustentabilidade, eu acho que esse é o segredo”.

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    Foto: Ascom Prefeitura/Andrew Aragão

    “A gente tem a oportunidade de ver a necessidade das famílias mais carentes do nosso município terem acesso a alimentação saudável”, destacou a secretária de Assistência Social, Janice Ribeiro. “Quando a gente pensa em cesta básica sabe que é necessário, que é essencial, mas a gente pensa também que não é só isso”.

    Janice lembrou que o PAA (Programa de Aquisição Alimentar) foi um passo importante  para oportunizar mais qualidade na alimentação dos luverdenses. “A gente consegue a cada 15 dias oportunizar 15, 20, 30 famílias com esses produtos que são plantados aqui, colhidos aqui e transferidos para a mesa das pessoas que realmente precisam”.

    Feirinha

    Outra ação que marcou o Dia da Alimentação Saudável foi a realização de uma feirinha no acesso do auditório dos Pioneiros. Na oportunidade foram expostos produzidos no município. “É uma maneira de divulgar nossos produtos. Enfrentamos muitas barreiras na agricultura e se não incentivarmos a produzir mais cada vez, o produtor acaba parando. Nós temos os parceiros como a Prefeitura, que nos anima. Dá orgulho de dizer que temos esse apoio”, declarou Vera Terezinha, presidente da Associação Luverdense de Agricultores Familiares (Aslaf).

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    Foto: Ascom Prefeitura/Andrew Aragão

    Outra entidade convidada para expor seus produtos foi a Comunidade Terapêutica Portal da Sobriedade, que atende pessoas em processo de reabilitação química. Deyvid Campos disse que é uma oportunidade de expor os produtos de origem animal e vegetal que são trabalhados pelas pessoas assistidas pela instituição. “O trabalho onde a gente inclui a terapia, a produção de produtos derivados do animal, da horta. A gente tem vários parceiros envolvidos. No caso da horta, a gente tem a parceria da Unilasalle, que com o pessoal do grupo de extensão, que faz o curso de agronomia e de outros cursos, participam da produção de alface, almeirão, cheiro verde, enfim, uma variedade de produtos. Isso ajuda os meninos a trabalharem no dia a dia, e também desperta o interesse de trabalhar com esses produtos, e quem sabe futuramente, estar envolvido na produção da agricultura familiar”.

    Além de resultar em terapia, produzir alimentos ajuda a manter os trabalhos da entidade. Por isso, sempre que convidada, a Comunidade Terapêutica participa de eventos do poder público e aproveita para expor a produção de pães, doces de leite, queijo, entre outros. Além disso, é possível adquirir os produtos aos domingos, no bairro Pioneiro. “Na igreja matriz Nossa Senhora de Fátima, a gente expõe das 8h às 9h, durante o período da missa, e após a missa a gente faz ali a venda desses produtos. Pode também procurar a paróquia e fazer os pedidos individuais. Todo dia tem um carro que vai e volta pra cidade com os produtos para o consumidor”, explica Deyvid, reforçando que a venda dos produtos é importante para a manutenção da instituição, porém o grande ganho é a recuperação dos jovens atendidos na entidade.

    O Portal da Sobriedade atende em média 30 pessoas. Atualmente, de modo efetivo, são 18 pessoas fazendo o tratamento terapêutico. “Mais os colaboradores que são 5, a gente conta com 3 conselheiros terapêuticos, um coordenador, uma assistente social e uma psicóloga para ajudar no trabalho a desenvolver essa vontade de ficar bem na sociedade”, finaliza Deyvid.