Tag: PRESERVAÇÃO

  • A escalada surpreendente da caninana

    A escalada surpreendente da caninana

    Cenas inusitadas e impressionantes da natureza foram capturadas recentemente, revelando a habilidade surpreendente de uma caninana em escalar. Veja mais sobre cobras caninana em Mundo Animal

    Uma serpente pouco conhecida por suas habilidades de escalada, a caninana, foi flagrada em uma cena extraordinária, mostrando sua destreza ao se mover entre tábuas e, em seguida, esticar-se para alcançar um galho de árvore. Esse comportamento intrigante está despertando o interesse dos especialistas em vida selvagem, oferecendo um vislumbre raro do mundo das serpentes arborícolas.

    Vídeo mostra o espetacular bote da cobra caninana

    A incrível escalada da caninana

    Revelando os segredos do comportamento da caninana

    A caninana (Spilotes pullatus), também conhecida como cobra-caninana, é uma serpente não venenosa comum nas Américas Central e do Sul, conhecida por sua aparência marcante e hábitos terrestres. No entanto, avistamentos como este, onde uma caninana se aventura na escalada de árvores, são incomuns e oferecem uma visão fascinante de seu comportamento pouco documentado.

    O vídeo impressionante captura o momento em que a caninana, de porte médio, se movimenta habilmente sobre um amontoado de tábuas, usando sua musculatura corporal e escamas para se locomover. Sua técnica é meticulosa, conforme ela se alonga e ajusta para alcançar o galho de uma árvore próxima. O momento em que ela se estica para alcançar o galho com precisão é de tirar o fôlego, revelando uma adaptação extraordinária para explorar um novo ambiente.

    Vídeo impressionante mostra o quanto a caninana é brava

    Esse comportamento desafia as percepções convencionais sobre as habilidades de escalada das serpentes. Tradicionalmente vistas como criaturas terrestres, as caninanas demonstram uma agilidade impressionante ao explorar ambientes verticais, adaptando-se às demandas do ambiente. Esse registro raro oferece uma oportunidade única para estudar e compreender mais sobre a ecologia e o comportamento dessa espécie.

    Os especialistas acreditam que a escalada da caninana pode estar associada à busca por presas, como aves e pequenos mamíferos, que frequentemente habitam as copas das árvores. Além disso, essa habilidade pode servir para evitar predadores terrestres, buscando refúgio nas alturas.

    Essa espécie é ovípara, põe em media cerca de 15 ovos em locais escondidos da terra, sendo que quase todos nascem. Além disso por possuir uma caráter solitário ela não choca os ovos, apenas os põe e sai de perto, e geralmente põe seus ovos em períodos chuvosos.
    Essa espécie é ovípara, põe em media cerca de 15 ovos em locais escondidos da terra, sendo que quase todos nascem. Além disso por possuir uma caráter solitário ela não choca os ovos, apenas os põe e sai de perto, e geralmente põe seus ovos em períodos chuvosos.

    No entanto, apesar da cena emocionante, a escalada das caninanas ainda é pouco compreendida. Estudos aprofundados sobre essa habilidade única podem oferecer insights valiosos sobre a ecologia e o comportamento dessas serpentes, ajudando a preservar suas populações e os ecossistemas onde habitam.

    Cobra caninana pega carona em carro e viraliza; VÍDEO

    Enquanto o mundo continua a se maravilhar com as façanhas da vida selvagem, como a escalada incrível da caninana, os cientistas e entusiastas da natureza permanecem ansiosos por mais descobertas e observações que revelem os segredos escondidos no reino animal. Este evento extraordinário nos lembra da infinita diversidade e surpresas que a natureza oferece, desafiando constantemente nossas expectativas e expandindo nosso conhecimento sobre as maravilhas do mundo natural.

  • Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no Pará

    Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no Pará

    Um inseto de 1milímetro sem olhos e com seis pernas é encontrado dentro de uma única caverna no interior do Pará. Longe do senso comum, pesquisadores brasileiros estão mobilizados para a preservação doTroglobius brasiliensis,ainda sem nome popular, que está criticamente ameaçado de extinção.

    A ação para manter o inseto(inofensivo ao ser humano) em uma rocha na Caverna do Limoeiro (o único registro em todo o mundo), em Medicilândia (PA), vai além das paredes da caverna e tem potencial de sensibilizar comunidades para o respeito ao meio ambiente.Nas expedições, os cientistas ficaram agachados por horas em busca de encontrar o inseto.

    “O animal existe, tem direito de continuar existindo e está intimamente associado ao processo de ciclagem de nutrientes no solo (da caverna)”, afirma o professorDouglas Zeppelini, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Ele explica que o bichinho, registrado pela primeira vez há 25 anos,se alimenta de detritos e transforma a matéria orgânica em decomposição, mantendo o ciclo natural para a riqueza do solo.

    O trabalho de preservação do Troglobiusbrasiliensisé do Plano de Ação Territorial para Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Xingu (PAT Xingu), com o trabalho de pesquisadores do projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção.

    A ação é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pretende gerar iniciativas para reduzir as ameaças e melhorar o estado de conservação de pelo menos 290 espécies categorizadas como Criticamente em Perigo.

    Pará - Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu – Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu

    “Com as expedições recentes, conseguimos coletar novos dados sobre essa espécie eobservamos que o bicho está dentro de uma cadeia alimentar de organismos. Imagine que todos os indivíduos da espécie inteira habitam uma localidade em um único ponto”.

    Segundo os pesquisadores, a caverna está bem conservada e conta com a consciência dos donos da fazenda. “A gente se sente muito privilegiada depois dessas descobertas, já que a fazenda está bem conservada”, diza fazendeira Rosane Gotardo. Ela espera que as pessoas na região fiquem mais bem informadas sobre a novidadee que existam mais recursos para proteção do local.

    Políticas públicas

    O professorDouglas Zeppelini entende que seria necessária umaunidade de conservação, também levando em conta que os proprietários colaboram para preservação da região. “Nós coletamos o material de pesquisa em três expedições para fazer o levantamento”. O pesquisador defende que existam políticas públicas para preservar os animais ameaçados de extinção.

    Ele lembra que, além doTroglobius brasiliensis, os pesquisadoresencontraram um pseudoescorpião predador. Uma mostra, segundo ele, de que o ecossistema da caverna está funcionando perfeitamente. “São duas espécies que ocupam diferentes níveis na cadeia alimentar”.

    Pará - Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu Pará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu – Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu

    Sensibilização

    A coordenadora doPAT Xingu,Nívia Pereira,pesquisadora doInstituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor), também defende que é necessário garantir visibilidade para mudar a realidade de espécies ameaçadas, o que inclui levar as histórias para diferentes públicos, como é a escola, por exemplo. “Conscientizar ou sensibilizar a comunidade estáentre os objetivos. Percebemosque a caverna do Limoeiro, entre todas que a gente visitou, tem o entorno mais conservado. Há uma fauna que entra e sai da caverna”.

    A área do plano tem contexto de dificuldades, incluindo incidência de desmatamento, avanço agrário e garimpo. “O plano contempla a preservação de oito espécies e já tivemos resultados muito interessantes”. Além das expedições, os pesquisadores têm como prioridade a educação ambiental.É esse aprendizado que fascina os pesquisadoras que precisa chegar às crianças em uma aula prática de meio ambiente, saúde e educação.

    A bióloga Tayane Accordi, da Secretaria de Meio Ambiente de Medicilândia, defende que é importante para a cidade a parceria com o plano Pat Xingu, a fim depromover a proteção das espécies na cidade, com ênfase no Troglobius, que é o mais sensível. A conscientização sobre a novidade é trabalhada na escola. “Promovemos campanhas de educação ambiental nas escolas e, em breve, vamos implementar com algumas das metas do plano”.

    Pará - Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT XinguPará – Animal em extinção de 1 mm é encontrado apenas em caverna no PA. Cientistas buscam sensibilizar comunidades para conservação de bichinho. Foto: Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu – Acervo IDEFLOR-Bio/PAT Xingu

    Potencial de cavernas

    Para o analista ambiental Daniel Mendonça, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), que atua na pesquisa e conservação de cavernas,pode haver interesse turístico em regiões como essa.

    A lógica é simples: ao garantir visibilidade para os animais, maior seria o interesse de conservar. “Que mais cavernas possam ter planos para o turismo ocorrer de forma sustentável”. As instalações têm custos como escadaria, rampa e outras estruturas, mas que devem ser feitas com planejamento

    Mendonça explica que a Constituição Federal consideraas cavernas como bem da União e que devem ter proteção máxima. Para ele, há um mundo de descobertas em estruturas naturaisde fauna e flora. Hoje o Brasil tem, registradas e conhecidas, aproximadamente23.500 cavernas.

    Há estimativa de mais de 150 mil. A caverna do Limoeiro tem 1,5 mil metros de extensão. “Quanto mais mapear, maior a chance de proteger também. Na verdade, é desaconselhável que se entre em uma caverna que não se conhece sozinho. Sempre é um ambiente de risco”, alerta.

    Veja galeria de fotos da espécie em extinção:

    Edição: Graça Adjuto
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  • No Dia da Amazônia, organizações alertam sobre preservação do bioma

    No Dia da Amazônia, organizações alertam sobre preservação do bioma

    Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia sofre com diversas ações praticadas pelo ser humano, como o desmatamento, o garimpo ilegal, a grilagem de terras. Nesta terça-feira (5), Dia da Amazônia, organizações lembram aurgência de preservação desse bioma, principal floresta tropical do mundo.

    Com extensão aproximada de 421 milhões de hectares, a Amazônia representa um terço das florestas tropicais do mundo. A regiãoé responsável por vários processosclimáticos, a exemplo da evaporação e transpiração da floresta, que ajudam a manter o equilíbrio do clima e a manutenção dos estoques de água doce. Além disso,abrigamais da metade da biodiversidade do planeta.

    Dados do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mostram que 224 espécies da fauna na Amazônia estão sofrendo algum tipo de ameaça e pelo menos uma já foi considerada extinta. São 139 espécies categorizadas como “vulnerável”; 48 “em perigo”; e 38 “criticamente em perigo”.

    Entre os animais em risco estãoo peixe-boi-da-amazônia, tamanduá-bandeira, a onça-pintada, ararajuba e a anta, classificados como “vulneráveis”. Já espécies de peixe, como Acari, estão “criticamente em perigo”.

    Para o coordenador-geral das Organizações Indígenas da Amazônia, (Coiab), Toya Manchineri, o Dia da Amazônia éde luta e reflexão. Coordenando mais de 70 organizações indígenas, Toya afirmou que, neste ano, ainda não hámuito a comemorar por causado avanço do desmatamento, do garimpo ilegal e das ameaças aos povos indígenas e tradicionaisno governo Jair Bolsonaro.

    floresta Amazônicafloresta AmazônicaFloresta amazônica – Marcelo Camargo/Agência Brasil

    “É um dia especial de luta e que não tem nada para comemorar, principalmente se pegarmos os dados produzidos pelaagênciade pesquisa, que são do governo passado. Aí há uma destruição em massada floresta, do bioma e uma onda crescente de assassinatos e perseguição aos povos indígenas, quilombolas e extrativistas”, disse a liderança indígena à Agência Brasil. “Odia 5 é parafazermos uma reflexão sobre como podemos parar com esses assassinatos e a perseguição aos povos que vivem na floresta. Então, é um momento de reflexão e não de comemoração”, ressaltou.

    Avaliação similar é feita pela assessora de política e direito socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA) Adriana Ramos. Ela destaca que, apesar dos dados recentes apontarem queda expressiva do desmatamento nos sete primeiros meses do ano, ainda há muito a ser feito. Dados do governo federalmostram uma redução no desmatamento de 42% do bioma amazônico nesse período. Em julho, a queda foi de 66%, em agosto a expectativa é que tenha permanecidoem patamar similar.

    “Digamos que não temos tanto o que comemorar porque háuma série de desafios que precisamos enfrentar e que continuam muito distantes. A Amazônia temgrande parcela do Brasil e o paísprecisa dar a ela a relevância que tem”, disse a ambientalista à Agência Brasil.

    Adriana também citou o aumento do crime organizado na região e a necessidade de políticas voltadas para as populações locais.

    “É preciso reconhecer que a violência e o crime organizado cresceram muito na região. Ainda tem gentevivendo nas cidades da Amazônia, demandando atenção e a criação deoportunidades de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, há muitas ameaças aos territórios tradicionais, às terras indígena, às unidades de conservação que precisam ser enfrentadas para que essas áreas, que simbolizam o que de mais rico a Amazônia tem em termos de biodiversidade e de enfrentamento à crise climática, sejam mais valorizadas”, afirmou.

    Outro alerta é sobreo avanço de grandes projetos de infraestrutura na região, como a pavimentação da BR-319, construída pelos governos militaresnos anos70, e a estrada do Pacífico. Para a assessora de política e direito socioambiental do ISA, esses projetos têm impacto imenso no processo de desmatamento da região, uma vez que podem gerar aumento da circulação de grileiros e madeireiros ilegais na região, além de não trazer benefícios concretos para os moradores.

    Uma das principais preocupações é quecom a continuidade de projetos como esses, aliados ao desmatamento, ao garimpo ilegal, à grilagem de terras para fazer pasto, a Amazônia possa atingir o ponto de não retorno. O termo é usado por especialistas para se referir ao momentoem que a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar, em função do desmatamento, da degradação e do aquecimento global, tendendo, então, ao processo de desertificação.

    “São projetos que terão impacto imenso e que não estão em uma estratégia de desenvolvimento da região. É preciso que a gente pense projetos econômicos de valorização da área, dos serviços ambientais gerados a partir do uso sustentável da floresta e que vão fortalecer aquilo que a Amazônia tem para oferecer de melhor neste momento, que são as condições de enfrentamento àemergência climática. Isso a gente só vai conseguir manter se evitar o chamado ponto de não retorno, o que significa paralisar o desmatamento e a perda de biodiversidade.

    O coordenador da Coiabdestacaque esses projetos não são pensados em conjunto com as populações que habitam a região. Toya Manchinericita a monoculturacomo uma das atividades de grande impacto no desmatamento e nos conflitos agrários na Amazônia.

    “Os projetos econômicos levam muitas complicações para os povos indígenas. Primeiro que eles não são pensados em conjunto com os povos que vivem na Amazônia. Eles vêm muito com um olhar externo de desenvolvimento, que muitas vezes não reflete a realidade local. Aí temos a questão do garimpo que é bastante ruim, ele destrói a floresta, destrói a organização social e deixa doença nos territórios indígenas. Então, são projetos de garimpo e de monocultura que acabam com a floresta”, afirmou.

    Toyatambém criticou a possibilidade de aprovação da tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, em especial na Amazônia, e disse que se a medida foraprovada, haverá intensificação das ameaças aos povos e a perda de direitos.

    “O marco temporal é nocivo para os indígenas, ao impor limites para a demarcação dos territórios. Se ele for aprovado, muitos dos nossos territórios serão revisados, muitos dos nossos parentes, que não estão com seu território demarcado, vão perder e, muito provavelmente, sofrer uma pressão muito grande de invasores. Muitas mortes vão ocorrer”, denunciou.

    Para o ISA, a aprovação do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federalmostra interpretação distorcida da Constituição Federal, que pode contribuir com a “indústria da grilagem de terra”. Adriana lembrouque os povos indígenas e tradicionais são os que mantiveram a floresta de pé.

    “A gente tem floresta por causadomodo tradicionalde vida dessas populações, portanto esses povos têm importância centrale as suas práticas de manejo e de agricultura são responsáveis pela manutenção da floresta em pé. É impossível imaginar um futuro com floresta em pé na Amazônia sem que os povos originários e tradicionais tenham protagonismo nesse processo”, disse.

    Festival

    Como forma de chamar a atenção para a defesa da Amazônia, cinco cidades brasileiras, iniciando por Santarém (PA), abrigarão festivais culturais e artísticos.O primeiro foi realizado no últimosábado (2). Esta será a segunda edição do Festivais Dia da Amazônia. Mais de 13 organizações e um número superior a 50 artistas estão envolvidos diretamente na mobilização nacional do evento, ao longo destemês de setembro.O festival também terá protestos contra a tese do marco temporal.

    A tradição foi iniciada no ano passado para comemorar a data, instituída por lei em 2007, abrangendo festivais e atividades diversas que se estenderão por todo o paísaté o próximo dia 30. Entre essas ações estão oficinas, peças de teatro, atividades esportivas e educativas, plantio de árvores, exposições e exibição de filmes. Todas têm foco na temática da proteção e valorização da Amazônia.

    Uma das ações este ano é a mobilização para coletar 1,5 milhão de assinaturas de cidadãos brasileiros que têmtítulo de eleitor válido, para protocolar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) que requer a destinação de 57 milhões de hectares de terras públicas não destinadas, ou seja, áreas da União que ainda não têm uma finalidade específica e são alvo de desmatamento acelerado e grilagem.

    Floresta amazônica vista de cima. Floresta amazônica vista de cima. – Divulgação TV Brasil

    A proposta é que essas terras possam ser demarcadas como unidades de conservação (UCs), terras indígenas, territórios quilombolas ou destinadas às comunidades tradicionais – povos que verdadeiramente conservam a Amazônia.

    Edição: Graça Adjuto
    — news —

  • Iniciativas da sociedade civil ajudam a preservar Mata Atlântica

    Iniciativas da sociedade civil ajudam a preservar Mata Atlântica

    A preservação da Mata Atlântica levou uma comunidade em Barra do Turvo, interior paulista, ao saneamento básico, à autonomia financeira e ao protagonismo comunitário para as mulheres. A Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras (Rama), na região do Vale do Ribeira, é uma das iniciativas que contribuem para a defesa e restauração do bioma, que é o mais devastado do país.

    A Mata Atlântica, cujo dia é comemorado neste sábado, 27 de maio, tem apenas 24% de cobertura vegetal original conservada, e metade disso é de florestas maduras e bem preservadas. Os dados são da Fundação SOS Mata Atlântica, que revelou nesta semana o desmatamento de mais de 20 mil hectares no período de um ano, o que equivale a 20 mil campos de futebol.

    Cerca de 70 mulheres e suas famílias produzem alimentos no modelo de agrofloresta, sem necessidade de desmatar os terrenos e sem usar agrotóxicos e preservando as águas do entorno. Todo esse trabalho gerou benefícios para a comunidade, para além de manter a floresta em pé.

    “Na floresta, a gente tem o cambuci, tem a erva-mate e o pomar, que é misturado com as árvores nativas. E lá nos quilombos também: eles têm agrofloresta e as plantações deles são na floresta. Tem banana, pupunha, palmito, horta, tudo rodeado de árvores. Tudo que a gente planta, nos grupos e no quilombo, é agrofloresta. O que é mais aberto é onde se planta verdura, mesmo assim é nos cantinhos e com árvore perto”, disse Maria Izaldite Dias, de 70 anos, integrante da rede desde sua formação em 2015.

    Izaldite lembrou o tempo em que os esgotos escorriam pelos quintais das casas. Com a implantação do projeto de agricultura de mulheres da região, foi possível instalar fossas onde antes o esgoto escorria pelos terrenos. “Eu me sinto muito feliz de hoje, passando na casa das companheiras, ver que os esgotos não estão escorrendo no terreno e de saber que isso melhorou a vida das pessoas e que muitas delas tiveram consciência de não limpar mais seu quintal com veneno”, disse.

    “As pessoas andavam doentes, as crianças com diarreia, e a gente não sabia o que era, estavam sempre nos postos de saúde tratando e nada adiantava. Melhorou a saúde das crianças, das famílias”, disse a agricultora. As primeiras fossas instaladas foram fruto de investimento da própria comunidade, o que chamou a atenção para receber apoio do município para as seguintes.

    Segundo Izaldite, as mulheres tinham vontade de fazer algo por elas mesmas, mas isso parecia “tão longe da realidade que a gente nem tentava nada.” A organização da rede contou com o apoio da Sempreviva Organização Feminista (SOF). “Muito importante também foi o despertar das mulheres, que aprenderam que tinha coisa que elas podiam fazer, que elas podiam sair, que elas podiam ter o dinheirinho delas. Então, foi uma libertação. Muitas mulheres saíram da depressão, porque viviam fechadas, sem ter o que fazer só dentro de casa e, às vezes, sob os olhos do marido. Era uma coisa muito triste”, lembrou.

    Outra iniciativa é a Rede de Sementes do Vale do Ribeira, com a proposta de restauração florestal desde 2017 por meio da coleta de sementes pelas comunidades quilombolas da região. Atualmente, são aproximadamente 60 coletores de cinco dessas comunidades: André Lopes, Bombas, Maria Rosa, Nhunguara e São Pedro.

    Profissionalização

    A venda das espécies coletadas é feita para viveiros e iniciativas de restauração que plantam as sementes e fazem com que mais florestas cresçam em áreas antes degradadas. O coordenador da Rede, Juliano Codorna, disse que, no ano passado, foi formalizada uma cooperativa desses coletores como forma de valorização do conhecimento das comunidades, para além da geração de renda.

    “A ideia é começar realmente a profissionalizar isso, pensar estruturalmente como um negócio, mas também valorizar o conhecimento das comunidades, valorizar esses territórios. Porque a coleta de sementes, a comercialização, só é possível porque existem esses territórios e porque as comunidades vivem lá há mais de 300 anos, e fazem o manejo da floresta”, disse.

    Codoma ressaltou que a preservação das florestas dentro desses territórios faz parte do manejo e do modo de vida das comunidades, ou seja, é manejar fazendo roça e deixando reflorestamento. Outro resultado do projeto é o despertar das comunidades para espécies que passavam despercebidas porque não são usadas no dia a dia.

    “Hoje, com a coleta de sementes, você vê vários relatos assim ‘eu ia para fazer roça, pegava e botava a enxada nas costas e ia andando com a cabeça lá até chegar, trabalhar e voltar. Hoje, eu já vou pelo caminho olhando a semente, olhando se tem uma árvore com flor, se tem uma semente, se tem algum fruto. Esse trabalho com a semente desenvolveu também um olhar dessas comunidades para a vegetação”, afirmou o coordenador da Rede.

    Biodiversidade

    Para que iniciativas de restauração tenham mais chance de sucesso, a plataforma Plangea Web, do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), oferece a visualização de áreas prioritárias para ações de restauração e conservação de ecossistemas. O diretor executivo do IIS, Rafael Loyola, explicou que a lógica da plataforma se dá diante do fato de a biodiversidade não ser distribuída de forma homogênea.

    “Tem lugares com muito mais biodiversidade do que outros. Por exemplo, a biodiversidade do sul da Bahia, na Mata Atlântica, é muito maior tanto de flora quanto de fauna do que a biodiversidade da Mata Atlântica do interior de São Paulo ou do interior de Minas. A biodiversidade nas áreas montanhosas, como a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, é muito maior do que em áreas planas, como o Vale do Paraíba”, exemplificou.

    Diante dessa realidade, Loyola acrescenta que, só por isso, tem lugares que, se forem restaurados, a possibilidade de voltar a ter a fauna e a flora que originalmente estavam ali é muito maior do que outros. Ele aponta três elementos principais que a plataforma identifica: onde a biodiversidade se concentra, onde o carbono pode ser melhor sequestrado, ou absorvido, e onde é mais barata a restauração.

    “Por isso que faz tanta diferença ter um mapa de áreas prioritárias, porque, no fundo, você quer ter o maior benefício possível com o menor recurso. Se você fizer aleatoriamente, vai ter benefícios, óbvio. Mas não é a maneira mais inteligente de fazer. Por isso que a gente chama essa abordagem de inteligência espacial. Como é que você usa o espaço, o território, de uma maneira mais inteligente, para ter mais benefícios com o mesmo esforço”, explicou.

    Edição: Nádia Franco

  • Cerca de 800 atletas de 28 cidades participam da Corrida da Água em Lucas do Rio Verde

    Cerca de 800 atletas de 28 cidades participam da Corrida da Água em Lucas do Rio Verde

    Atletas de 28 cidades participaram na manhã deste domingo (26), em Lucas do Rio Verde, da 12ª Corrida pela Preservação da Água. O evento é realizado em parceria pelo SAAE e Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e reuniu cerca de 800 corredores.

    A largada das provas de 5km e 10km aconteceu na Avenida Beira Mata, mesmo local da chegada. Em poucos minutos, os atletas tomaram as ruas da cidade, chamando a atenção das pessoas que saíram cedo de casa.

    Com pouco mais de 17 minutos de prova começaram a chegar os atletas que competiram pelos 5km. O percurso foi bem avaliado pelos competidores que falaram sobre a performance na manhã deste domingo.

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    “Foi cansativo, o sol pegou valendo. Não fixei minha atenção no tempo, pois o que vale é competir“, disse Marcondes José de Andrade, primeiro lugar dos 5km.

    “A corrida exige mais da nossa mente do que nosso corpo. Então às vezes pode estar calor e você fazer um tempo melhor. É necessário um treinamento de corpo e também de mente”, avaliou Roberta Lima Reis, que garantiu o primeiro lugar no pódio feminino nos 5km.

    Corrida ranqueada

    A Corrida pela Preservação da Água de Lucas do Rio Verde está entre as provas escolhidas por atletas profissionais. Ela está no calendário da Federação Mato-grossense de Atletismo e é opção dos corredores que se preparam para as grandes corridas, como São Silvestre e Corrida de Reis.

    De acordo com o secretário de Esportes e Lazer, Jackson Lopes, o número de inscrições atendeu a expectativa. Entre atletas locais e visitantes foram cerca de 800 inscritos participando do evento. “Pra nós é motivo de alegria neste domingo de sol forte, 7 horas da manhã, fazer esse evento”, disse.

    Foram distribuídos em premiação, mais de R$ 30 mil em dinheiro, além de troféus e medalhas entre os participantes.

    Parceria e programação

    O diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Lucas do Rio Verde, Maurício Fossati, enalteceu a parceria com a Secretaria de Esportes do município, que cuidou da organização da Corrida da Água. Fossati ainda comemorou a presença de atletas de cidades de Mato Grosso e até de outros Estados.

    “É um grande evento realizado em parceria pela Secretaria de Esportes e SAAE”, ressaltou.

    As Corridas Kid e de Preservação da Água são o ponto alto da programação desenvolvida pelo SAAE em março. As atividades prosseguem ainda ao longo da próxima semana.

    “Teremos palestras nos colégios até quinta-feira”, informou o diretor. “Esse tipo de trabalho tem que ser realizado desde cedo nas escolas. A gente aposta nas crianças para conseguir a conscientização da água e como trabalhar a reciclagem. O nosso município conta com coleta mecanizada, muito moderna e a gente tem que alavancar isso. Nós estamos com 5% de reciclagem, a média nossa anual, enquanto no país é 2%. Mas temos que melhorar cada vez mais esse número”.

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    A prova foi encerrada coma guarnição do Corpo de Bombeiros, com uso de jatos de água, garantindo um banho a atletas e familiares que foram prestigiar a corrida da água.

  • Créditos de reciclagem criam novas oportunidades, diz ministro

    Créditos de reciclagem criam novas oportunidades, diz ministro

    Com mais de 800 mil pessoas engajadas em atividades relacionadas à reciclagem e à venda de resíduos sólidos, o Brasil visa ampliar as políticas de reaproveitamento e oportunidades de renda para o setor, disse o ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite em entrevista ao programa A Voz do Brasil.

    Criado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Ministério da Economia e lançado hoje (13) no Palácio do Planalto, o programa Recicla+ visa criar novas oportunidades de renda e trabalho para catadores, além de estabelecer um sistema de leilão reverso de embalagens para empresas.

    Segundo explicou Leite, os créditos de reciclagem agregam valor a produtos que podem ser retornados ao fabricante após o uso e devidamente reaproveitados. “Tínhamos um desafio: lixo que não tem valor algum. Você enxerga isso nas cidades e nas ruas. Quando você traz valor ao resíduo, você consegue transformar ele em uma nova cadeia de crescimento verde e reciclagem, e transformar o catador de lixo em um agente de reciclagem. Esse agente terá possibilidade de receber mais e ter renda extra”, afirmou.

    O ministro informou que a iniciativa também passa pela conscientização e participação dos consumidores, que devem estar atentos à separação adequada dos tipos de resíduos e da forma como dispensam o lixo em suas casas.

    “Essa cadeia toda começa no consumidor, na gestão de resíduos sólidos. A parte mais difícil é separar o lixo. Imagine que separando aqui você está contribuindo com a geração de um emprego e com a proteção da natureza. Os dois têm o mesmo objetivo: melhor qualidade ambiental nas cidades”, explicou.

    Joaquim Leite falou ainda que o governo federal encara iniciativas da chamada “economia verde” como prioritárias, e que o ministério se esforça para criar soluções lucrativas e ao mesmo tempo sustentáveis, como os créditos de reciclagem.

    Veja na íntegra:

    Destaques do dia:

    Brasil registra reciclagem de 98,7% de latas de alumínio em 2021

    O Brasil reciclou aproximadamente 33 bilhões de latinhas de alumínio em 2021, o que representa 98,7% de reaproveitamento do material produzido ao longo do ano. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (13) pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas). » Leia mais

  • Especialistas discutem monitoramento e desmatamento do Cerrado

    Especialistas discutem monitoramento e desmatamento do Cerrado

    Especialistas demonstraram preocupação com os números crescentes de desmatamento no Cerrado nos últimos anos. Também questionaram a falta de uma política consistente de financiamento de políticas de monitoramento de áreas desmatadas. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) reuniu especialistas na área para discutir a questão em um seminário online. Uma das maiores preocupações demonstradas está na rápida perda de vegetação na região do Matopiba.

    Matopiba é uma região formada por áreas majoritariamente de Cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, para onde a agricultura se expandiu a partir da segunda metade dos anos 1980. “Nos últimos 11 anos, o Tocantins e Maranhão estão concentrando a perda de Cerrado, na região do Matopiba, a região mais vegetada do bioma Cerrado”, explicou Ane Alencar, do projeto MapBiomas.

    “A gente vê um aumento muito grande da expansão agrícola. Essa região tem 44% da vegetação nativa remanescente do bioma. Nos últimos 10 anos no bioma como um todo, perderam-se em torno de 6 milhões e hectares. Só no Matopiba foi perdida a metade disso. São números muito alarmantes”, acrescentou.

    Cláudio Almeida, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cerrado já perdeu, até agora, 995,4 mil quilômetros quadrados de vegetação. No ano passado, esse número passava de 1 milhão de quilômetros quadrados, mas a nova configuração do bioma provocou alterações na área desmatada. Mas a situação não é menos grave. “Quando você compara o remanescente de Cerrado com o remanescente de Amazônia, o percentual que está se perdendo é maior no Cerrado”.

    Já Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB), destacou a retomada do desmatamento em regiões onde havia uma redução do problema. “Temos aumento do desmatamento em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, que são estados que faziam parte das fronteiras mais antigas do desmatamento. Esse dado mostra a importância do monitoramento para indicar alterações nas dinâmicas de uso da terra”.

    Financiamento

    Almeida citou que a verba para monitoramento do desmatamento só é direcionada ao trabalho na Amazônia e, com isso, o monitoramento do Cerrado fica pendente de outros recursos. O monitoramento do Cerrado foi possível através do Programa de Investimento Florestal (FIP), administrado pelo Banco Mundial.

    A professora Mercedes teceu críticas à falta de previsibilidade orçamentária, a depender das prioridades definidas pelo governo de plantão. “O monitoramento deveria ser uma política de Estado garantida no orçamento. São as políticas de Estado orçadas aos soluços, você tem um recurso, depois não tem. Isso gera uma instabilidade institucional muito grande”.

    Ela também criticou o fato do Inpe ter que se preocupar em buscar recursos para seus projetos. Ela entende que houve uma “transferência de responsabilidade” para o instituto. “Não cabe ao Inpe encontrar soluções de custear um projeto que é da necessidade do Estado brasileiro. A discussão é maior do que ‘de onde o dinheiro vai sair’. É de quem é a responsabilidade de colocar as condições para que o programa continue”.

    Cerrado

    O Cerrado é um dos biomas mais ricos e antigos do planeta, com mais de 12 mil espécies de plantas catalogadas e mais de 2,5 mil espécies de animais, entre aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes. O Cerrado é também considerado o berço das águas no Brasil, abrigando as nascentes das maiores bacias hidrográficas do país.

  • Brasil lança programa de incentivo à preservação ambiental

    Brasil lança programa de incentivo à preservação ambiental

    O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou hoje (1º) o programa Floresta+ Carbono. O programa visa incentivar o mercado de serviços ambientais em todo o território nacional, através da geração de créditos de carbono.

    A modalidade foi criada para que as empresas que não têm como reduzir parte de suas emissões de carbono possam compensá-las. O Floresta+ Carbono prevê a geração de créditos de carbono por meio da conservação e recuperação da vegetação nativa.

    Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 (dióxido de carbono) que deixou de ser emitido para a atmosfera. A criação desse crédito é uma estratégia do governo federal para reduzir as emissões de poluentes.

    A obtenção e validação de tais créditos são usadas para cumprimento das metas de redução de emissões definidas pela RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis. Os créditos podem ser vendidos pelos produtores e importadores na Bolsa de Valores. As distribuidoras de combustíveis fósseis, mais poluentes, são obrigadas a comprar uma determinada quantidade de CBio por ano.

    “O lançamento é mais uma medida para o fortalecimento do pagamento por serviços ambientais. O papel do Governo Federal nesse processo é promover um ambiente de negócios favorável e efetivo, para dar segurança jurídica ao mercado de carbono florestal, tornando real o pagamento para quem preserva”, afirmou a pasta, em nota.

    Edição: Liliane Farias