Tag: produção

  • HF Brasil/Cepea: Setor deve se preparar para continuidade das temperaturas elevadas

    HF Brasil/Cepea: Setor deve se preparar para continuidade das temperaturas elevadas

    O ano passado foi marcado por extremos climáticos. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil), 2024 foi o ano mais quente desde 1961. Além disso, inundações severas foram registradas no Rio Grande do Sul, ondas de calor atingiram regiões brasileiras em pleno inverno, secas prolongadas e diversos focos de incêndios foram vistos sobretudo no Sudeste e no Centro-Oeste.

    Entrevistado pela equipe da revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o professor da Esalq/USP e especialista em agrometeorologia Fábio Marin alerta: “Temos que batalhar para se adaptar a esse processo, pois as temperaturas não vão parar de subir”.

    No setor de HF, o clima prejudicou a produção no primeiro semestre de 2024. A segunda parte do ano registrou temperaturas elevadas, com inverno pouco rigoroso e seca em boa parte do período, contexto que impulsionou a produtividade da horticultura irrigada e gerou excedentes de produção.

    E, por conta disso, os preços dos hortifrútis, no geral, estão mais em conta neste começo de 2025 frente aos verificados em janeiro do ano passado. Mesmo com o retorno das chuvas no final do ano, os menores valores de negociação neste início de 2025 se devem à maior oferta na safra de verão 2024/25, sobretudo de hortaliças. Quanto às frutas, as perenes, que tiveram seu desenvolvimento principal coincidindo com o período dos eventos climáticos extremos de 2023/24, foram as mais afetadas. Já frutas de ciclo mais curto conseguiram ter produção recuperada em parte do ano, apresentando até excedentes de oferta em alguns períodos de 2024.

    Como recomendação, o professor Marin adverte: “esses extremos que estamos vivendo impactam e trazem prejuízos à agricultura. Se o produtor tiver condição financeira, a sugestão é investir em tecnologia para tentar contornar esses eventos danosos. A agricultura será resiliente se tivermos informação para nos prepararmos para trafegar neste caminho”.

  • Safra de café 2025/26 se desenvolve bem, mas previsão de calor preocupa produtores

    Safra de café 2025/26 se desenvolve bem, mas previsão de calor preocupa produtores

    O bom volume de chuvas nas principais regiões produtoras de café do Brasil, registrado desde outubro de 2024, tem favorecido o desenvolvimento da safra 2025/26. Pesquisadores do Cepea indicam que as lavouras apresentam uma evolução satisfatória, trazendo otimismo ao setor. No entanto, as condições climáticas previstas para fevereiro geram apreensão entre os cafeicultores.

    A previsão para este mês aponta para chuvas abaixo da média histórica e temperaturas acima do normal, o que pode impactar negativamente a fase final do ciclo produtivo. Como a safra já foi afetada pelo calor e pela seca durante boa parte de 2024, qualquer estresse hídrico adicional pode comprometer tanto a qualidade dos grãos quanto os volumes colhidos.

    O Cepea destaca que a temperatura nas próximas semanas será um fator crucial para garantir um produto de qualidade. O calor excessivo pode prejudicar o café de duas formas: além de reduzir o potencial de bebida, já que a planta necessita de noites amenas para uma boa formação do grão, também pode acelerar a secagem dos frutos ainda nos pés, afetando a produtividade e a uniformidade da colheita.

    Diante desse cenário, produtores seguem atentos às condições climáticas e às estratégias de manejo para minimizar possíveis perdas. O setor acompanha de perto as previsões meteorológicas, pois qualquer variação pode determinar o rumo da safra e, consequentemente, impactar os preços do café no mercado.

  • Preço do etanol sobe em Mato Grosso, mas mantém vantagem sobre a gasolina

    Preço do etanol sobe em Mato Grosso, mas mantém vantagem sobre a gasolina

    O preço médio do etanol hidratado em Mato Grosso registrou alta de 2,03% em janeiro de 2025, em comparação com dezembro de 2024, atingindo R$ 4,02 por litro. Esse valor representa a maior média mensal desde julho de 2022. Apesar da elevação, o biocombustível segue competitivo em relação à gasolina, com uma paridade de 64,73%, avançando 0,98 ponto percentual no período.

    O aumento acompanha o comportamento sazonal do mercado, já que a entressafra da cana-de-açúcar, que vai até abril, impacta os preços do etanol e eleva sua paridade com a gasolina. No entanto, mesmo com a alta, o combustível renovável mantém-se abaixo do patamar de 70%, considerado o limite para garantir vantagem econômica frente à gasolina, dado seu menor rendimento energético.

    A tendência é que os preços do etanol se mantenham elevados nos próximos meses, refletindo o período de menor oferta no mercado. Ainda assim, a competitividade do biocombustível pode atrair os consumidores, especialmente em um cenário de oscilações nos valores da gasolina.

  • Produção de óleo no pré-sal cai 3,4% no último trimestre de 2024

    Produção de óleo no pré-sal cai 3,4% no último trimestre de 2024

    A produção de óleo no pré-sal no último trimestre do ano passado foi de 1,76 milhão de barris por dia (Mbpd), 3,4% inferior à do trimestre anterior,. Segundo a Petrobras, o motivo foi o maior volume de paradas para manutenção no campo de Búzios, no pré-sal, parcialmente compensadas pelo topo de produção do FPSO Sepetiba [navio flutuante que processa, armazena e transfere petróleo e gás] e pelo início de produção dos FPSOs Maria Quitéria e Marechal Duque de Caxias.

    Houve queda também na produção do pós-sal em 2024. A produção, de 305 milhões de barris por dia, teve redução de 20% em relação a 2023. De acordo com a empresa, essa queda ocorreu principalmente, “devido à restrição da produção nas plataformas que retornaram à operação ao longo do quarto trimestre, junto com o declínio natural de produção”.

    “Em compensação, durante o ano, tivemos o ramp-up [aumento gradual da produção] da plataforma Anna Nery, além da entrada em produção de quatro novos poços na Bacia de Campos”, informou a companhia.

    A produção em terra e águas rasas, no quarto trimestre de 2024, foi de 35 milhões de barris por dia, 3 milhões a mais do que a do trimestre anterior, em função do menor volume de perdas com paradas para manutenção. Em 2024, a produção em terra e águas rasas foi de 34 Mbpd, abaixo da de 2023 em 9 Mbpd, devido principalmente aos desinvestimentos e ao declínio natural de produção.

    Recorde

    A companhia registrou recordes de produção de gasolina, com 420 mil barris por dia (bpd), e diesel S-10, com 452 mil bpd. No ano, as vendas de diesel S-10 representaram 64% do total de vendas de óleo diesel, superando o recorde de 62% registrado em 2023, com aumento de 5,8% nas vendas de querosene de aviação (QAV) em 2024.

  • Produção de biodiesel cresce em 20 anos e chega a 77 bilhões de litros

    Produção de biodiesel cresce em 20 anos e chega a 77 bilhões de litros

    Nesta segunda-feira (13), completaram 20 anos do marco legal do biodiesel no Brasil. A Lei 11.097/2005, sancionada no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, introduziu oficialmente o combustível renovável à matriz energética do país, como uma alternativa ao uso do diesel de origem fóssil – mais poluente e proveniente das reservas limitadas de petróleo.

    A norma modificou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis com a atribuição de regular a produção e comercialização de biocombustíveis no país, pondo em prática o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).

    A lei foi a primeira a constituir o marco legal do biodiesel e fixou uma mistura obrigatória de 5% do combustível renovável no óleo diesel comercializado no país, criando a mistura chamada de diesel B. Um período transitório de até oito anos previa uma mistura com apenas 2% de biodiesel, inicialmente voluntária e que passaria à obrigatoriedade em três anos.

    Em 2009, a mistura obrigatória de 5% foi estabelecida por uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética e, desde então, houve uma evolução gradual que levou ao biodiesel B14, com acréscimo de 14% de biodiesel no diesel B, a partir de março de 2024.

    Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o principal avanço no período de vinte anos foi a expansão da produção e do uso do biocombustível, com consequente impulsionamento do desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental, social e econômico. “Nessas duas décadas, produzimos 77 bilhões de litros de biodiesel, economizando 38 bilhões de dólares em importação de diesel”, diz.

    Além disso, a trajetória evitou a emissão de 240 milhões de toneladas de gás carbônico, gerando empregos e oportunidades aos agricultores familiares, tornando biodiesel “um grande aliado na transição energética justa e inclusiva do país”, destacou Silveira.

    Em 2023, a produção nacional de biodiesel foi de mais de 7,5 bilhões de litros, o que representou uma expansão de 19%. em relação ao ano anterior, segundo o Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024, divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

    No mesmo ano, a demanda de óleo diesel rodoviário cresceu 1,7 bilhão de litros. Desse total, 1 bilhão de litros foi suprido pela produção de biodiesel usado na mistura obrigatória de 12%, na época, apontou o Atlas da Eficiência Energética 2024, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

    Embora esse crescimento ainda não seja capaz de acompanhar o aumento acelerado da demanda por energia para transporte, o avanço do biodiesel ganha força quando se soma aos resultados de outras políticas como a do etanol, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), criada em 2017, e a recém-aprovada Lei do Combustível do Futuro (14.993/24). Nesse cenário, a produção de biocombustíveis no país contou ainda, em 2023, com a produção de 35,4 bilhões de litros de etanol e 74,9 milhões de m³ de biometano, informa a agência.

    A nova lei também criou instrumentos de estímulo à produção e uso de novos biocombustíveis, como o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e o diesel verde, produzido a partir de resíduos orgânicos.

    Diversificação

    A diversificação de fontes energéticas de baixo carbono também revela uma estratégia para enfrentar o desafio da dependência da soja como matéria-prima para a produção de biodiesel. De acordo com a EPE, o óleo de soja representou 69,15% da matéria-prima utilizada na produção de biodiesel em 2023.

    “Essa dependência coloca a sociedade em uma posição vulnerável a flutuações nos preços. Por isso, nosso objetivo é fortalecer as estratégias de diversificação das fontes de matéria-prima para bioenergia, ampliando o uso de alternativas de baixo carbono, como óleos de cozinha usados e gorduras animais”, destaca Alexandre Silveira.

    Em dezembro de 2024, o Conselho Nacional de Politica Energética aprovou uma resolução para estimular o uso de óleos e gorduras residuais na produção de biodiesel e outros combustíveis. Até junho deste ano o MME deverá publicar portaria conjunta com o Ministério do Meio Ambiente para estabelecer um percentual mínimo de uso desse material na produção de biocombustíveis.

    Segundo o ministro de Minas e Energia o reflexo das políticas públicas demonstra o compromisso do governo brasileiro com a expansão dos biocombustíveis na matriz energética brasileira e “por conta desses avanços, em 2024 alcançamos a marca histórica de 9 bilhões de litros produzidos. Um número que demonstra a importância do biodiesel para o Brasil”, diz.

    Desenvolvimento

    Para o ministro, esses resultados também representam desenvolvimento econômico, geração de emprego e transformação social, fomentados pela política criada com o Selo Biocombustível Social, que em 2024 passou por uma revisão das normas criadas em 2004.

    Com as mudanças, além dos benefícios fiscais e comerciais concedidos aos produtores de biodiesel que usam matéria-prima da agricultura familiar, foram criadas linhas de fomento a projetos de pesquisa, de estruturação de cadeias produtivas e de fortalecimento das organizações da agricultura familiar.

    “As políticas públicas adotadas no Brasil para a mobilidade sustentável no transporte contribuem para o desenvolvimento de soluções tecnológicas alinhadas ao reconhecimento de que os biocombustíveis desempenham um papel estratégico crucial em um dos maiores desafios do século XXI que é a transição energética. Esse desafio não envolve apenas a redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também a promoção de uma economia mais resiliente e sustentável”, conclui.

  • Vendas de automóveis e comerciais leves crescem 14,02%, diz Fenabrave

    Vendas de automóveis e comerciais leves crescem 14,02%, diz Fenabrave

    As vendas de veículos novos, considerando-se apenas os automóveis e comerciais leves (picapes e furgões), tiveram desempenho positivo em 2024, com crescimento de 14,02% em relação a 2023. Ao todo, foram emplacadas 2.484.740 unidades.

    A informação foi divulgada hoje (8), em São Paulo, pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

    Somando-se a venda de ônibus e caminhões com a de comerciais leves, o resultado também foi positivo, com o emplacamento de 2.634.514 unidades, aumento de 14,15% em relação a 2023.

    Quando se considera o emplacamento de todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos), o crescimento foi de 15,49% no período, com a comercialização de 4.744.179 unidades.

    Para 2025, a expectativa da Fenabrave é de crescimento de 7% no total, considerando-se todos os segmentos somados.

    Dezembro

    Em dezembro, a venda de automóveis e comerciais leves apresentou expansão de 1,04% em relação a novembro e de 3,01% na comparação com dezembro de 2023, totalizando 243.691 unidades emplacadas.

    No total de todos os segmentos, houve aumento de 2,11% em relação a novembro e de 7,11% em relação a dezembro de 2023, somando 428.415 unidades.

  • Produtividade da cana da safra 2025/26 deve ser menor

    Produtividade da cana da safra 2025/26 deve ser menor

    Para a próxima safra sucroenergética 2025/26, que se inicia oficialmente em abril de 2025, os principais focos de atenção de agentes do setor brasileiro estão relacionados à qualidade e à produtividade da cana-de-açúcar. Vale lembrar que as lavouras foram prejudicadas pelo clima adverso (quente e seco) ao longo de 2024 e pelos incêndios em agosto/24 na região Centro-Sul, especialmente no estado de São Paulo. Consultorias e entidades são unânimes em apontar consequências do clima e da queimada para a temporada.

    As preocupações recaem sobre o desenvolvimento da lavoura, especialmente as que serão colhidas entre abril e julho. Ressalta-se que, na safra 2025/26, a moagem de cana-de-açúcar da região Centro-Sul já está menor e deve encerrar abaixo das previsões iniciais.

    O processamento é estimado em um intervalo de 581 milhões de toneladas a 620 milhões de toneladas, ambas com queda frente ao processado no ciclo anterior. Em termos de investimentos, a expectativa para 2025 é otimista. Novos “greenfield” devem entrar em ação, especialmente em unidades localizadas no Centro-Oeste, dada a importância do Brasil como protagonismo na discussão da transição energética e na diversificação dos tipos de produtos.

    Em 2025 também deve entrar em vigor a Lei que estabelece que o percentual de mistura de etanol à gasolina passará a ser dos atuais 27,5% até os 35%, constatada a viabilidade técnica. Por fim, é fato que o clima seco e quente e os incêndios trarão seus efeitos sobre a produtividade, mas por outro lado, espera-se que a safra 2024/25 sirva de modelo e oportunidades para a introdução de mudanças e avanços, sobretudo, na área agrícola.

  • Novos leilões de contrato de opção de venda de arroz são marcados para próximo dia 20

    Novos leilões de contrato de opção de venda de arroz são marcados para próximo dia 20

    Visando diversificar, estimular e ampliar a produção de arroz no país, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dará continuidade aos leilões de contrato de opção de venda (COV) do grão. Na próxima sexta-feira (20/12), serão ofertados 16.241 contratos de 27 toneladas cada. O pregão será realizado a partir das 9h (horário de Brasília) por meio do Sistema de Comercialização Eletrônico da Conab (Siscoe).

    “Nos últimos 15 anos, nós perdemos área de produção de arroz para outras culturas em função de problemas de preço, rentabilidade, produtividade e até mesmo de clima. Então temos que estimular a produção de determinados produtos e o governo tem diversas ferramentas para isso”, ressalta o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Arnoldo de Campos. “Uma delas é garantir preço no momento da comercialização, que é exatamente o que esses leilões da próxima sexta-feira vão fazer, através dos quais o produtor compra o direito de vender para o governo no ano que vem. Mas, se o mercado pagar mais, ele pode optar por vender para o mercado. É uma garantia, uma espécie de seguro, uma ferramenta super moderna”, explica o diretor.

    Ao todo, serão realizados seis leilões com objetivo de dar a opção de venda futura ao produtor do arroz para o Governo Federal. Os três primeiros serão destinados exclusivamente para a agricultura familiar, produtores rurais e cooperativas que possuem DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) ou CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar). Os demais serão de ampla concorrência, ou seja, todos os produtores e cooperativas de arroz poderão participar, inclusive agricultores familiares.

    Para participar dos leilões é necessário estar cadastrado no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais e Demais Agentes (Sican) e cumprir as exigências dos avisos específicos, além de ser necessário estar associado a uma Bolsa de Cereais, de Mercadorias e/ou de Futuros.

    A oferta será para os estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins. Para os estados mineiros e paranaenses os contratos terão vencimento em 30 de julho de 2025. Já para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o vencimento será em 30 de agosto do ano que vem. Para Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins, os contratos vencem em 30 de outubro de 2025. Os valores de venda também estão estabelecidos de acordo com os prazos de cada vencimento.

    Até o momento, a Companhia já negociou 2.325 contratos. Para realizar as operações, o governo federal destinou à Conab cerca de R$ 1 bilhão, para a aquisição de até 500 mil toneladas de arroz longo fino em casca, tipos 1 e 2 da safra 2024/25.

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  • Demanda aquecida e safra em reta final impulsionam preços do etanol em novembro

    Demanda aquecida e safra em reta final impulsionam preços do etanol em novembro

    Os preços do etanol apresentaram avanços significativos em novembro, sustentados pela alta demanda e pela proximidade do encerramento da safra 2024/25 no Centro-Sul. De acordo com dados do Cepea, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado alcançou uma média de R$ 2,6201/litro, aumento de 3,91% em relação a outubro. O anidro também registrou valorização, com média de R$ 2,8828/litro, um avanço de 2,41% no mesmo período.

    Os pesquisadores do Cepea apontam que a expectativa de maior consumo em dezembro, devido às festividades de fim de ano, foi um dos principais fatores por trás das altas. Além disso, o volume de etanol hidratado captado pelo Cepea no segmento produtor ao longo do mês foi o mais elevado para novembro desde 2020 e o quarto maior da atual safra, refletindo a forte procura pelo biocombustível.

    No acumulado parcial da safra 2024/25, de abril a novembro, as médias dos Indicadores CEPEA/ESALQ mostram um desempenho superior ao do mesmo período na temporada 2023/24. O etanol hidratado teve uma alta acumulada de 2,03%, enquanto o anidro subiu 0,26%.

    Com o fim da safra se aproximando e a oferta se ajustando, espera-se que os preços continuem firmes no curto prazo, especialmente com o aquecimento da demanda característico do final do ano e início do período de férias no Brasil.

  • Produção de biocombustível aquece mercado do milho em MT

    Produção de biocombustível aquece mercado do milho em MT

    Estima-se que a produção brasileira de milho destinada à produção de etanol alcance cerca de 30 milhões de toneladas em 2025. Considerando a produção total de milho no país, essa parcela corresponde a cerca de 25%. A projeção otimista foi apresentada pelo consultor financeiro Jeferson Souza, durante o painel de abertura da quinta edição do Encontro Técnico do Milho, realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), nos dias 28 e 29, em Cuiabá.

    Segundo Jeferson Souza, para a safra atual, o cenário para a produção de milho é mais promissor do que no ano passado. “O aumento nos preços do milho aliados a uma lucratividade mais interessante deixa o cenário do cereal favorável para os produtores mato-grossenses. No entanto, a decisão de expandir a área da segunda safra também dependerá de fatores como as condições climáticas durante a janela de plantio. Se as condições forem favoráveis, é possível que observemos um aumento considerável na área cultivada com milho na segunda safra de 2024″, observou o consultor financeiro.

    A alta produtividade do milho em Mato Grosso tem impulsionado significativamente a produção de etanol no estado, consolidando-o como um dos principais polos do cereal no país. De acordo com dados do Bioind MT e do IMEA, a safra 2023/24 foi recorde, com 43,8 milhões de toneladas produzidas, representando 38% da produção nacional. A moagem de milho para a produção de etanol também atingiu um novo patamar, com um crescimento de 37,86% em relação ao ano anterior.

    Investimentos e perspectivas promissoras – O cenário positivo do mercado de milho tem atraído grandes investimentos para o setor. A ALD Bioenergia Deciolândia, por exemplo, anunciou um investimento de R$ 1 bilhão para triplicar sua capacidade produtiva em Mato Grosso até 2026.

    “A empresa enxerga um grande potencial de crescimento, tanto no mercado interno quanto no mercado externo, impulsionado pela crescente demanda por biocombustíveis e pela produção de DDG (Dried Distillers Grains with Solubles), um subproduto da produção de etanol utilizado na alimentação animal”, explicou o diretor executivo da ALD Bioenergia Deciolândia, Marco Orozimbo.

    Outras empresas do setor, como a FS, também compartilham do otimismo. A empresa prevê um aumento significativo na moagem de milho para a produção de etanol no próximo ano e destaca a importância de continuar agregando valor ao grão e ao ecossistema do agronegócio.

    “Todos os anos a FS investe na sua capacidade produtiva, então sempre se tem investimentos de como conseguimos produzir mais dentro das otimizações das nossas plantas. E seguiremos no próximo ano focados nessas otimizações, aumentando a nossa capacidade produtiva e entendendo o cenário de mercado futuro e avaliar se aceleramos ou não as nossas expansões”, afirmou o diretor comercial da FS, Victor Trenti.

    Produtor otimista e planejamento estratégico

    O produtor de milho mato-grossense está otimista com as perspectivas para a próxima safra. O IMEA estima um aumento de 10,03% na produção total de etanol em 2024/2025, com o milho representando a maior parte desse volume.

    No entanto, é fundamental que os produtores adotem um planejamento estratégico para garantir a rentabilidade da produção. Apesar do otimismo, o produtor rural Marcelo Vankevicius, que possui uma área de aproximadamente 5 mil hectares em Itiquira-MT, prefere manter uma postura mais conservadora em relação a investimentos.

    “Tradicionalmente, nossa produção não era focada em híbridos de milho de alta produtividade. No entanto, com o crescimento da demanda por milho para a produção de etanol e a utilização do DDG, estamos revendo essa estratégia. A partir de agora, vamos investir mais em cultivares de alto rendimento e até mesmo considerar o plantio de milho na safrinha”, afirmou o produtor.

    V Encontro Técnico do Milho

    Durante os dias 28 e 29 de novembro, o evento foi conduzido por pesquisadores da Fundação MT, especialistas convidados e produtores para apresentação de resultados de pesquisa e informações da última safra, com a finalidade de prover discussões técnicas para a cultura do milho.

    De acordo com o head de pesquisa da Fundação MT, Bruno de Conti, a abertura dos encontros técnicos com painéis sobre o cenário do mercado visa justamente fornecer aos produtores as ferramentas necessárias para uma comercialização eficiente, garantindo a rentabilidade de suas atividades.

    “A informação é fundamental para a tomada de decisões no agronegócio. Mesmo com toda a tecnologia e conhecimento aplicados na produção, um erro na comercialização pode comprometer significativamente a rentabilidade da atividade”, frisou.

    A programação trouxe os principais temas que possam contribuir para o aumento da produtividade do milho, como: controle de pragas e doenças; cuidados com clima e irrigação; investimento em fertilidade e compactação do solo.